Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami
Jagad Guru Srila Prabhupada

sexta-feira, 18 de março de 2011

Gaura-Purnima - Trecho da obra Um Diário Transcendental, de Sua Graça Hari-Sauri Prabhu.

Trecho da obra Um Diário Transcendental, de Sua Graça Hari-Sauri Prabhu. Em breve disponível para compra em http://www.sankirtana.com.br/

Gaura-Purnima


Mayapur, Índia

16 de março de 1976

Gaura-Purnima, o dia do aparecimento de Sri Caitanya Mahaprabhu. Todos jejuaram até o nascer da lua e então comeram um banquete de Ekadasi, embora Prabhupada tenha dito que isso não era compulsório.
* * *
Prabhupada se manteve em sua programação regular, caminhando primeiramente na cobertura e então descendo para caminhar pelos campos.
A atenção de Prabhupada a todo detalhe não é algo pouco impressionante. Tão logo ele saiu para a cobertura ao ar fresco da manhã, ele notou uma lota deixada ao lado de algumas plantas de Tulasi recentemente regadas. Nenhum de nós pensou algo sobre aquilo, mas o rosto de Prabhupada logo revelou descontentamento. Ele pediu a um dos devotos que verificasse se havia uma lota no banheiro.
“Não, Srila Prabhupada”, foi a resposta.
Prabhupada balançou sua cabeça. Ele reconheceu a lota como sendo uma que ele vinha usando. “Vejam quão aparadhi, ofensores. Eles usaram essa lota para regar. Grandes ofensores. Isso prossegue, mlecchas e yavanas”. O pensamento do uso de um receptáculo contaminado para se regar Srimati Tulasi Devi era-lhe abominável, e ele nos alertou a garantirmos que isso não aconteça novamente no futuro. “Aquele que usou isso, ele não tem nenhum senso de como regar a Tulasi. Ele deve ser instruído: ‘Nunca use a lota do banheiro’.”.
Foi ainda outra indicação de nossa falta de consciência de Krsna. Obviamente, alguns de nós ainda pensamos em Tulasi Devi como uma mera planta, mas Prabhupada é plenamente consciente da elevada posição dela.
Durante a caminhada, Srila Prabhupada falou continuamente, ocupando todos em debate, desafiando e expondo os defeitos na filosofia dos comunistas e dos cientistas, e treinando seus homens a como apresentarem a consciência de Krsna como o sistema mais grandioso.


Ele parecia mais enlevado do que o usual, obviamente vigorado pela presença de seus principais pregadores. Ele conversou por toda a caminhada, particularmente sobre o ponto da liderança na sociedade humana. Se mudanças são necessárias, ou uma revolução contínua, como dizem os comunistas, então isso significa imperfeição nos líderes. Nós, todavia, temos o mesmo líder, Krsna, há milhões de anos, sem nenhuma necessidade de troca.


Então, em outro incidente, ele demonstrou sua preocupação sempre atenta ao bem de nossas vidas espirituais. Rodeado por seus sannyasis e GBCs, ele desceu a escadaria central até o primeiro andar. Ele então viu uma mulher aguardando para subir ao segundo andar. Ele parou e lhe perguntou o que ela estava fazendo.
Ela disse que tinha de ir ver Hridayananda Goswami.
Prabhupada ficou muito aflito com aquilo, e me enviou para buscar Hridayananda Maharaja.
Quando ele veio, Prabhupada exigiu saber o motivo para ele receber a visita de uma mulher em sua sala. Com todos ao redor, Prabhupada o repreendeu dizendo que um sannyasi não deveria sequer falar com uma mulher. Hridayananda explicou que se tratava de um mal-entendido. Ela, na verdade, estava vindo com seu esposo para discutir a iniciação dela.
“Isso pode ser”, Srila Prabhupada disse, “mas tenho que responder como compreendi”.

Foi uma lição salutar no sentido de quão cuidadoso alguém deve ser para proteger a própria vida espiritual.


* * *

De algum modo, como se por arranjo divino, o verso do Srimad-Bhagavatam 7.9.38 era uma referência precisa ao aparecimento do Senhor Caitanya. Não foi planejado, visto que Srila Prabhupada vinha palestrando sobre os versos em ordem desde a metade de fevereiro. Ainda assim, foi precisamente apropriado. Pusta Krsna leu com a voz bem alta a tradução para a apinhada assembléia. “Desta maneira, meu Senhor, Você apareceu em diferentes encarnações, como seres humanos, como animais, como uma pessoa imensamente santa, como semideuses e como um peixe e uma tartaruga. Desta maneira, Você mantém toda a criação em diferentes sistemas planetários e mata os princípios demoníacos em toda era. Meu Senhor, Você, portanto, protege os princípios da religião. Na era de Kali, Você não Se impõe como a Suprema Personalidade de Deus. Você, portanto, é conhecido como Tri-yuga, ou o Senhor que aparece em três yugas”.

Srila Prabhupada deu uma longa palestra, revelando o propósito do advento do Senhor Caitanya aqui em Sri Mayapur Dhama, há 490 anos. Ele explicou que o misterioso advento do Senhor pode ser compreendido somente pela misericórdia de grandes devotos, como Srila Rupa Gosvami. “Caitanya Mahaprabhu é descrito aqui como channah kalau. Em Kali-yuga, Ele não aparece como outras encarnações, não como Nrsimhadeva ou Vamanadeva, ou o Senhor Ramacandra. Ele aparece como um devoto. Por quê?”.

“Agora, este é o avatara mais magnânimo. As pessoas são tão tolas, elas não podem compreender Krsna. Quando Krsna diz: sarva-dharman parityajya mam ekam saranam [abandone tudo e renda-se a Mim], elas entendem assim: ‘Quem é essa pessoa ordenando desta forma, sarva-dharman parityajya? Qual o direito?”.
“Essa é a nossa doença material. Se alguém é ordenado a fazer algo, ele protesta: ‘Quem é você para me dar uma ordem?’. Essa é a posição. Deus pessoalmente, Krsna, o que Ele pode dizer? Ele ordena, a Pessoa Suprema, o Ser Supremo. Ele tem que ordenar. Ele é o Controlador Supremo. Esse é Deus. Mas somos tão tolos que, quando Deus ordena que ‘Você, faça isso’, tomamos isso de outra forma: ‘Ah, quem é esse homem? Ele está ordenando dessa maneira. Por que devo Lhe dar?’. ‘Eu criei tantos dharmas, ‘ismos’. Devo abandoná-los? Por que eu deveria abandoná-los?’. Por conta disso, o mesmo Senhor veio novamente como Caitanya Mahaprabhu”.
“Hoje é o dia do aparecimento de Caitanya Mahaprabhu, então devemos discutir isto muito meticulosamente, [o modo com] que Rupa Gosvami compreendeu isso. Assim, temos que ir através do guru. Rupa Gosvami é o nosso guru. Narottama dasa Thakura disse: rupa-raghunatha-pade, hoibe akuti, kabe hama bujhabo, se yugala-piriti. Se queremos entender a posição transcendental da Suprema Personalidade de Deus, então temos que ir através do sistema de guru-parampara. De outro modo, isso não é possível.
“Assim, Ele é channah-avatara. Ele é Krsna, Ele veio dar a vocês Krsna-prema [amor a Deus], mas Ele está agindo como um devoto de Krsna. Ele é encoberto. Ele não está comandando agora: ‘Você, faça isso’; sim, Ele está comandando: ‘Faça isso’, mas de uma maneira diferente”.
“Como as pessoas compreenderam errado: ‘Ah, quem é essa pessoa comandando?’. Até mesmo alguns patifes, pretensos eruditos, eles dizem: ‘É muito para se exigir’. Ele comentam assim. Sim, pessoas sofisticadas, elas estão pensando assim. Mas o nosso processo é submeter-se. A não ser que nos submetamos, não há chance de avanço na consciência de Krsna. Esse é o ensinamento de Caitanya Mahaprabhu: trnad api sunicena taror api sahisnuna/ amanina manadena kirtaniyah sada harih. Se você quer cantar o mantra Hare Krsna, então você tem que adotar este princípio: trnad api sunicena. Você tem que se tornar mais humilde do que a grama. A grama, ela está pela rua. Todos a estão pisoteando. Nunca protesta”.
“Taror api sahisnuna. E mais tolerante do que uma árvore. A árvore está nos dando muita ajuda. Ela está nos dando frutas, flores, folhas, e, quando há um calor escaldante, abrigo também. Sente-se em baixo dela. Tão benéfico – ainda assim, nós cortamos. Tão logo eu queira, eu corto. Mas não há protesto algum. A árvore não diz: ‘Eu lhe dei tanta ajuda, e você está me cortando?’. Não. Tolerante, sim. Portanto, Caitanya Mahaprabhu selecionou”.
“E amanina manadena. Para si mesmo, ninguém deve esperar nenhuma posição respeitosa, mas ele, o devoto, deve oferecer todo o respeito a todos. Amanina manadena kirtaniyah sada harih. Se adquirimos essa qualificação, então podemos cantar o maha-mantra Hare Krsna sem qualquer inquietação. Esta é a qualificação. Então, Caitanya Mahaprabhu veio ensinar estes princípios”.
* * *
Na metade da manhã, Prabhupada falou novamente; desta vez, em uma grandiosa cerimônia de iniciação e yajna de fogo. Ele concedeu sannyasa a sete homens, brahmana a quinze devotos, e iniciação hari-nama a outros vinte e cinco. Os devotos haviam decorado belamente toda a sala do templo com bandeiras, festões e bananeiras. A vyasasana de Prabhupada tinha uma abundante coleção de flores penduradas de sua sombrinha.

Um corredor central foi deixado vazio de Prabhupada à sala da Deidade no outro extremo do templo. De ambos os lados, os novos iniciados sentaram-se diante dele, cada um atrás de um prato de folha contendo alguns grãos e uma banana a serem oferecidos no fogo. Atrás deles, mais de quinhentos devotos abarrotavam-se como podiam, ávidos por assistir à cerimônia.

Srila Prabhupada descreveu a iniciação de brahmana como o meio para se elevar a pessoa à mais elevada posição na sociedade. Não se trata de algo dependente de nascimento, mas de qualificação, e isso culmina em sannyasa. “Caitanya Mahaprabhu também queria introduzir este sistema. Kiba sudra, kiba vipra, nyasi kene naya, yei krsna-tattva-vetta sei 'guru' haya. Ele nunca aceitou isso, que, por nascimento... não. Quer ele seja brahmana ou sudra, por casta ou por nascimento; quer ele seja grhastha ou sannyasi – isso não importa. Ele pode tornar-se guru. Como? Yei krsna tattva vetta. Aquele que conhece os princípios da consciência de Krsna, aquele que compreende Krsna, ele pode tornar-se guru”.

“Assim, guru é o posto dado aos sannyasis, aos brahmanas. Sem se tornar brahmana, ninguém pode tornar-se sannyasi, e cabe ao sannyasi ser o guru tanto de todos os asramas quanto de todos os varnas”.

“Assim, trabalho de pregação... Precisamos de muitíssimos sannyasis. As pessoas estão sofrendo por todo o mundo por falta de consciência de Krsna. Meu Guru Maharaja costumava dizer que não há escassez alguma, isso é falsa propaganda. A única escassez é que não há consciência de Krsna. Essa é a dificuldade. Na verdade, esse é o fato...”.

“Todo aquele que saiba a ciência de Krsna, ele pode disseminar este movimento da consciência de Krsna. E há grande necessidade, grande necessidade. E o trabalho de pregação destina-se aos sannyasis. Assim, temos alguns sannyasis que estão fazendo isso muito bem; hoje, portanto, faremos mais um número de sannyasis para disseminarem a consciência de Krsna por todo o mundo. E aqueles que irão receber sannyasa, eles devem se lembrar de quanta responsabilidade têm. Vivam como sannyasis muito estritos”.



Notando a juventude dos candidatos a sannyasa (todos, exceto Hamsaduta, têm cerca de vinte e cinco anos) e o fato de que todos são do ocidente (Prabhupada decidiu não conceder sannyasa a Tatpur dasa este ano após o levantamento de muitas dúvidas por parte dos outros em relação à sua maturidade), Prabhupada os encorajou a levarem o movimento adiante: “O próprio Caitanya Mahaprabhu tomou sannyasa com a idade de vinte e quatro anos. Então, não é que, na velhice, a pessoa tem que tomar sannyasa. Isso não está no sastra. Do asrama de brahmacari, a pessoa pode entrar no asrama de grhastha ou no asrama de vanaprastha ou no asrama de sannyasa, como ele considerar apropriado. Não há tais regras e regulações de que somente um idoso sem qualquer energia, ele aceitará sannyasa. Não. Ao contrário, o homem jovem... Assim como Caitanya Mahaprabhu fez pessoalmente. Ele tinha uma bela esposa, uma jovem esposa, dezesseis anos. Em casa, uma mãe muitíssimos afetuosa, e Sua posição era muito grandiosa. Quando jovem, Ele juntou centenas de milhares de homens por meio de Sua mera ordem para fazerem um movimento de desobediência civil contra o Qazi, nesta terra. Assim, o movimento de desobediência civil começou com Caitanya Mahaprabhu, por uma boa causa”.

“Assim, há muitíssimas coisas. Eu apelo especialmente aos nativos desta terra a tomarem parte neste movimento de Caitanya Mahaprabhu para o benefício do mundo. E estamos tentando construir um templo muito atrativo aqui. Deixemos que eles cooperem. Não importa se ele é hindu, muçulmano. Caitanya Mahaprabhu é para todos”.

Hamsaduta, Ramesvara, Adi Kesava, Dhrstadyumna, Pramana, Satadhanya e Jagat Guru estavam refulgentes em seus novos lungi e uttariyah açafrões. Um a um, eles prostraram-se perante Srila Prabhupada e receberam das mãos de Sua Divina Graça a tridanda, a qual simbolizará seu completo comprometimento com uma vida de renúncia. Então, cada um daqueles recebendo a primeira iniciação foi à frente para receber um novo nome espiritual e um jogo de contas. Finalmente, o fogo sagrado foi aceso e os mantras cantados, levando a cerimônia a uma conclusão altamente exitosa.

* * *

A frequência de visitas ao nosso templo em razão do dia do Gaura Purnima foi fenomenal. A estimativa do número de peregrinos adentrando o portão principal varia de 9.000 a 25.000 por hora, a depender do horário do dia. O fluxo continuou intenso por mais de sete horas.

A maior parte dos visitantes viu tanto a exposição de fotos como o templo. A rua do portão principal do templo estava tão superlotada que se tornou quase impossível andar. A polícia local relatou que as pessoas estavam vindo de toda a Bengala simplesmente para ver o nosso templo da ISKCON.

Muitos devotos venderam cópias do Gitar-gana, e uma distribuição em massa de halava prasada prosseguiu ao longo do dia.

Prabhupada estava extremamente satisfeito com o comparecimento. Antes do nosso templo da ISKCON ser estabelecido aqui, apenas poucas centenas de pessoas iriam se aventurar até este lado do rio no dia de Gaura Purnima. Ninguém viria após o cair da noite. Agora, dentro de meros três anos, o Sri Mayapur Candrodaya Mandir tornou-se a principal atração, não apenas do distrito local, mas de toda a Bengala. Isto atraiu a atenção de centenas de milhares de pessoas para o local sagrado do nascimento e das atividades do Senhor Caitanya.

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No começo da tarde, Tamal Krishna Maharaja trouxe o grupo Radha Damodara para um darsana especial com Srila Prabhupada. O Radha Damodara tem mais de cem homens trabalhando, sendo seis ônibus em estilo galgo, vinte e cinco homens sob a direção de Tripurari Swami trabalhando em seis aeroportos, e outros dez homens atualmente adaptando outros dois ônibus.

Mais de setenta ávidos rapazes, a maioria deles por volta dos vinte ou vinte e cinco anos, encheram a sala e amontoaram-se nas portas. Eles deram a Prabhupada uma grande doação de cheques de viagem, e ele os encorajou a continuarem seu trabalho de distribuição de livros e levantamento de fundos.

Ele os cumprimentou por seus esforços e lhes mostrou os planos para o futuro desenvolvimento de Mayapur. Encorajando-os a coletarem mais e mais fundos para a construção de Mayapur, ele lhes disse: “Assim, vocês são os pilares deste trabalho de construção. Estamos fazendo todo o nosso trabalho de construção com a contribuição de vocês. Então, continuem pregando e distribuindo livros”.

Srila Prabhupada estava na melhor das disposições e profundamente apreciativo com a obra que seus discípulos estão fazendo para o estabelecimento da consciência de Krsna no mundo. Tipicamente, ele queria saber se eles estavam todos confortavelmente situados. Tamal Krishna o informou que eles estavam ocupando uma ala inteira do andar de baixo.

Prabhupada balançou sua cabeça em leve espanto. Ele disse que, quando esta primeira edificação foi concluída, ele pensou: “Tamanha construção! Como ela será preenchida?”. Agora ela está cheia e é até mesmo insuficiente. Ele comparou isso à aparência de Matsya-avatara, a encarnação do peixe. Quando ele apareceu pela primeira vez, Ele era pequenino, e um muni O manteve dentro de seu pote d’água. Contudo, Ele continuou a crescer e crescer, e, cada vez, Ele era colocado em um recipiente maior. Finalmente, Ele foi colocado dentro do oceano, e, ainda assim, este não era grande o suficiente.

Olhando afetuosamente os rostos jovens e brilhantes, Prabhupada declarou: “Soldados de Caitanya Mahaprabhu para lutarem contra maya!”.

Prabhupada prosseguiu explicando que a cooperação é a essência do movimento. Após citar uma linha do Ohe Vaisnava Thakura, ele lhes disse: “O significado deste verso é que mesmo o Senhor Caitanya Mahaprabhu – Ele é o próprio Deus, o próprio Krsna –, Ele sentiu que, sozinho, era incapaz de cumprir esta tarefa. Assim, essa é a posição. Vocês estão cooperando; portanto, eu estou recebendo o crédito. Do contrário; sozinho, o que eu poderia fazer?”.

“Ekaki amara nahi paya bol. O próprio Caitanya Mahaprabhu quis a nossa cooperação. Ele é Deus, Krsna. Portanto, a cooperação é algo muito importante. Ninguém deve pensar que: ‘Tenho muitíssima habilidade. Eu posso fazer isso’. Não. É simplesmente pela cooperação que podemos fazer algo muito grande. ‘Unidos, seguimos; divididos, caímos’. Então, sejam fortes e levem a consciência de Krsna adiante, e Krsna ajudará. Ele é o mais forte”.

“Ainda assim, devemos nos combinar e nos unir. Sankirtana significa muitos homens juntos cantando. Isso é sankirtana. De outro modo, kirtana. Bahubhir militva kirtayeti sankirtana. Bahu significa muito; muitos combinados e unidos. Essa é a missão de Caitanya Mahaprabhu – combinados e juntos. Todas as nações, todas as pessoas; elas devem se unir. Há esperança em nossa sociedade, combinação. Há hindus, há muçulmanos, há cristãos, há negros, brancos. Combinemo-los. Isso parece muito bonito, tal como a combinação de muitas flores”.

Conduzindo o darsana a um encerramento, Prabhupada os glorificou com algumas poucas palavras finais. “Hare Krsna. Todas as glórias ao grupo de sankirtana Radha Damodara!”.

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Nanda Kumara Swami chegou da África. Ele ofereceu um deprimente relato da missão da ISKCON África. Ele disse que Brahmananda Swami está batalhando muito duramente, mas obtendo pouquíssimo êxito.

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Os dois ônibus da Hamsaduta Swami finalmente chegaram da Alemanha, via Vrndavana; o que motivou considerável fanfarra e interesse entre os devotos. Aksayananda Swami também os acompanhou.

O grupo do carro de boi, que partiu de Hyderabad, também chegou, tendo completado bem-sucedidamente a viagem de cerca de mil e quinhentos quilômetros.

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A bela lua ascendeu às 6 horas e 20 da noite. Brilhante e cheia no céu, ela banhou a paisagem com seus luminescentes e refrescantes raios, simbolizando o aparecimento transcendental do Senhor e o cumprimento de Sua missão.

Prabhupada quebrou seu jejum aceitando prasada às 7 horas e 45.

O terreno e o templo estavam tomados de peregrinos. Era virtualmente impossível descer à sala do templo, e a estreita rua até o portão principal estava congestionada com dezenas de milhares de vaisnavas.
Em um ponto, Prabhupada me enviou até lá fora para que eu visse quantos visitantes haviam vindo, e ele ficou muitíssimo feliz ao ouvir sobre as imensas multidões. Tipicamente, ele queria ter certeza de que prasada estava sendo distribuída a todos.


Tradução de Bhagavan dasa (DvS), revisão de Prana-vallabha devi dasi (DvS) e Prema-vardhana devi dasi (DvS