Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

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Jagad Guru Srila Prabhupada

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

O mito do demônio (Parte 02)

O mito do demônio (Parte 02)

( Gourasundar Dasa BhS )

Filosoficamente, alguns teóricos adeptos do mito do Demônio, aceitam que oDemônio também teria a sua origem em Deus, tal como tudo o mais, haja vista asuperioridade e qualidades e características inerentes à noção de Deus, talcomo brevemente afirmamos acima, na primeira parte desse texto. Então algumasperguntas nos vem imediatamente a agredir nosso bom-senso: Como Deus poderiaperder o controle da algo ou de alguém ? Ou então, como e porque criaria porSua própria vontade um ser inimigo dEle mesmo ? O que levaria a esse ser tertanto ódio de Deus, seu, supostamente criador ? Como poderia Deus ter um eterno“concorrente” ? E pior, como esse “concorrente”, ou personificação do mal,poderia ter tanto poder sobre os humanos que muitas vezes, especialmente nodecorrer da história humana, encobriria ou superaria o poder de Deus em muitosmomentos ? Nesse conceito, muitos poderiam talvez dizer que Deus não existeentão, pois a característica principal que faz de Deus, um Deus único, enfim, Deus, é a onipotência. Como alguém poderia responder isso sem usar de pressão ideológica, de dogmasescriturais ultrapassados ou de especulações da mente imperfeita do homem ?Está dito que o homem é imperfeito, ao menos no que se refere á suas atividadesmundanas, materiais, onde é terrivelmente influenciado pelos modos da naturezamaterial, bondade, paixão e ignorância, e veja que isso nada tem haver com ainfluência de satanás ou o “chifrudo”. Aliás, já foi desvendado onde teriasurgido o estereótipo do Demônio. Uma junção de animal e homem, com bafo,chifres de bode, tido por muitos como um animal “demoníaco”, etc. Sem dúvidachega a ser ridículo a imagem criada desse Capeta, feita exclusivamente paraassustar inocentes e porque não dizer, crianças. No decorrer dos anos, algunsescritores e autores de filmes tiveram a “excelente” idéia de transformar afigura do Satanás em uma pessoa sedutora e bela, mais uma “bela” jogada demarketing. O famoso número 666 foi criado por escritores do século passado em seus livros de suspense e terror, com a intenção de criarmistério e vender seus livros, o que torna mais ridículo ainda o uso dessesnúmeros como o número da Besta. Poderíamos citar aqui muitos exemplos, com suasrespectivas referencias, mas me resguardo ao direito de apenas cita-lasbrevemente e incentivar à pesquisa pessoal de todos que lerem esse artigo edesejem descobrir a verdade por trás de um mito. Percebe-se sem muita análise que essa noção de Diabo é completamente ilógicaperante a noção de Deus, em qualquer linha espiritual verdadeira e pautada,como dissemos acima, em bases sólidas e revelações originais. Outro ponto interessante é que se o diabo existisse e tivesse tanto poderassim, estaria inevitavelmente acima do conceito de ser humano, mas de onde vemtodo seu poder ? Quem os deu ? E se foi Deus, porque não os tira ? E se Deus éa origem, porque não apenas adorar a Deus e esquecer o tal Diabo ? Na verdade tudo vem de Deus, mesmo o que nossas vãs mentes imaginem comosendo o mal. Na verdade o que existe é um relativo e minúsculo livre-arbítrioque leva qualquer pessoa a praticar o bem ou o mal, e isso é da iniciativa decada um, da consciência cultivada individualmente de cada ser. Está afirmadonas escrituras Védicas que a existência material está dividida em 4 eras, daqual a era atual, a quarta, chama-se Kali, que poderíamos traduzir como a eradas desavenças e hipocrisia. Sim, muita hipocrisia. E nessa era de Kali, ouKali-yuga, o bem e o mal existem dentro de cada ser vivo, o que difere deoutras eras passadas. Assim como a dualidade é perseverante. Essa dualidade existe no mundo material, temporário e difere de nossanatureza eterna e perfeita. No mundo espiritual, tudo deve ser, pela lógica,superior, supremo e claro, absoluto, logo a dualidade do bem e mal não existeno mundo espiritual e eterno. Existe apenas sat-cit-ananda, ou seja,conhecimento e bem-aventurança eternos. No entanto, um dos maiores defeitos do homem é tentar sempre culpar outros,ou culpar Deus, ou claro, o Diabo, mas a culpa pelos nossos erros, as reações aserem pagas por tais atitudes e suas conseqüências são de responsabilidadeexclusiva nossas. Culpar Deus ou o Diabo, que nem existe, é tentar acharjustificativas para nossas imperfeições ou erros e só demonstra nossa naturezamesquinha. Está dito que quando nos encontramos nesses corpos materiais, nessemundo material, estamos inevitavelmente sujeitos aos defeitos tais como serenganados, propensão a enganar os outros, cometer erros, etc., sendo assim, asescrituras antigas védicas, as mais antigas do mundo, afirmam que Deus, ouKrishna, está acima de tudo, haja vista que tudo vem dEle, e como afirmamosacima, todos os religiosos e espiritualistas concordam com isso. Somente Deus,ou Krishna, e Seus associados eternos (nitya-siddhas) estão livre dasinfluencias dos modos da natureza material, livre da ilusão e das imperfeições. Quanto a nós, somos perfeitamente servos eternos e amorosos daSuprema Personalidade de Deus também, associados dEle, mas nos encontramos naesfera material agora, da qual tudo e todos que não são associados eternos emamor a Deus estão cada qual com sua função. Ai se encaixam inclusive ossemideuses. Segundo o livro vaishnava Sri Harinam-Cintamani, de SrilaBhaktivinoda Thakura, o santo Haridas Thakura falou ao Senhor Sri KrishnaCaitanya Mahaprabhu, “não há lugar para os semideuses no mundo espiritual”.Sendo assim o Demônio estaria no plano dos defeituosos, pois até os semideuseso estão. Comentem erros e estão propensos a serem enganados. Também podemosafirmar uma máxima do filósofo Anselmo, que afirma que Deus é aquele que nadapode superar, ou seja, Deus é aquele ser que nada ou ninguém mais pode estaracima ou superior a Ele. Isso significa que o Diabo seria e estaria entre nós ! Os chamados semideuses, são seres como nós também, porém num nível maiselevado, embora ainda material e, logo, sujeitos a erros também. No entanto,são servos eternos de Deus, como todos nós. Servem a Deus em determinados“setores” da criação e manutenção material, sempre na dependência divina do seuSenhor, chamado nas escrituras antigas como Vishnu, ou o Senhor Vishnu.Inclusive o senhor da morte, conhecido nos Vedas como Yamaraja, nada tem havercom alguém mal, mas um servo de Deus que cumpre o destino de todos os seresnascidos nesse mundo material, ou seja, morrer, uma das misérias inevitáveis davida material. Até aqui algum leitor atencioso já poderia se perguntar: Então o demônioseria cada um de nós, dependendo de nossas atividades ? Sim, exato. O infernopode estar ali na esquina, depende de onde você mora, ou quais as suasatividades, consciência e consequentemente quais as suas reações a serem pagas,em outras palavras depende de seu Karma passado ou presente. É claro que asmesma linhas religiosas e/ou instituições ou igrejas que não aceitam essa noçãode Karma e reencarnação são as mesmas que utilizam o mito do demônio e nadaexplicam acerca disso tudo. Apenas impõe seus dogmas. Sem dúvida que existem casos paranormais e difíceis de serem explicados ouaceitos pelos humanos neófitos, mas isso nada tem haver com um ser de cifres,um garfo enorme em suas mãos e que adora devorar pessoas em seu planeta repletode fogo, dentre outras bobagens que beiram o cômico, se não fossemridiculamente prejudicial ás pessoas, pois as tornam medrosas diante de tudoque parece estranho ou desconhecido e as fazem ficar tão fascinadas com essemito, que não tem tempo para conhecerem acerca de Deus, de quem elas própriassão e para onde irão após a morte. Fantasmas e almas perdidas e com más intenções existem e isso é de fácilaceitação, mas acreditar que foram recrutadas para o “exército do mal”, é algoque poderíamos caracterizar com uma palavra que por si só já demonstra suaorigem e significado: bobo. Mais uma vez concluímos que nós mesmos, todos nós,seres humanos somos as fontes dos desastres, das maldades e misérias. Atividades demoníacas existem, mas não o Demônio, “o chefe da liga do mal”.Isso mais parece nome de desenho animado para adolescentes. Uma pessoa pode serum santo um “demônio” e lamentavelmente essas atividades demoníacas podem serfeitas até mesmo em nome de uma suposta religião, como por exemplo, matar emnome de Deus, explorar em nome de Deus, guerras em nome de um deus odioso,aterrorizar povos em nome de um suposto deus, etc., como infelizmente vimos naIdade Média em profusão, e antes em menor grau e ainda hoje com terroristas“religiosos”, etc., etc. Também há quem pratique atividades caracterizadas como demoníacas mesmo sendoateu, ou agnóstico. Sabemos de tantos casos, como estupros, assassinatos,roubos, matanças de animais, exploração, etc., são tantos casos que não vale ápena gerar tanta frustração diante do mundo aqui nesse mero resquício de umareflexão tão ampla, não é essa a nossa intenção. Nossa intenção aqui é instigar uma reflexão pessoal, individual e muitoprofunda acerca de uma farsa terrível e tão prejudicial ao ser humano quantoqualquer censura acerca de realidade material e espiritual. Não há nada queprove a existência de um Demônio, Diabo, Capeta, Satanás, “Cão”, "Chifrudo”,etc., a não ser o desejo fervoroso de alguns para obter poder através do medo.Algumas seitas atuais chegam ao cúmulo de falar tanto sobre o Demônio que nadafalam de Deus, nada conhecem acera de Deus, apenas se prega o medo, um medo aalgo ilusório e inexistente. É a religião do medo, das pessoas que odeiam tudoe todos e vivem com medo, “tirando o diabo do corpo” e chamando todos deadoradores do diabo. Como dissemos no início, é lamentável que exista uma difusão tão forte dessemito tão prejudicial ao bom senso e espiritualidade sã das pessoas em geral. Noentanto, embora lamentável, podemos superar a lamentação e determo-nos nodescobrimento acerca da realidade e na destruição de tal motivo para lamentaçãode qualquer um que busque a verdade, ao menos no que se concerne a nós mesmos.Assim pretendemos humildemente aqui ajudar a desvendar tal mito com o sincerodesejo de ajudar a elevação de todo àquele que procura por Deus, pela VerdadeAbsoluta pelo transcendente. Se uma pessoa puder ser agraciada com acompreensão que tentamos também encontrar aqui, nosso objetivo está cumprido.

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Radha - A Primeira Palavra Falada


Do livro de SS Mahanidhi Swami, Apreciando Sri Vrndavana Dhama, edição de 1995, páginas 160-161, editado por SS Mahanidhi Swami:

"Assim como Sri Krsna falava um idioma especial Vrajabhumi com as Gopis, actualmente nas povoações que rodeiam a Municipalidade de Vrndavana, os residentes falam um idioma singular chamado "Vrajabhasa".Poetizando os passatempos de Sri Krsna, Seus associados eternos recordam-nO cantando, enquanto realizam seus deveres quotidianos de bater manteiga, cozinhar doces e ordenhar as vacas.O Brahma Samhita descreve o mundo espiritual como um lugar aonde cada palavra é uma canção.Na Bhauma Vrndavana de hoje, ainda existem doces canções que glorificam as actividades recreativas de Sri Krsna.Circuambalando alegremente Vrndavana em Ekadasi, um pitoresco grupo de aldeãs canta uma melodia Vrajabhasa especial sobre como " apanhar o travesso ladrão de manteiga".Usando varas de madeira de sândalo e caminhando agilmente pelos caminhos estreitos que conectam os Templos Medievais, um brahmana idoso canta, "este brahmacari que dança com as esposas de outros.""Radha" é com frequência a primeira palavra falada por um bebé em Vraja.Nos braços da sua mãe, este mesmo bebé irá circuambular a Colina de Govardhana (uma distância de quatorze milhas) antes de poder caminhar, e dará seus primeiros passos no "Parikrama" ao redor do Templo de Radha Damodara.Srila Prabhupada conta:"Em Vrndavana, há um Mangal Arati exatamente as quatro da manhã.Imediatamente há um "dung, dung, dung" em todos os Templos.E as pessoas correm.Todos reúnem-se em frente à Deidade do Templo.Centenas de pessoas aparecem automaticamente."

Sri Vrndavana Dhama Ki Jaya!!!

Srila Prabhupada Ki Jaya!!!


posted by Prahladesh Dasa Adhikari at 6:58 PM

sábado, 24 de fevereiro de 2007

O mito do demônio (Parte 01)

( Texto publicado no FotoBlog http://gourasundar.gigafoto.com.br )

O mito do demônio (Parte 01)
( Gourasundar Dasa BhS )

É lamentável que exista uma difusão tão grande de um mito tão absurdo como ode um Mal Personificado, ou seja, um Demônio e inimigo de Deus. Nessa primeira frase já podemos analisar o quanto esse conceito de umDemônio, Capeta, Diabo, etc., é algo sem nenhum sentido. Pois se Deus éabsoluto e supremo, e isso é algo que todas as religiões concordam juntas, nãose pode aceitar que esse Deus possa ter um “concorrente”, tal como um Demônio,de forma geral. Sabemos hoje que o mito do Diabo é algo relativamente recente na humanidade,pois religiões muito antigas que remontam a milhares de anos atrás não tinhamqualquer relação com isso e mesmo se pegarmos a verdadeira noção de religião deforma geral, ou seja, religar o homem ao Homem Supremo, Deus, nada importa oDiabo, nada influencia e nada faz sentido essa noção de um mal superior. Mesmoas religiões mais novas e recentes tiveram suas origens em conceitos muitodiferentes dos que hoje se apregoa. Os grandes santos e homens de verdadeira integridade espiritual semprecultivaram o amor a Deus, aos outros, á Terra, aos animais, assim comocultivavam, praticavam e ainda praticam em suas vidas diariamente a bondade e acompaixão, a auto-realização, a felicidade interior plena e a pureza decoração, mente e palavras, e claro, o total destemor. Essas são algumas dasqualidades cultivadas e facilmente vistas nessas pessoas santas, e isso podemosencontrar em muitos homens e mulheres em diferentes seguimentos religiosos,sejam no Oriente ou no Ocidente, até mesmo no cristianismo, onde esse mito doDiabo foi mais difundido e, segundo alguns, criado por antigos reis e/ouclérigos com o intuito de arrebatar novos “fiéis” através do medo de não setornarem cristãos. De fato que outros seguimentos utilizaram-se desse mitotambém, tal como o Islamismo e todas as linhas dos “novos” cristãos. Emboraseja muito raro, ou quase inexistente encontrar esse tipo de coisa, nos moldes explícitos aqui, em linhas religiosas como “hinduismo” e suas diversasvertentes (Vaishnava ou Hare Krishna, Mayavadis, etc.), budismo (que embora nãoseja uma religião é vista como tal), alguns seguimentos do Judaísmo, Jainismo,etc., logo podemos encontrar esse mito em especial no cristianismo e maisexplicitamente no cristianismo-protestante e nos chamados, “novoprotestantismo” ou “neo-protestantismo”, que seriam os evangélicos, oupopularmente conhecidos como “crentes”. Mas de forma geral, esse mito é muito questionável, quando levamos emconsideração a noção de Deus, em qualquer religião, qualquer seguimento, desdeque baseados em escrituras autênticas das quais cabe alguma discussão aqui. Como Deus, seja qual o nome que você preferir chama-lO, poderia ter uminimigo, um inimigo supremo ? Isso é incongruente. Não cabe na noção de Deus,pois Ele não está sujeito aos defeitos dos seres humanos condicionados pelosmodos da matéria, ou seja, aceitar algum inimigo, ter algum inimigo, existiralgo que realmente se coloque perante Ele de forma contestadora. Nem Ele, Deus,poderia se sujeitar a tal bobagem. Segundo as sagradas escrituras védicas, asmais antigas do mundo, embora Deus tenha vindo em pessoa á Terra, na Sua formaeterna e original como Krishna, há mais de 5.000 anos, Ele jamais é ou foicontrolado ou influenciado pelos modos da natureza material, a saber, Bondade,Paixão e Ignorância. Isso é claramente afirmado no sagrado Bhagavad-Gitatambém, o livro que registra a conversa entre Krishna, a Suprema Personalidadede Deus e seu amigo e devoto Arjuna. Qualquer pessoa que acredite num Criador Superior, ou seja, Deus, concordaque Ele é um Ser Supremo, criador e origem de tudo. Obviamente que acreditar noDemônio implica em ter uma noção religiosa, transcendental, espiritual, poisessa noção exposta pelos que cultivam esse mito do Demônio ou Diabo estádiretamente relacionada com o sutil e não única e exclusivamente com a matéria(o que discordamos), já que o mito do Demônio requer aceitar que ele está numInferno, controlando e influenciando as pessoas nesse mundo e até em outros, seé que acreditem em vida em outros planetas, mas isso é outro assunto. Sem dúvida que existe muitos planetas, sistemas e universos e muitas vidas emtodos eles, assim como os planetas superiores e inferiores á Terra. Nessesplanetas inferiores a vida é o que poderíamos de fato caracterizar comoinfernal, porém, não tem nenhuma relação com o mito do Capeta ou Satanás, comoexplicaremos a diante. Nesse ponto temos que acrescentar que um ateu jamais poderia acreditar defato num Demônio, como o mito exposto, ou então não seria um ateu, já que setrata de algo além da matéria. Sendo assim, só podemos aceitar que essa mesmapessoa que acredita no Demônio, seja como adorador dele ou não, tem queacreditar em Deus, pois tudo está num plano transcendental e sutil,supostamente. Toda a noção do transcendente deve estar pautada em escrituras sagradasautorizadas e comprovadas, pois de outra forma não passa de especulação mentale malabarismos filosóficos inúteis. Sendo assim, sempre haverá a noção docriador e da criatura. E essas escrituras devem ser consideradas autorizadas efidedignas quando o seu conhecimento tem uma origem apauriseya, ou seja, queveio diretamente de Deus, do Absoluto Supremo, e não criado por alguémordinário. Dessa forma, se concordamos todos que Deus é o criador e a origem de tudo,então também concordamos que Deus é o controlador supremo de tudo, como seafirma no sagrado Sri Brahma-samhita 5.1, uma antiga escritura védica, “isvarahparamah krishnah”, Krishna é o Controlador Supremo. O nome Krishna significa “aquele que atrai a todos” ou “O Todo-Atrativo”, e éo nome da Suprema Personalidade de Deus, ou seja, o nome original de Deussegundo os antigos textos védicos. Logo, a frase acima afirma que Deus é ocontrolador supremo de tudo e todos, sem exceção. Em muitas passagens dasescrituras védicas, há a afirmativa de que Deus, ou Krishna, é o controlador ea origem de tudo, seja material ou espiritual, tal como a Suprema Personalidadede Deus, Sri Krishna, afirma no Bhagavad-Gita 10.8, aham sarvasya prabhuvomattah sarvam pravartate, “Eu sou a fonte de todos os mundos materiais eespirituais, Tudo emana de Mim”. Também no Sri Isopanishad, no mantra deinvocação, encontramos o famoso verso onde se afirma que o Supremo é a origemde tudo, tudo provem dEle e Ele é Absoluto e Completo, e tudo que provem dEle éTodo-Completo também, e mesmo assim, Ele jamais deixa de ser Todo-Completo. Damesma forma, muitas outras escrituras sagradas de diversas religiões chegaram à mesma conclusão, de que Deus é Supremo, Absoluto e Completo em Simesmo, logo tudo é criado por Ele. Claro que não levamos em consideração as inúmeras alterações que houveram emalgumas escrituras, principalmente na bíblia, que segundo alguns estudiosos,foi alterada tantas vezes e modificada de forma tão bruta em suas traduções queperdeu todo sentido e foge como “o diabo foge da cruz”, quanto ao que seria ooriginal. Houve mudanças no Alcorão também e há muitos pontos mal-explicados emescritos de seguimentos como Mormos, judaísmo-mistico, entre outros. Talvez pornão existir uma tradição de sucessão de mestres ou lideres no que se refere ámanutenção dos ensinamentos em sua forma original ao repassá-los aos seusseguidores. Ainda tem tradições como os impersonalistas ou Mayavadis, quedistorcem o conhecimento dos Vedas, e mantém esse erro. Curioso é que só se encontra referencia ao mito do Demônio em ditasescrituras que foram claramente alteradas ou em passagens suspeitas einterpretativas. Dito isso, a única explicação que poderíamos ter acerca do dito Demônio é queesse não passa de uma criação humana com intuitos escusos, baixos, mesquinhos edesprezíveis, visando à instigação do medo ás pessoas numa tentativa deconversão religiosa como muito se viu na Idade Média no Ocidente. Desejando opoder, algumas instituições religiosas difundiram de diversas formas o mito doDemônio para obter um maior controle sobre pessoas inocentes e carentes deproteção. Infelizmente isso ainda é visto muito hoje em dia, em especial nasinúmeras igrejas “neo-protestantes”, ou “crentes” que são criadas a cada ano.E também, de forma geral, sabemos que o Cristianismo foi o maior difusor desuas doutrinas através da força e da persuasão.

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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Visita a Um Sadhu


Visita a Um Sadhu


Passei dois excelentes dias na Chapada dos Guimarães com Rasananda Prabhu. Antes de mais nada, eu gostaria de lhes pedir que não interpretassem as palavras deste diário como um relatório formal da situação dele. Simplesmente, eu vim me associar com um irmão espiritual que vive suas transformações pessoais. Afinal, vinte anos de sannyasi não é uma brincadeira! “Será que posso ajudá-lo?” Antes dessa pergunta, faço outras para mim mesmo: “Será que ele precisa de ajuda?”, “Será que eu tenho capacidade de ajudá-lo?”...
Logo que nos encontramos no aeroporto, ele me perguntou sorrindo: “Veio me tirar de Maya?” Bom sinal, pensei eu. Quem está mesmo em Maya não quer se expor assim. Diante de sua pergunta, fiquei meio sem graça e minha resposta foi um sorriso amarelo. Passado bastante tempo, eu lhe disse; “Se eu percebo que você realmente está me Maya, eu vou tentar, sim, tirá-lo de Maya”, pois espero que alguém me tire de Maya sempre que eu precisar. Mas, quem não está em Maya? De um modo geral, quando um Vaishnava sannyasi “joga a toalha” temos a tendência de pensar: “Ele está em Maya!”, “Eu sabia, eu já havia percebido ‘isto’ ou ‘aquilo’ em seu comportamento”. Krishna nos deu algum poder de discriminação, mas temos que ser cuidadosos com a tendência de ver defeitos.
Numa de suas definições sobre “sadhu”. Srila Prabhupada diz no Terceiro Canto do Srimad-Bhagavatam, “Sadhu significa aquele que segue os princípios das escrituras e ao mesmo tempo é um devoto do Senhor”. Fico feliz em lhes dizer que esta visita a Rasananda foi, de fato, uma visita a um Sadhu. Também, numa de suas aulas da Bhagavad-gita (4.19.25) em Los Angeles (Janeiro 69,) Srila Prabhupada diz: “Sadhu significa quem está cultivando a consciência de Krishna com grande interesse espiritual”. Esta foi uma constatação bastante agradável: Rasananda está, acima de tudo, focando sua vida espiritual. Ele vive num lugar muito belo e mora num chalezinho de madeira muito legal. No seu altar, a deidade central é Srila Prabhupada e, mesmo sozinho, ele acorda as 4, depois do banho desperta sua murti de Srila Prabhupada e as 4 e meia canta o Gurvastaka. Canta japa até as 6 e meia e, depois disso, ouve diariamente uma aula de Srila Prabhupada. Seu quarto está cheio de caixas de livros de Srila Prabhupada e ele consegue sua manutenção através das vendas deste livro. Um exemplo. Sabemos que a visão “popular” de um sadhu de barba e com vestes açafroadas nada tem a ver com as escrituras. Muito menos com a visão de Srila Prabhupada. O que define um Sadhu é sua devoção a Krishna e sua ocupação constante em bhajana-kriya. De forma semelhante, a idéia de sannyasi é um devoto de danda, cabeça raspada e vestes específicas. Mas, a renúncia tem que estar dentro do coração. Rasananda tem estudado e cantado muito, e falou por diversas vezes que a situação em que ele se encontra é temporária e que ele vai sair para pregar nos Templos. Mas, não agora. Mas, ele continua pregando através da distribuição de livros.
Ele revelou sentir falta de mais amor e maior amizade entre os Vaishnavas do mesmo “calibre”. “Isto ajuda na compreensão das coisas”, disse ele. Mas, ele está tranqüilo e por diversas vezes disse, “Tudo o que Krishna faz é bom”. Ou seja, sua realização é que tudo está melhor assim.
Particularmente, eu acho que todos nós estamos tão absortos em nossos deveres que não dispomos de tempo para cultivar amizade verdadeira com aqueles que, comprovadamente, dedicaram tantos anos de serviço a ISKCON. Na realidade, todos nós precisamos de atenção. Quem não gosta disso? Temos que ser cuidadosos para não dedicarmos especial atenção somente àqueles que são recém-chegados ao Movimento. É claro isto é importante, mas nunca podemos deixar de lado devotos que têm anos de dedicação ao serviço de Srila Prabhupada. Inclusive, Rasananda lembrou que ele admira que Srila Acaryadeva dá mais atenção à seus irmãos espirituais do que aos discípulos.
Ele canta diariamente 24 voltas, ouve diariamente um ou duas aulas de Prabhupada.
Ele tem lido muito os livros de Prabhupada, pois, segundo ele, “Estou querendo me associar muito com Prabhupada”. Quanto à decisão dele deixar a ordem de sannyasi, ele diz sentir um alívio. “Neste momento da minha vida, a idéia de ser um sannyasi cheio de holofote em cima de mim não me atrai. Quero ter tempo para pensar em mim, sem a pressão de ser como as pessoas da Instituição querem ou esperam que eu seja”. “Estou fazendo a minha própria curva, a curva do renascimento. Quero perder os meus conceitos errados. Estou analisando e re-analisando a vida toda. Arrumando a gaveta, “isto serve e isto não serve”, sem compromisso institucional.
Para mim, ele continua com a sinceridade de sempre, a devoção de sempre e completa fidelidade a Srila Prabhupada, como nós sempre constatamos na sua pessoa. É lógico que conversamos sobre diferentes assuntos. Que Srila Prabhupada nos abençoe e nos proteja sempre, em todas as situações.


Escrito por Chandramukha Swami às 13h26[] [envie esta mensagem]