Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami
Jagad Guru Srila Prabhupada

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Como apresentar Krsna sem ser agressivo?


Todas às glórias a Sri Sri Guru e Gauranga!
Todas às glórias aos devotos e devotas reunidos!
Todas às glórias a Srila Prabhupada!

Queridos vaisnavas e vaisnavis, por favor, aceitem minhas reverências.

Hoje (01/08/07), presenciei um fato curioso, interessante e ao mesmo tempo lamentável. Digo lamentável pela forma como se desenvolveu.
Estava em um ônibus na rodoviária em Brasília, e de repente surgiu um senhor já de cabelos brancos, como várias folhas de papel com algo impresso. Quanto este adentrou ao ônibus, havia uma senhora com um terço na mão fazendo suas orações. O senhor indignou-se com a cena e de pronto começou a gritar que o “mal do planeta eram os católicos apostólicos romanos”. Ele encheu-se de ira de tal maneira que ele literalmente babava sobre a senhora assustada.
Ele então começou a gritar mais alto dizendo: - Vocês mataram Jesus! Vocês mataram! Vocês o mataram, agora estão entregando a humanidade nas mãos dos muçulmanos. Os muçulmanos estão cada dia mais tomando conta do planeta acompanhados pelo espiritismo.
Eu pensei comigo mesmo: - Krsna! Como ele pode agredir assim às pessoas, ofendendo a religião de outrem. No momento, lembrei-me de uma aula de Srila Hridayananda Maharaja, sobre o cristianismo, onde ele diz que chegou a hora de desafiarmos e desmascararmos alguns pontos falhos do cristianismo. Porém, ele diz: -“ Sem ofendermos a religião das pessoas. Tudo isso, de uma forma filosófica, porque o que o mundo não precisa é de mais uma religião hipócrita”.
Lembrei-me também, que Gurudeva, em uma aula dada no Rio de Janeiro, conta um passatempo que ChandraMukha Swmi havia lhe contado sobre um devoto que distribuía livros sem autorização dentro de um auditório, onde havia uma conferência.
Fiquei ali conjecturando, ponderei bastante sobre o que se passava naquele momento. Eu disse: - Meu DEUS! Esse senhor acaba de ofender três correntes religiosas para afirmar a sua religião (teoria religiosa).
Então, como poderemos nós vaisnavas, apresentarmos KRSNA sem sermos ofensores ou ofensivos?
Como faremos? Devemos seguir um modelo padrão? Devemos seguir um modelo, e cada um adaptar às suas necessidades?
Vejo que temos de ser um exemplo de conduta. E para sermos convincentes, retemos de praticar. E prática, significa seguir os acharyas anteriores.
Srila Prabhupada sempre dizia o que tinha de ser dito. Mesmo quando algum devoto interferia usando a eufemia, Srila Prabhupada ratificava dizendo que era aquilo mesmo que ele queria dizer.
Srila Prabhupada, no significado do verso 44, cap. 11 do BG, diz que Krsna tolera nossos abusos. Todavia, às pessoas em geral, não estão preparadas para tolerar nossos “abusos” e nem os próprios abusos. No significado dos versos 8-12 do cap. 13, Srila Prabhupada diz: - “Tolerância significa que a pessoa deve praticar a suportar o insulto e a desonra da parte de outras pessoas. E mais, simplicidade significa que, sem diplomacia, deve-se ser tão direto que se possa expor a verdade real até para um inimigo”.
No que tange a religião de um modo geral, vários fatores devem ser analisados. Por exemplo, cultura de um povo, sua formação e seus anseios.
Há poucos meses atrás, a Índia expulsou e fechou templos da IURD, por desrespeito a cultura e ofensas às crenças populares do país. Os pastores chamavam os deuses hindus de demônios e queriam promover à força a cultura cristã num país de cultura milenar. Foi a gota. Da mesma forma, nós devemos respeitar a cultura de um povo na hora de apresentarmos KRSNA. Isso, não significa que estamos empurrando goela abaixo a filosofia védica. A Srila Prabhupada nos diz que às pessoas estão muito ansiosas por serem famosas por sua religião. Se devemos evitar cometer este erro, devemos ser humildes. Ser humilde, segundo Srila Prabhupada, é tolerar.


Seu servo humilde,


Suvasa Dasa


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BG Cap. 5:18 Vidya-vinaya Sampane, Brahmane Gavi Hastini, Shuni Caiva Shvapake ca, Panditah sama-Darshinah

Felicidade e Sofrimento, de quem é a culpa?




  • Artigo excelente enviado por Krishna Mayi Devi Dasi

    Embora presente, junto com a laboriosa mente, dentro do corpo material, a Superalma não se ocupa em empreendimento algum, porque Ele já é dotado de iluminação transcendental. Agindo como amigo, Ele, de Sua posição transcendental, permanece apenas como testemunha. Eu, a alma espiritual infinitesimal, por outro lado, abracei esta mente, que é o espelho que reflete a imagem do mundo material. Dessa maneira, fiquei ocupado em desfrutar os objetos do desejo e estou enredado devido ao contato com os modos da natureza.


    Caridade, deveres prescritos, observância de princípio reguladores maiores e menores, ouvir as escrituras, obras piedosas e votos purificadores têm todos como objetivo final a sujeição da mente. De fato, a concentração da mente no Supremo é a yoga mais elevada.


    Se a mente está perfeitamente fixa e pacífica, dize-me então qual é a necessidade de se praticar caridade ritualística e outros rituais piedosos? E se a mente permanece descontrolada, perdida em ignorância, então de que lhe servem essas ocupações?


    Todos os sentidos têm estado sob o controle da mente desde tempos imemoriais, e a própria mente nunca fica sob o domínio de nada mais. Ela é mais forte que o mais forte, e seu poder quase divino é assombroso. Logo, qualquer um que puder pôr a mente sob controle tornar-se o senhor de todos os sentidos.


    Sem conseguir dominar este inimido irreprimível, a mente, cujos impulosos são intoleráveis e que atormenta o coração, muitas pessoas estão completamente confusas e criam desavença inútil com os demais. Dessa forma, eles concluem que os outros são seus amigos, ou seus inimigos, ou pessoas indiferentes a eles.


    Pessoas que se identificam com este corpo, que é apenas o produto da mente material, estão cegas em sua inteligência, pensando em termos de "eu" e "meu". Devido a sua consideração ilusória de que "este sou eu, mas aqueles são os outros", eles vagueiam na escuridão perpétua.


    Caso digas que essas pessoas são a causa de minha felicidade e sofrimento, então onde se encaixa a alma nesta concepção? Esta felicidade e sofrimento não pertencem à alma, mas às interações dos corpos materiais. Se alguém morde a língua com os próprios dentes, com quem ele pode se irar em seu sofrimento?


    Se dizes que os semideuses que controlam os sentidos físicos causam sofrimento, ainda assim, como se pode aplicar tal sofrimento à alma espiritual? Este ato de agir e sofrer ação são meras interações dos sentidos mutáveis e de suas deidades governantes. Quando um membro do corpo ataca outro, com quem pode o indivíduo que está neste corpo ficar zangado?


    Se a própria alma fosse causa de felicidade e sofrimento, então não poderíamos culpar os outros, já que felicidade e sofrimento seriam simplesmente a natureza da alma. De acordo com essa teoria, nada exceto a alma existe de fato, e se percebêssemos algo além da alma, isso seria ilusão. Portanto, visto que felicidade e sofrimento não existem de fato nessa concepção, porque se zangar consigo ou com outros?


    E se examinarmos a hipótese de que os planetas são a causa imediata do sofrimento e felicidade, então também onde está arelação com a alma, que é eterna? Afinal, o efeito dos planetas aplica-se apenas a coisas que nasceram. Além disso, astrólogos peritos explicaram que os planetas só causam dor uns aos outros. Portanto, visto que a entidade viva é distinta desses planetas e do corpo material, contra quem deve ela dasabafar sua ira?


    Se aceitamos como hipótese que o trabalho fruitivo é a causa de felicidade e sofrimento, ainda assim não estamos lidando com a alma. A idéia de trabalho material surge quando há um agente espiritual que é consciente e um corpo material que sofre a transformação de felicidade e sofrimento como reação a tal trabalho. Visto que não tem vida, o corpo não pode ser o verdadeiro receptor de felicidade e sofrimento, nem pode a alma, que em última análise é completamente espiritual e à parte do corpo material. Porque o karma não tem, então, nenhum fundamento último nem no corpo nem na alma, com quem a pessoa pode se zangar?


    Se aceitamos o tempo como causa de felicidade e sofrimento, esta experiência ainda não pode se aplicar à alma espiritual, pois o tempo é uma manifestação da potência espiritual do Senhor e as entidades vivas também são expansões da potência espiritual do Senhor manifestas através do tempo. Decerto fogo não queima suas próprias chamas ou centelhas, nem o frio danifica seus próprios flocos de neve ou granizo. De fato, a alma espiritual é transcendental e está além da experiência da felicidade e sofrimento materiais. Com quem pois a pessoa deve se zangar?


    O falso ego dá forma à existência material ilusória e assim experimenta felicidade e sofrimento materiais. A alma espiritual, todavia, é transcendental à natureza material; ela jamais pode ser de fato afetada pela felicidade e sofrimento materiais em qualquer lugar, sob quaisquer circunstâncias ou por intermédio de qualquer pessoa. Quem compreende isso não tem absolutamente nada a temer da criação material.


    Cruzarei o intransponível oceano de ignorância, fixando-me firmemente no serviço aos pés de lótus de Krishna. Isto foi aprovado pelos acaryas anteriores, que estavam fixos em firme devoção pelo Senhor, Paramatma, a Suprema Personalidade de Deus.


    Srimad Bhagavatam 11. 23 (44 a 57)