Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami
Jagad Guru Srila Prabhupada

terça-feira, 24 de junho de 2008

O Siva Purana e A Posição de Krsna






www.romapadaswami.com

INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO

Inquiries into the Absolute

Uma coleção de respostas intrigantes e motivadoras para o intelecto apresentadas por Sua Santidade Romapada Svami às questões levantadas por devotos acerca de variados tópicos espirituais.

4. Semideuses

4.4. O Senhor Krsna e os Semideuses

4.4.2) A Posição do Senhor Krsna e do Senhor Siva no Siva Purana

Pergunta: Que posição o Senhor Krsna tem de acordo com o Siva Purana? Que tipo de relação Krsna e Siva mantêm (de acordo com o Siva purana)? Deparei-me com essa questão enquanto pregava e, embora eu tenha podido dar referências de acordo com o Brahma Samhita, o Srimad-Bhagavatam, o Gita Mahatmya e também tenha explicado que os diferentes puranas se destinam a pessoas em diferentes modos, não fui capaz de dar uma resposta direta quanto à posição de Krsna no Siva Purana. Eu apreciaria muito se o senhor pudesse falar sobre isso. (Digest 89.2)

Resposta: Antes de responder diretamente sua questão, permita-me oferecer um prelúdio, um contexto para compreendermos como diferentes puranas se relacionam. Dado que diferentes puranas, como você apontou, endereçam as necessidades e temperamentos daqueles situados em diferentes modos da natureza, é natural que eles identifiquem diferentes personalidades como o maior objeto de adoração. Podemos mesmo esperar que cada texto escritural se foque em exaltar as glórias de seu assunto.

Todavia, mesmo enquanto glorificam exclusivamente uma Deidade em particular, descrita como “superior a todas as outras”, dentro dos próprios puranas encontram-se indicações apontando para um estágio superior de realização da Verdade Absoluta para aqueles que realmente buscam por ela. Às vezes os puranas nos encaminham para um outro purana como superlativo (a saber, o Bhagavata-Purana) e outras vezes o fazem de forma mais sutil, através do encaminhamento do leitor para a busca por uma alma auto-realizado que possa lhe ensinar a verdade.

Elaborando sobre essa questão escritural, nosso acaryas, particularmente Jiva Gosvami em seu Tattva Sandarbha, apresenta muitas evidências demonstrando como vários puranas distintamente apontam para o Srimad-Bhagavatam como sendo a autoridade mais importante e última dentre todos eles (os puranas), sendo o “purana imaculado” e o fruto maduro da árvore Védica. Assim, no caso de quaisquer aparentes contradições ou aparentes conclusões conflitantes entre os puranas (o que é inevitável em razão das diferenças entre seus tópicos e interlocutores), o veredicto do Bhagavatam é para ser tido como superior. Isto é indicado dentro do próprio Bhagavatam, mas também é corroborado por outros puranas.

Assim, serão encontradas no Siva Purana ou em outros Puranas narrações descrevendo o senhor Siva como o controlador supremo do universo material e assim por diante. Tais glórias são de fato verdadeiras, e não exageros, mas elas devem ser entendidas de forma contextualizada e sob a luz da conclusão do Srimad-Bhagavatam. O senhor Siva, portanto, executa o serviço de ser o Controlador Supremo do universo material a serviço de Krsna.

A posição do senhor Siva e sua relação com Krsna são particularmente únicas entre os outros devatas, sendo Siva, em certo sentido, não-diferente de Visnu. Dessa maneira, mesmo dentro da literatura Vaisnava, para não dizer no Siva-Purana, há narrações onde Visnu adora o Senhor Siva (o Senhor Rama, por exemplo), onde glorifica Siva como superior a Si mesmo (como no passatempo da batedura do oceano de leite) e obtém bênçãos dele (Krsna buscando por bênçãos para ter um bom filho, por exemplo). Para aqueles sem nenhuma compreensão da conclusão última das escrituras, isto pode ser confuso, mas esses exemplos ilustram o afeto especial e o relacionamento íntimo que Sri Krsna tem com o Senhor Siva, no qual Ele oferece a Seu mais querido devoto uma posição superior a Sua própria.

4.4.3) Por Que Se Mencionam Tantos Deuses nos Vedas e Por Que os Hindus Tendem a Aceitar o Senhor Krsna como o Supremo

Resposta: Porque há claramente muitos deuses Hindus especificados nos Vedas, eu gostaria de saber por que há tantos Hindus inclinados a aceitarem Sri Krsna como o Senhor Supremo. Por que há tantos pontos de vista em relação aos Vedas? (Digest 6.1)

Pergunta: Os Vedas são muito vastos; embora todas as escrituras Védicas unanimemente concordem em suas conclusões, elas também descrevem instruções pelas quais uma pessoa da mais baixa plataforma de consciência possa gradualmente se elevar ao estágio mais elevado. Sendo os Vedas muito vastos e variados, suas verdadeiras conclusões só podem ser compreendidas com sucessão discipular, com devotos puros. Brahmanas e filósofos (sábios) destinavam-se ao propósito de aprenderem essas conclusões e as disseminarem para as massas de acordo com o nível de avanço espiritual de cada um, guiando-os gradual e progressivamente por esses vários estágios.

Todavia, no curso do tempo, a corrente discipular se partiu, os brahmanas se tornaram desqualificados, e o conhecimento Védico tornou-se questão para especulação e interpretação. Assim, as múltiplas concepções acerca de qual é a conclusão Védica e o que é religião se fizeram presentes.

O Bhagavad-gita é praticamente universalmente aceito como uma fonte fidedigna da sabedoria Védica, e ele claramente estabelece que Krsna é o Senhor Supremo.


Tradução por Bhagavan dasa (DvS)

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Seguindo às instruções de Krishna



Seguindo às instruções de Krishna



Srila Prabhupada diz: "Às pessoas conscientes de Krsna nunca perderão nada por seguir as instruções de Krsna". Seguindo assim estas instruções, viverão confortavelmente, sem nenhuma necessidade material, e tyaktva deham punar janma naiti (Bhagavad-Gita 4.9): depois de abandonar este corpo, irão diretamente a Deus, Krsna. "Esta é nossa forma de vida".




Na Bhagavad-Gita, 3:21 Krsna diz:


Yad yad acarati shresthas Tat tad evetaro janah


Sa yat pramanam kurute Lokas tad anuvartate




"Os homens comuns seguem os passos de um grande homem, qualquer que seja a ação que este execute. E quaisquer que sejam as normas por ele estabelecidas por seus atos exemplares, são seguidas por todo o mundo". Srila Prabhupada nos informa no seu significado que: As pessoas em geral sempre requerem um líder que possa ensinar o público através do comportamento prático. E mais, o Senhor Caitanya disse que um mestre deve se comportar corretamente mesmo antes de começar a ensinar. O propósito da vida humana, conforme descrito nas escrituras, destina-se a compreender a causa última, ou seja, compreender Krsna. Srila Prabhupada complementa ainda dizendo que "os devotos aceitam que a causa última é realmente Krsna, porque esta conclusão é apoiada por toda a literatura védica e também pelo próprio Krsna, o qual afirma que aham sarvasya prabhavah: Eu sou a fonte de tudo".




Friedrich Nietzsche, no livro "Assim falou Zaratustra", afirma que Deus está morto. Ele nos diz: Deus morreu: agora nós queremos que viva o Super-homem. Porém, este homem superado ou homem superior de Nietzsche, com todas às qualidades que lhe foi dada, apenas será um homem superior ou aryan, se ele estiver conectado com Deus. Caso contrário será como Srila Prabhupada diz: São todos uns néscios e sem-vergonhas preguiçosos vestidos como cavalheiros. Srila Prabhupada vai mais longe dizendo, "Krsna está no coração de todos, e Ele nos dar ordens. Assim sendo, Krsna pode ordenar paz e harmonia aos animais, às serpentes e a todo mundo". Sem Deus, creio ser impossível qualquer elevação ou superioridade do homem. Este homem proposto por Nietzsche, não chegou a realizar-se, haja vista que por si só, o homem sem Sraddha (fé), auto-intitulado, está fadado ao fracasso. Srila Hridayananda Maharaja, nos diz que Sraddha significa literalmente pôr o coração. E pôr o coração, significa entregar-se com total confiança.




Mas, como compreender tudo isso? Como podemos nos tornar homens superiores? - Krsna Prema e Prema Bhakti, amor puro em serviço devocional, estes são o remédio. No significado do Srimad-Bhagavatam, 6º canto, cap. 04 verso 32, Prabhupada comenta que: "Alguns dizem que o Absoluto não tem forma (nirakara), e outros afirmam que o Absoluto tem forma (sakara). Portanto, a palavra forma é o fator comum, embora alguns aceitem-na (asti ou astika), ao passo que outros tentem negá-la (nasti ou nastika). Já que considera a palavra "forma" (akara) o fator comum, o devoto oferece suas respeitosas reverências à forma, embora outros possam continuar duvidando se o Absoluto tem uma forma ou não." Srila Prabhupada diz que é muito difícil que uma pessoa afetada materialmente compreenda a natureza pessoal da Suprema Verdade Absoluta. As pessoas que estão apegadas à concepção corpórea de vida estão, tão absortas no materialismo, que lhes é quase impossível compreender que existe um corpo transcendental o qual é imperecível.




O próprio Krsna diz que vartmanuvartante manushyah partha sarvashah, todos os homens seguem Meu caminho em todos os aspectos, ó filho de Prtha. Jamais poderemos ser homens superados sem a presença de Deus. Temos todos que nos refugiar em bhakti marga, o caminho da devoção. Srila Prabhupada afirma que assim tudo ficará claro. Srila Madhvacarya diz que "os não-devotos, que sãomenos inteligentes, pensam que sua conclusão é definitiva, mas porque são inteiramente eruditos, os devotos podem entender que a Suprema Personalidade de Deus é a meta última."




Seu servo,


Suvasa Dasa

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INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO


Inquiries into the Absolute


Uma coleção de respostas intrigantes e motivadoras para o intelecto apresentadas por Sua Santidade Romapada Svami às questões levantadas pordevotos acerca de variados tópicos espirituais.




3. Morte e Transmigração


3.2. Transmigração


3.2.4) O Propósito da Transmigração e da Forma de Vida Humana




Pergunta: As leis do karma são muito complexas, mas, pelo menos, graças aSrila Prabhupada, podemos entender um pouco: há 8.400.000 formas de vidaatravés das quais a alma pode transmigrar, e, dentre essas, 400.000 são humanas. Em qualquer uma dessas formas humanas (se não estou enganado), temos a oportunidade de restabelecer nossa relação dormente com Krsna. Mas qual é a natureza e o propósito da transmigração através das outras 8.000.000 de formas de vida, um processo, por assim dizer, no mínimo muitolongo. Essas espécies estão transmigrando devido a suas atividades passadas? E como elas se qualificam para aceitar a forma de vida humana novamente? (Digest181.1)




Resposta: A compreensão que você apresentou é bastante precisa. Sim, a almatransmigra devido a seus atividades e desejos passados. A grande variedade decorpos é criada pelo Senhor para facilitar os desejos independentes e variadosdas almas condicionadas de desfrutarem em separado de Krsna.




A forma de vida humana é a juntura mais crucial nesse longo círculo, a qualnos dá a oportunidade de ou conduzirmos nossa vida de tal forma que saiamosdefinitivamente desse círculo, ou de obtermos outro corpo material em qualqueruma das espécies superiores ou inferiores, isso com base na natureza dosdesejos que são cultivados na vida e nos pensamentos no instante da morte. Quanto mais profundamente envolvidas em paixão e ignorância estiverem asatividades e consciência do ser humano, mais inferior será a forma de vidaobtida na hierarquia de espécies. O ciclo de evolução gradual das espécies,neste ponto, recomeça. A natureza da transmigração nessas espécies, expressada de um modo bemsimples, é que elas evoluem através de formas progressivamente superiores aténovamente obterem a forma de vida humana.




Não há mais geração de karma nessas espécies inferiores; elas são conduzidassimplesmente pelos instintos de seus corpos particulares. O propósito desse longo processo, como mencionei anteriormente, é que cadauma das formas de vida facilita e simultaneamente eleva de maneira gradual aentidade vida em sua trajetória evolutiva dos variados desejos materiais.




3.2.5) Como o Karma Influencia a Transmigração da Alma?




Pergunta: Se a alma é continuamente Caitanya (consciente) e não influenciadapor karma, como, então, o karma influencia seu renascimento? (Digest 11.9)




Resposta: Se uma pessoa perde seu dinheiro arduamente conquistado, a pessoaem si não é ferida pelo incidente, mas, porque ela está apegada ao dinheiro e oidentifica como sua propriedade, ela tem de sofrer a conseqüência da perda.Similarmente, a alma equivocadamente se identifica com o corpo material, e,dessa maneira, torna-se apegada e “condicionada” pelo desejo de desfrutar dasfacilidades da existência material. Ela, então, é forçado a aceitar outro corpopara desfrutar ou sofrer as conseqüências dos atos passados. 3.2.6)




Reencarnação e Sexo




Pergunta: Quando você reencarna é sempre com o mesmo sexo? (Digest 4.9)




Resposta: Não necessariamente. De fato, é dito que se uma pessoa é muitoapegada ao sexo oposto, ela irá obter um corpo do sexo oposto em sua próximavida! 3.2.7)




A Lembrança de Vidas Passadas




Pergunta: Por que o Senhor Krsna não nos dá o poder de lembrarmos nossasvidas passadas? Se tivéssemos esse poder, a idéia de “uma segunda chance” teriamais sentido.


[Nota do Editor: A referência aqui é a uma publicação daBhaktivedanta Book Trust intitulada “Uma Segunda Chance”, que discute atransmigração da alma de um corpo a outro]. (Digest 6.12)




Resposta: Os arranjos do Senhor Supremo são perfeitos, pois eles são para onosso melhor interesse, mesmo que não sejamos capazes de compreender como. Atransmigração, a morte e o nascimento, por exemplo, são tão traumáticos edolorosos que, se a pessoa se lembrasse deles, ela poderia simplesmente nãotolerar tal lembrança e ter a mente desequilibrada. É, portanto, uma fortunaque o Senhor nos dê o esquecimento. Mas há alguns casos raros em que Ele dá simessa lembrança. 3.2.8)




O Destino do Matador da Alma




Pergunta: No Sri Isopanisad, Mantra 3, parágrafo 2 – Srila Prabhupada diz: “Omatador da alma está destinado a entrar na mais escura região da ignorânciapara sofrer perpetuamente”. “Perpetuamente” aqui significa para sempre,eternamente? Essas entidades vivas nunca mais têm a esperança de mudar deposição, mas estão condenadas a viverem eternamente na região dos planetasinferiores? (Digest 36.1)




Resposta: O Senhor Krsna também faz uma afirmação muito similar noBhagavad-gita (16.19, 20): “Eu arrojo tais pessoas no oceano da existência material, onde assumem várias espécies de vida demoníacas [...]. Elas gradualmente se afundam na mais abominável condição de existência”. Krsna étodo-misericordioso, e, como Srila Prabhupada explica em seus significados aosversos acima, isto é apenas outro aspecto da misericórdia do Senhor. Nessesversos, a palavra “perpetuamente” transmite a idéia de que tais almas deslizamcada vez mais para baixo, nascendo repetidamente em espécies demoníacas até quepor fim alcancem as espécies de vida animal, como a de gatos e cães. Emseguida, a alma passa por todo o ciclo de transmigração até alcançar outraforma de vida humana, a rara oportunidade de encerrar este ciclo. O desejo de Krsna é que TODAS as entidades vivas voltem para Ele, que voltempara o mundo espiritual. O principal propósito da criação material é facilitarque a entidade viva retifique sua mentalidade e volte ao Supremo. Portanto, NINGUÉM é eternamente condenado à existência material; a todos são dadasrepetidas e contínuas oportunidades para reviverem a consciência espiritual. Além disso, Krsna pessoalmente encarna, especialmente em Seu aspecto mais munificente como Caitanya Mahaprabhu, para beneficiar até mesmo as pessoas mais pecaminosas e demoníacas. E os devotos puros do Senhor, da mesma forma, também caminham misericordiosamente por sobre a Terra – simplesmente por entrarem emcontato com eles, mesmo os pássaros e bestas são espiritualmente elevados! Amisericórdia de Krsna é infindável, e pode-se tirar proveito dela em qualquerposição de vida.




Tradução por Bhagavan dasa (DvS) – Capítulos anteriores disponíveis emwww.devocionais.xpg.com.br

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Relatividade e o Caminho Para o Absoluto - Relativity and the Path to the Absolute

Originalmente publicado em Back to Godhead [Volta ao Supremo], revista fundada
por Sua Divina Graça Srila Prabhupada no ano de 1944

Artigo referente à edição do bimestre de maio/junho de 2008
Relatividade e o Caminho Para o Absoluto
Relativity and the Path to the Absolute
por Arcana Siddhi Devi Dasi

Porque muitos fatores influenciam a maneira com que vemos o mundo, muita fé
em nossa própria perspectiva pode ser algo material e espiritualmente perigoso.

Meu esposo e eu estávamos aconselhando um casal, e fazíamos algum progresso,
mas então chegamos a um impasse. O esposo insistia que suas percepções das
interações do casal eram a realidade e que qualquer coisa diferente daquelas
percepções era falsa ou ilusória. Em outras palavras, a visão de sua esposa era
errada se diferente da sua. Meu esposo e eu fizemos o melhor que podíamos para
ajudá-lo a expandir sua perspectiva. Nós esperávamos que ele poderia se
interessar pela possibilidade de ver as coisas de maneira diferente. Mas ele
não largaria seu posicionamento, e ele, por fim, encerrou o aconselhamento
matrimonial.

Depois deste incidente, refleti sobre um apaixonado debate que eu havia tido
com um amigo antes de me tornar devota. Ele insistia que não havia realidade
absoluta, mas apenas nossa realidade subjetiva individual, enquanto que minha
postura era que havia sim uma realidade absoluta – nós apenas não podíamos
percebê-la. Ele insistia que minha posição era apenas minha realidade
subjetiva. Nós dois voltamos para casa frustrados e irritados.

Posteriormente, depois de me tornar devota, descobri que, de acordo com os
ensinamentos Védicos, minhas assertivas estavam corretas. Mas agora eu podia
compreender algo sobre a natureza de tal realidade absoluta: ela é Krsna. Tudo
o que vemos neste mundo vem de uma das muitas energias de Krsna. Mas Sua
energia ilusória (maya) priva-nos de perceber as coisas apropriadamente. Da
mesma forma que um mágico pode fazer-nos pensar que estamos vendo algo que não
está ali, Krsna usa Sua energia ilusória para criar nossa suposta realidade.

Talvez uma pessoa se pergunte a razão para Deus querer privar-nos de ver a
verdade. Na realidade, esse não é o Seu desejo, antes Ele está apenas amparando
o nosso desejo de desfrutarmos separadamente dEle. Quando estamos completamente
desconectados de nosso Senhor, não podemos perceber a realidade. Ao invés
disso, acreditamos em uma “realidade” ilusória, como pessoas sob o feitiço de
um hipnotizador que pensam serem patos ou cachorros. Pela influência de maya, a
alma no mundo material realmente pensa ser um pato ou um cachorro ou um homem
ou uma mulher. Mas tal realidade relativa é temporária e irá desaparecer com a
morte. Apenas a alma eterna segue.

Dhruva Supera a Ilusão

Algumas vezes, mesmo grandes devotos são desnorteados pelas ilusões da
energia material. Dhruva Maharaja era um poderoso rei e devoto do Senhor. No
entanto, quando vingando a morte de seu irmão, Dhruva foi desnorteado pelas
proezas mágicas de seus oponentes, os Yaksas, que eram peritos na criação de
ilusões arrebatadoras. Dhruva acreditava estar no meio de uma grande
devastação. Ele via troncos de corpos humanos caindo do céu juntamente com
armas letais e grandes pedregulhos. Ele viu um tsunami e também um grande
número de animais selvagens vindo devorá-lo.

A energia divina protege os grandes devotos. Para Dhruva, essa energia divina
veio na forma de misericordiosos sábios que se aproximaram dele para ensiná-lo
como desfazer a ilusão. Seguindo suas instruções, Dhruva se lembrou de Krsna e
de Seus santos nomes e assim foi capaz de ver além das ilusões criadas pelos
Yaksas. Esse mesmo refúgio divino está disponível a todos nós. Quando cantamos
Hare Krsna, a ilusão do reino material começa se a dissipar. Krsna nos envia
ajuda na forma de guias espirituais que nos ensinam como desfazermos as ilusões
materiais e redespertarmos nosso adormecido amor a Deus. Então nos tornamos
perfeitamente situados na realidade absoluta.

Filtro Mental

O esposo que estávamos aconselhando estava certo da existência de uma
realidade absoluta, mas ele equivocadamente acreditava ser possível percebê-la
através de sentidos imperfeitos. A ciência nos diz que a todo instante somos
bombardeados por mais de seis milhões de bits de informação que correm para o
nosso interior através de nossos sentidos. Os cientistas postularam que o
sistema de ativação reticular, localizado na base do cérebro, age como um
porteiro, impedindo que sejamos subjugados pelo excesso de informações. Esse
sistema de filtragem permite que entrem em nossa percepção consciente
informações baseadas em nossas experiências e em nossas crenças sobre nós
mesmos.


No Bhagavad-gita, Krsna explica a Seu amigo e discípulo Arjuna que Ele é a
fonte de toda lembrança, de todo conhecimento e de todo esquecimento. Krsna,
como a Superalma dentro de nossos corações, sanciona quais informações vão até
nossa percepção consciente. De acordo com nossos desejos, Krsna fortalece nossa
fé em certas percepções ou idéias de forma a apoiar uma experiência em
particular dentro do reino material.


Embora a ciência moderna e a sabedoria antiga nem sempre estejam em harmonia,
explicações científicas podem, algumas vezes, serem úteis na apresentação de
pontos filosóficos. Podemos, por exemplo, dizer que nosso prarabdha karma
(karma manifesto) se manifesta por meio dos cromossomos ou do DNA.
Similarmente, a Superalma pode, por meio do sistema reticular, filtrar
informações contrárias a nossas crenças. Se algumas pessoas, por exemplo, dizem
que sou uma pessoa legal, eu talvez rejeite essas percepções e pense que elas
querem me vender algo ou me manipular de alguma maneira.


Além desse filtro de informações no cérebro, nossos sentidos também cometem
erros. Podemos ver uma corda e pensar que se trata de uma cobra. E, dependendo
do tamanho de nossa determinação em convencer outros sobre o que pensamos,
podemos apresentar informações enganadoras ou mentirosas. O desejo de um
experimentador por um resultado específico frequentemente contamina os
experimentos científicos.


Até que tenhamos purificado nossa consciência, nossa natureza condicionada
irá influenciar nossos pensamentos e nossa habilidade de compreender até mesmo
o conhecimento absoluto advindo de fontes puras. Se, por exemplo, em razão de
minha criação, eu acredito que Deus é vingativo e irado, eu irei filtrar as
informações que expõem como Ele é amável e misericordioso com Seus devotos.
Portanto, é prudente questionarmos nossas próprias percepções da realidade e
estarmos abertos as de outros, especialmente das pessoas espiritualmente
avançadas.


Estágios do Pensar


Outro aspecto de nossa constituição psicológica que afeta nossa habilidade em
perceber a realidade absoluta é nosso desenvolvimento cognitivo, ou a maneira
com que nosso processamento de pensamentos se desenvolve. William Perry, um
psicólogo desenvolvimentista, descreve estágios de desenvolvimento cognitivo
que acredito poderem ser úteis para os devotos distinguirem entre fanatismo e
iluminação. O primeiro estágio é o pensar preto e branco, no qual não podemos
tolerar pontos de vista diferentes dos nossos e no qual o nosso pensar é rígido
e dogmático. Alguns de nós não vão além desse estágio; o restante progride para
o pensar relativista e ouve e considera diferentes perspectivas e opiniões. O
pensar relativista ajuda as pessoas a iniciarem e manterem relacionamentos
íntimos. O estágio final, que Perry diz ser raramente alcançado, é o
comprometimento. A pessoa nesse estágio tem crenças fixas, mas tolera as
percepções de outros. De acordo com a pesquisa de Perry, as
pessoas de consciência espiritual altamente elevada que poderiam ser
classificadas dentro desse último estágio fazem parte de um grupo pequeno e
seleto.


À primeira vista, o pensador preto e branco e o comprometido talvez pareçam
iguais: ambos estão convencidos de suas crenças, diferentemente do pensador
relativista (estágio dois). Mas o pensador comprometido irá aceitar outros,
enquanto o pensador preto e branco é frequentemente fanático e irredutível.
Terroristas estão presos no estágio um e criam grande perturbação no mundo por
pensarem que sua realidade subjetiva é a única verdade. A missão deles é
converter outros à sua abominável maneira de pensar. Como a história moderna
mostra, esse tipo de pensamentos sectário com vestes de religião é extremamente
perigoso.


Perigos do Sectarismo


Srila Prabhupada, um Vaisnava superlativamente comprometido, enfatizou por
diversas vezes que sua sociedade, a Sociedade Internacional para a Consciência
de Krsna, era não-sectária. Ele não estava concentrando esforços para converter
pessoas de uma religião para outra; ele queria ajudar as pessoas a
desenvolverem amor por Deus. Bhaktivinoda Thakura, predecessor de Prabhupada,
listou o sectarismo como um dos principais obstáculos ao progresso espiritual
por ele dificultar o encontro de um guru e a associação com devotos sinceros
que possam não estar contidos no grupo rigorosamente definido da pessoa.


Juntamente com a aceitação da Verdade Absoluta, temos de lembrar que vivemos
em um mundo relativo e que nossas percepções e experiências são subjetivas. Se
eu sinto frio e outra pessoa sente calor, está calor ou está frio? Dizer “eu
estou com frio” expressa minha realidade subjetiva, mas dizer “está frio” é uma
imposição de minha realidade subjetiva sobre os outros. Prabhupada nos ensina a
não confiarmos em nossa realidade subjetiva para entendermos a verdade. Ele dá
o exemplo de um grupo de homens cegos tentando dizer a identidade de um
elefante tocando nele. Um dos homens, sentido sua tromba, declara que a
criatura é uma grande cobra. Outro, envolvendo uma das pernas do elefante com
seus braços, conjectura que o elefante é um grande pilar. A percepção limitada
e subjetiva de cada homem do grupo falha na identificação correta do objeto.
Para conhecerem a verdade, eles precisam da ajuda de uma pessoa com visão.


Relatividade é algo que irá nos influenciar até que nossa natureza
condicionada seja purificada. Prabhupada, portanto, ensina-nos a cultivarmos
uma atitude humilde e de serviço para com os outros, especialmente para com as
almas avançadas. Unicamente pela misericórdia delas podemos entender o reino do
Absoluto. Quando deixamos de defender nossas impressões e percepções como o
padrão absoluto e aceitamos as experiências de outros, tornamo-nos mais
amáveis.


Esse tipo de pensamento irá aprimorar nossa efetividade na difusão dos
ensinamentos do Vaisnavismo e também irá auxiliar na manutenção de nossos
relacionamentos com outros Vaisnavas, inclusive com nosso esposo ou esposa. O
pensamento preto e branco torna um casamento instável e com alta probabilidade
de divórcio. Se nos encontramos entrincheirados no desejo de estabelecermos
nossas perspectivas relativas como absolutas, devemos orar pelo progresso para
além desse estágio de pensamento.


Irmos para além do pensamento preto e branco irá nos ajudar a avançarmos
espiritualmente. Então, um dia, entraremos na realidade absoluta, onde nossas
percepções subjetivas são perfeitas. Nesse estágio, não mais contaminados pela
energia material, ficamos sob a influência da energia interna de Krsna e vemos
a realidade espiritual através de nossa relação particular com Krsna. Os
vaqueirinhos vêem Krsna como o seu melhor amigo, os vaqueiros e vaqueiras mais
velhos vêem-nO como seu filho, e as jovens vaqueirinhas vêem-nO como seu
amante. Todos eles acreditam que sua posição é a melhor, e todos eles estão
subjetivamente corretos.


Através de sinceridade, serviço e misericórdia, podemos transcender a
existência material e entrar em um mundo destituído de tensão entre as
realidades subjetivas e absolutas. No mundo material, o relativo e o absoluto
competem pela supremacia e podem destruir relacionamentos. No mundo espiritual,
o relativo e o absoluto trabalham juntos na intensificação dos relacionamentos
amorosos. Uma vez lá, nunca mais teremos de voltar para este mundo onde há
apenas duas possibilidades: “ou eu estou certo ou você está errado”.

Porque muitos fatores influenciam a maneira com que vemos o mundo, muita fé
em nossa própria perspectiva pode ser algo material e espiritualmente perigoso.
Meu esposo e eu estávamos aconselhando um casal, e fazíamos algum progresso,
mas então chegamos a um impasse. O esposo insistia que suas percepções das
interações do casal eram a realidade e que qualquer coisa diferente daquelas
percepções era falsa ou ilusória. Em outras palavras, a visão de sua esposa era
errada se diferente da sua. Meu esposo e eu fizemos o melhor que podíamos para
ajudá-lo a expandir sua perspectiva. Nós esperávamos que ele poderia se
interessar pela possibilidade de ver as coisas de maneira diferente. Mas ele
não largaria seu posicionamento, e ele, por fim, encerrou o aconselhamento
matrimonial.


Depois deste incidente, refleti sobre um apaixonado debate que eu havia tido
com um amigo antes de me tornar devota. Ele insistia que não havia realidade
absoluta, mas apenas nossa realidade subjetiva individual, enquanto que minha
postura era que havia sim uma realidade absoluta – nós apenas não podíamos
percebê-la. Ele insistia que minha posição era apenas minha realidade
subjetiva. Nós dois voltamos para casa frustrados e irritados.


Posteriormente, depois de me tornar devota, descobri que, de acordo com os
ensinamentos Védicos, minhas assertivas estavam corretas. Mas agora eu podia
compreender algo sobre a natureza de tal realidade absoluta: ela é Krsna. Tudo
o que vemos neste mundo vem de uma das muitas energias de Krsna. Mas Sua
energia ilusória (maya) priva-nos de perceber as coisas apropriadamente. Da
mesma forma que um mágico pode fazer-nos pensar que estamos vendo algo que não
está ali, Krsna usa Sua energia ilusória para criar nossa suposta realidade.


Talvez uma pessoa se pergunte a razão para Deus querer privar-nos de ver a
verdade. Na realidade, esse não é o Seu desejo, antes Ele está apenas amparando
o nosso desejo de desfrutarmos separadamente dEle. Quando estamos completamente
desconectados de nosso Senhor, não podemos perceber a realidade. Ao invés
disso, acreditamos em uma “realidade” ilusória, como pessoas sob o feitiço de
um hipnotizador que pensam serem patos ou cachorros. Pela influência de maya, a
alma no mundo material realmente pensa ser um pato ou um cachorro ou um homem
ou uma mulher. Mas tal realidade relativa é temporária e irá desaparecer com a
morte. Apenas a alma eterna segue.


Dhruva Supera a Ilusão


Algumas vezes, mesmo grandes devotos são desnorteados pelas ilusões da
energia material. Dhruva Maharaja era um poderoso rei e devoto do Senhor. No
entanto, quando vingando a morte de seu irmão, Dhruva foi desnorteado pelas
proezas mágicas de seus oponentes, os Yaksas, que eram peritos na criação de
ilusões arrebatadoras. Dhruva acreditava estar no meio de uma grande
devastação. Ele via troncos de corpos humanos caindo do céu juntamente com
armas letais e grandes pedregulhos. Ele viu um tsunami e também um grande
número de animais selvagens vindo devorá-lo.


A energia divina protege os grandes devotos. Para Dhruva, essa energia divina
veio na forma de misericordiosos sábios que se aproximaram dele para ensiná-lo
como desfazer a ilusão. Seguindo suas instruções, Dhruva se lembrou de Krsna e
de Seus santos nomes e assim foi capaz de ver além das ilusões criadas pelos
Yaksas. Esse mesmo refúgio divino está disponível a todos nós. Quando cantamos
Hare Krsna, a ilusão do reino material começa se a dissipar. Krsna nos envia
ajuda na forma de guias espirituais que nos ensinam como desfazermos as ilusões
materiais e redespertarmos nosso adormecido amor a Deus. Então nos tornamos
perfeitamente situados na realidade absoluta.


Filtro Mental


O esposo que estávamos aconselhando estava certo da existência de uma
realidade absoluta, mas ele equivocadamente acreditava ser possível percebê-la
através de sentidos imperfeitos. A ciência nos diz que a todo instante somos
bombardeados por mais de seis milhões de bits de informação que correm para o
nosso interior através de nossos sentidos. Os cientistas postularam que o
sistema de ativação reticular, localizado na base do cérebro, age como um
porteiro, impedindo que sejamos subjugados pelo excesso de informações. Esse
sistema de filtragem permite que entrem em nossa percepção consciente
informações baseadas em nossas experiências e em nossas crenças sobre nós
mesmos.


No Bhagavad-gita, Krsna explica a Seu amigo e discípulo Arjuna que Ele é a
fonte de toda lembrança, de todo conhecimento e de todo esquecimento. Krsna,
como a Superalma dentro de nossos corações, sanciona quais informações vão até
nossa percepção consciente. De acordo com nossos desejos, Krsna fortalece nossa
fé em certas percepções ou idéias de forma a apoiar uma experiência em
particular dentro do reino material.


Embora a ciência moderna e a sabedoria antiga nem sempre estejam em harmonia,
explicações científicas podem, algumas vezes, serem úteis na apresentação de
pontos filosóficos. Podemos, por exemplo, dizer que nosso prarabdha karma
(karma manifesto) se manifesta por meio dos cromossomos ou do DNA.
Similarmente, a Superalma pode, por meio do sistema reticular, filtrar
informações contrárias a nossas crenças. Se algumas pessoas, por exemplo, dizem
que sou uma pessoa legal, eu talvez rejeite essas percepções e pense que elas
querem me vender algo ou me manipular de alguma maneira.


Além desse filtro de informações no cérebro, nossos sentidos também cometem
erros. Podemos ver uma corda e pensar que se trata de uma cobra. E, dependendo
do tamanho de nossa determinação em convencer outros sobre o que pensamos,
podemos apresentar informações enganadoras ou mentirosas. O desejo de um
experimentador por um resultado específico frequentemente contamina os
experimentos científicos.


Até que tenhamos purificado nossa consciência, nossa natureza condicionada
irá influenciar nossos pensamentos e nossa habilidade de compreender até mesmo
o conhecimento absoluto advindo de fontes puras. Se, por exemplo, em razão de
minha criação, eu acredito que Deus é vingativo e irado, eu irei filtrar as
informações que expõem como Ele é amável e misericordioso com Seus devotos.
Portanto, é prudente questionarmos nossas próprias percepções da realidade e
estarmos abertos as de outros, especialmente das pessoas espiritualmente
avançadas.


Estágios do Pensar


Outro aspecto de nossa constituição psicológica que afeta nossa habilidade em
perceber a realidade absoluta é nosso desenvolvimento cognitivo, ou a maneira
com que nosso processamento de pensamentos se desenvolve. William Perry, um
psicólogo desenvolvimentista, descreve estágios de desenvolvimento cognitivo
que acredito poderem ser úteis para os devotos distinguirem entre fanatismo e
iluminação. O primeiro estágio é o pensar preto e branco, no qual não podemos
tolerar pontos de vista diferentes dos nossos e no qual o nosso pensar é rígido
e dogmático. Alguns de nós não vão além desse estágio; o restante progride para
o pensar relativista e ouve e considera diferentes perspectivas e opiniões. O
pensar relativista ajuda as pessoas a iniciarem e manterem relacionamentos
íntimos. O estágio final, que Perry diz ser raramente alcançado, é o
comprometimento. A pessoa nesse estágio tem crenças fixas, mas tolera as
percepções de outros. De acordo com a pesquisa de Perry, as
pessoas de consciência espiritual altamente elevada que poderiam ser
classificadas dentro desse último estágio fazem parte de um grupo pequeno e
seleto.


À primeira vista, o pensador preto e branco e o comprometido talvez pareçam
iguais: ambos estão convencidos de suas crenças, diferentemente do pensador
relativista (estágio dois). Mas o pensador comprometido irá aceitar outros,
enquanto o pensador preto e branco é frequentemente fanático e irredutível.
Terroristas estão presos no estágio um e criam grande perturbação no mundo por
pensarem que sua realidade subjetiva é a única verdade. A missão deles é
converter outros à sua abominável maneira de pensar. Como a história moderna
mostra, esse tipo de pensamentos sectário com vestes de religião é extremamente
perigoso.


Perigos do Sectarismo


Srila Prabhupada, um Vaisnava superlativamente comprometido, enfatizou por
diversas vezes que sua sociedade, a Sociedade Internacional para a Consciência
de Krsna, era não-sectária. Ele não estava concentrando esforços para converter
pessoas de uma religião para outra; ele queria ajudar as pessoas a
desenvolverem amor por Deus. Bhaktivinoda Thakura, predecessor de Prabhupada,
listou o sectarismo como um dos principais obstáculos ao progresso espiritual
por ele dificultar o encontro de um guru e a associação com devotos sinceros
que possam não estar contidos no grupo rigorosamente definido da pessoa.


Juntamente com a aceitação da Verdade Absoluta, temos de lembrar que vivemos
em um mundo relativo e que nossas percepções e experiências são subjetivas. Se
eu sinto frio e outra pessoa sente calor, está calor ou está frio? Dizer “eu
estou com frio” expressa minha realidade subjetiva, mas dizer “está frio” é uma
imposição de minha realidade subjetiva sobre os outros. Prabhupada nos ensina a
não confiarmos em nossa realidade subjetiva para entendermos a verdade. Ele dá
o exemplo de um grupo de homens cegos tentando dizer a identidade de um
elefante tocando nele. Um dos homens, sentido sua tromba, declara que a
criatura é uma grande cobra. Outro, envolvendo uma das pernas do elefante com
seus braços, conjectura que o elefante é um grande pilar. A percepção limitada
e subjetiva de cada homem do grupo falha na identificação correta do objeto.
Para conhecerem a verdade, eles precisam da ajuda de uma pessoa com visão.


Relatividade é algo que irá nos influenciar até que nossa natureza
condicionada seja purificada. Prabhupada, portanto, ensina-nos a cultivarmos
uma atitude humilde e de serviço para com os outros, especialmente para com as
almas avançadas. Unicamente pela misericórdia delas podemos entender o reino do
Absoluto. Quando deixamos de defender nossas impressões e percepções como o
padrão absoluto e aceitamos as experiências de outros, tornamo-nos mais
amáveis.


Esse tipo de pensamento irá aprimorar nossa efetividade na difusão dos
ensinamentos do Vaisnavismo e também irá auxiliar na manutenção de nossos
relacionamentos com outros Vaisnavas, inclusive com nosso esposo ou esposa. O
pensamento preto e branco torna um casamento instável e com alta probabilidade
de divórcio. Se nos encontramos entrincheirados no desejo de estabelecermos
nossas perspectivas relativas como absolutas, devemos orar pelo progresso para
além desse estágio de pensamento.


Irmos para além do pensamento preto e branco irá nos ajudar a avançarmos
espiritualmente. Então, um dia, entraremos na realidade absoluta, onde nossas
percepções subjetivas são perfeitas. Nesse estágio, não mais contaminados pela
energia material, ficamos sob a influência da energia interna de Krsna e vemos
a realidade espiritual através de nossa relação particular com Krsna. Os
vaqueirinhos vêem Krsna como o seu melhor amigo, os vaqueiros e vaqueiras mais
velhos vêem-nO como seu filho, e as jovens vaqueirinhas vêem-nO como seu
amante. Todos eles acreditam que sua posição é a melhor, e todos eles estão
subjetivamente corretos.


Através de sinceridade, serviço e misericórdia, podemos transcender a
existência material e entrar em um mundo destituído de tensão entre as
realidades subjetivas e absolutas. No mundo material, o relativo e o absoluto
competem pela supremacia e podem destruir relacionamentos. No mundo espiritual,
o relativo e o absoluto trabalham juntos na intensificação dos relacionamentos
amorosos. Uma vez lá, nunca mais teremos de voltar para este mundo onde há
apenas duas possibilidades: “ou eu estou certo ou você está errado”.




Tradução por Bhagavan dasa (DvS)por Arcana Siddhi Devi Dasi


Porque muitos fatores influenciam a maneira com que vemos o mundo, muita fé
em nossa própria perspectiva pode ser algo material e espiritualmente perigoso.

Meu esposo e eu estávamos aconselhando um casal, e fazíamos algum progresso,
mas então chegamos a um impasse. O esposo insistia que suas percepções das
interações do casal eram a realidade e que qualquer coisa diferente daquelas
percepções era falsa ou ilusória. Em outras palavras, a visão de sua esposa era
errada se diferente da sua. Meu esposo e eu fizemos o melhor que podíamos para
ajudá-lo a expandir sua perspectiva. Nós esperávamos que ele poderia se
interessar pela possibilidade de ver as coisas de maneira diferente. Mas ele
não largaria seu posicionamento, e ele, por fim, encerrou o aconselhamento
matrimonial.

Depois deste incidente, refleti sobre um apaixonado debate que eu havia tido
com um amigo antes de me tornar devota. Ele insistia que não havia realidade
absoluta, mas apenas nossa realidade subjetiva individual, enquanto que minha
postura era que havia sim uma realidade absoluta – nós apenas não podíamos
percebê-la. Ele insistia que minha posição era apenas minha realidade
subjetiva. Nós dois voltamos para casa frustrados e irritados.

Posteriormente, depois de me tornar devota, descobri que, de acordo com os
ensinamentos Védicos, minhas assertivas estavam corretas. Mas agora eu podia
compreender algo sobre a natureza de tal realidade absoluta: ela é Krsna. Tudo
o que vemos neste mundo vem de uma das muitas energias de Krsna. Mas Sua
energia ilusória (maya) priva-nos de perceber as coisas apropriadamente. Da
mesma forma que um mágico pode fazer-nos pensar que estamos vendo algo que não
está ali, Krsna usa Sua energia ilusória para criar nossa suposta realidade.


Talvez uma pessoa se pergunte a razão para Deus querer privar-nos de ver a
verdade. Na realidade, esse não é o Seu desejo, antes Ele está apenas amparando
o nosso desejo de desfrutarmos separadamente dEle. Quando estamos completamente
desconectados de nosso Senhor, não podemos perceber a realidade. Ao invés
disso, acreditamos em uma “realidade” ilusória, como pessoas sob o feitiço de
um hipnotizador que pensam serem patos ou cachorros. Pela influência de maya, a
alma no mundo material realmente pensa ser um pato ou um cachorro ou um homem
ou uma mulher. Mas tal realidade relativa é temporária e irá desaparecer com a
morte. Apenas a alma eterna segue.

Dhruva Supera a Ilusão


Algumas vezes, mesmo grandes devotos são desnorteados pelas ilusões da
energia material. Dhruva Maharaja era um poderoso rei e devoto do Senhor. No
entanto, quando vingando a morte de seu irmão, Dhruva foi desnorteado pelas
proezas mágicas de seus oponentes, os Yaksas, que eram peritos na criação de
ilusões arrebatadoras. Dhruva acreditava estar no meio de uma grande
devastação. Ele via troncos de corpos humanos caindo do céu juntamente com
armas letais e grandes pedregulhos. Ele viu um tsunami e também um grande
número de animais selvagens vindo devorá-lo.

A energia divina protege os grandes devotos. Para Dhruva, essa energia divina
veio na forma de misericordiosos sábios que se aproximaram dele para ensiná-lo
como desfazer a ilusão. Seguindo suas instruções, Dhruva se lembrou de Krsna e
de Seus santos nomes e assim foi capaz de ver além das ilusões criadas pelos
Yaksas. Esse mesmo refúgio divino está disponível a todos nós. Quando cantamos
Hare Krsna, a ilusão do reino material começa se a dissipar. Krsna nos envia
ajuda na forma de guias espirituais que nos ensinam como desfazermos as ilusões
materiais e redespertarmos nosso adormecido amor a Deus. Então nos tornamos
perfeitamente situados na realidade absoluta.






Filtro Mental

O esposo que estávamos aconselhando estava certo da existência de uma
realidade absoluta, mas ele equivocadamente acreditava ser possível percebê-la
através de sentidos imperfeitos. A ciência nos diz que a todo instante somos
bombardeados por mais de seis milhões de bits de informação que correm para o
nosso interior através de nossos sentidos. Os cientistas postularam que o
sistema de ativação reticular, localizado na base do cérebro, age como um
porteiro, impedindo que sejamos subjugados pelo excesso de informações. Esse
sistema de filtragem permite que entrem em nossa percepção consciente
informações baseadas em nossas experiências e em nossas crenças sobre nós
mesmos.

No Bhagavad-gita, Krsna explica a Seu amigo e discípulo Arjuna que Ele é a
fonte de toda lembrança, de todo conhecimento e de todo esquecimento. Krsna,
como a Superalma dentro de nossos corações, sanciona quais informações vão até
nossa percepção consciente. De acordo com nossos desejos, Krsna fortalece nossa
fé em certas percepções ou idéias de forma a apoiar uma experiência em
particular dentro do reino material.

Embora a ciência moderna e a sabedoria antiga nem sempre estejam em harmonia,
explicações científicas podem, algumas vezes, serem úteis na apresentação de
pontos filosóficos. Podemos, por exemplo, dizer que nosso prarabdha karma
(karma manifesto) se manifesta por meio dos cromossomos ou do DNA.
Similarmente, a Superalma pode, por meio do sistema reticular, filtrar
informações contrárias a nossas crenças. Se algumas pessoas, por exemplo, dizem
que sou uma pessoa legal, eu talvez rejeite essas percepções e pense que elas
querem me vender algo ou me manipular de alguma maneira.

Além desse filtro de informações no cérebro, nossos sentidos também cometem
erros. Podemos ver uma corda e pensar que se trata de uma cobra. E, dependendo
do tamanho de nossa determinação em convencer outros sobre o que pensamos,
podemos apresentar informações enganadoras ou mentirosas. O desejo de um
experimentador por um resultado específico frequentemente contamina os
experimentos científicos.

Até que tenhamos purificado nossa consciência, nossa natureza condicionada
irá influenciar nossos pensamentos e nossa habilidade de compreender até mesmo
o conhecimento absoluto advindo de fontes puras. Se, por exemplo, em razão de
minha criação, eu acredito que Deus é vingativo e irado, eu irei filtrar as
informações que expõem como Ele é amável e misericordioso com Seus devotos.
Portanto, é prudente questionarmos nossas próprias percepções da realidade e
estarmos abertos as de outros, especialmente das pessoas espiritualmente
avançadas.

Estágios do Pensar

Outro aspecto de nossa constituição psicológica que afeta nossa habilidade em
perceber a realidade absoluta é nosso desenvolvimento cognitivo, ou a maneira
com que nosso processamento de pensamentos se desenvolve. William Perry, um
psicólogo desenvolvimentista, descreve estágios de desenvolvimento cognitivo
que acredito poderem ser úteis para os devotos distinguirem entre fanatismo e
iluminação. O primeiro estágio é o pensar preto e branco, no qual não podemos
tolerar pontos de vista diferentes dos nossos e no qual o nosso pensar é rígido
e dogmático. Alguns de nós não vão além desse estágio; o restante progride para
o pensar relativista e ouve e considera diferentes perspectivas e opiniões. O
pensar relativista ajuda as pessoas a iniciarem e manterem relacionamentos
íntimos. O estágio final, que Perry diz ser raramente alcançado, é o
comprometimento. A pessoa nesse estágio tem crenças fixas, mas tolera as
percepções de outros. De acordo com a pesquisa de Perry, as
pessoas de consciência espiritual altamente elevada que poderiam ser
classificadas dentro desse último estágio fazem parte de um grupo pequeno e
seleto.

À primeira vista, o pensador preto e branco e o comprometido talvez pareçam
iguais: ambos estão convencidos de suas crenças, diferentemente do pensador
relativista (estágio dois). Mas o pensador comprometido irá aceitar outros,
enquanto o pensador preto e branco é frequentemente fanático e irredutível.
Terroristas estão presos no estágio um e criam grande perturbação no mundo por
pensarem que sua realidade subjetiva é a única verdade. A missão deles é
converter outros à sua abominável maneira de pensar. Como a história moderna
mostra, esse tipo de pensamentos sectário com vestes de religião é extremamente
perigoso.

Perigos do Sectarismo

Srila Prabhupada, um Vaisnava superlativamente comprometido, enfatizou por
diversas vezes que sua sociedade, a Sociedade Internacional para a Consciência
de Krsna, era não-sectária. Ele não estava concentrando esforços para converter
pessoas de uma religião para outra; ele queria ajudar as pessoas a
desenvolverem amor por Deus. Bhaktivinoda Thakura, predecessor de Prabhupada,
listou o sectarismo como um dos principais obstáculos ao progresso espiritual
por ele dificultar o encontro de um guru e a associação com devotos sinceros
que possam não estar contidos no grupo rigorosamente definido da pessoa.

Juntamente com a aceitação da Verdade Absoluta, temos de lembrar que vivemos
em um mundo relativo e que nossas percepções e experiências são subjetivas. Se
eu sinto frio e outra pessoa sente calor, está calor ou está frio? Dizer “eu
estou com frio” expressa minha realidade subjetiva, mas dizer “está frio” é uma
imposição de minha realidade subjetiva sobre os outros. Prabhupada nos ensina a
não confiarmos em nossa realidade subjetiva para entendermos a verdade. Ele dá
o exemplo de um grupo de homens cegos tentando dizer a identidade de um
elefante tocando nele. Um dos homens, sentido sua tromba, declara que a
criatura é uma grande cobra. Outro, envolvendo uma das pernas do elefante com
seus braços, conjectura que o elefante é um grande pilar. A percepção limitada
e subjetiva de cada homem do grupo falha na identificação correta do objeto.
Para conhecerem a verdade, eles precisam da ajuda de uma pessoa com visão.

Relatividade é algo que irá nos influenciar até que nossa natureza
condicionada seja purificada. Prabhupada, portanto, ensina-nos a cultivarmos
uma atitude humilde e de serviço para com os outros, especialmente para com as
almas avançadas. Unicamente pela misericórdia delas podemos entender o reino do
Absoluto. Quando deixamos de defender nossas impressões e percepções como o
padrão absoluto e aceitamos as experiências de outros, tornamo-nos mais
amáveis.

Esse tipo de pensamento irá aprimorar nossa efetividade na difusão dos
ensinamentos do Vaisnavismo e também irá auxiliar na manutenção de nossos
relacionamentos com outros Vaisnavas, inclusive com nosso esposo ou esposa. O
pensamento preto e branco torna um casamento instável e com alta probabilidade
de divórcio. Se nos encontramos entrincheirados no desejo de estabelecermos
nossas perspectivas relativas como absolutas, devemos orar pelo progresso para
além desse estágio de pensamento.

Irmos para além do pensamento preto e branco irá nos ajudar a avançarmos
espiritualmente. Então, um dia, entraremos na realidade absoluta, onde nossas
percepções subjetivas são perfeitas. Nesse estágio, não mais contaminados pela
energia material, ficamos sob a influência da energia interna de Krsna e vemos
a realidade espiritual através de nossa relação particular com Krsna. Os
vaqueirinhos vêem Krsna como o seu melhor amigo, os vaqueiros e vaqueiras mais
velhos vêem-nO como seu filho, e as jovens vaqueirinhas vêem-nO como seu
amante. Todos eles acreditam que sua posição é a melhor, e todos eles estão
subjetivamente corretos.

Através de sinceridade, serviço e misericórdia, podemos transcender a
existência material e entrar em um mundo destituído de tensão entre as
realidades subjetivas e absolutas. No mundo material, o relativo e o absoluto
competem pela supremacia e podem destruir relacionamentos. No mundo espiritual,
o relativo e o absoluto trabalham juntos na intensificação dos relacionamentos
amorosos. Uma vez lá, nunca mais teremos de voltar para este mundo onde há
apenas duas possibilidades: “ou eu estou certo ou você está errado”.

Tradução por Bhagavan dasa (DvS)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Amanina manadena 2


Amanina manadena 2


A realidade filosófica da Consciência de Krsna demostra a disposição psicológica adequada."

A Suprema Personalidade de Deus disse: Destemor; purificação da própria existência; cultivo de conhecimento espiritual; caridade; autocontrole; execução de sacrifícios; estudo dos Vedas; austeridade; simplicidade; não-violência; veracidade; estar livre da ira; renúncia; tranquilidade; não gostar de achar defeitos; compaixão para com outras entidades vivas; estar livre da cobiça; gentileza; modéstia; firme determinação; vigor; clemência; fortaleza; limpeza; e estar livre da inveja e da paixão pela honra - estas qualidades transcendentais, ó filho de Bharata, existem nos homens piedosos dotados de natureza divina."(BG-16.1-3)


Neste caso, as realidades filosófica e psicológica estão em harmonia, ou seja, a realidade psicológica adequada faz parte da própria Filosofia da Consciência de Krsna. Desta forma, é possível praticar e transmitir a Filosofia da Consciência de Krsna.A realidade filosófica da Consciência de Krsna também demonstra a disposição psicológica inadequada."Orgulho,arrogância,presunção,ira,rispidez e ignorância - estas qualidades pertencem àqueles cuja natureza é demoníaca, ó filho de Prtha." BG-16.4)Neste caso,as realidades filosófica e psicológica estão em desarmonia.Porque a disposição psicológica é inadequada, não é possível praticar ou transmitir a Filosofia da Consciência de Krsna.


A realidade filosófica da Consciência de Krsna também demonstra a disposição psicológica inadequada.


"Orgulho,arrogância,presunção,ira,rispidez e ignorância - estas qualidades pertencem àqueles cuja natureza é demoníaca, ó filho de Prtha." BG-16.4) Neste caso,as realidades filosófica e psicológica estão em desarmonia.Porque a disposição psicológica é inadequada, não é possível praticar ou transmitir a Filosofia da Consciência de Krsna.

Amanina manadena 01



Amanina manadena
Srila Prabhupada explica:"então isto é submissão. O processo de entendimento do conhecimento transcendental não é feito por desafiar,mas por submissão.Todo o processo de Bhakti é submissão. Esta é a pregação de Caitanya Mahaprabhu:


"trnad api sunicena


taror api sahisnuna


amanina manadena


kirtaniya sada harih"


Se alguém esta interessado em avançar no cantar,então Sri Caitanya Mahaprabhu aconselha tal pessoa a ser mais humilde que a folha na rua e mais tolerante que uma árvore,trnad api sunicena taror api sahisnuna amanina:não sentir-se muito orgulhoso da sua própria inteligência,deve-se dar todo o respeito aos outros e desta forma pode-se cantar o Maha Mantra Hare Krsna sem ofensas.


"Srila Prabhupada Ki Jaya!!!


Psicologicamente falando não devemos "pensar" que somos os mais caídos, mas devemos "realmente sentir" que somos os mais caídos.




"Realmente sentir-se" o mais caído e reconhecer a supremacia dos Vaishnavas maiores (como nos foi ensinado com base nas escrituras) é a meta de todo Vaisnava sincero. Filosoficamente falando,ao transmitirmos a Filosofia superior de Sri Krsna não devemos desafiar ninguém, mas simplesmente transmitir.




Quando um devoto sincero consegue unir a realidade filosófica (a Filosofia superior de Sri Krsna), com a realidade psicológica de "sentir-se realmente" o mais caído faz com que até os animais cantem Hare Krsna Hare Krsna Krsna Krsna Hare HareHare Rama Hare Rama Rama Rama Hare HareEste é o exemplo de Sri Caitanyadeva, a personificação do devoto perfeito.


Vosso servo,


Prahladesh Dasa

quarta-feira, 11 de junho de 2008

INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO Inquiries into the Absolute 02

www.romapadaswami.com
INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO Inquiries into the Absolute
Uma coleção de respostas intrigantes e motivadoras para o intelecto apresentadas por Sua Santidade Romapada Svami às questões levantadas pordevotos acerca de variados tópicos espirituais.
2. Canto
2.4. Ofensas no Cantar
2.4.1) As Dez Ofensas ao Cantar
Pergunta: Quais são as várias ofensas durante o cantar do santo nome do Senhor? (Digest 20.4)

Resposta: Há dez ofensas ao cantar, as mais importantes de serem evitadassendo as ofensas ou críticas aos Vaisnavas, o desrespeito às ordens do mestreespiritual e a execução de atividades pecaminosas tendo por respaldo o poder docantar. Uma lista completa dessas ofensas é encontrada no final do oitavocapítulo de O Néctar da Devoção e também em Srimad-Bhagavatam 2.1.11. 2.4.2) Cantar Ofensivo e a Condução ao Gosto através do Cantar do Santo Nome

Pergunta: É dito que se uma pessoa canta com ofensas, ela pode seguir cantando por milhões de anos e nunca tomar gosto pelo santo nome. Também é ditoque tal modalidade de cantar traz o gosto pelo cantar. Como as duas coisas são possíveis? Por favor, desfaça a contradição. (Digest 15.1)

Resposta: O cantar ofensivo não é inútil. Todavia, através do cantar imperfeito, manchado com ofensas, é preciso mais tempo para se purificar ocoração e se alcançar o fruto do cantar, a saber, a obtenção do gosto pelocantar e a aproximação do estágio de amor por Deus. Portanto, juntamente com ocantar, a pessoa deve se empenhar para conhecer as ofensas ao santo nome e diligentemente evitá-las. É unicamente se esforçando para continuar cantandoque a pessoa pode transpor a própria falta de gosto e também obter a força parafinalmente superar as ofensas. Em outras palavras, se a pessoa está cometendo ofensas contra o Santo Nome, asolução não é abandonar o cantar, mas aumentar a qualidade e a quantidade docantar – conseqüência da cuidadosa remoção das ofensas.

Se alguém pensa que está tudo bem em seguir cometendo ofensas porque pelocantar todas as ofensas serão neutralizadas sem esforço algum, essa mentalidadeé considerada como sendo a maior das ofensas, e o Santo Nome jamais outorga Suamisericórdia àquele com tal atitude.

A purificação que vem do cantar no “estágio purificatório” conduz a pessoa aoponto em que ela pode remover as próprias ofensas; mas, se a pessoa permaneceindiferente e despreocupada em relação à remoção das ofensas, então ela não iráobter o completo benefício do cantar. Essa é a implicação da primeira afirmaçãoque você citou. Na verdade, portanto, não há contradição alguma entre as duasafirmações.

Tradução por Bhagavan dasa (DvS)

terça-feira, 10 de junho de 2008

INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO - Inquiries into the Absolute



INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO - Inquiries into the Absolute
Uma coleção de respostas intrigantes e motivadoras para o intelectoapresentadas por Sua Santidade Romapada Svami às questões levantadas pordevotos acerca de variados tópicos espirituais.
2. Canto
2.3. Cantar Efetivo:
Dicas Práticas 2.3.1)
Qualificando-se Para o Cantar: Ouvindo e Atraindo a Misericórdia do Mestre Espiritual
Pergunta: Li no digest 189 que "aquele que não segue os princípiosreguladores não é qualificado para cantar (kirtana)". Estou com grandesdificuldades em lidar com meus apegos, e às vezes, ou na maioria das vezes, nãome sinto motivado a cantar. Sinto-me mal e algumas vezes até deprimido pelorumo que estou dando à minha vida e deixando de regar a semente da devoção queganhei por misericórdia dos devotos e de um devoto em especial.
Agora, depois de ler a afirmação citada do digest 189, estou confuso. Peçoque você misericordiosamente explique essa afirmação. (Digest 234.1)
Resposta: A afirmação a que você se refere aparece no seguinte contexto:"Após receber a misericórdia do mestre espiritual, a pessoa deve repetir suasinstruções, e isto é chamado sravana-kirtana - ouvir e cantar. A pessoa que nãoouviu devidamente do mestre espiritual ou que não segue os princípios reguladores não é qualificada para cantar (kirtana)".
A ênfase particular aqui é na importância de "ouvir" do mestre espiritual ena "aplicação do que se ouviu" como um requisito para cantar apropriadamente; aafirmação não tem por fim desqualificar completamente a pessoa do cantar.
De fato, essa afirmação a que você se referiu lhe sugere sutilmente comosuperar a presente perturbação com a qual você está lidando em seu progressodevocional - a solução é novamente refugiar-se no processo de ouvir, e, assim,suas dificuldades com o cantar seriam superadas sem esforços a parte.
É mais elaborado dentro dessa mesma pergunta & resposta (digest 189) como épossível atrair e receber a misericórdia do mestre espiritual - continuando aouvir com entusiasmo, respeito, atitude de serviço e com a disposição de mudaros próprios conceitos. Dentro desse processo de ouvir, toda a perfeição estádisponível. Por se associar com os devotos e os ouvir, você recebe a semente dadevoção, e, por continuar ouvindo, a semente é nutrida e o gosto por ouvir etambém por cantar cresce naturalmente.
Krsna renova nova confiança dizendo que, no começo, a pessoa talvez não possacumprir todas as injunções do Senhor, mas, se ela tem firme fé em Suasinstruções e não O inveja, mas “trabalha sinceramente sem se preocupar comderrota ou fracasso, na certa será promovida ao estágio da Consciência de Krsnapura” (Cf Bg. 3.31 sig.).
É possível receber a misericórdia e transpor todos os conceitos equivocados eapegos em um único instante, como exemplifica a vida pessoal de SrilaPrabhupada. Todavia, mesmo que a pessoa não faça um grande avanço no primeiroou nos primeiros contatos com os devotos, isso não é motivo paradesencorajamento - deve-se apenas continuar ouvindo submissamente e comansiedade por avançar. O processo é absolutamente poderoso e será efetivo nodevido curso do tempo.
Não há motivo para desespero. Você tem certa apreciação e gratidão por terrecebido a semente da devoção; você também tem o desejo de cultivar a sementesinceramente, e sincero pesar por não fazê-lo. Agora, tendo isso como ímpeto,continue a se ocupar no processo de ouvir os devotos realizados - busque portais oportunidades de ouvir Krsna-katha, se possível, como algo rotineiro, pelomenos por alguns minutos diários.
Apegos materiais, embora indesejáveis, não desqualificam uma pessoa para oserviço devocional. Ao contrário, ocupando-se com entusiasmo no serviço devocional, a pessoa irá progressiva e naturalmente encontrar tanto gosto superior que todos os apegos materiais se tornarão insossos e desnecessários.
Como se afirma no Bhagavatam, akama sarva kamo va: “quer carregue consigotodos os desejos materiais, quer não tenha nenhum desejo material, quer desejea liberação, a pessoa inteligente deve, por todos os meios, adorar o todosupremo, a Personalidade de Deus” (SB 2.3.10).
“Sri Krsna, a Personalidade de Deus, que é o Paramatma [Superalma] no coraçãode todos e o benfeitor dos devotos sinceros, remove todo o desejo pelo desfrute material do coração de Seu devoto que intensamente deseja ouvir Suas mensagens, que são por si só virtuosas quando devidamente ouvidas e cantadas”.
“Por regularmente freqüentar aulas do Bhagavatam e prestar serviço aos devotos puros, tudo o que é problemático ao coração é destruído praticamente por completo e o serviço amoroso à Personalidade de Deus, que é adorada comcanções transcendentais, é estabelecido como um fato irrevogável” (SB1.2.17-18).
Srila Prabhupada nos tranqüiliza com seu significado a esses slokas: “Ficaragitado na presença de mulheres e riquezas não deve ser causa de espanto, poistoda entidade viva vem se associando com tais coisas desde tempos remotos,praticamente imemoriais, e leva tempo para se afastar dessa natureza adventícia. Mas se a pessoa está envolvida com a prática de ouvir as glórias do Senhor, gradualmente ela realiza sua posição verdadeira. Pela graça de Deus, tal devoto obtém força suficiente para se defender dos transtornos, e, gradualmente, todos os elementos perturbadores são eliminados de sua mente”.
Tradução por Bhagavan dasa (DvS)