Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami
Jagad Guru Srila Prabhupada

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Como Surgiu a Revista de Volta ao Supremo

Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada começou a publicar a revista “De Volta ao Supremo” de sua casa, em Calcutá, em 1944. A Segunda Guerra Mundial estava em progresso e os Japoneses estavam bombardeando Calcutá. Havia racionamento de produtos e, no início, o governo recusou o pedido de papel para impressão. Mas ele foi persistente e seus pedidos finalmente foram atendidos e em seu segundo número da revista, com um certo sarcasmo, ele agradeceu o governo por sua atitude iluminada em relação a essa publicação espiritual.
A visão espiritual de Srila Prabhupada era inabalável. A revista só publicaria mensagens transcendentais dos grandes sábios da Índia, em especial o Senhor Caitanya, e seu dever seria simplesmente retransmiti-las, de acordo com o tempo e circunstância na era atual. Ele não inventaria nada, para que suas palavras fossem um canal de som transcendental guiando as pessoas de volta ao Supremo. Ele sabia que o assunto, sendo de uma esfera de consciência totalmente diferente, talvez parecesse sem graça ao seus leitores, mas disse que qualquer um que se tomasse proveito da mensagem seria beneficiado.
Apesar da forma humilde que surgiu a revista, os objetivos e visão de Srila Prabhupada eram nada menos que buscar a salvação do mundo inteiro. Ele nunca alterou ou mudou essa sua visão ao longo de toda sua vida e deixou esse exemplo para seus seguidores. Seu sucesso mais tarde seriam prova das palavras do Bhagavad-gita (18.78):
yatra yogesvarah krsnoyatra partho dhanur-dharahtatra srir vijayo bhutirdhruva nitir matir mama
"Onde quer que esteja Krishna, o senhor de todos os místicos, e onde quer que esteja Arjuna, o arqueiro supremo, com certeza também haverá opulência, vitória, poder extraordinário e moralidade. Esta é minha opinião."
A cronograma de publicação da De Volta ao Supremo era irregular. Depois de seu começo em 1944, os próximos números são de 1952. Depois os números do Volume III foram impressos de março a novembro de 1956, outubro a novembro de 1958 e fevereiro a setembro de 1960. As publicações em Hindi, dos quais temos apenas do Volume I, números 1 e 3, foram impressos em Kanpur em 1958. Nos últimos números impressos na década de 60 podemos ver que Srila Prabhupada estava ficando mais interessado em publicar livros e os mesmos continham trechos de livros que ele pretendia publicar. De particular interesse é o Bhakti-rasamrita-sindhu, que aparecem nos últimos De Volta ao Supremo com transliterações, traduções palavra por palavra, traduções e significados. Depois de sua chegada nos EUA, ele logo publicou um estudo resumido dessa obra, intitulado, “O Néctar da Devoção”.
Em outubro de 1966 ele relançou a revista, incumbindo seus primeiros discípulos norte americanos com a tarefa de escrever artigos e publicar a revista. Em poucos anos, com a rápida expansão da ISKCON, estavam vendendo milhares de revistas por mês.

Fonte: pt.krishna.com

A deidade

Por Giridhari Das (HDG)
Fonte: www.pandavas.org.br


A Deidade

Para muitas pessoas, a adoração da Deidade é um dos elementos mais difíceis de compreender (ou aceitar) das práticas de bhakti-yoga. Causa profunda estranheza para certas pessoas a noção de Deus como uma estátua ou quadro, aparentemente tão limitado, imóvel...tão material!

Tem um verso muito importante no Srimad Bhagavatam, que diz: “Transcendentalistas eruditos que conhecem a Verdade Absoluta, chamam essa substância não dual de Brahman, Paramatama e Bhagavan” (SB 1.2.11).

Brahman é a luz, ou efulgência, de Deus que tudo penetra, que permeia toda realidade. Os impersonalistas tem como meta se fundir nessa luz divina, perdendo sua identidade e individualidade. Livrando-se da contaminação material, esse tipo de transcendentalista experimenta uma profunda paz e alívio.

Paramatma, que literalmente significa Superalma, é a forma localizada do Senhor que sustenta a realidade material. Deus está no coração de todos nessa forma de Paramatma. Não só no coração de todo corpo material, mas também em todos os átomos da criação. Os grandes místicos entravam em meditação profunda na Superalma, adquirindo assim todo tipo de poder místico e controle sob seus corpos e a energia material de Deus, em sua comunhão com o divino.

Bhagavan, porém, é a forma pessoal de Deus, do Senhor Transcendental. Deus tem ilimitadas formas espirituais (não materiais) para se relacionar pessoalmente de ilimitadas maneiras com Seus ilimitados devotos. Essa é a plataforma suprema de amor, onde existe um campo ilimitado para o ser vivo expressar seus sentimentos amorosos em relação ao Senhor. De todos os prazeres, nenhum se compara ao prazer do relacionamento amoroso, seja como amigo, parente (filho, pai, mãe, etc.) ou amante. E a qualidade do relacionamento é diretamente ligada às qualificações de quem está amando e de quem está sendo amado. Assim, pode-se entender que não há situação mais elevada, mais prazerosa e feliz, do que eternamente ser supremamente qualificado e amar alguém supremamente qualificado. Essa é a posição da plataforma transcendental da Verdade Absoluta em Bhagavan. Como somos, por constituição, partes e parcelas do Senhor com Suas mesmas qualidades, já somos, sempre fomos e sempre seremos, supremamente qualificados. Basta nos livrar de nossas errôneas e ilusórias concepções sob nosso eu, ou seja, limpar o coração de tudo aquilo que nós não somos. E a Suprema Personalidade de Deus, que tem ilimitados nomes devidos a Suas ilimitadas formas transcendentais, é por definição o reservatório infinito de todas as boas qualidades. Portanto, nosso estado original é de estar assim situado numa rica, variada e eterna relação pessoal de amor puro com o Senhor.

Vale a pena notar que a plataforma Paramatma, inclui e supera as realizações e benefícios da plataforma Brahman e que a plataforma Bhagavan, inclui e supera as realizações e benefícios das plataformas Brahman e Paramatma. Tudo se cumpre e atinge automaticamente ao entrar no estágio de perfeita comunhão amorosa pessoal com Deus.


Uma dessas formas ilimitadas que o Senhor aceita é a Deidade, tecnicamente chamada de arca-vigraha. Em nosso estado condicionado perdemos nossa capacidade natural de ver, tocar, cheirar, sentir, etc. aquilo que é transcendental. Conseguimos apenas ter essas experiências com a energia inferior de Deus, Sua energia material. Por isso, sendo todo misericordioso, Deus aceita uma forma composta de Sua energia material (na forma de pedra, metal, tinta, etc.) para que mesmo em tal condição podemos nos relacionar com Ele diretamente em Sua forma Bhagavan. A Deidade assim deixa de ser matéria, deixa de ser uma estátua ou pintura, e passa a ser uma forma transcendental do Senhor, apesar de manter as características de uma criação material. Sem Sua forma arca-vigraha, e sem já estar na plataforma transcendental liberada, limitamos muito nossa oportunidade de nos relacionar com Deus na plataforma Bhagavan, Seu supremo aspecto. A adoração da Deidade, portanto, é a oportunidade de se situar na plataforma transcendental de serviço amoroso ao Senhor, de realizar importantes aspectos inerentes ao relacionamento amoroso entre duas pessoas, como alimentar, tocar, presentear, cuidar, etc.

Praticar vida espiritual significa justamente isso – praticar vida espiritual! Significa fazer aqui e agora aquilo se faz no estado espiritual puro almejado. Aquele que ignora sua individualidade e a existência individual de Deus e almeja a plataforma Brahman, onde nada se faz, nada se pensa, nada se deseja e apenas “é”, pratica então nada fazer, nada pensar, nada desejar e apenas “ser”, e assim avança espiritualmente. Aquele que compreende sua individualidade eterna e a existência de Deus em tudo e todos, querendo assim entrar em total comunhão com o aspecto divino da realidade a sua volta, faz exatamente isso ao fixar sua consciência na Superalma, e assim avança espiritualmente. E aquele que compreendeu sua individualidade eterna e o aspecto pessoal de Deus, querendo assim apenas viver um relacionamento amoroso infinito e eterno com o Senhor Transcendental, faz exatamente isso ao relacionar-se com Ele pessoalmente, chamando-O, alimentando-O, tocando-O, presenteando-O, cuidando dEle, etc., e assim avança espiritualmente.

Portanto a adoração da Deidade é uma prática natural e importante no processo de nos re-estabelecermos em nosso eterno e amoroso relacionamento pessoal com Deus, bhakti-yoga, e, exatamente por isso, causará estranheza para aqueles que são materialistas e/ou estão buscando outras metas transcendentais.

A PAZ

A PAZ

No cotidiano, a palavra “paz” acabou perdendo o seu verdadeiro e complexo significado. Todos querem falar sobre ela, mas quem poderia explicá-la com propriedade?. É com esta pergunta que começa a matéria escrita por Talita Cícero, na revista Filosofia (Ciência & Vida).

Segundo o filósofo Ricardo Galvanese, “a paz reaparece na filosofia com conotações diferentes”, já que no decurso do tempo e da história, vários conceitos foram dados.

Ainda segundo Galvanese, quando o ser humano ­­­¬ em sua condição individual, social e religiosa (transcendental) ¬ está integrado consigo mesmo enquanto indivíduo, ele está em condição de paz. O filósofo Rafael Alves da Silva acredita que a paz só pode vir da auto-realização individual, do aprimoramento integral do ser humano, de suas condições morais, intelectuais, espirituais e físicas. O filósofo acrescenta que a grande barreira para a paz é a ignorância. Ele diz ainda, que se faz necessária uma instrução especial, ligada à construção da psique, que deve ser organizada e equilibrada, e a construção do estado que é conseqüência. Em sua opinião, isso nos capacitará ainda mais para realizações nobres e para nossa aproximação constante com Deus.

Nesse caso há uma coerência com que afirma Srila Prabhupada, no Bhagavad-Gita 6:37. Srila Prabhupada diz que o princípio básico da auto-realização é o conhecimento de que a entidade viva não é este corpo material, mas sim que ela é diferente dele e que sua felicidade está na vida eterna, na bem-aventurança e no conhecimento. Estas são transcendentais além tanto do corpo como da mente.

O BG cap. 2 verso 71, diz que: ¬ Só uma pessoa que tenha renunciado a todos os desejos para gratificação dos sentidos, que vive livre de desejos, que renunciou a todo o sentido de propriedade e está desprovido de falso ego ¬ pode alcançar a paz verdadeira.

O filósofo Rafael Silva acredita que temos que cultivar conhecimento sobre as causas que podem levar nossa mente ao desequilíbrio e até a agressividade.

No Gita cap. 5 verso 29, Srila Prabhupada explica que : “A melhor forma para a paz é simplesmente esta: O senhor Krsna é o beneficiário em todas as atividades humanas. Os homens devem oferecer tudo ao serviço transcendental do senhor porque Ele é o proprietário de todos os planetas e dos semideuses nestes planetas. E ele completa dizendo: ¬ Um a pessoa só pode alcançar a perfeita paz em completa consciência de Krsna.

Galvanese crê que a paz decorre do desenvolvimento do ser humano na direção de Deus. Santo agostinho disse: “Meu coração só descansará quando repousar em Ti Senhor”.

Falar de paz é tão complexo quanto tentar praticar a mesma. Às vezes faz-se necessária a guerra para se obter uma paz. Entretanto, como estamos caminhando no campo material, o assunto torna-se intrincado. Com o atual quadro, talvez levemos milênios tentando obter paz material, que de certa forma existe, não obstante efêmera, mas existe.

Seu servo humilde,
SuvẶsẶ DẶsa