Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami
Jagad Guru Srila Prabhupada

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Usar ou não usar o Dhoti? 3

Usar ou não usar o Dhoti? 3
"Sim, se aumenta a nossa distribuição de livros o uso de roupas quentes e calças no inverno, não tenho objeção, vocês podem usá-las." (Srila Prabhupada em 3 de Dezembro de 1971 à Damodara)
"Quanto aos membros de nossos grupos de Sankirtana vestirem-se como Hippies para aumentar a distribuição de livros, este não é um bom plano...isto deve parar - não devemos dar a ninguém o motivo para nos chamar de Hippies. Mas os devotos podem vestir-se com roupas respeitáveis como senhoras e senhores para distribuir meus livros sob circunstâncias especiais, mas mesmo este programa não deve tornar-se amplo." (Srila Prabhupada em 23 de Novembro de 1972 à Kurusrestha)
"Não há objeção de sair com roupas ocidentais para distribuir meus livros. Não é necessário que sempre usemos as roupas de devotos, mas devemos sempre conservar a Sikha e a Tilaka. Porém, pode-se usar uma peruca ou chapéu, como você descreve. Devemos adoptar qualquer que seja a posição favorável para executar a Consciência de Krsna. Não se esqueçam de nossos princípios. Mas as vezes podemos adaptar estes meios para ajudar a distribuir os livros. De um modo ou de outro distribuam livros, e se vocês podem induzir um pouco as pessoas a cantarem, então não importa a roupa de vocês." (Srila Prabhupada em 6 de Dezembro de 1974 numa conferência)
"Quanto a vender livros com roupa de Karmi. Sim, pode-se fazer isto, não há mal.(Srila Prabhupada em 31 de Outubro de 1974 à SS Hridayananda Dasa Goswami)
"Estou contente de saber do sucesso da distribuição de livros de Tripurari em Chicago. Foi relatado que ele fez isto de Dhoti, mas Karandhara diz que Dhoti atrapalha. Então se ele pode distribuir 105 Gitas e 105 Isopanisads num só dia em Chicago de Dhoti, porque não tentar isto em outro lugares também?" (Srila Prabhupada em 17 de Abril de 1970 à SS Jayapataka Maharaja)
"Quanto as técnicas para a distribuição de livros, está bem que os devotos se vistam como os jovens a quem eles vendem os livros. O principal é que os inocentes recebam os livros e a chance de se tornarem conscientes de Krsna lendo-os. Você tem que cuidar que nossos distribuidores de livros também estejam lendo meus livros e seguindo todos os princípios reguladores, então está certo vender em público desta forma." (Srila Prabhupada em 16 de Junho de 1972 à Madhudvisa)
"É bom que vocês continuem a distribuir a BTG. Se a roupa de Karmi é favorável, então continuem com a roupa de Karmi. Temos de executar actividades missionárias, a roupa não é fundamental." (Srila Prabhupada em 13 de Junho de 1972 à Bhargava)
Carta de 26 de Novembro de 1976 de Hari Sauri Pabhu, aprovada por Srila Prabhupada:O seguinte é um trecho de uma aula do SB 5.6.3 dada em 25 de novembro de 1976.Srila Prabhupada pediu que ela fosse enviada a todos os Templos e GBC:"Se voces passarem a mão na cabeça de seus subordinados, isto aumentará seus maus hábitos, e se voces corrigirem-nos, eles vão melhorar.Por isso aconselha-se que você sempre corrija o seu filho ou discípulo - jamais deixe de fazê-lo; se voce não corrigir, logo aparecerão muitas faltas.Agora, para nossa vida prática, somos conhecidos no mundo todo como cabeças rapadas, não é?Agora estamos ficando cabeludos.Estamos esquecendo-nos de rapar a cabeça.Porque não existe a correção, logo aparecem coisas defeituosas.Então devemos ser conhecidos como cabeças rapadas e não como cabeludos.Isso é uma discrepância.Pelo menos uma vez por mês vocês devem estar com a cabeça bem rapada.Na quinzena brilhante, no dia de Purnima, quatro dias depois de Ekadasi, uma vez por mes, devemos estar de cabeça rapada.Não é desejável que em idade adulta vocês também sejam corrigidos.Isto também é difícil, porque quando o discípulo ou filho é adulto, se ele for corrigido, então ele quebra.Então antes de sermos castigados devemos ter consciência de que estas são as nossas regras e regulações que devemos observar......então, de mãos postas, eu lhes peço que não se tornem hippies de novo deixando o cabelo crescer.Mantenham a cabeça limpa pelo menos uma vez por mês.Este é o meu pedido.Nem eu posso corrigir vocês - sou velho e vocês são jovens."
Conversa depois da conferênciaDevoto 1 : Em geral rapamos a cabeça a cada quinze dias porque mesmo depois de quinze dias ela parece um pouco suja.Devoto 2 : Você pode arranjar boas perucas.Prabhupada : Não. Não é preciso. Isto também é invenção mental.Hoje vocês podem sair de casaco, calças e cabeça rapada. Ninguém vai criticar. Virou moda. Os russos usam; Kruschev, eu vi - de cabeça rapada."
"Para que serve uma peruca? Mantenha o cabelo de um cavalheiro. Não é preciso usar roupa cor de açrafão. Se com roupa comum você pode vender mais livros, não há necessidade de roupa cor de açafrão." (5 de Novembro de 1972 à Sudama)
"Você pode ir com roupa civil porque será mais fácil viajar nesta parte do mundo." (21 de Fevereiro de 1972 à Bhaktadasa)
Srimad Bhagavatam 7.5.7
"Em nosso Movimento da Consciência de Krsna, é necessário usarmos a tática de nos vestirmos como Karmis comuns porque, no reino demoníaco, ninguém aceita os ensinamentos Vaisnavas. Os demônios desta era actual não vêem com bons olhos a Consciência de Krsna. Logo que vislumbram um Vaisnava vestido com roupas açafroadas e usando contas no pescoço e Tilaka na testa, ficam irritados. Querendo criticar os Vaisnavas, eles, com sarcasmo, dizem Hare Krsna, porém algumas pessoas também cantam Hare Krsna com sinceridade. Em qualquer caso, já que Hare Krsna é absoluto, quer alguém cante com sinceridade ou por pilhéria, o canto surtirá efeito. Os Vaisnavas ficam satisfeitos quando os demônios cantam Hare Krsna porque isto mostra que o Movimento Hare Krsna está ganhando terreno. Demônios de grande vulto tais como Hiranyakasipu, estão sempre dispostos a castigar os Vaisnavas , e tentam fazer arranjos de modo que os Vaisnavas não saim para distribuir livros nem preguem a Consciência de Krsna. Aquilo que era feito por Hiranyakasipu, há muito e muito tempo , hoje em dia continua a ser feito. esta é a vida materialista. Os demônios ou materialistas não gostam nem um pouquinho do avanço da Consciência de Krsna , e eles tentam impedi-lo de diversas maneiras. Todavia, com o propósito de pregar, os membros da Consciência de Krsna devem continuar avante - com suas roupas Vaisnavas ou com alguma outra indumentária."
Srimad Bhagavatam 7.13.9
"Para os Paramahamsas, ou Sannyasis da ordem Vaisnava, pregar é o primeiro dever. Para pregar, estes Sannyasis podem aceitar os símbolos de Sannyasa, tais como a Danda e o Kamandalu, ou às vezes podem dispensá-los. De um modo geral, os Sannyasis Vaisnavas, sendo Paramahamsas, são automaticamente chamados de Babajis, e não carregam um Kamandalu ou uma Danda. Tal Sannyasi tem liberdade de aceitar ou rejeitar as insígnias de Sannyasa. Seu único pensamento é: "Onde existe a oportunidade de espalhar a Consciência de Krsna?" Às vezes, o movimento da Consciência de Krsna envia os seus representantes Sannyasis a países estrangeiros onde a Danda e o Kamandalu não são muito apreciados. Enviamos, então, nossos pregadores vestidos em roupas comuns para que apresentem nossos livros e filosofia.Nossa única preocupação é atrair as pessoas para a Consciência de Krsna. Podemos conseguir isto vestidos de Sannyasis ou usando as vestes de um cavalheiro comum. Nosso único propósito é infundir em todos o interesse pela Consciência de Krsna."
Notas pessoais:
Um devoto(a) pregador irá usar roupa ocidental sem radicalismo quando necessário, ou roupa de Hare Krsna sem inibição quando necessário.
Vantagens dos trajes ocidentais
Sankara Pandita Dasa:"A adoção de traje ocidental baseia-se em ocupar aqueles que não estão familiarizados com o traje Vaisnava e também para conseguir entrar em lugares como Centros Comerciais para divulgar a Consciência de Krsna.É uma questão individual, e o devoto deve ter o incentivo dos outros para se vestir como desejar.Mas embora usem traje ocidental, os devotos jamais devem negar sua identidade como devotos Hare Krsna.Não acho que se devam usar perucas porque há alguns anos recebemos muitas queixas de que as perucas eram fraudulentas.É melhor que os devotos usem chapéu."
Vantagens do traje de devoto
Lilavatara Dasa:"Os devotos viajam muito rápido e vão a todos os lugares.Se eles estiverem vestidos como devotos, milhões verão os devotos num só dia, e verão que o Movimento Hare Krsna está vivo, e ajudarão, porque há muitos devotos andando com livros por aí. (Obs particular: Muitas pessoas perguntam-me actualmente: "Onde estão vocês?", "Antes vocês estavam muito presente nas ruas.")Em alguns países os devotos usam perucas, calças e casacos só para comprar leite. Isto está errado.Não há problema em ir a uma loja com roupa de devoto.Basta lembrar como se fez o primeiro devoto na Rússia.Syamasundara andava por Moscou com a cabeça rapada e de Dhoti, e um jovem indiano e um jovem russo viram-no e aproximaram-se.Se Syamasundara tivesse saído com roupas ocidentais, ele os teria perdido.E em Nova Iorque as pessoas viram Srila Prabhupada com roupa de Sannyasa e foram atraídos."
É perfeitamente compreensível que alguns devotos sintam-se constrangidos com algumas situações.Existem muitos detalhes que devem ser observados ao saírmos na rua seja com roupa devocional ou não.Afinal, estamos representando Srila Prabhupada e a ISKCON
Por exemplo:A Sikha desamarrada,manchas de Tilaka na testa,Kurta aberta sem botões mostrando o peito,o cordão de Brahmana enrolado nas contas,o Dhoti muito curto até ao joelho,(deve ser até abaixo do calcanhar - o melhor tecido é a viscose)a Kurta muito curta,(deve ser até quase o joelho)meias de cores diferentes,chinelo de dedos,casacos de cores diferentes não condizendo,etc.
O mesmo aplica-se as devotas.
As autoridades dos Templos devem ser muito cuidadosas neste sentido para que todos os devotos vistam-se de uma forma uniformizada, harmoniosa e com "bom gosto".Todas as instituições religiosas são muito estritas neste sentido.
Isto tudo torna um grupo de devotos e devotas muito atrativos.
Quanto aos trajes ocidentais, não sair com "Jeans" e t-shirts desbotadas e coisas do gênero.Não podemos ter uma aparência de classe baixa. É preciso ter um estilo pessoal para representar bem a ISKCON de Prabhupada.
Mas, obviamente estas são algumas sugestões pessoais.
Vosso servo
Prahladesh Dasa Adhikari

Vestes de Vaikuntha - Vaikuntha Dress

iskcon-network.com

Vestes de Vaikuntha

Vaikuntha Dress

Sua Santidade Danavir Gosvami Maharaja

Muitas pessoas ao redor do mundo adotam as vestes de Vaikuntha devido à influência de Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Svami Prabhupada e de seu movimento da consciência de Krsna. Neste artigo, falaremos sobre alguns dos ideais proeminentes de Srila Prabhupada conectados às vestes religiosas e introduzidos a seus discípulos em razão desses padrões serem propícios para a execução do serviço devocional (anukulyasya sankalpa). Talvez pareçam indianos (da Índia), mas, na verdade, de acordo com Sua Divina Graça, essas vestes são de Vaikuntha, o mundo espiritual.

“Na minha opinião, brahmacharis e grhasthas de cabeça bem raspada e em vestes açafrão parecem como anjos de Baikunta”. - Carta a Damodara - 13 de outubro de 1967

Embora as vestes sejam externas, elas dizem bastante sobre a pessoa dentro delas. Mesmo Srila Prabhupada recusou-se a deixar de vestir suas vestes padrão de sannyasi apesar de solicitações contrárias de seus compatriotas.

“Antes de mim, muitíssimos svamijis foram lá [para países ocidentais, como a América]. Eles não deram, mas eles pegaram algo e voltaram para cá [Índia] e se anunciaram como sannyasis retornados do exterior e exploraram as pessoas. Eles perderam até mesmo sua vestimenta original. Todos sabem, eu nunca mudei minha veste. Ao contrário, eu dei a veste para os estrangeiros, e eles a adotaram. Os membros da missão Ramakrishna vieram me pedir para vestir-me com casaco, calça, chapéu. Porque eles estão vestindo. Seus assim chamados svamis, eles estão vestindo casaco, calça, chapéu. Assim, isso é uma cultura”. - Srila Prabhupada, aula do Srimad-Bhagavatam 1.9.48 - Mayapura, 14 de junho de 1973

No mundo espiritual, o Senhor Krsna, o Senhor Visnu e Seus devotos vestem dhotis, tilaka, etc., e, naturalmente, quando vêm a este planeta para realizarem passatempos, vestem o mesmo. Não é surpreendente, portanto, que Srila Prabhupada encorajasse seus seguidores a trajarem as vestes de Vaikuntha.

Mas as vestes de Vaikuntha são práticas hoje?

É prático os devotos dos dias modernos vestirem? Para a maioria, sim. Exceções seriam onde essa veste pudesse provocar violência por parte de fanáticos ou enquanto realizando algum trabalho pesado ou sujo. De outra forma, vestir trajes [robes*], como Srila Prabhupada frequentemente se referia a dhotis e sáris, é o traje mais prático para um devoto.

* Robes: vestidura que serve de insígnia de alguma entidade (Michaelis ing-port. Segunda acepção).

Assim como um soldado sente energia quando vestindo seu uniforme e assim como um policial uniformizado torna-se facilmente reconhecível aos cidadãos, os devotos se sentem vivificados ao vestirem-se no estilo de devotos, o que também faz com que outros pensem em Krsna. O ponto não é que a pessoa não possa servir o Senhor sem trajar as tradicionais vestimentas devocionais; contudo, uma vez que isso é favorável, elas devem ser aceitas.

“As vestes açafrão e a cabeça raspada não são essenciais, embora criem uma boa situação mental, da mesma forma que um militar, quando apropriadamente vestido, obtém energia – ele se sente como um militar”. - Ciência da Auto-Realização, 5

VESTES VAISNAVAS DO HOMEM
Dhoti
Sikha (com a cabeça raspada)
Barba (sem)
Brincos (sem)

VESTES VAISNAVAS DA MULHER
Sári
Cabelo trançado (partido)

VESTES VAISNAVAS DO HOMEM E DA MULHER
Tilaka
Kanthi-mala,
Sem couro

Syamasundara: Estes são Kalki dasa e Ambika devi dasi [esposo e esposa].

Prabhupada: Agora, com essa veste, vocês parecem muito bonitos. Essa veste Védica também é boa, muito bonita. Aumenta-se a beleza centenas de vezes vestindo essa roupa. – Iniciações, 2 de abril de 1972, Sydney

DO HOMEM #1: O DHOTI

O dhoti é uma peça de pano (em geral, feita de algodão ou seda), medindo de 3,50 metros a 4,50 metros de comprimento e entre 1,20 metro e 1,50 metro de altura, usado como uma peça de roupa para a parte de baixo do corpo pelos cultos homens da sociedade Védica.

“Dhoti, na Índia, eles usam dhoti; cerca de 4,50 metros, um dhoti”. - Aula de Srila Prabhupada do Caitanya-caritamrita, Madhya-lila 20.66-96, 21 de novembro de 1966, Nova Iorque

Depois que o dothi está seguro ao redor da cintura, o restante do pano de ambos os lados é dobrado com pregas e enfiado na cintura do dothi no centro da frente e no centro atrás. A peça de pano passada por entre as pernas e colocada na faixa da cintura atrás se chama kacha. Srila Prabhupada introduziu tais dhotis a seus discípulos homens brahmacaris e grhasthas nos anos 60. Srila Prabhupada pessoalmente vestiu tais dhotis quando no grhastha asrama.

“A foto mostra Abhay no final dos anos 20. Ele é magro e escuro, com um grande bigode. Sua testa é ampla; seus olhos, escuros e limpos. Ele veste uma kurta e um dhoti brancos e sandálias negras e rasteiras” - Srila Prabhupada Lilamrta.

Se não há kacha atrás, ou, em outras palavras, se não há pano pregueado trazido da parte da frente e enfiado no centro da cintura do dothi atrás, a veste é conhecida como lunghi. Algumas vezes, tal lunghi é referido como mukta-kacha, “sem kacha”. Esse tipo de lunghi se destina ao uso de sannyasis, como exemplificado por Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Gosvami Maharaja e por Srila Prabhupada, etc.

Ao longo de toda a era da presença de Srila Prabhupada na ISKCON de 1966 até sua partida em 1977, os brahmacaris e chefes de família da ISKCON vestiram os tradicionais dhotis com kacha presa atrás. Desde sua partida, contudo, alguns homens na ISKCON começaram a vestir lunghis ao invés de dhotis embora não estejam no asrama de sannyasa. Isso não foi introduzido por Srila Prabhpada, e é nossa opinião que lunghis não devem ser usados dentro da ISKCON por chefes de família e brahmacaris.

Colocando de lado o padrão de dhotis que nos foi dado por Srila Prabhupada, aventuramo-nos por escuras terras desconhecidas. Cada item introduzido por Srila Prabhupada é um instrumento perfeito para o cultivo da consciência de Krsna.

Personalidades Ilustres que Vestiram Dhoti

O termo dhoti (dhuti em bengali) é diretamente utilizado no Sri Caitanya Caritamrta no tempo em que Sanatana Gosvami foi ver o Senhor Caitanya em Benares.

tabe misra puratana eka dhuti dila
tenho dui bahirvasa-kaupina karila

“Quando Tapana Misra deu a Sanatana Gosvami um dhoti usado, Sanatana imediatamente o rasgou para fazer dois conjuntos de peças externas e de roupa íntima” - Caitanya Caritamrta, Madhya 20.78

O Senhor Caitanya Mahaprabhu permaneceu na casa de um chefe de família de primeira classe, Tapana Misra, quem o Caitanya Caritamrta designa especificamente como trajante de um dhoti, e não de um lunghi.

Embora a palavra “dhoti” não seja especificamente mencionada em sânscrito, o Srimad-Bhagavatam indica que dhotis foram sim vestidos há milhões de anos por Maharaja Prithu.

maha-dhane dukulagrye paridhayopaviya ca

maha-dhane—muito valioso; dukula-agrye—vestido com um dhoti; paridhaya—na parte superior do corpo; upaviya—disposto como um cordão sagrado; ca—também.

“Ele [Maharaja Prithu] vestia um dhoti muito valioso, e havia uma manta sobre a parte superior de seu corpo”. - Srimad-Bhagavatam 4.21.18

A exata palavra sânscrita usada é dukula. O dicionário sânscrito-inglês Sir Monier-Williams; Motilal Banarsidass Publishers, Delhi; 1995, traz: “dukula significa 'uma veste ou indumentária excelente feita da casca interna desse planta [a planta dukula]”. Uma vez que Prabhupada, como o consumado e versado sanscritólogo bem familiarizado com a cultura Védica, traduziu a palavra dukula e outras palavras sânscritas, como vasa, vesha, kauseya, etc., como dhoti, seria sábio de nossa parte aceitar que dhotis eram sim usados nos tempos Védicos.

5.000 anos atrás, o rei Yudhisthira e seus convidados vestiram dhotis para o sacrifício Rajasuya.

“Todos os homens brilhavam ali como semideuses. Eles estavam adornados com brincos de pedras preciosas, guirlandas de flores, turbantes, coletes, dhotis de seda e valiosos colares de pérolas”. - Srimad-Bhagavatam 10.75.24, No sacrifício Rajasuya de Maharaja Yudhisthira

Krsna Realmente Vestiu Dhoti?

Há pouco tempo, um sanscritólogo acadêmico foi ouvido comentando sarcasticamente em relação às pinturas mostrando o Senhor Krsna trajando um dhoti no campo de batalha de Kuruksetra. Ele apresentou sua opinião de que o dhoti seria, provavelmente, a veste mais imprática. Não devemos esquecer, entretanto, que a Suprema Personalidade de Deus, Sri Krsna, exibe a qualidade de lalita, ou aquele que se veste meticulosamente, e, como tal, Ele faz tudo em grande estilo.

“Vendo tais vestes coloridas e guirlandas de diferentes flores, alguns grandes sábios oraram: ‘O Senhor Krsna está indo para o campo de batalha de Kuruksetra não para lutar, mas para agraciar todos os devotos com Sua presença’.”. - Néctar da Devoção, 24, A Aparência de Krsna e as Guirlandas

Os Sacerdotes de Vasudeva Também Vestiam Dhoti

“Meu querido Maharaja Pariksit, os sacerdotes de Vasudeva e os membros oficiadores da assembléia, vestidos em dhotis de seda e ornamentados com pedras preciosas, estavam tão refulgentes que pareciam estar na arena sacrificial de Indra, aquele que matou Vritra”. - Srimad-Bhagavatam 10.84.50

Também se encontra no comentário de Srila Sanatana Gosvami ao Sri Brihad Bhagavatamrta a seguinte referência às vestes do Senhor Narayana: “Seu dhoti e Sua veste superior são amarelos como os raios do sol”. - Volume 2, capítulo 4, texto 67

“Kirtanananda foi o primeiro a vestir dhoti, e Srila Prabhupada lhe mostrou como colocá-lo, no estilo que você falou. Kirtanananda havia dito a Srila Prabhupada que ele queria usar as vestes. Quando Kirtanananda voltou da Índia em 1976, ele disse aos devotos que eles podiam usar roupas de karmi. Quando Srila Prabhupada descobriu isso, ele ficou insatisfeito e escreveu uma carta declarando que ele nunca havia dito tal coisa. Ele disse que quando via os devotos com bandeiras [sikhas] e dhotis, que ele considerava que eles pareciam como anjos de Vaikuntha”.

“Recebi minha segunda iniciação em Montreal em 1968, mas eu havia ido para Montreal sem um dhoti, pois nós não nos preocupávamos muito com essas coisas na época. Quando a cerimônia começou, Srila Prabhupada me perguntou: ‘Onde está o seu dhoti?’. Himavati então me deu um pedaço de pano que, de alguma forma, fiz de dhoti; mas Srila Prabhupada não queria fazer a iniciação a não ser que eu estivesse de dhoti”. - Umapati Svami

DO HOMEM #2: SIKHA (com a cabeça raspada)

Desde tempos imemoriais, os devotos de Krsna do sexo masculino usam sikha e cabeça raspada como um sinal de rendição ao mestre espiritual, que fica satisfeito vendo seus discípulos entrando na vida consciente de Krsna.

“Eles estão, após serem iniciados no Vaisnavismo, raspando a cabeça e mantendo sikha e yajna-sutra e se adornando com doze tilakas, ocupando-se em Hari-sankirtana. Tudo isso não é um orgulho para nós indianos?”. - Carta de Srila Prabhupada, 28 de setembro de 1976

O termo sânscrito sikha significa literalmente um tufo de cabelo no topo da cabeça, ou, às vezes, coroa, ou pináculo. Srila Prabhupada também se referia à sikha como “bandeira” - um termo que parece bastante adequado com a idéia de que o corpo é um templo de Deus, daí a bandeira no topo.
“Não tenho objeção se os membros da Sociedade se vestirem como bons cavalheiros americanos; mas, em nenhuma circunstância, o devoto pode deixar de usar tilaka, bandeira sobre a cabeça e contas no pescoço. Esses são aparatos essenciais ao Vaisnava”. - Carta de Srila Prabhupada a Brahmananda, 14 de outurbro 1967

De acordo com a cultura Védica, quando alguém se submete à cuda-karana-samskara (a cerimônia do corte de cabelo) e à upanayana (a iniciação Védica), ele deve raspar sua cabeça deixando um tufo de cabelo chamado sikha. Deve-se ter sikha para se realizar qualquer tipo de yajna. Em razão disso, na tradição indiana, todos os brahmanas, Vaisnavas ou não, mantêm uma sikha.

“De acordo com o sastra, todos que usam tilaka e sikha e kanti sobre e sob a veste Vaisnava ou sannyasi Vaisnava deve ser aceito [como um membro fidedigno da cultura Védica], especialmente enquanto canta o mantra Hare Krsna em sacos de contas”. - Carta de Srila Prabhupada a Syamasundara dasa, 8 de abril de 1974

Outras referências Védicas indicam que a sikha se posiciona na porção de trás do topo da cabeça, cobrindo e protegendo a parte macia. Tradicionalmente, os estudantes, brahmanas, sannyasis e Vaisnavas védicos raspam sua cabeça e usam sikhas indicando sua renúncia do mundo material e dedicação ao Senhor Krsna. Os Mayavadis e os Budistas, que não são inclinados ao serviço a Krsna, não aceitam a sikha.

“Até a atualidade, todos os devotos de Sri Caitanya Mahaprabhu, seguindo Seus passos, aceitam a ordem de sannyasa e mantêm o cordão sagrado e o tufo de cabelo não raspado. Os ekadandi-sannyasis da escola Mayavadi abandonam o cordão sagrado e não mantêm um tufo de cabelo. Eles, portanto, não são capazes de compreender o significado da tridanda-sannyasa, e, deste modo, não são inclinados a dedicarem suas vidas ao serviço de Mukunda”. - Caitanya Caritamrta, Madhya 3.6 Significado

O servo pessoal de Srila Prabhupada, Nanda-kumara dasa, lembra Sua Divina Graça dizendo: “A sikha Gaudiya Vaisnava tem uma polegada e meia [3,80 cm] de largura – não mais do que isso. Sikhas maiores significam outra sampradaya. E elas têm que ser amarradas”. (SPL 40: Ao Redor do Mundo, Mas Absorto em Bombaim). “Amarradas” significa que a sikha é presa em um nó corrediço entrelaçando, dobrando e laçando-a, de acordo com uma fotografia de perfil de Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura. Outras tradições religiosas compartilham de uma liturgia similar chamada “tonsura”: 1. Ato de raspar a cabeça ou parte da cabeça, especialmente como um ato preliminar ao sacerdócio ou ao ingresso em uma ordem monástica. 2. A parte da cabeça de um monge ou sacerdote que foi raspada. - Dicionário The American Heritage.

É dito que Krsna tira o devoto do mundo material, de volta ao Supremo, pela sikha. O Senhor Sri Caitanya Mahaprabhu certa vez resgatou Seu servo Krsnadasa das garras de bandidos pela sikha.

bhattathari-ghare maha uthila krandana
kese dhari’ vipre lana karila gamana

“Enquanto havia muita gritaria e barulho na comunidade Bhattathari, Sri Caitanya Mahaprabhu agarrou Krsnadasa pelo cabelo e levou-o embora”. - Caitanya Caritamrita, Madhya 9.234

Para o público, tais sinais, como a sikha, são constantes lembretes de que os devotos de Deus estão presentes, e, portanto, a sikha, indiretamente, lembra todos de Krsna.

“Em relação ao que é um Vaisnava, Vaisnava significa que, quando outros o vêem, eles também cantarão Hare Krsna. Então, por que não dar a eles a chance de verem [um Vaisnava] vestindo contas, tilaka e sikha? Você não é um paramahamsa que você pode fazer o que quer. Assim, o meu conselho para você é que você se mantenha um Vaisnava ideal, interna e externamente, e todos irão respeitá-lo”. - Carta de Srila Prabhupada a Sudama, 10 de dezembro de 1973

Famosos pela Cabeça Raspada

A combinação de cabeça raspada e sikha revelou-se bem-sucedida pelo mundo; os devotos ficaram famosos praticamente por esses dois itens. Na conversa que se segue, Sua Divina Graça cunha a expressão “sementes hippies” indicando o uso de cabelo longo.

Prabhupada: [Você] parece muito bonito mantendo cabelo. Qual é essa explicação?

Bhagavat: Fui aconselhado que, como eu estava indo para os países europeus para pregar por algum tempo, que...

Prabhupada: Mas eles, eles, eles...

Bhagavat: ...seria necessário manter esse cabelo.

Prabhupada: ...nharam uma vitória na corte por manterem o cabelo raspado.

Hari-sauri: Eles ganharam uma vitória na corte por manterem a cabeça raspada.

Bhagavat: Eu pedi o conselho deles, se eu deveria raspar ou manter o cabelo.

Prabhupada: De quem é esse conselho absurdo? Quem é esse patife? “Conselho”. Mantendo cabelo você fica bonito e é vitimado. “Conselho”. Isso é... Sem conselho, essa mentalidade está prosseguindo lá fora, manter o cabelo. Somos conhecidos pelo cabelo raspado, toda a sociedade.

Hari-sauri: Venho raspando a minha cabeça uma vez ao mês. Faz cerca de três semanas desde que eu...

Prabhupada: Toda quinzena. Pela menos. Antes de ir para a Europa, seis anos atrás, você estava mantendo cabelo: “Eu tenho que ir para a Europa”. Isso eu vi. Em toda parte. Aqueles que... Vocês gostam de manter cabelo. Essa mentalidade hippie continua. Isso é certo. Isso é bom: razão muito inteligente. De fato, cabelo grande mantido... (?) Todos estão dando algum conselho. Gurudasa está dando: “Ele está mantendo. Ele está...”. Gargamuni. Todos têm alguma explicação. Eu não sei como vocês podem abandonar essa mentalidade hippie. Hippie. Lavanyam kesa-dharanam. Kali-yuga. Vítimas de Kali-yuga. Não são... Não são todos ainda, mas os fracos, vitimados por Kali-yuga... Há muitíssimas coisas para vitimarem as entidades vivas em Kali-yuga, e um desses itens é que ele pensará: “Eu me tornei muito muito bonito, atrativo por manter o cabelo longo”. Kesa. Isso já está declarado ali. Vocês estão vitimados por esta Kali-yuga. Isso é tudo. Nada de explicações. Nossa marca registrada é limpidamente raspados. Somos conhecidos pelo cabelo raspado. Por que vocês deveriam se vitimar? Vocês são conhecidos pelo cabelo raspado. Não são? Hm? Eles dizem que “Pessoal Hare Krsna, cabelo raspado”?

Hari-sauri: Cabeça raspada.

Prabhupada: Cabelo raspado. Por que, então, vocês deveriam se vitimar mantendo cabelo? Que vitória irão obter? Conquistarão o mundo inteiro, o Império Romano, mantendo cabelo? Mentalidade hippie, isso é tudo. Isso está no âmago do coração. Assim que obtêm alguma oportunidade... Assim como, durante o verão, o campo parece seco. E, tão logo haja alguma chuva, ah, está verde, imediatamente verde. Então as coisas já estão lá. Hm? Não é assim?

Hari-sauri: É.

Prabhupada: Agora você vê o campo. Eles estão todos secos. Mas tão logo há chuva na vila: tudo verde. Assim, as sementes estão ali, sementes hippies. Assim que há alguma oportunidade, aparecem, verde: “Sim, eu sou lindo. Apareça”. Mas, na corte, eles nunca se dirigiram. O juiz nunca perguntou que: “Por que vocês usam a cabeça raspada?”. Houve alguma pergunta assim?

Hari-sauri: Na verdade, quando ele foi pela primeira vez à corte, eles estavam se perguntando por que ele tinha cabelo.

Prabhupada: Hm?

Hari-sauri: Quando Adi-kesava foi à corte pela primeira vez...

Prabhupada: Sim.

Hari-sauri: …ele estava de terno e tinha cabelo, e eles se perguntavam por que ele estava vestido daquele jeito.

Prabhupada: Sim. Portanto, enganador.

Hari-sauri: Sim, eles acusaram...

Prabhupada: Isso significa, é claro, que eles fizeram o palpite indireto de que “Agora você está enganando. Vocês são conhecidos pela cabeça raspada. Agora você mantém cabelo. Qual é o propósito senão enganar?”. [pausa] Ideais se tornam um líder. Ele se tornará. Tem de haver alguns homens fortes. Tilaka tem sempre que estar presente. Esse é o nosso grande estandarte. Kanthi-mala. Toda quinzena você deve limpar-se [raspar a cabeça] - Conversa matinal, 29 de maio de 1977, Vrndavana

Como uma tática geral para pregação, sikha e cabeça raspada é preferível. Aprimorar a imagem pública não significa vestir-se como o público comum por conformidade.

“Agora, para a nossa vida prática, somos conhecidos por todo o mundo pela cabeça raspada. Não é assim? Agora estamos nos tornando cabeludos. Estamos esquecendo a raspagem por causa da tendência de ceder aos desejos dos outros. Imediatamente coisas erradas estão rastejando para dentro. Assim, devemos ser conhecidos pela cabeça raspada, não por cabelos longos. Isso é discrepância. Pelo menos uma vez ao mês vocês devem estar com a cabeça limpidamente raspada. Na luminosa quinzena do dia de purnima, quatro dias após ekadasi, uma vez ao mês na luminosa quinzena vocês devem estar raspados... De mãos postas, eu peço a vocês: não se tornem hippies novamente deixando o cabelo crescer. Mantenham a cabeça limpa ao menos uma vez ao mês. Esse é o meu pedido”. - Aula do Srimad-Bhagavatam 5.6.3, 25 de novembro de 1976, Vrndavana

Foi levantada a questão de se Srila Prabhupada queria que seus discípulos grhasthas também adotassem a sikha e cabeça raspada. Ele sim queria. A maior parte dos chefes de família durante o tempo de Srila Prabhupada estava presente alegremente usando sikha e cabeça raspada.

“Os Vaisnavas, com tilaka, com kanti, com contas de cantar; tão logo você vê... E, na prática, você sabe. Tão logo eles vêem essas pessoas do movimento Hare Krsna, eles também cantam: “Hare Krsna” - dando a chance a outros. A vestimenta também é necessária. Vocês devem estar sempre equipados com tilaka, kanti e sikha, sutra. Então, tão logo um homem comum vê: 'Ah, aqui está um homem Hare Krsna'. 'Hare Krsna', ele vai cantar. Automaticamente, você dá a chance de cantar Hare Krsna”.

“Assim, isso é necessário. Os patifes tolos, eles dizem que: ‘Qual é a necessidade disso, daquilo?’. Não. Isso é necessário. Vocês devem sempre se manter vestidos como Vaisnavas. Isso é necessário. Assim, prekshaniya: “é muito bonito de se ver”. De outro modo, como eles se impressionarão? Eles imediatamente se tornam tão piedosos que eles cantam Hare Krsna. O cantar de Hare Krsna não é tão fácil”. - Aula do Srimad-Bhagavatam 3.28.19, 29 de outubro de 1975

Srila Prabhupada comentou que ficaria contente vendo seus discípulos grhasthas falando sobre a consciência de Krsna com tilaka e sikha.

“Uma noite, Prabhupada conduziu uma cerimônia de casamento Védico e uma iniciação diante de milhares de pessoas. O casamento foi arranjado entre Vegavan, que era sueco, e Padmavati dasi, que era australiana. Eles encantaram completamente toda a audiência – ela com seu ornado sári vermelho e jóias indianas – inclusive uma argola de nariz – e ele com seus belos dhoti e kurta brancos e com a cabeça impecavelmente raspada”. - Srila Prabhupada Lilamrita 33: Muito Chão pela Frente

Sikhas para Sishyas

Srila Prabhupada considerava a aceitação da veste Vaisnava como uma qualificação necessária para ser iniciado. Isso segue a regra geral estabelecida exemplificada por Sanatana Gosvami, que raspou sua cabeça e seu rosto de bom grado antes de receber a iniciação.

Siddha-svarupa: Há muitos devotos aqui que seguem os princípios, mas não pode completamente... [pausa] ...raspada, e eles vestirão roupas de karmi na maior parte, mas eles são limpos, eles são devotos, e, deste modo, eles estão atraindo muitos dos moradores locais, porque eles são capazes de se relacionar com eles.

Prabhupada: Então...

Siddha-svarupa: Eles não estão abaixo do padrão do senhor.

Prabhupada: Não, naturalmente, mas quando eles são iniciados, eles têm que raspar. Eles têm que se manter no padrão. Se alguém é iniciado e continua mantendo a forma hippie, isso não parece bom. Você acha que está tudo bem? Não, isso não é bom. Assim, enquanto vindo como estranhos, juntando-se ao kirtana, eles podem manter sua própria roupa, isso não importa. Eles estão vindo para o kirtana, eles devem ser [incompreensível]. Mas, quando estão para ser iniciados, eles devem seguir as regras e regulações dadas pelo mestre espiritual.

Siddha-svarupa: Então...

Prabhupada: De outro modo, eles não devem ser iniciados. Isso é algo simples. Deixe que eles continuem cantando, tomando prasadam; não temos [incompreensível]. Mas quando estão para ser iniciados, eles têm que seguir. Essa é a clara [incompreensível]. Se você não quer incomodá-los, deixe que eles venham, cantem, dancem, tomem prasadam. Não temos objeção. Mas não os recomende para iniciação a não ser que eles concordem com as regras e regulações dadas pelo mestre espiritual. Onde está o erro? Onde está a dificuldade? Você pode falar com ele assim.

Siddha-svarupa: Acho que eles apenas sentem que, porque...

Prabhupada: Sem sentir, se você... quando você está se rendendo ao mestre esp... Sishyas te ’ham sadhi mam prapannam. Encontre este verso. Tad viddhi pranipatena pariprasnena sevaya.

Hari-sauri: tad viddhi pranipatena pariprasnena sevaya/ upadekshyanti te jnanam jnaninas tattva-darsinah.

Hari-sauri: “Apenas tente aprender a verdade aproximando-se de um mestre espiritual. Faça-lhe perguntas com submissão e preste-lhe serviço. As almas auto-realizadas lhe podem transmitir conhecimento porque viram a verdade”.

Prabhupada: Você tem que se submeter. Você não pode permanecer independente. Esta é a primeira condição. Sishyas te ’ham, sishya. Sishya significa voluntariamente aceitar as regras oferecidas pelo mestre espiritual. Isso é sishya. “Ah, sim, eu aceito ater-me às suas ordens”. Ele, então, torna-se sishya. De outra forma, não há espaço para... “Estou pensado assim, estou achando que...”. Tão logo você esteja pensando diferente, você não tenta se tornar sishya. Você permanece do lado de fora e você é bem-vindo: cante, dance, tome prasadam e permaneça independente. Essas coisas o convencem. Então, você não se torna sishya. Permaneça como amigo, não há mal nisso. Assim como muitíssimas pessoas, elas vêm. - Conversa em 3 de maio de 1976, Honolulu

Srila Prabhupada intencionava que os devotos aceitando iniciação dentro da ISKCON adotariam as regulações bramânicas.

“Este é um dos itens do nosso movimento. Se alguém quer ser iniciado, ele deve raspar a cabeça. Assim, Sanatana Gosvami tinha a cabeça raspada”. - Aula do Caitanya-caritamrta, Madhya-lila 20.98-10, 27 de abril de 1976, Auckland, Nova Zelândia

Após uma aula em Bhubanesvara, um cavalheiro expressou sua opinião a Srila Prabhupada de que um guru não tinha que usar sikha e cabeça raspada e kanti no pescoço. Sua Divina Graça esclareceu que somente os paramahamsas, ou aqueles no mais elevado nível, eram eximidos de usar os sintomas Vaisnavas. Se alguém age como guru, então ele está realizando os deveres de um madhyama-adhikari, e, como tal, ele deve se vestir como um Vaisnava exemplar.

“Uttama-adhikaris talvez fiquem sem kanti, sem sikha, sem sintomas Vaisnavas. Ele é paramahamsa. Mas quando ele vem para a plataforma de pregação, ele deve se tornar um madhyama-adhikari, não imitar o uttama-adhikari, pois ele tem que ensinar. Ele não pode se desviar dos princípios de ensino. Então, o que você está dizendo, que “Sem sikha, sem kanti, pode-se tornar guru”, isso é fato para os paramahamsas, não para os pregadores. Um pregador deve se comportar muito bem”. - Aula do Sri Caitanya-Caritamrta, Madhya-lila 8.128, Bhubanesvara, 24 de janeiro de 1977

Com relação a novos devotos aceitando a sikha e cabeça raspada, certamente Sua Divina Graça esperava que todo homem que desejasse viver dentro das propriedades da ISKCON iriam fazê-lo. Ele estipulou um período de teste de três dias, no qual uma pessoa nova poderia experimentar viver no templo antes de tomar a decisão. De forma geral, Srila prabhupada queria manter a cultura Védica, e a sikha e cabeça raspada é uma importante parte dessa cultura.

Akshayananda: Um garoto veio algumas semanas atrás. Ele tinha o cabelo longo, mas, no dia seguinte, ele voltou e raspou. Ele é um devoto agora. Ele está fazendo tudo muito bem.

Prabhupada: Isso é bom.

Akshayananda: Então, eles continuarão vindo. Eles podem se tornar devotos. Está tudo bem então.

Prabhupada: Hare Krishna. [pausa]

Akshayananda: ...fazendo, Srila Prabhupada. Se eles vêm e eles têm cabelo longo - mas, se existe a chance, eles devem se tornar devotos -, eu digo a eles que devem prender o cabelo de tal forma que o senhor não possa ver.

Prabhupada: Está tudo bem quanto a isso. Se muitos vêm assim para se tornar devoto, então isso se torna um lugar de devotos, er [digo], um lugar de hippies. Você dá a eles a chance de se tornarem devotos. Com o curso do tempo, aqui se torna conhecido como um recanto de hippies.

Harikesa: Isso sempre foi um problema aqui.

Prabhupada: Isso não é problema. Você pode deixar por três dias apenas. Se ele não mudou seu hábito, então ele deve ir. - Caminhada Matinal, 3 de dezembro de 1975, Vrndavana

Limpeza

Há uma atração sutil por manter cabelo que é impelida por Kali-yuga em pessoa. Distante das considerações de ocupação ou implicância, às vezes a pessoa tende a desejar deixar o cabelo crescer para parecer mais atrativo aos outros. Essa não é uma boa razão para se evitar a sikha e cabeça raspada.

“Um brahmacari, quer tenha a cabeça raspada, quer mantenha seu cabelo sem nenhum cuidado. São dois processos. Jata-kamandalun. Não que 'manterei meu cabelo'. Agora, em Kali-yuga, o cabelo é algo muito valioso, a vida e a alma. Vejo alguns de nossos discípulos. Tão logo ele está fora desse campo, imediatamente: cabelo. Imediatamente. Vi muitos. Quando ele estava dentro do campo: muito avançado, supostamente; mas, tão logo ele está – um dia depois – ele mantém cabelo. Imediatamente. A tendência está ali. Porque, nesta era, entende-se que, se a pessoa mantém cabelo, um maço de cabelo, não muito bom, mas simplesmente o cabelo o fará bonito. Lavanyam kesa-dharanam. Embora ele não tenha lavanya alguma — ele não tem nenhuma beleza – ainda assim, ele pensa: ‘Tornei-me muito bonito mantendo este cabelo’. Assim, isso deve ser evitado... Assim, é melhor manter-se de cabeça bem raspada. Não há incômodo, não precisa cuidar do cabelo, nenhuma complicação é necessária”. - Srila Prabhupada, aula do Srimad-Bhagavatam 7.12.4, 15 de abril de 1976, Bombaim

Uma importante razão para se manter a cabeça raspada é a limpeza, e, outro nome dos brahmanas é suci, ou “limpo”, visto que todo o seu porte é de simplicidade e limpeza. Às vezes se pergunta se devotos pais de família vivendo e trabalhando em uma sociedade secular devem ser considerados brahmanas. Se eles mantêm seus princípios Vaisnavas, usando o estágio da vida de grhastha como um asrama para se avançar espiritualmente, então são Vaisnavas, o que inclui as qualificações bramânicas.

Repórter (2): E, finalmente, uma questão bastante trivial. O uniforme, o corte de cabelo; por que isso?

Prabhupada: Este raspar?

Repórter (2): Sim, por quê?

Prabhupada: Isso é muito bom. O raspar deixa a cabeça fresca, não com grandes maços de cabelo, um fardo. Sentimos isso como um fardo. Quando há maços de cabelo, sentimos que é um peso extra. Na verdade, se você se mantém limpo, então sua mente também é limpa. Se você se mantém bastante limpo e leve, então sua mente irá trabalhar muito bem. É um sistema Védico. Todos os brahmanas raspam a cabeça. Sistema Védico. Desta forma, estamos tentando nos manter na plataforma da cultura bramânica. Trata-se, portanto, de um dos elementos essenciais. - Entrevistas com repórteres da Macmillan e vários repórteres ingleses, 12 de setembro de 1973, Londres

Sua Divina Graça de fato deixou uma concessão de que os devotos poderiam, se “absolutamente necessário”, adiar o uso da sikha, mas o cabelo deveria ser mantido curto.

“A não ser que absolutamente necessário, a pessoa deve manter a cabeça raspada e não deixar que o cabelo fique comprido. Se absolutamente necessário, a pessoa pode se vestir como uma cavalheiro americano, com cabelo curto, mas cabelo longo é proibido. A razão para alguém com cabelo comprido não ser meu discípulo é porque ele é contra o princípio. A não ser que absolutamente necessário, a pessoa deve manter o cabelo curto, e, se necessário, a pessoa deve vestir-se como um cavalheiro americano com cabelo curto. Não se espera que todos irão concordar. Por essa razão, não podemos fazer concessões. A tendência para ser hippie está lá”. - Carta de Srila Prabhupada a Dhrstaketu, 17 de julho de 1976, Nova Iorque

Por exemplo, antes de Ramiya dasa ser iniciado, Srila Prabhupada queria uma razão convincente para ele não estar de cabeça raspada e sikha.

Pusta Krsna: Randy prabhu?

Prabhupada: Ah, ele não está de cabeça raspada? Você não raspou a cabeça? Por que você não raspou sua cabeça?

Randy: Umm, porque eu tenho um trabalho de expediente integral. Eu trabalho em uma companhia.

Prabhupada: Hmm? Qual é o seu trabalho de expediente integral?

Madhavananda: Ele está trabalhando em um emprego muito respeitável.

Prabhupada: Em algum lugar. Onde?

Madhavananda: Na corporação Burrows [Burroughs?].

Prabhupada: Tudo bem. Então, quais são as regras e regulações? - Iniciações, 15 de junho de 1976, Detroit

DO HOMEM #3: BARBA (sem)

Srila Prabhupada desejou que seus discípulos não mantivessem pêlos faciais, isto é, barba ou bigode, etc., e ele pessoalmente demonstrou essa prática.

“Kirtanananda é o primeiro homem em nossa sociedade que raspou completamente e manteve a sikha no topo da cabeça, e agora ele começou a manter a barba novamente. Isso não é bom. O que quer que ele esteja fazendo agora não tem a minha sanção”. - Carta a Brahmananda, 11 de outubro de 1967, Calcutá

A manutenção de cabelo facial pode ser vista como uma extensão do princípio kesa-dharanam, a saber, manter o cabelo longo e considerar-se bonito. O devoto prefere manter-se barbeado e evitar a tentação de submeter-se às tendências da moda pública.

“Em nosso movimento da consciência de Krsna, pessoas da moda são ensinadas a adotar uma moda: a veste de um Vaisnava com a cabeça raspada e tilaka. Elas são ensinadas a estarem sempre limpas na mente, na veste e na alimentação a fim de que se fixem na consciência de Krsna. Qual é a utilidade de mudar a própria roupa, às vezes usando cabelo longo e barba longa e às vezes se vestindo de modo diferente? Isso não é bom. A pessoa não deve desperdiçar seu tempo com atividades tão frívolas. Ela deve estar sempre fixa em consciência de Krsna e aceitar a cura do serviço devocional com firme determinação”. - Srimad-Bhagavatam 6.5.15 Significado.

Quando Sanatana Gosvami, um devoto de Krsna extraordinariamente avançado, aproximou-se de Sri Caitanya Mahaprabhu como um discípulo, o guru quis que ele entrasse nos conformes do padrão das vestes Vaisnavas e estabelecesse o exemplo para os outros.

“As palavras bhadra karana são significativas neste verso. Devido ao seu cabelo longo, ao seu bigode e à sua barba, Sanatana Gosvami parecia um daravesa, ou hippie. Uma vez que Sri Caitanya Mahaprabhu não gostou dos atributos hippies de Sanatana Gosvami, Ele imediatamente pediu a Candrasekhara que fizesse sua barba e cortasse seu cabelo. Qualquer um com cabelo longo ou barba que queira juntar-se a este movimento da consciência de Krsna e viver conosco, ele deve, similarmente, barbear-se e cortas o seu cabelo completamente. Os seguidores de Sri Caitanya Mahaprahu consideram cabelos longos como censuráveis”. - Caitanya-Caritamrta, Madhya 20.70 Significado

E Quanto ao Bigode de Srila Prabhupada?

Foi levantada a questão de chefes de família manterem pêlos faciais uma vez que o próprio Srila Prabhupada usava bigode, como se vê em uma propaganda de seus produtos farmacêuticos, Linimento dos Des. Contudo, Srila Prabhupada explicou que a fotografia em discussão havia sido tirada antes dele ser iniciado como um discípulo de Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura.

Prabhupada: Eu não o aceito porque você está mantendo cabelos.

Devoto (2): Eu não sabia disso.

Prabhupada: Sim.

Devoto (2): O senhor nunca me disse isso no Havaí.

Prabhupada: Agora eu digo, repetirei que todo aquele que está mantendo o cabelo longo, ele não é mais meu discípulo.

Devoto (2): Tudo bem.

Prabhupada: Essa é a primeira condição.

Devoto (1): Isso também se aplica ao dharma de chefe de família ou se refere simplesmente ao dharma de brahmacari? Até mesmo o senhor... Eu tenho fotos do senhor no Bhagavatam de quando o senhor não usava a cabeça raspada, com um bigode, quando o senhor estava trabalhando no comércio como um chefe de família. Assim, isso se aplica a chefes de família ou apenas a brahmacaris, isso de que o chefe de família também deve manter a cabeça raspada ou é que...?

Prabhupada: Naquela época, eu não era iniciado. Você estava vendo a minha foto, bigode; naquela época, eu não era iniciado. Desde que fui iniciado, eu raspo.

Devoto (1): Bem, na Índia, onde a pessoa pode fazer negócios...

Prabhupada: Eu posso. Por que você está trazendo essa questão? Vocês perguntaram: “Por que você tinha bigode?”. Eu digo que, quando eu tinha bigode, naquele tempo, eu não era iniciado. Esta resposta está dada. Isso é tudo. - Conversa em 26 de junho de 1975, Los Angeles

E Quanto à Barba de Advaita Acarya?

Todos os devotos estão se deleitando com a barba branca de Advaita Acarya no Panca-tattva; Srila Prabhupada, no entanto, informa-nos que a barba de Advaita foi certamente uma exceção permitida pelo Senhor Caitanya por amor e respeito pelo acarya mais velho.

“Assim, Tapana Misra o convidou a tomar, aceitar prasadam em seu local, e o Senhor Caitanya disse que 'Antes de mais nada, leve-o a um barbeiro e limpe-o fazendo, fazendo sua barba e cortando o seu cabelo, que cresceram por muitíssimos anos. Deixe que ele se torne um cavalheiro'. O Senhor disse que 'Deixe-o se tornar um cavalheiro'.”.

“candrasekharere prabhu kahe bolana ei vesha dura kara, yaha inhare lana”.

“'Apenas lhe forneça um barbeiro, e raspe, raspe completamente'. De acordo com a sampradaya de Caitanya Mahaprabhu, eles se mantêm limpidamente raspados. E existe apenas um caso, Advaita Prabhu. Ele tinha sua barba. E Caitanya Mahaprabhu nunca lhe pediu que a tirasse. Porque... uma razão é que Advaita Prabhu era contemporâneo de Seu pai, então Ele não queria dar ordens. Mas, de outra forma, todos os Seus discípulos, eles eram completamente barbeados”. - Aula de Srila Prabhupada do Sri Caitanya-caritamrita, Madhya-lila 20.66-96, 21 de novembro de 1966, Nova Iorque

E a Barba de Outros Acaryas?

Em fotografias, às vezes vemos acaryas recentes, como Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura e Srila Gaura Kisora dasa Babaji, etc., que deixaram a barba crescer. Isso porque eles estavam observando o vrata de quatro meses de Caturmasya, no qual a pessoa faz o voto de praticar sérias austeridades a fim de fazer avanço espiritual. Um dos itens menos importantes que eles aceitam é não se barbearem durante esse período, ao passo que um dos aspectos mais significativos do voto é diariamente comer apenas alguns poucos punhados de arroz e dahl fervidos sem tempero. Mas a tendência à transigência nos permite fazermos refeições completas e deixar a barba crescer, em todos os períodos do ano.

“Quando os acaryas são vistos de barba, isso é durante o Caturmasya, de julho a setembro. Se observado estritamente, não é apenas barba. Há muitíssimas regras e regulações. Não se pode comer uma variedade de alimentos. Apenas kitri preparado e derramado no chão e então lambido. Há também muitas outras regras. Não é sempre que eles mantêm a barba”. - Carta de Srila Prabhupada a Dhrstaketu, 17 de julho de 1976, Nova Iorque

DO HOMEM #4: BRINCOS (sem)

Homens usando brincos em imitação aos brahmanas do sul da Índia tornou-se uma mania social entre dos devotos. Isso me lembrou dos meus dias no ensino médio, quando muitos estudantes (até mesmo estudantes judeus) começaram a usar medalhões de São Cristóvão. Sua Divina Graça preferia que seus seguidores não inventassem ou aceitassem tendências de roupas, o que ele considerava um sintoma de se estar retornando para a mentalidade hippie.

Akshayananda: [pausa] ...cordão da Deidade, o cordão sagrado velho, e eles o amarram no pulso. Eles o amarram aqui.

Prabhupada: Quem?

Akshayananda: Alguns devotos começaram a fazer isso agora.

Prabhupada: Por quê?

Akshayananda: Eu não sei. É como usar contas. O cordão sagrado da Deidade, após substituírem, eles pegam o velho e o usam aqui.

Prabhupada: Quem disse a eles?

Akshayananda: Eu não sei.

Prabhupada: Então por que...

Akshayananda: Bem, eu disse a um garoto que parasse, e, como não pude citar nenhuma autoridade, ele continua usando...

Prabhupada: Não, não. Não há um autor... Onde está a autoridade dele?

Akshayananda: Sim.

Prabhupada: Essa bobagem deve parar.

Akshayananda: Sim, eu achei que estava errado. Por isso eu mencionei. Eu queria ter certeza.

Prabhupada: Parem com isso.

Akshayananda: Certo. Com certeza.

Hari-sauri: Eu acho que a idéia deles é que, como é prasadam, é da Deidade, [eles acham] que eles podem usar.

Prabhupada: Isso é outra invenção. O cordão sagrado não é para ser usado assim, na mão.

Akshayananda: Eu achei que estava errado. Parece alguma coisa de moda ou algo assim, uma moda inventada.

Hari-sauri: [pausa] ...pequenas contas negras que os devotos estão usando do Radha-kunda. Eles têm um cordão de contas feito de argila do Radha-kunda. Elas são...?

Prabhupada: Argila do Radha-kunda não é ruim.

Hari-sauri: Então, está tudo bem em usá-las?

Prabhupada: Não com muita constância.

Pushta Krishna: Às vezes, eu acho, Srila Prabhupada, que o senhor está preocupado que uma coisa levará a outra. De fato, tudo o que temos que fazer é seguir o seu exemplo.

Akshayananda: Sim, não temos que adicionar nada. O que podemos adicionar?

Pushta Krishna: Qual é a utilidade disso?

Akshayananda: O que podemos adicionar?

Prabhupada: Existe um provérbio em bengali de que as gralhas, elas comem fezes. Mas, quando a gralha é muito nova, ela come mais fezes. [pausa] ...tendência sempre, como se tornar hippie, tão logo há uma pequena oportunidade.

Akshayananda: Sim, é algo do que temos que nos resguardar muito cuidadosamente.

Prabhupada: Não permita a eles. Não permita todas essas coisas.

Akshayananda: Até mesmo na Índia as pessoas dizem assim: “Ah, vocês são hippies?”.

Prabhupada: Tão logo você se torna hippie; imediatamente, todo o seu prestígio se vai.

Akshayananda: Terminado, sim.

Prabhupada: Muito cuidadosamente.

Hari-sauri: O ponto é que, um monte de devotos, eles não estão muito conscientes de que eles estão sendo observados pelos... muito meticulosamente pelo público. - Caminhada Matinal, 7 de abril de 1976, Vrndavana

Conquanto seja um fato que o Senhor Krsna e ksatriyas como Karna e Arjuna usassem belos brincos; uma vez que estamos fazendo o papel de brahmanas dentro da sociedade, não devemos usá-los. Na conversa citada, Srila Prabhupada indica que ele não aprova o use de cordões de brahmana das Deidades no próprio pulso porque isso é uma invenção. Similarmente, propomos que é preferível que os homens da ISKCON se privem do uso de brincos, mantendo em mente que Srila Prabhupada não introduziu o uso dos mesmos.

DA MULHER #1: O SÁRI

Sári: veste tradicional indiana vestida por mulheres hindus – 5,50 metros de comprimento, obrigatoriamente. A vestimenta da mulher Védica.

Não é nenhum segredo que Srila Prabhupada esperava que suas filhas e netas – etc. – espirituais preferissem sáris a outros tipos de trajes.

“Alguns homens e mulheres do Ananda Ashram passaram por nós. Uma mulher estava vestindo um sári. Prabhupada voltou-se para as outras mulheres e disse: ‘Uma mulher que veste sári parece muito feminina’.”. - Srila Prabhupada Lilamrta 19: Plantando a Semente

Por que ele enfatiza o sári? Sáris são mais modestos, simples, fáceis de serem mantidos limpos, sempre na moda e Védicos. Adotando uma tradição Védica, como vestir sári, a pessoa também adota, em certa medida, a cultura.

“Quando há um profuso suprimento de leite, iogurte, mel, grãos alimentícios, ghi, melaço, dhotis, sáris, roupas de cama, assentos e ornamentos, os residentes são verdadeiramente opulentos”. – Srimad-Bhagavatam 5.16.24 Significado

Sáris Importados do Mundo Espiritual

A contraparte feminina do Senhor, Srimati Radharani, estabelece o exemplo eterno por Se vestir com belos sáris para o prazer de Seu Senhor.

“A sabedoria divina da jnana pura é Seu sári de seda, e a prática de yoga do serviço devocional é a excelente fragrância de Seu corpo. Adornada por essas qualidades, essa bela e casta mulher rouba a mente do próprio Krsna”. – Gitavali, Srila Bhaktivinoda Thakura: Canção 3

Uma vez que atrair Krsna é Sua única meditação, é significativo que Sua timidez seja exibida por meio do uso do sári.

“Após Seu banho do meio-dia, Radharani banha-Se mais uma vez no néctar do lustre corpóreo, e Ela coloca a veste da timidez, que é Seu sári negro de seda”. – Caitanya Caritamrta, Madhya 8.168

No mundo espiritual, Radharani e Yasoda e suas devotas usam sáris, trança, tilaka, etc.; assim, quando vêm a este planeta para a realização de passatempos, naturalmente vestem o mesmo.

“Vestida em um sári amarelo açafroado, com um cinto preso ao redor de todo o seu quadril, mãe Yasoda puxava a corda de bater manteiga”. - Srimad-Bhagavatam 10.9.3

“Vasudeva recebeu iniciação juntamente com suas esposas, que vestiam sáris de seda e estavam adornadas com pulseiras, colares, guizos de tornozelo e brincos”. - Srimad-Bhagavatam 10.84.49

A genialidade de Srila Prabhupada foi tamanha que ele transportou o mundo espiritual para o mundo material e mostrou como aquele é superior. Suas discípulas ocidentais avidamente aderiram de coração aos divinos sáris e receberam a aprovação de Srila Prabhupada. Assim procedendo, as devotas da ISKCON simultaneamente abandonaram as decadentes vestes que vitimam o mundo.

“Ao contrário, essas moças, quando se vestem da maneira indiana, elas parecem mais bonitas. Isso vocês terão que admitir. Sim. Então, as moças, as mulheres, elas gostam de ser mais bonitas. Assim, como se trajando de outra maneira elas parecem mais bonitas, por que vocês deveriam pedir a elas que não se vistam assim?” – Conversa com Srila Prabhupada, 9 de junho de 1974, Paris

É dito que é preciso uma vila para se criar uma criança, mas Srila Prabhupada criou seus novos filhos Vaisnavas sem a ajuda de uma vila Védica – sem a ajuda de sequer uma mãe. Ele, portanto, teve que pessoalmente trazer sáris e mostrar às suas filhas como vesti-los.

“Com a volta, ele havia trazido alguns presentes. Para as moças, ele trouxe sáris. Ele levantava os tecidos finos de algodão um de cada vez, chamava o nome de cada discípula iniciada, e entregava a ela um sári. Um sári era branco com estampa vermelha e preta, outros eram brancos com bordas de uma única cor”. - Srila Prabhupada Lilamrta 56

Após ter estabelecido sáris para suas discípulas, Sua Divina Graça perpetuou seu uso encomendando-os de Benares.

“Similarmente, se seu amigo supre dhotis e sáris de Benares, isso será um excelente arranjo”. – Carta de Srila Prabhupada a Radharamana Sharanji, 25 de junho de 1970, Los Angeles

Sem Mais Jeans e Vestidos

Sua Divina Graça não apreciava as vestes das mulheres ocidentais, e por que deveria? Quanto mais a sociedade afasta-se da cultura Védica, mais suas vestes se tornam degradadas, seguidas de sexo ilícito, divórcio, aborto, etc.

“O svamiji havia comentado que ele não gosta das vestes das mulheres ocidentais, e, ao pedido dele, Yamuna foi vestida com um sári”. - Srila Prabhupada Lilamrta 22

Quando devotas vestem sáris, elas declaram-se em favor da castidade e da cultura de Krsna. Sáris são mais modestos se comparados ao estilo do vestuário ocidental, que frequentemente tem como objetivo incitar desejos luxuriosos.

Nandarani devi dasi conta o dia do seu casamento em São Francisco (1976): “Terminei de cozinhar naquela tarde por volta das quatro horas, e então fui para casa para me vestir para o casamento. Embora eu nunca tivesse vestido algo diferente de vestidos antigos e jeans, o Svamiji havia sugerido às outras moças que dessem um jeito de me colocar em um sári para o casamento. Assim, trouxemos um tecido de seda para usarmos como sári. Fui à casa da Malati. Ela ia me ajudar a colocá-lo. Como eu não conseguia mantê-lo no corpo, ela teve que o costurar em mim. Então, elas me decoraram com flores, levaram-me até o Svamiji e me mostraram para ele. Ele ficou muito feliz. ‘Essa é a aparência que nossas mulheres sempre devem ter. Sem mais jeans e vestidos. Elas devem sempre vestir sáris”. – Srila Prabhupada Lilamrta 22: O Svami Convida os Hippies

De outro modo, abandonando o seguro e culturalmente casto sári em favor de outra vestimenta, arriscamo-nos a cair novamente nas covas da gratificação sensorial.

“Hoje, tornou-se uma moda muito divulgada àquela de uma mulher sair quase nua, cobrindo a parte de baixo de seu corpo apenas levemente, a fim de atrair a atenção de um homem para suas partes privadas para o desfrute sexual”. – Srimad-Bhagavatam 6.5.14 Significado

Infelizmente, em nossa família de mães da ISKCON, estilos ocidentais ou derivados oriente-ocidente de Panjabi ganham popularidade sobre o sári Vaisnavi. Srila Prabhupada deu a seus discípulos o melhor de tudo por meio da cultura de Krsna.

“Janaki: O Svamiji disse que eu deveria me vestir de sári para o meu casamento, e ele disse que ele deveria ser de seda. E perguntei a ele de que cor, e ele disse vermelho. Desta maneira, Mukunda trouxe para mim um sári absolutamente elegante e algumas jóias muito boas”. – Srila Prabhupada Lilamrta 19: Plantando a Semente

Portanto, deixemos que as mulheres da ISKCON mantenham o padrão que Srila Prabhupada introduziu e continuem a vestir sáris castos, belos e culturais.

“O cantar público do santo nome realizado pelos seguidores de Srila Prabhupada, vestidos com tradicionais dhotis e sáris indianos, é agora uma visão familiar nas ruas das principais cidades do mundo”. – Sri Namamrita: Introdução

DA MULHER #2: CABELO TRANÇADO (partido)

Outro aspecto da cultura Védica é que as mulheres mantêm seus cabelos presos em uma trança. Assim como os devotos homens devem estar dispostos a suportar a austeridade de eventuais escárnios pelo uso da cabeça raspada e da sikha, as devotas devem suportar a austeridade de pretensos escárnios por serem excessivamente tradicionais em razão do uso do cabelo longo trançado.

“Pobre cakravaki, mesmo após fechar seus olhos, você continua a chorar tristemente pela noite em virtude de seu par desaparecido. Ou o que acontece é que, como nós, você se tornou serva de Acyuta e anseia por usar em seu cabelo trançado a guirlanda que Ele abençoou com o toque de Seus pés?”. - Srimad-Bhagavatam 10.90.16

Para as mulheres castas, usar o cabelo solto é algo a ser feito apenas privadamente, enquanto que, em público, o cabelo deve ser trançado. É o nosso máximo interesse adotar estes princípios Védicos que nos ajuda a nos mantermos na posição transcendental.

“Você não deve sair à noite ou com o cabelo solto, nem deve sair a não ser que esteja apropriadamente decorada com ornamentos. Você não deve sair de casa a não ser que esteja muito grave e suficientemente coberta”. - Srimad-Bhagavatam 6.18.50

O significado a esse verso é o seguinte: “Kasyapa Muni aconselhou sua esposa a não sair à rua a não ser que estivesse bem decorada e bem vestida. Ele não encorajava as minissaias que agora se tornaram tão na moda. Na civilização oriental, quando uma mulher sai à rua, ela deve estar completamente coberta, de forma que nenhum homem reconheça quem ela é. Todos esses métodos devem ser aceitos para a purificação. Se alguém adota a consciência de Krsna, ele é plenamente purificado, e, assim, ele se mantém sempre transcendental à contaminação do mundo material”.

“Krsna gosta que as mulheres usem cabelo longo” é o que dizemos aos convidados que perguntam se as mulheres na consciência de Krsna devem raspar a cabeça, como fazem os homens.

“Se você quer, você pode cortar seus cabelos, mas não há necessidade. Seria melhor se você pudesse vestir sári; você pode aprender com a Jadurani. Você deve permanecer como uma boa garota. O vestir e a aparência são convenções sociais da sociedade”. – Carta de Srila Prabhupada a Madhavi Lata, 20 de junho de 1968, Montreal

Até mesmo a forma com que uma mulher parte o seu cabelo é algo significativo na cultura Védica. A mulher casta parte seu cabelo no meio, começando da testa e recuando.

“Quando a simanta... Como se chama isso em inglês, simanta? Isso? Partir. Se não é no meio; do lado, ela é uma prostituta. Assim, a mulher deve se vestir de tal maneira que o homem compreenderá... Assim, de qualquer forma, esses são costumes sociais da civilização Védica”. – Aula de Srila Prabhupada do Srimad-Bhagavatam 1.8.47, 9 de maio de 1973, Los Angeles

DO HOMEM E DA MULHER #1: TILAKA

“Bela tilaka”, Prabhupada disse, “significa bela pessoa”. No Caitanya Caritamrta (Madhya 24.332), o Senhor Caitanya Mahaprabhu instruiu Sanatana Gosvami a escrever um livro sobre o comportamento Vaisnava, e um dos itens era o uso de tilaka.

“Você também deve descrever como a pessoa deve prestar serviço ao mestre espiritual e pintar o próprio corpo em doze partes com urdhva-pundra [tilaka]”.

O devoto marca doze partes do corpo como templos de Visnu – para proteção, santificação e decoração –, com argila branca, cinza ou branca amarelada (gopi chandana). Usar tilaka é um elemento significativo de sadacara-sampanna ou o enriquecido bom comportamento de um devoto.

“Após a iniciação, o nome do discípulo deve ser mudado para indicar que ele é um servo do Senhor Visnu. O discípulo também deve começar imediatamente a marcar seu corpo com tilaka [urdhva-pundra], especialmente sua testa. Trata-se de marcas espirituais, sintomas de um Vaisnava perfeito”. – Padma Purana, Uttara-khanda

Aqueles desejosos de serem iniciados dentro da ISKCON devem estar cientes de que Srila Prabhupada esperava que eles sempre usassem tilaka. Um estudante iniciado não deve se envergonhar de usar a veste de um Vaisnava – se for esse o caso, é melhor que esperem até terem desenvolvido mais confiança na cultura do Vaisnavismo.

Prabhupada: Peça-lhe para sempre usar tilaka.

Prithu-putra: Aquele, aquele garoto que veio.

Prabhupada: Não, aquele homem que veio. Peça que...

Prithu-putra: ...para sempre usar tilaka. Ele tem a kanthi-mala, mas eu não...

Prabhupada: Sem tilaka.

Prithu-putra: Sem tilaka.

Satsvarupa: Ele não usa tilaka.

Prabhupada: Então, ele tem que usar tilaka. Peça a ele: “Antes de qualquer coisa, use tilaka”. Veja. De outra forma, não aceitaremos.

Satsvarupa: Jaya Srila Prabhupada.

Prabhupada: Jaya. – Caminhada Matinal, 29 de janeiro de 1977, Bhubaneshwar

Similarmente, quando alguém avança na consciência de Krsna, ele continua a usar tilaka.

“O maha-bhagavata é aquele que decora seu corpo com tilaka e cujo nome o indica como um servo de Krsna pela palavra dasa”. – Caitanya Caritamrta, Madhya 24.330

Visnujana Svami costumava chamar a tilaka de “pintura de paz”, fazendo um trocadilho com a pintura corporal dos índios americanos, chamada de “pintura de guerra”.

“Usar tilaka na testa é especialmente importante. Esta é a restrição de Caitanya Mahaprabhu. Não veja um rosto se não houver tilaka. Ele costumava dizer que isso é um crematório. Sim, sem tilaka. A tilaka deve estar presente”. – Conversa com Srila Prabhupada, 31 de março de 1977, Bombaim

A Tilaka de Krsna e Radha

“Até mesmo a Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Krsna, usa tilaka diariamente. Um dia, o vaqueirinho admitiu a Krsna que ele havia sido derrotado pelos belos atributos de Krsna, que incluíam as marcas verticais de tilaka em Sua testa. Tio Akrura pensou em como ele era afortunado por estar prestes a visitar Vrndavana, onde ele poderia ver ‘o belo rosto de Krsna, cujos testa e nariz são marcados com tilaka’. Antes de Krsna poder colocar tilaka sozinho, Sua mãe, Yasoda, religiosamente aplicava a tilaka em seu filho em doze partes”. – Lankara-raksha-tilakasanadibhih

“Portanto, Ó Maharaja Parikshit, como requerido pelo cronograma cíclico de Seus passatempos, Krsna retornou à noite, entrou na casa de um dos vaqueirinhos e comportou-Se exatamente como os garotos; vivificando, desta forma, suas mães com prazer transcendental. As mães cuidaram dos garotos massageando-os com óleo, banhando-os, passando polpa de sândalo no corpo deles, decorando-os com ornamentos, cantando mantras de proteção, decorando seus corpos com tilaka e alimentando-os. Desta forma, as mães serviram Krsna pessoalmente”. – Srimad-Bhagavatam 10.13.24

Sri Ramananda Raya descreveu a marca de tilaka de Srimate Radharani em Sua bela fronte como o sinal de Sua grande fortuna. No Terceiro Canto do Srimad-Bhagavatam, o senhor Brahma narra como as moças nos planetas Vaikuntha, que são tão belas quanto a deusa da fortuna em pessoa, vêem seus rostos decorados com tilaka (su-alakam) refletidos nos reservatórios d’água.

Lembrando Outros de Krsna

No momento de abandonar seu corpo em 1970, a mãe de Kartikeya dasa perguntou ao seu filho se Krsna estava presente. Srila Prabhupada disse que ela se liberou lembrando-se do Senhor naquele momento crítico; ele atribuiu isso à bondade e à aparência Vaisnava de seu discípulo, especialmente seu uso de tilaka.

“Em relação ao que é um Vaisnava, Vaisnava significa que, quando outros o verem, eles também cantarão Hare Krsna. Por que, então, não usarmos contas, tilaka e sikha para dar a eles a chance de verem?”. – Carta de Srila Prabhupada a Sudama, 10 de dezembro de 1973, Bombaim

“E, em relação aos nossos sinais ou marcas no corpo; assim como passamos tilaka, temos contas – isso é... Assim como isso é prático. Quando eu estava em Montreal e em outras cidades, quando passávamos pela rua, as crianças, as pessoas, elas também diziam: ‘Hare Krsna!’. Assim, essas marcas e essa representação simbólica lembram outros da consciência de Krsna. Assim como um policial; assim que ele aparece em suas vestes: ‘Ah, aqui está um policial’; então, similarmente, esses itens também são necessários para se lembrar outros. O nosso processo é arrecadar pessoas para a consciência de Krsna. Então, se por meio da representação simbólica, alguém imediatamente se lembra de Krsna, aí está o nosso sucesso”. – Entrevista com Srila Prabhupada, 24 de setembro de 1968, Seattle

DO HOMEM E DA MULHER #2: KANTHI-MALA (contas de pescoço)

Outro item da veste Vaisnava é usar kanthi-mala, ou pequenas contas de Tulasi ao redor do pescoço.

No Padma Purana, há uma declaração descrevendo como um Vaisnava deve decorar seu corpo com tilaka e contas: “Pessoas que colocam contas de Tulasi no pescoço, que marcam doze lugares do corpo como templos de Visnu com representações simbólicas de Visnu [os quatro itens segurados pelas quatro mãos do Senhor Visnu – a concha, a maça, o disco e o lótus], e que usam visnu-tilaka na testa, devem ser compreendidas como os devotos do Senhor Visnu neste mundo. A presença deles torna o mundo purificado, e, onde quer que fiquem, tornam tal lugar tão bom quanto Vaikuntha”. – Néctar da Devoção, Capítulo 9

O padrão da ISKCON é que seguidores não-iniciados usem uma volta, e, discípulos iniciados, o mínimo de três voltas.

“Depois disso, você deve descrever como a pessoa deve decorar seu corpo com gopicandana, usar contas de pescoço...”. – Caitanya Caritamrta, Madhya-lila 24.333; Sri Caitanya dirigindo-Se a Rupa Gosvami

No momento da iniciação, espera-se que o devoto tenha três voltas ao redor de seu pescoço quando a cerimônia começa. Em Detroit, um discípulo esperando receber seu nome espiritual para se tornar um discípulo iniciado por Sua Divina Graça teve, repentinamente, sua vez adiada por não estar usando contas de pescoço.

“Então, o próximo. Onde está...? Sem conta de pescoço? Como é isso? Onde está a conta de pescoço? Huh? Ah, essas coisas não são boas. Deve-se estar bem equipado. De outro modo, qual é o significado da iniciação? Dar... Sem conta de pescoço? Em frente. Antes de mais nada, obtenha contas de pescoço”.

“Quem é o próximo? Você tem contas de pescoço? Então está tudo bem. Visvakarma. Visvakarma é o engenheiro deste universo. Hare Krsna. Jaya. Você sabe quais são as regras e regulações? Está certo”. – Srila Prabhupada dando iniciações em Detroit, 18 de julho de 1971

Como estava fazendo o papel de um devoto, o Senhor Caitanya usou pessoalmente contas de pescoço.

punarapi eka-bara asiha nilacale”
eta bali’ kantha-mala dila tanra gale

“Sri Caitanya Mahaprabhu concluiu: ‘Volte novamente para Nilacala [Jagannatha Puri]’. Após dizer isso, o Senhor colocou Seu próprio cordão de contas no pescoço de Raghunatha Bhatta”. – Caitanya Caritamrta, Antya 13.115

As contas de pescoço devem ser usadas no pescoço justas (embora não tão justas que cheguem a sufocar), e não frouxas e caindo em direção ao peito.

Prabhupada: Não. Todos são de Krsna. Onde estão suas contas de pescoço?

Gurudasa: Ah, aqui.

Prabhupada: Por quê?

Gurudasa: Elas vieram, elas vieram solta, e então eu as juntei assim.

Prabhupada: Você deve colocar suas contas, as contas de pescoço justas.

Gurudasa: Bem ao redor do pescoço?

Prabhupada: Sim. – Aula de Srila Prabhupada, 16 de outubro de 1972, Vrndavana

Um sannyasi Mayavadi veio a Boston e desejou ficar no templo. Uma das condições que Srila Prabhupada estabeleceu para autorizar a permanência do sannyasi no templo foi que ele aceitasse o padrão das vestes Vaisnavas, o que inclui o uso de contas de pescoço.

“Se o sannyasi que veio ao nosso refúgio raspar a cabeça e mantiver uma sikha, ficar com contas no pescoço, e cantar o mantra Hare Krsna pelo menos 16 voltas, e mudar sua veste, então ele pode ser autorizado a ficar conosco”. – Carta de Srila Prabhupada a Satsvarupa, 28 de dezembro de 1970, Surat

O uso de contas de pescoço também é apropriado para devotos que não vivem no templo. Abaixo, Sua Divina Graça aconselha um devoto que está estudando em uma universidade a sempre usar contas de pescoço.

“Você também deve usar sempre contas kanthi ao redor do pescoço e usar a marca de tilaka. As pessoas irão indagá-lo e você pode lhes falar sobre a consciência de Krsna e também vender livros para essas pessoas”. – Carta de Srila Prabhupada a Niranjana, 23 de abril de 1974, Hyderabad

Cães de Krsna

George Harrison, dos Beatles, usava com freqüência contas de pescoço, e, quando indagado sobre elas, ele dizia que as contas indicavam que ele era um cão de Krsna, e que aquilo era sua coleira. Essa idéia veio de Srila Prabhupada.

“Alguém me perguntou que: ‘Svamiji, por que essas contas de Tulasi no pescoço do senhor ou no pescoço de seus devotos?’. Então, eu respondi: ‘Assim como um cão de estimação tem uma coleira; similarmente, somos cães de estimação de Deus. Temos esta coleira. E Yamaraja entenderá que ‘Ele é cão de Deus. Ele não deve ser abatido’.”. (risos) – Aula de Srila Prabhupada do Srimad-Bhagavatam 6.1.34-39, 19 de dezembro de 1970, Surat

Assim como o Mestre Supremo ama Seus servos e lhes dá cordões de identificação (kanthi-mala), os servos amam o Mestre e alegremente concordam em ser Seus cães obedientes ou cães de Seus amados servos.

vaishnava thakura, tomara kukkura, baliya janaha more

“Meu caro Vaisnava Thakura, gentilmente me aceite como seu cão”. – Srila Bhaktivinoda Thakura, Saranagati 19

Na cerimônia de iniciação, dois tipos de contas são santificadas e presenteadas ao discípulo, a saber, as contas de canto e as contas de pescoço.

“Na noite passada, houve cerimônia de iniciação, na qual suas contas foram santificadas. Você receberá um cordão de pequenas contas para usar em seu pescoço, e, nas contas maiores, você pode cantar de acordo com as regras”. – Carta de Srila Prabhupada a Indira (Iris Mendoza), Ekayani (Esther Mendoza), 17 de dezembro de 1967, San Francisco

A ISKCON é um ramo completamente emplumado da árvore de Caitanya, e, como tal, está de acordo com as práticas dos Gaudiya Vaisnavas.

“Todas [referindo-se às Deidades do Panca-tattva] devem usar contas kanthi de Tulasi, não menos do que duas voltas. Três, quatro voltas, ou meu Guru Maharaja tinha cinco voltas”. – Carta de Srila Prabhupada a Govinda, 20 de novembro de 1971, Delhi

Nota: Em casos extraordinários, que possa trazer perigo ao devoto, o uso de contas de pescoço e/ou de outras vestes devocionais pode ser negligenciado.

DO HOMEM E DA MULHER #3: SEM COURO

Às vezes, algumas pessoas nos abordam enquanto estamos cantando em harinama e perguntam por que estamos usando couro se somos vegetarianos. É uma pergunta válida; eu, então, mostro que as sandálias que estou usando são, na verdade, feitas pelo homem, e não de couro – o indagador fica satisfeito.

Sentado a alguns centímetros de Prabhupada sobre a saída-de-praia na areia, Satsvarupa fez uma pergunta em nome de todos os devotos de Nova Iorque.

“Svamiji, é admissível o uso de couro?”.

“Não”.

“E se alguém nos tiver dado sapatos de couro?”.

“Couro significa violência”, Prabhupada disse. Ele apontou para os sapatos de Satsvarupa, não custosos e de material feito pelo homem. “O país de vocês é muito bom. Por meio da tecnologia, vocês podem obter esses sapatos facilmente sem usarem couro”. Para Satsvarupa e os demais, a questão estava respondida para toda a vida, e o momento e o lugar se tornaram uma referências, como um capítulo e o número de um verso nas escrituras – Srila Prabhupada Lilamrta 25: Long Branch, 1967, Nova Jersey

Quando um recém-chegado perguntou se ele deveria renunciar o uso de sapatos de couro, Sua Divina Graça delicadamente adiou o estabelecimento de uma política estrita, mas gentilmente explicou que, evitar couro, era preferível.

Ian Polsen: Há uma outra questão, Vossa Graça. Eu uso sapatos de couro, e sei que eles vêm de animais...

Prabhupada: Huh?

Ian Polsen: ...que foram abatidos por isso. Eu devo parar de usar sapatos de couro?

Prabhupada: Bem, isso você também pode continuar. Isso não é... Assim como estamos usando muitíssimas coisas feitas de pele. Mas, tanto quanto possível, evite. Há muitíssimos sapatos sem pele, hoje em dia eles são disponíveis. Antes de mais nada, tente entender filosofia. – Conversa e entrevista com Srila Prabhupada, 31 de julho de 1972, Londres

A um discípulo pregando em um clima frio na Alemanha, Sua Divina Graça permitiu o uso de calçados de couro; contudo, sua esmagadora preferência era que se evitasse, a todo custo, o uso de couro. Em 1972, uma das sandálias pessoais de Srila Prabhupada foi roubada por um macaco, que a mastigou e fez buracos nela. Sua Divina Graça, entretanto, continuou a usá-la. Duas semanas mais tarde, em Hyderabad, o Sr. Pithi, um membro vitalício muito rico, notou as sandálias de Srila Prabhupada. Srutakirti, o então servo pessoal de Prabhupada, explicou a ele o que havia acontecido, e o Sr. Pithi enviou seu servo para comprar sandálias novas. Quando o novo par foi presenteado a Srila Prabhupada, ele as aceitou graciosamente, mas, depois, ele disse ao seu servo: “Não posso usá-las. Elas são feitas de couro”. Ele continuou usando suas danificadas sandálias por semanas, até que ele chegou a outro templo, onde os devotos trouxeram sandálias sem couro ao gosto de Srila Prabhupada e ele dispensou as outras.
CONCLUSÃO: VIDA E VESTES VÉDICAS

Humildemente aconselhamos aqueles desejosos de avançar no serviço devocional que usem as vestes Védicas e vivam a consciência de Krsna. Aqui estão mais algumas razões a se considerar:

A CULTURA DE KRSNA:

As vestes Védicas nos unem à cultura eterna de Krsna, e as coisas relacionadas a Krsna são transcendentais.

CASTIDADE:

As vestes Védicas promovem a modéstia e a castidade em termos de pensamento e ação.

ECONOMIA:

As vestes Védicas poupam o dinheiro que seria gasto com compras da moda e custosos penteados.

ENTUSIASMO:

Assim como um soldado se sente mais soldado quando trajando o seu uniforme, os devotos certamente se sentem como devotos quando usando as vestes Védicas.

LIMPEZA:

As vestes Védicas são simples e fáceis de serem lavadas diariamente.

ATRAÇÃO:

As vestes Védicas são mais atrativas do que as demais vestes.

PREGAÇÃO:

As vestes Védicas lembram outros de Krsna e notificam outros que somos representantes dEle.

AGRADAM PRABHUPADA:

Usar as vestes Védicas é uma maneira fácil e segura de agradar o Senhor Krsna satisfazendo Seu querido devoto Srila Prabhupada.

EXEMPLO:

Usando as vestes Védicas, estabelecemos o exemplo desejado para as gerações atuais e futuras de devotos.

FAMA:

O mundo conhece e adora os devotos Hare Krsnas em suas vestes tradicionais. Pelo uso das vestes Védicas, essa fama é ampliada.

“Esse é o defeito da civilização moderna. Você faz o seu próprio padrão, eu faço o meu próprio padrão, ele faz o seu próprio padrão. E, em conseqüência, há briga entre os líderes. Mas, de acordo com a nossa concepção Védica, há um padrão. Estamos insistindo que: ‘Adote este padrão Védico, então você será perfeito’. E, se você segue manufaturando seu próprio padrão, você nunca será perfeito”. – Conversa com Srila Prabhupada, 10 de julho de 1975, Chicago

Om tat sat. Hare Krsna.


Tradução de Bhagavan dasa (DvS)