Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami
Jagad Guru Srila Prabhupada

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Karma - Compreendendo o Falecimento de Srila Tamal Krsna Gosvami

http://www.romapadaswami.com/
INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO
Inquiries into the Absolute
Uma coleção de respostas intrigantes e motivadoras para o intelecto apresentadas por Sua Santidade Romapada Svami às questões levantadas por devotos acerca de variados tópicos espirituais.



9. Karma

9.3. Por que Coisas Ruins Acontecem a Pessoas Boas?



9.3.4) Compreendendo o Falecimento de Srila Tamal Krsna Gosvami



Em relação ao recente falecimento de Sua Graça Tamal Krsna Maharaja, como a pessoa deve interpretar sua partida de seu corpo em um acidente? Isso é kármico? Devotos puros também têm karma? Qual estado mental o Maharaja tinha no acidente? Tudo aconteceu tão de repente. Ele voltou ao Supremo? Por que esse tipo de morte? Como a declaração de Krsna de que seu devoto não perecerá se encaixa neste evento? Em última instância, estou convencido de que o Maharaja voltou ao Supremo, mas como pregar na congregação se alguém fizer essas perguntas? Por favor, perdoe-me por qualquer ofensa cometida em virtude da natureza de minhas perguntas. Todas as glórias a Sua Graça Tamal Krsna Gosvami! (Digest 42.1)

As excepcionais dedicação e devoção de Tamal Krsna Gosvami ao serviço de Srila Prabhupada são fatos bem conhecidos dentro da ISKCON, e ele não exibiu nada senão inabalável rendição a Srila Prabhupada e a Krsna e incansável serviço aos Vaisnavas. Ele prestou incalculável volume de serviço com grande desenvoltura, perseverança e dinamismo – tudo com o propósito de satisfazer os desejos de Prabhupada. Embora nunca afirmando ser uma pessoa completamente perfeita, não há espaço para dúvidas quanto a Tamal Krsna Gosvami ser completamente protegido por Krsna.

Aqueles que se renderam completamente a Krsna não estão mais sob a influência da energia externa do Senhor, o agente do karma, e essa é a solene promessa de Krsna. Tais devotos estão agindo sob a potência interna de Krsna, e, mesmo quando há alguma dificuldade vindo da energia material, ela deve ser compreendida como um lembrete de seus erros passados enviado diretamente por Krsna, diretamente orquestrado por Krsna para o maior avanço deles em devoção. Tais eventos NÃO devem ser vistos como decretados pela energia material externa.

Não devemos compreender erroneamente a proteção de Krsna como proteção material absoluta, e isso é, de fato, um ponto que os devotos freqüentemente tendem a compreender de modo errado na empolgação e no idealismo iniciais de quando entram em contato com a filosofia da consciência de Krsna. E esta pode ser uma maravilhosa oportunidade para você também abordar este ponto com os devotos da sua congregação! A promessa de Krsna de proteger Seus devotos significa que o corpo de um devoto jamais irá minguar ou morrer? Ou que devotos jamais sofrerão um acidente ou fracassarão em algum empreendimento. Não. O devoto puro, entretanto, não é afetado por tais mudanças externas, estando situação em sua posição constitucional e absorto em sua relação com Krsna. Embora a partida de Srila Prabhupada de seu corpo não tenha similaridade com a partida de Tamal Krsna Gosvami, alguém também pode perguntar, analogamente, sobre a condição de aparente definhamento do corpo de Srila Prabhupada em direção ao fim de sua presença física entre nós ou sobre as debilitações físicas a que ele aparentemente se sujeitou.

Muito ao contrário, ao invés de diminuir a fé de seus discípulos, os próprios sintomas em si aumentaram a apreciação deles acerca das glórias de um devoto puro dado que a consciência de Prabhupada sempre permaneceu transcendentalmente centrada até o último momento, inafetada pelo exterior.

Não podemos determinar qual era possivelmente o estado mental do Maharaja nem a razão para a sua partida ter ocorrido exatamente como aconteceu. Krsna, sendo completamente independente, possui maneiras muito especiais para lidar com Seus devotos, e, qualquer que seja essa maneira, o devoto não se queixa. Todavia, a promessa de Krsna em relação à vitória final de Seu devoto jamais terá sido em vão. Em certo sentido, a partida de Tamal Krsna Maharaja também foi gloriosa por ter sido dentro de Navadvipa-dhama, o mais sagrado dos dhamas, em Puliya, onde Haridas Thakura realizou muitos passatempos maravilhosos. Como você deve saber, todo aquele que abandona seu corpo no dhama sagrado se libera. E o evento também se deu em um horário auspicioso, durante o Brahma-muhurta, e, como Krsna diz no Capítulo 8 do Bhagavad-gita, os yogis que deixam o corpo em tal momento auspicioso certamente alcançam-nO. Na verdade, contudo, mesmo tais considerações são irrelevantes em consideração ao caso de um bhakti-yogi puro, pois, onde quer que tal devoto puro esteja, tal lugar é, em si, um dhama sagrado.

Uma vez, Prabhupada também garantiu aos seus discípulos: se um devoto oferece toda a sua vida a serviço da missão do Senhor Caitanya, então, ao fim de sua vida, mesmo se, por alguma condição adversa, ele não seja capaz de se lembrar de Krsna, Prabhupada diz que o Senhor Caitanya irá pessoalmente aparecer na mente do devoto para levá-lo de volta ao Supremo.
Podemos concluir que Tamal Krsna Maharaja, como na declaração de Srila Prabhupada em relação a Jayananda Prabhu, ou alcançou o destino auspicioso mais elevado ou está de alguma forma ocupado no serviço confidencial eterno a Srila Prabhupada e ao Senhor Caitanya.



Este incidente concede-nos, entre outras realizações, a oportunidade de termos a noção de como a associação com tais grandes almas é rara e inestimável e de como devemos buscar a associação de tais exaltados devotos entre nós com grande seriedade.

Tradução por Bhagavan dasa (DvS)

sábado, 20 de dezembro de 2008

INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO - KARMA

www.romapadaswami.com

INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO

Inquiries into the Absolute

Uma coleção de respostas intrigantes e motivadoras para o intelecto apresentadas por Sua Santidade Romapada Svami às questões levantadas por devotos acerca de variados tópicos espirituais.

9. Karma

9.2 Perguntas Gerais: Karma

9.2.19) O desapego dos Valores Morais é uma Maneira do Demônio Burlar Dharma e Karma?

Se a mesma perspectiva de “desapego” dos valores morais pode ser usada tanto por um demônio, como Kamsa justificando o matar dos filhos de Devaki, quanto por um avatara divino, é difícil aceitar que tal abordagem represente um princípio moral verdadeiro. O desapego é uma maneira do demônio burlar dharma e karma?

Não, um demônio não burla o karma por meio de desapego. Uma pessoa de natureza demoníaca possui a tendência de utilizar mal até mesmo a melhor filosofia. O comportamento de Kamsa é o exemplo típico de como o conhecimento pode ser perigoso nas mãos de um demônio. Entretanto, o abuso de um princípio não invalida o valor do princípio em si.

Arjuna também foi solicitado a se desapegar no matar de seu avô e de seu professor, mas isso a fim de servir à causa superior de cumprir à missão do Senhor Supremo. Uma vez que Deus é absoluto e igualmente misericordioso com todos, o que quer que Ele faça beneficia a todos. Deste modo, Ele está além de toda moralidade e de todas as regras, e o Seu ato de matar resulta na liberação daquela alma. A justificativa dada por Kamsa não é como o caso de Arjuna e Krsna.. Diferente do que acredita Kamsa, o verdadeiro princípio de moralidade para todos nós é aceitarmos as leis de Deus e, seguindo este princípio, podemos ser justos para com todos. Nós certamente temos de cultivar desapego, não para usarmos como uma desculpa na justificativa de nossos caprichos, mas para nos desapegarmos de nossas idéias independentes para que possamos, assim, ser instrumento do todo-benevolente Senhor Supremo, livres da intervenção de nossos autocentrados “gosto e não gosto”.

9.2.21) Acumulo de Punya por Meio da Adoração aos Semideuses

A pessoa pode obter mais do que ela está destinada a ter, especialmente através da adoração a semideuses? Prahlada Maharaja disse que felicidade e infelicidade materiais são fixas. Então, por que as pessoas obtêm imediatamente resultados quando começam a adorar semideuses? Esses resultados são extras em relação ao que elas estavam destinadas a receber? O que é destino, então? (Digest 25.4)

Pela execução de qualquer categoria de punya, a pessoa aumenta o seu direito de colher os frutos de sua própria piedade. A afirmação de Prahlada Maharaja não é contraditória ao fato dos adoradores de semideuses desfrutarem dos resultados advindos de sua adoração. Como escrito por você, sim, “esses resultados são extras em relação ao que eles estavam destinados a receber”. O “saldo de punya” anterior do adorador acabou de ser ampliado por meio de um “depósito”, e suas orações a fim de obter o benefício acabaram de reduzir o “saldo de punya” em virtude de seu considerável “saque bancário”.


Tradução de Bhagavan dasa (DvS)

INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO




http://www.romapadaswami.com/
INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO
Inquiries into the Absolute
Uma coleção de respostas intrigantes e motivadoras para o intelecto apresentadas por Sua Santidade Romapada Svami às questões levantadas por devotos acerca de variados tópicos espirituais.
9. Karma
9.3. Por que coisas ruins acontecem a pessoas boas?
9.3.1) Por que Coisas Ruins Acontecem a Pessoas Boas?
Neste exato momento, eu não sei se acredito ou não em Deus. Tenho este sentimento por causa das recentes devastações do Tsunami. Eu não consigo entender bem como Deus/natureza pode destruir tantas vidas inocentes quando as pessoas não fizeram nenhum mau karma, mesmo que houvesse algumas poucas que tivessem feito mau karma. Também não consigo entender como tantas pessoas estavam destinadas a morrer no mesmo momento embora elas não tivessem nada em comum. (Digest 117.1)
As leis do karma são muito intrincadas. Com nossa percepção limitada, nós talvez não sejamos capazes de discernir a exata relação de causa e efeito em toda situação. Tanto escritural como logicamente, contudo, podemos concluir que toda reação pressupõe ações passadas. Nada nos trabalhos da natureza é acidental ou produto do acaso; se isso fosse aceito como a explicação alternativa a Deus, não explicaria muito de qualquer maneira.
De fato, muitos confrontaram essa dificuldade na tentativa de compreender ou explicar a dor e o sofrimento no mundo material – como um Deus onipotente e todo-amoroso pode permitir tamanho sofrimento? Mas as escrituras Védicas apresentam uma explicação muito consistente, que, quando compreendida apropriadamente, não permite que a pessoa se confunda ou tenha sua fé abalada em Deus diante de uma tragédia.
Embora a entidade vida seja verdadeiramente dependente de Deus tanto para a felicidade quanto para a aflição, Deus não é responsável por nenhuma das duas situações; nós somos. Sob a Sua sanção, nossas vidas são orquestradas por seres superiores, os semideuses, e cada um de nós recebe os frutos de nossas próprias ações pretéritas.
O karma pode ser individual ou pode ser coletivo, ou seja, reações experimentadas por toda uma comunidade ou por um grande segmento da sociedade. Atividades pecaminosas de grande escala realizadas pela sociedade, como matadouros organizados ou excessiva exploração da natureza, podem levar toda a sociedade a experimentar reações kármicas em massa na forma de guerras, epidemias e desastres naturais.
Superficialmente, parece que as centenas de vítimas do tsunami não tinham nada em comum; em virtude da complexidade do karma e do invisível orquestrar superior, todavia, eles tiveram de experimentar a mesma calamidade. Mas isso não é o fim; o destino futuro dessas almas é provavelmente diversificado: os mais piedosos entre eles irão alcançar destinações melhores, e, ainda melhor, aqueles que se refugiaram em Deus naquela calamitosa hora de teste certamente receberam Sua proteção pessoal.
Uma lição superior que podemos aprender desta experiência é que a natureza inerente a este mundo material que habitamos é caracterizada por calamidades inevitáveis. Krsna descreve este fato como “duhkhalayam asasvatam”, um lugar temporário repleto de misérias (Bg. 8.15); e o Srimad-Bhagavatam declara que este mundo é “um lugar onde há perigo a cada passo” (10.14.58). Existe, entretanto, um lugar além deste reino material, livre de toda ansiedade, e que é o nosso verdadeiro lar; e nossa meta deve ser retornar para tal morada.
Atente, por favor, ao fato de que o que dissemos aqui NÃO tem o fim de “deixar explicado” e friamente ignorar o sofrimento trágico de tantos sob o rótulo de “simplesmente o que mereciam”. Muito pelo contrário, aquele que compreende plenamente as leis do karma e a natureza espiritual do eu e é fiel a Deus sentirá naturalmente profunda compaixão pela grandeza do sofrimento em massa; e, provando deste sentimento, ele sentirá a necessidade de abrigar-se seriamente no Senhor e de encorajar outros a também fazê-lo, ciente de que essa é a única solução verdadeira.
Tradução de Bhagavan dasa (DvS)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Dez Principais Ensinamentos dos Vedas Definição




Dez Principais Ensinamentos dos Vedas Definição:
Os Dez Principais Ensinamentos dos Vedas destroem a ignorância e estabelecem o verdadeiro conhecimento espiritual.
Os três primeiros ensinamentos pertencem a Krsna:
1 - Krsna é a Suprema Verdade Absoluta.
2 - Ele é omnipotente, todas as energias estão contidas em Krsna.
3 - Ele é Rasamurti, é a personificação das Rasas espirituais.
Os próximos três ensinamentos pertencem as Jivas:
4 - As Jivas são partes integrantes separadas do Senhor.
Nitya Baddha (eternamente condicionadas)
Nitya Siddha (eternamente liberadas)
5 - Demonstra que as almas condicionadas ficam enamoradas da deslumbrante potência ilusória de Maya.
6 - Demonstra que as almas eternamente liberadas ou Nitya Muktas são eternos associados de Sri Krsna.
7 - Acintya Bhedabheda Tattva
Tudo que é material e espiritual provém de Acintya Bhedabheda Sambandha. A Jiva e a matéria, ambos são a transformação da energia de Sri Krsna. Isto é inconcebível.
Estes sete ensinamentos abrangem Sambandha Jnana, ou o conhecimento da nossa relação eterna.
Os Vedas também dão o conhecimento de Abhideya, ou o conhecimento de como alcançar esta meta.
8 - Abhideya Jnana
São os nove processos do serviço devocional: ouvir, cantar, lembrar, adorar, prestar serviço, realizar as ordens do Senhor, ser um amigo do Senhor e entregar-se completamente ao Senhor. Cantar o Santo Nome é o mais importante.
Os Vedas têm muitos volumes que descrevem as glórias do Santo Nome.
9 - Prayojana Jnana
A Jiva deve refugiar-se no processo do serviço devocional puro.
Pela misericórdia do Senhor Krsna, ela alcançará Krsna Prema, amor por Deus.
10 - O Guru
O Sruti mantém que os nove ensinamentos definitivos e o Guru que está bem versado nas Escrituras são capazes de revelar todas estas verdades.
Nota:
Veja também:
"Conhecimento Especulativo"
(http://harekrishna.org.br/modules/wordbook/entry.php?entryID=39)
Referência: Prahladesh Dasa

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Jñani






Jñani






Definição:
"Néctar da Instrução" Significado do Verso 10
"O Jñani é considerado superior ao Karmi porque restringe-se das actividades defeituosas do desfrute dos sentidos.
Este é o veredito da Suprema Personalidade de Deus. No entanto, embora o Jñani possa estar liberado da ignorância dos Karmis, a menos que alcance a plataforma do serviçio devocional, considera-se que ainda está em ignorância (Avidya).
Embora alguém possa ser considerado um Jñani, ou avançado em conhecimento, o seu conhecimento é considerado como sendo impuro porque ele não tem informação sobre o serviço devocional e portanto negligencia a adoração direta dos pés de lótus da Suprema Personalidade de Deus."
Aqui, Srila Prabhupada explica que o conhecimento dos Jñanis é impuro e incompleto porque só abrange a diferença entre o corpo e a alma e no máximo o conhecimento do aspecto impessoal da Verdade Absoluta.
Os tipos de Jñana que são condenados nos Bhakti Sastras são:Indriya Paratantra Jnana (conhecimento baseado na percepção sensorial) eNirvisesa Jnana (conhecimento impessoal não distinto).No entanto, a percepção de Sri Krsna através do conhecimento auto-evidente (Svatah Siddha Jñana) como descrito no Srimad Bhagavatam e todas as escrituras devocionais deve ser cultivado.Desta forma Svatah Siddha Jñana se manifestará de dentro do coração.
Srila Prabhupada continua a explicar:
"Quando o Jñani aceita o serviço devocional, ele rapidamente torna-se superior a um Jñani comum.
Tal pessoa avançada é descrita como Jñana-vimukta-bhakti-parama.
Krsna explica no Bhagavad Gita (7.19) como o Jñani aceita o serviço devocional:
bahūnāḿ janmanām ante
jñānavān māḿ prapadyate
vāsudevaḥ sarvam iti
sa mahātmā sudurlabhah
"Após muitos nascimentos e mortes, aqueles que tem conhecimento rendem-se a Mim, sabendo que Eu sou a causa de todas as causas e de tudo o que existe. Tal grande alma é muito rara." Na verdade uma pessoa é sábia quando rende-se aos pés de lótus de Krsna, mas tal Mahatma, grande alma, é muito rara."
Podemos observar que para ajudar as almas condicionadas esquecidas das verdades eternas auto-evidentes, os Vedas encarnaram na forma de livros escritos os quais devem ser ouvidos, recitados e estudados.
Srila Prabhupada continua a explicar:
Após executar serviço devocional sob a guia dos princípios regulativos, a pessoa avança para a plataforma do amor espontâneo a Deus....
....de todos estes devotos, as Gopis são consideradas as superiores....
....de todas estas Gopis exaltadas, Srimati Radharani é a mais exaltada."
Srimad Bhahavatam 2.8.5:"A encarnação sonora do Senhor Krsna, a Alma Suprema (o Srimad Bhagavatam), entra no coração de um devoto auto-realizado, senta-se na flor de lótus de sua relação amorosa, e deste modo limpa a poeira do contato com a matéria que se manifesta como luxúria, ira e ansiedade. Assim, ela (a encarnação sonora) atua como as chuvas de outono ao caírem sobre as poças de água lamacenta."Todas as Glórias ao Maha Mantra Hare Krsna:Hare Krsna Hare Krsna Krsna Krsna Hare HareHare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare
Referência: "Néctar da Instrução" / Srimad Bhagavatam / Bhagavad-Gita
Site relacionado: http://www.bhakti-tattva.blogspot.com/

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Os Passatempos Escolares do Senhor Caitanya



Os Passatempos Escolares do Senhor Caitanya


The Pastimes of Scholarship

Por Sesa Dasa

Um professor inovador, um estudante erudito e o mestre da argumentação. O Senhor Caitanya exibiu a vida ideal.


Navadvipa dhama, a terra sagrada dos passatempos do Senhor Caitanya, está situada a aproximadamente 95 quilômetros a noroeste de Calcutá. Ali, a medida que a foz em delta do Ganges começa a se formar, os diferentes afluentes do rio circundam uma área de 50 quilômetros quadrados e a divide em nove ilhas. Navadvipa significa “nove ilhas”. Ali, a Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Caitanya, residiu pelos primeiros vinte e quatro anos de Seu aparecimento neste mundo.

Navadvipa é tradicionalmente conhecida como um centro de educação formal. Antigamente, muitos sanscritólogos eruditos se reuniriam em Navadvipa para discutirem a literatura Védica, e, porque esses eruditos também eram grandes devotos da Suprema Personalidade de Deus, os tópicos que eles discutiam seriam sempre centrados nas instruções do Senhor Krsna no Bhagavad-gita ou em Suas atividades registradas no Srimad-Bhagavatam. Hoje, a cidade de Navadvipa mantém sua tradição de educação formal e devoção a Krsna, e muitos versados devotos do Senhor Caitanya residem neste local de peregrinação onde o Senhor apresentou Seus passatempos estudantis.

De acordo com o sistema social Védico, é responsabilidade dos brahmanas, ou intelectuais, guiar a sociedade tanto espiritual quanto intelectualmente. Os deveres de um brahmana são estudar a literatura Védica, ensinar a literatura Védica, adorar a Deidade, ocupar outros na adoração à Deidade, aceitar caridade e dar caridade. O Senhor Caitanya nasceu em uma família brahmínica, e, em tenra idade, aceitou o primeiro dever de um brahmana de estudar a literatura Védica. O profundo estudo do Senhor foi a principal atividade de Sua juventude. Srila Vrndavana dasa Thakura, que escreveu o Caitanya-bhagavata, uma biografia do Senhor Caitanya, chega até mesmo a devotar seis capítulos a descrever os passatempos do Senhor como um jovem estudante.

As regras gramaticais e as definições da língua sânscrita são extremamente intricadas, e se sugere que se estude esse ponto por doze anos antes de progredir para tópicos mais avançados. A gramática sânscrita é considerada o portão de entrada para os estudos, porque, uma vez que ela é dominada, todas as escrituras Védicas e outras literaturas sânscritas se tornam facilmente compreensíveis. Mas o Senhor Caitanya aprendia essas regras imediatamente, após ouvi-las uma única vez. Porque Ele logo começou a ganhar muitas competições gramaticais entre os estudantes, o título pandita, que significa “uma pessoa muito erudita”, foi atribuído ao Senhor, que passou a ser conhecido como Nimai Pandita. À medida que Sua reputação de estudioso erudito crescia, Ele começou a atrair estudantes que queriam estudar sânscrito sob Sua direção. O Senhor, então, começou a cumprir a segunda obrigação brahmínica, a de ensinar, muito embora Ele tivesse apenas onze anos de idade.

O Senhor Caitanya frequentemente Se sentaria às margens do Ganges discutindo tópicos literários com Seus estudantes. Uma noite, um grande erudito chamado Keshava kashmiri se encontrou com o Senhor Caitanya ali. Keshava Kashmiri, que pertencia a uma família brahmínica muito respeitada da Kashimira, estava viajando por diferentes centros de estudo por toda a Índia debatendo as literaturas Védicas sânscritas com os estudantes. A arte de se debater na língua sânscrita é extremamente rigorosa. Todos os temas devem ser examinados em termos de cinco categorias, incluindo fidelidade ao propósito do texto original, lógica, exemplos dados em termos de vários fatos, compreensão do tema – de maneira clara ou não –, e embasamento a partir de citação das escrituras autorizadas. Como um homem de vasta erudição, Keshava Kashmiri era o campeão invicto neste tipo de debate. Assim, ele carregava o título de Digvijayi, que significa “aquele que conquistou a todos em todas as direções”. O debatedor campeão havia agora vindo até Navadvipa com a esperança de aumentar sua reputação derrotando os estudiosos dali.

Naquela época, os debates não eram meros exercícios acadêmicos, senão que o perdedor era obrigado a se tornar discípulo do vencedor. Esse fato assustou os estudantes de Navadvipa. Eles tinham o plano de fazerem uma disputa entre o Senhor Caitanya e Keshava Kashmiri. Eles consideraram que, se o Senhor fosse derrotado, eles teriam outra chance de debater com o erudito, pois, afinal, o Senhor Caitanya era apenas um garoto. Mas se o Senhor derrotasse o erudito, a posição deles seria ainda mais gloriosa pelo fato de um mero garoto de sua comunidade acadêmica ter derrotado o campeão invicto.

Keshava Kashmiri sabia da reputação do Senhor Caitanya como um erudito sanscritólogo, mas, estando muito orgulhoso de sua brilhante carreira pessoal, ele se considerou muito superior ao Senhor. Assim, quando eles se encontraram nas margens do rio Ganges, Keshava Kashmiri falou asperamente com o Senhor. Com muita perícia, ele criticou o Senhor Caitanya insinuando que o “malabarismo gramatical” que o Senhor ensinava a Seus estudantes não exigia muita destreza. O Senhor Caitanya, que age de diferentes maneiras para o benefício das almas condicionadas, respondeu ao erudito de forma a aumentar seu prestígio artificial. O Senhor Se apresentou em uma posição subordinada e pediu ao erudito para ele demonstrar sua perícia poética compondo versos em glorificação ao Ganges.

Keshava Kashmiri era devoto da deusa da sabedoria, Sarasvati, e, sendo favorecido por ela, era bastante confiante de suas habilidades intelectuais. Ao pedido do Senhor Caitanya, ele imediatamente compôs cem versos glorificando o Ganges e eloqüentemente os recitou diante do Senhor Caitanya e Seus alunos.

Após ouvirem a convincente apresentação de Keshava Kashmiri, o Senhor Caitanya falou de forma a refrear o orgulho que Ele havia previamente incentivado. Glorificando de forma sarcástica o poeta, o Senhor, que havia memorizado todos os cem versos, repetiu o sexagésimo quarto verso e pediu para Keshava Kashmiri explicá-lo. O erudito, embora espantado pelo Senhor Caitanya ter memorizado um dos versos rapidamente citados, explicou o significado do verso. O Senhor Caitanya então lhe pediu para explicar os pontos positivos e as falhas do verso.

O orgulhoso poeta ficou nervoso. “Você é apenas um estudante ordinário de gramática”, ele disse. “O que Você sabe sobre adornamentos literários? Você não pode analisar esse poema, pois Você não sabe nada sobre isso”. O Senhor Caitanya novamente Se submeteu humildemente a Keshava Kashmiri e respondeu: “Certamente Eu não estudei a arte de adornar composições literárias, mas Eu ouvi sobre isso dos círculos mais elevados, e posso, portanto, analisar esse verso e apontar muitas falhas e muitos pontos positivos nele. Permita-me dizê-los, e, por favor, escute-Me sem se irritar”.

O Senhor Caitanya explicou então cinco ornatos literários e cinco falhas no verso. O Senhor analisou as falhas no verso em termos de composição imprópria, significados contraditórios e redundância. Ele em seguida glorificou o verso por seus ornatos de aliteração, analogia e significado. O Senhor concluiu: “Eu discuti apenas as cinco faltas grosseiras e cinco ornatos literários deste verso, mas, se o considerarmos em seus detalhes, encontraremos ilimitadas falhas. A explanação do Senhor Caitanya havia sido tão completa, mesmo Ele tendo ouvido o verso apenas uma única vez, que Keshava Kashmiri ficou assombrado. Quando ele tentou replicar os comentários do Senhor, ele não foi capaz de encontrar palavras para se expressar. A confiança dele em sua inteligência foi aniquilada. Seu orgulho deu lugar à insegurança.

Keshava Kashmiri havia se tornado muito orgulhoso, considerando-se invencível devido ao seu vasto conhecimento, mas seu orgulho só serviu para confundi-lo. A posição verdadeira da entidade viva é de dependência do Senhor Supremo. No Bhagavad-gita, a Suprema Personalidade de Deus explica que todo conhecimento, lembrança e esquecimento vem dEle. O orgulho de Keshava Kashmiri o fez ignorante dessa verdade, mas o Senhor Caitanya demonstrou grande misericórdia para com ele contendo seu orgulho e lhe dando dessa maneira a oportunidade de obter conhecimento transcendental.

Voltando para casa, Keshava Kashmiri adorou Sarasvati, a deusa da sabedoria, desejando saber qual ofensa havia cometido a ela para ser derrotado por um jovem garoto. Aquela noite, mãe Sarasvati apareceu para o erudito em um sonho e lhe revelou que o Senhor Caitanya era a própria Suprema Personalidade de Deus. Keshava Kashmiri pôde então entender sua posição como servo eterno do Senhor. Na manhã seguinte, Keshava Kashmiri foi ver o Senhor Caitanya e imediatamente se rendeu a Ele. O Senhor, assim, concedeu Sua misericórdia ao erudito, liberando-o do orgulho que lhe fazia cativo à vida material. Daí em diante, Keshava Kashmiri abandonou a ocupação de vencer campeonatos e se tornou um grande devoto do Senhor.

Após este incidente, o Senhor Caitanya foi aclamado como o mais importante erudito de toda Navadvipa. De fato, ele começou a debater e a derrotar todos os tipos de estudiosos dos discursos das escrituras Védicas. Mas, por causa de Seu comportamento gentil, nenhum deles ficava infeliz.

Aos dezesseis anos de idade, o Senhor dirigia Sua própria escola. Em concordância com Sua missão como a encarnação desta era, o Senhor ensinava gramática sânscrita através da Consciência de Krsna. Ele explicava as regras e definições em relação com Krsna, induzindo dessa forma Seus estudantes a cantarem os santos nomes de Deus. O propósito do Senhor era que Seus estudantes e todos nós realizássemos que não há nada em nossa experiência senão Krsna.

Durante este período, Srila Isvara Puri visitou Navadvipa. Isvara Puri era o mais querido discípulo do grande sannyasi seguidor de Srila Madhvacarya, Srila Madhavendra Puri. O Senhor Caitanya se aproximou de Isvara Puri neste tempo e ouviu a recitação de seu livro Krsna-lilamrta. Posteriormente, enquanto em Gaya, o Senhor novamente Se encontrou com Isvara Puri, e, aceitando-o como Seu mestre espiritual, foi iniciado por ele.

Apesar da reputação do Senhor Caitanya como um acadêmico erudito, Isvara Puri o repreendeu. “Você é um tolo”, ele disse. “Você não é qualificado para estudar a filosofia Vedanta, por isso Você deve sempre cantar os santos nomes de Krsna, simplesmente cante os nomes de Krsna. Nesta era de Kali, não há outro princípio religioso além do cantar do santo nome, que é a essência de todos os hinos Védicos”. Recebendo esta ordem de Seu mestre espiritual, o Senhor Caitanya imediatamente exibiu sintomas de êxtase de amor por Deus.

Isvara Puri atuando como mestre espiritual do Senhor Caitanya e o Senhor Caitanya atuando como o discípulo ideal nos instruem que é unicamente através da iniciação apropriada que é possível para as almas condicionadas amarem a Deus. No Bhagavad-gita, a Suprema Personalidade Deus nos instrui a nos aproximarmos de um mestre espiritual autêntico se sinceramente desejamos conhecimento transcendental e amor por Deus. O segredo do sucesso na vida espiritual está neste sistema de sucessão discipular. A pessoa pode ser um grande erudito ou um tolo iletrado, mas, seguindo o Senhor Caitanya e recebendo instrução de um mestre espiritual autêntico, todos podem obter esse amor por Deus que o movimento de sankirtana do Senhor está distribuindo.

Todas as glórias ao Senhor Caitanya Mahaprabhu! Todas as glórias a Srila Prabhupada!

Biógrafos do Senhor Caitanya dividiram Sua vida em três períodos. O período que consiste em Seus primeiros vinte e quatro anos, durante os quais o Senhor Caitanya residiu em Navadvipa, perfazem os passatempos de Seu nascimento, infância, juventude e casamento. Esse período de vinte e quatro anos é conhecido como adi-lila.

Ao término de Seus vinte e quatro anos, o Senhor Caitanya entrou na ordem renunciada, sannyasa. Durante esse período de Sua vida, madhya-lila, ou passatempos intermediários, o Senhor viajou continuamente por seis anos. Partindo de Sua sede principal em Jagannatha Puri, na Orissa, Ele fez peregrinações ao Sul da Índia, à Bengala e a Vrndavana.

Pelos últimos dezoito anos de Sua vida, o Senhor Caitanya permaneceu fixo em Jagannatha Puri, onde exibiu Sua antya-lila, ou passatempos finais. Ali, na companhia de Seus associados íntimos, Ele pessoalmente desfrutou do amor por Deus cantando o mantra Hare Krsna e dançando em êxtase.

Tradução por Bhagavan dasa (DvS)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Jayapataka Maharaj foi hospitalizado,



Sua Graca jayapataka maharaj foi hospitalizado, sua situacao no momento e delicada para mas noticias entre neste site em ingles dandavats.com
Hare Krishna.
HH Jayapataka Swami - Update 4
http://www.dandavats.com/?p=6605
1,602 Views / EMail This Post / Print This Post / Home » HH Jayapataka Swami - Update 4
By HH Bhakti Purusottama Swami
Dear devotees,
Please accept my humble obeisances. All glories to Srila Prabhupada.
We request worldwide devotees to pray to Sri Nrsimhadeva for our dear Guru Maharaja, HH Jayapataka Swami, to come out of his critical health situation. Maharaja is in Mumbai attending GBC meetings. On 23rd early morning, he was found in the bed unconscious around 3.30 a.m.Devotees rushed him to the Hinduja hospital, thinking that Maharaja may had a heart attack. He was admitted in ICU. But later doctors diagnosed that it is brain hemorrhage. We request all the devotees to pray and chant for his quick recovery.
Thank you. Your humble servant
Bhakti Purusottama Swami
Sivarama Swami:
I stayed at the hospital from 7-11am. After IC scan and tests the neuro surgeon gave a complete health update.
Maharaja had a stroke and brain bleeding in 2 places. One of the areas of bleeding is the root of the brain, a most sensitive area. A place where surgery cannot take place. The condition is critical, the surgeon’s opinion that Maharaja’s chance for survival slim. It’s in Krsna’s hands, absolutely. Please pray. SRS.
—————
Ratnavali devi dasi:
Doctor P.P Ashok has reviewed the case thouroughly there is a haemorrage in the brain stem and therefore it is a critical situation. The brain stem contains all our vital centers of function like breathing, consciousness etc. Therefore a slight increase in Haemorrage can cause a life and death situation.
The doctor has said that anything can go wrong anytime without much notice. If it doesn’t, the process of recovery is very slow and any predictions at this time are not possible. He is already on a ventilator to support his vital function.
The doctors who are handling the case are some of the best in India. The treatment which is going on in Hinduja is internationally the same. Our doctor devotees in Bhaktivedanta hospital are in constant touch with the doctor’s in Hinduja.
—————–Aniruddha prabhu:
Latest update from Radhanatha Swami who has just returned from the hospital and spoke to the doctor a few minutes ago.
Jayapataka Swami is in an extremely serious situation after suffering a major stroke. He has just received a large blood transfusion since his own was extremely thin due to medication he has been taking for high blood pressure. The bleeding in the brain stem is in a highly sensitive location with an intricate network of nerves which are connected to almost all parts of the body.
Any further damage could have serious consequences. The doctors are now focused on saving his life. The prognosis is not clear at the moment.
There are three doctors from Bhaktivedanta Hospital with Jayapataka Swami at the moment. A few minutes ago one of them asked Maharaja to squeeze his left hand which he did. This means he is conscious but his condition is still tenuous. He is in a highly risky condition where any further damage will be critical and healing will be slow.
The GBC is offering their prayers of support to His Holiness and his disciples in this difficult time.
—————–Aniruddha prabhu:
Bir Krsna Das Goswami just returned from Hinduja Hospital one of the top hospitals in Mumbai with a report to the GBC on Jayapataka Swami’s condition.
Maharaja is in intensive care. He has been in a coma since this morning when he was taken to the hospital from the ISKCON Juhu temple. The results of a scan indicate his heart is good but he has suffered a stroke and has bleeding in two locations in the brain. The most serious is in the brain stem which is very delicate and difficult to operate on. His blood pressure is extremely high.
The specialist’s advice is that Maharaja’s condition is extremely serious. There are some positive signs in that he can move his legs and his eyes respond to stimuli indicating nervous activity. At the same time his condition is extremely critical. Radhanatha Swami, Kavicandra Swami, Sivarama Swami, Bhakti Purusottama Swami and others are in the hospital with him.
The GBC held kirtana this morning on behalf of Jayapataka Swami and asks all devotees around the world to offer prayers on his behalf.—————-Aniruddha prabhu:
I generally don’t like to be the bearer of bad news but in this case I feel obliged to get the word out. I am currently in Mumbai attending the GBC meetings.
It appears that some time last night HH Jayapataka Swami suffered a stroke in his sleep. When his servant tried to wake him this morning he couldn’t rise and appeared to be calling for help. He couldn’t articulate his words.
As I went to mangala-arati I came across the devotees carrying Maharaja down to an ambulance so he could be driven to the Hinduja Hospital.
I just heard from Ramai Swami that his condition is critical. He is in a coma and indications are he has suffered a hemorrhage at the back of his neck. The devotees are awaiting the advice of the specialist who is reviewing his condition as I write.
Sivarama Swami, Radhanatha Swami, Gopala Krsna Goswami and Bhakti-vijnana Swami, Bhakti-caru Swami and Bir Krsna Goswami are with him in the hospital and the most recent report from Sivarama Swami is not good news.
I suggest everyone start offering prayers for such a stalwart preacher and ISKCON general. Let us pray that if Krsna so desires that his great servant be allowed to stay with us to help push on the sankirtan mission for the pleasure of Srila Prabhupada.————————–
Mahaguna devi dasi: My dear Devotee Community, pamho, agtsp.
About 3 hours ago, my dearest GuruMaharaj went unconsicous and had to be rushed to the hospital. He is in intensive care unit in Bombay, India.
In the evening eastern time, HH Jayapataka Swami woke up at around 3:30 a. m. and was calling out to his servant but was unable to speak and then he collapsed. At that moment, he was rushed to the Hindu Jha Hospital in Bombay, India. At the present moment, he is in a coma and is unable to speak but he is breathing. However he is in an unconscous state. His blood pressure and sugar was checked but since he was unconscious he was sent to the ICU because the doctors assume that he suffered a cardiac arrest but they are unsure as the exact cause of his unconsciousness. He is currently in the ICU and the doctors are monitoring him. No one is allowed to see him,
Please please pray for HH Jayapataka Swami. I am requesting that all disciples and wellwishers do a 24 hour kirtan and pray to Lord Narasimhadev for the speedy recovery of a great soul and pure devotee of the Supreme Lord and near and dear servant of Srila Prabhupada.
your eternal servant praying and begging to the Supreme Lord to protect my dear spiritual master HH Jayapataka Swami
ys/ mahaguna404-452-5244 Secretary to HH Jayapataka Swami

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Pé na estrada e olho em inserção social

Pé na estrada e olho em inserção social Por: Dhanvantari Swami


Prabhupada queria que nos associássemos em amor e confiança. O conceito de amor dado por ele décadas atrás, ou seja “amor é serviço", hoje em dia está sendo espalhado largamente no livro de James Hunter, best-seller internacional, “O Monge E O Executivo" através da versão “amor é o que o amor faz". Sim, Prabhupada queria amor-comportamento na forma de colaboração mútua entre todos os membros de sua ISKCON. Ele nos encheu de esperança dizendo que se assim procedêssemos não encontraríamos jamais a dissolução de nossa Sociedade. Acontece que Prabhupada permaneceu apenas nos primeiros e verdes onze anos do Movimento Hare Krishna no mundo. Naquela época a perseguição ao Movimento era muito comum e os devotos se afetavam e se deprimiam. Até no Brasil nós passamos por isto quando, em 76/77, uma jornalista tornou-se devota e depois desistiu fazendo uma série de reportagens negativas sobre a ISKCON. Tínhamos medo de ser dissolvidos pelos sistemas materialistas vigentes na sociedade. Prabhupada, ainda conosco, aliviava-nos dessa ansiedade e nos advertia em como evitar o verdadeiro risco de dissolução através do amor-comportamento. O amor que resiste às diferenças e aos sentimentos contraditórios e mais superficiais. Em São Paulo tive uma breve parada no aeroporto de Congonhas. Foram duas horas de amor e confiança. Como foi isso? Historinha bem curta: Descobri, em Floripa, que meu vôo para João Pessoa tinha troca de aeronave em São Paulo com duas horas de escala. Estando sem agenda de endereços, pedi por internet a Tirthatma Prabhu, discípulo de Jaypataka Swami, que anunciasse a alguns devotos minha passagem pela cidade. Ele fez boa divulgação e alguns conseguiram ir me ver. Foi uma experiência de amor espontâneo. Quatro devotos, três discípulos de Purushatraya Swami e um de Paramgati Swami, foram me ver levando prasada e muita alegria. Sentamos no chão do fim de um corredor interrompido para reforma e conversamos alegremente. Uma ameaça nova à integridade de nosso Movimento é a formação de guru-grupismo. Ou seja, “grupinhos" de discípulos de diferentes gurus cultivando mentalidade sectária e separatista. Esse perigo foi primeiramente levado à discussão por Bhakti Vikasa Swami e tem sido tema de istagosthis presenciais e virtuais liderados em todo o mundo por vários devotos e devotas responsáveis, alguns deles são, Radhanatha Swami e Madhavananda Das (Índia). Talvez guru-grupismo já esteja acontecendo no Brasil, porém, não é o que me parece considerando o que vivi recentemente ao ser recebido no aeroporto de São Paulo numa experiência de alegria e motivação na presença exclusiva de meus sobrinhos espirituais, Govindananda, Gopali, Ramakrishna e Sitadvaita.








Hare Krishna!

domingo, 12 de outubro de 2008

STHITA PRAJNA






SINTOMAS DE UM TRANSCENDENTALISTA (versos 54 a 59)




54. Arjuna disse: Ó Krishna, quais são os sintomas daquele cuja consciência está absorta nessa transcendência? Como fala, e qual é sua linguagem? Como se senta e como caminha? 55. A Suprema Personalidade de Deus disse: Ó Partha, quando alguém desiste de todas as variedades de desejo de gozo dos sentidos, que surgem da invenção mental, e quando sua mente, assim purificada, encontra satisfação apenas no eu, então se diz que ele está em consciência transcendental pura. 56. Quem não deixa a mente se perturbar mesmo em meio às três classes de misérias, nem exulta quando há felicidade, e que está livre do apego, medo e ira, é chamado um sábio de mente estável. 57. No mundo material, quem não se deixa afetar pelo bem ou mal a que está sujeito a obter, sem louvá-los nem desprezá-los, está firmemente fixo em conhecimento perfeito. 58. Aquele que é capaz de retirar seus sentidos dos objetos dos sentidos, assim como a tartaruga recolhe seus membros para dentro da carapaça, está firmemente fixo em consciência perfeita. 59. A alma corporificada pode restringir-se do gozo dos sentidos, embora permaneça o gosto pelos objetos dos sentidos. Porém, interrompendo tais ocupações ao experimentar um gosto superior, ela se fixa em consciência.




Atinge a plataforma transcendental a pessoa que, além de ser capaz de distinguir entre os desejos materiais e espirituais, adquire força suficiente para não se deixar arrastar pelos impulsos dos sentidos materiais. Para isso, ela necessita ocupar-se em serviço devocional sem hesitação – isso irá mantê-la sempre feliz em sua posição natural eterna. Nesta sublime posição, tal pessoa nunca se perturba pelas dualidades materiais. Quando as dificuldades surgem, ela as aceita de bom grado. Ela admite que, devido aos seus maus feitos passados, seria merecedora de mais dificuldades. Ao mesmo tempo, quando está feliz, continua vendo tudo como misericórdia do Senhor, pois ela sempre se considera um servo que depende exclusivamente da Sua graça. O mundo material é o mundo da dualidade. No entanto, ao se fixar em conhecimento, a pessoa passa a se interessar unicamente no Senhor, o Bem Absoluto, e nunca se afeta pela situação material, a qual é temporária e ilusória. Esta consciência espiritual faz com que tal pessoa tenha controle sobre seus sentidos, utilizando-os exclusivamente a serviço do Senhor. A ocupação espiritual dos sentidos resulta em experiências transcendentais, as quais oferecem prazeres espirituais muito superiores. Tal experiência de um prazer superior coloca tal pessoa numa posição extremamente segura e imperturbável. A consciência de Krishna é, portanto, tão maravilhosa que faz com que o gozo material dos sentidos se torne automaticamente desagradável.Na plataforma material, as misérias são divididas em três categorias: as misérias causadas pelo próprio corpo ou mente materiais; as misérias causadas pelas perturbações impostas por outras entidades vivas; e as misérias causadas pelos fenômenos naturais, tais como calor ou frio excessivo, etc. No entanto, a pessoa transcendental não permite que tais manifestações materiais miseráveis interfiram em sua vida espiritual. Isto é possível pelo simples fato de que a pessoa transcendental não possui apego, ou seja, não vive em função de obter diferentes parafernálias ou condições adequadas para o gozo dos seus sentidos. Dedicada a servir ao Senhor, uma pessoa transcendental está muito além da plataforma sensual e sua vida está em permanente bem-aventurança, independente dos sucessos ou fracassos materiais, os quais são inevitáveis neste mundo. Em outras palavras, em vez de desperdiçar seu tempo com inúteis tentativas de evitar as misérias materiais ou com esforços constantes por obter o improvável sucesso material, uma pessoa transcendental é perfeitamente inteligente, pois utiliza seu precioso tempo unicamente em consciência de Krishna, permanecendo sempre indesviavelmente fixo em sua determinação espiritual. Ao mesmo tempo, tal pessoa está sempre atenta às condições externas que possam afetar sua consciência espiritual. Por isso, ela é comparada à tartaruga que, ao perceber qualquer perigo à sua volta, recolhe seus membros dentro da carapaça. Com esta analogia, o Senhor Krishna está nos indicando que devemos utilizar nossos sentidos unicamente em atividades transcendentais e, caso isto não seja possível, é melhor recolhê-los e novamente manifestá-los onde existam condições espirituais favoráveis.

sábado, 11 de outubro de 2008

O ABRIGO DE PANCA TATTVA





O ABRIGO DE PANCA TATTVA




"De acordo com o Kadaca de Svarupa Damodara, cada membro do Panca Tattva corporifica uma forma particular de abrigo. Devotos sinceros irão aproximar-se humildemente de cada um dos membros do Panca Tattva para pedir sua misericórdia e abrigo de forma a progredir em Bhakti e alcançar o último abrigo de Rasaraja Mahabhava, Sri Krsna Caitanya Mahaprabhu.

Suddha Nama Asraya

Srila Svarupa Damodara diz que Srivasa Thakura é o Suddha Nama Asraya, o abrigo do puro Santo Nome de Krsna. Em outras palavras, por lembrar-se, por orar e por cantar o nome de Srivasa Thakura, o qual não é diferente de Narada Muni, uma pessoa alcança sua misericórdia e a habilidade de cantar Suddha Nama, o puro Santo Nome de Krsna.

Pancaratrika Viddhi Asraya

Sri Advaita Acarya é o Pancaratrika Viddhi Asraya, é o abrigo do processo Pancaratrika Viddhi, o qual incluí o Gayatri Diksa, Arcana (Adoração à Deidade), e as estritas regras de Vaiddhi Bhakti. O Caitanya Bhagavata diz que Advaita Acarya Prabhu adora Mahaprabhu de acordo com as regras de Pancaratrika encontradas em escrituras como o Narada Pancaratra.
No entanto, Jiva Goswami e outros Acaryas Gaudiya Vaisnavas seguem o caminho de Bhava, o qual é baseado na filosofia do Srimad Bhagavatam e é conhecido como Bhagvata Viddhi, ao invés do caminho de Pancaratrika Arcana. Qual a conexão entre estes dois caminhos? Pancaratrika Viddhi corre paralelamente com Bhagavata Viddhi. Em Bhagavata Viddhi pregar as glórias de Krsna e cantar o Maha Mantra Hare Krsna predominam. Quando o Seva Ruci e o Nama Ruci (Gosto e atracção pelo serviço e pelo cantar de Hare Krsna) despertam, seu entendimento das regras de Pancaratrika Viddhi amadurecem. Então, embora ele siga a plataforma de Raganuga Bhakti (Raga Marga), continuará a a seguir as regras de Pancaratrika Viddhi na adoração pública no Templo. No significado do Srimad Bhagavatam 4.24.45, Srila Prabhupada diz:
Adorar de acordo com Pancaratrika Viddhi é chamado Viddhi Marga, e adorar de acordo com Bhagavad Viddhi é chamado raga Marga." A conclusão é que uma pessoa deve lembrar-se, orar para, e cantar o nome de Sri Advaita Acarya, o Pancaratrika Viddhi Asraya, de forma a avançar no caminho de Vaidhi Bhakti e entrar no caminho de Raga, Raga Marga. Sem a misericórdia de Sri Advaita Acarya, ninguém será capaz de aperfeiçoar seu cantar de Hare Krsna, ou passar do estágio de Sadhana Bhakti para o estágio de Bhava Bhakti.

Bhava Asraya

Sri Gadadhara Pandita é o Bhava Asraya, o abrigo de Bhava, o estágio inicial de perfeição do amor à Deus, Krsna Prema. De forma a cantar puramente Hare Krsna e alcançar a plataforma de Bhava Bhakti, uma pessoa deve sempre lembrar-se, orar para e cantar o nome de Gadadhara Pandita.

Prema Asraya

Sri Nityananda Prabhu é o Prema Asraya, o abrigo do amor puro à Deus, Krsna Prema.
Chorando por Nitai, implorando a misericórdia de Nitai, e cantando "Nitai Gauranga! Nitai Gauranga ! Nitai Gauranga !" irá ajudar uma pessoa a rapidamente chegar ao estágio de cantar Prema Nama.

Rasa Asraya

Sri Gauranga Mahaprabhu é o Rasa Asraya, o abrigo de de muitas doçuras saborosas de êxtase experimentadas no amor puro à Deus., Krsna Prema. Rasaraja Sri Krsna aparece como o Senhor Gauranga para saborear os êxtases amorosos da Sua muito amada e querida Srimati Radhika, a personificação de Maha Bhava. Para alcançar o estágio perfeito de devoção aonde alguém nada no oceano de Prema Rasa, uma pessoa deve sempre lembrar-se, orar para, e cantar o santo nome de Gauranga, Sri Krsna Caitanya.

Cante o Mantra do Panca Tattva, mergulhe no oceano da sua misericórdia sem causa, e então experimente o doce sabor do Prema Nama Sankirtana.

Prem se kaho sri krsna caitanya prabhu nityananda sri advaita,
gadadhara, srivasadi gaura bhakta vrnda ki jaya !

"Chame com amor os nomes de Sri Krsna Caitanya, Prabhu Nityananda, Sri Advaita, Sri Gadadhara, Srivasadi e todos os devotos do Senhor Caitanya."


Retirado do livro "A Arte de Cantar Hare Krsna " de Mahanidhi Swami.

Tilaka - Ornamento do espírito


Tilaka - Ornamento do espírito



A Tilaka é também chamada de ornamenação do espírito. Quando o devoto marca sua testa, ele está indicando a intenção de se transformar em um servo de Krishna; as linhas ascendentes de tilaka representam a pegada do Senhor, e a do nariz representa Tulasi, a folha sagrada que sempre aparece nos pés do Senhor nos templos. A decoração feita aplicando uma mistura molhada de argila e juntamente às outras marcas ao redor do corpo, o transformam em um templo de Vishnu, o Deus Supremo.O devoto vaishnava marca seu corpo em diferentes doze lugares, afim de obter purificação e proteção, e aquele que a estiver usando é identificado como um devoto do Senhor.
Como aquele que pode compreender a força de um governo atrás do uniforme de uma polícia, este mesmo pode compreender a força de Deus que está por tás do devoto sinalizado com a tilaka. No Padma Purana, o Senhor Shiva diz para Parvati que no centro da tilaka há um espaço , dentro daquele espaço em que reside Laskshimi e Narayana. Desta forma, o corpo que estiver sinalizado com uma tilaka será considerado como sendo um templo do Senhor Vishnu.

Quando estiver preparando a tilaka o mantra abaixo, da seção Uttara Khanda do Padma Purana deverá ser recitado:lalate kesavam dhyayennarayanam athodarevaksah-sthale madhavam tugovindam kantha-kupakevisnum ca daksine kuksaubahau ca madhusudanamtrivikramam kandhare tuvamanam vama-parsvakestridharam vama-bahau tuhrsikesam ca kandhareprsthe tu padma-nabham cakatyam damodaram nyasettat praksalana-toyam tuvasudeveti mrdhani

De acordo com o mantra acima mencionado, deve-se aplicar a tilaka com a esfera da ponta do dedo, para fazer as marcas de tilaka nas doze partes do corpo. Quando a tilaka for aplicada os seguintes mantras devem ser recitados: * Na testa: om kesavaya namah * No ventre: om narayanaya namah * No peito: om madhavaya namah * Na garganta: om govindaya namah * No lado direito do ventre: om visnave namah * No braço direito: om madhusudanaya namah * No ombro direito: om trivikramaya namah * No lado esquerdo do ventre: om vamanaya namah * No braço esquerdo: om sridharaya namah * No ombro esquerdo: om hrsikesaya namah * Na parte superior das costas: om padmanabhaya namah * Na parte inferior das costas: om damodaraya namah Por fim, após lavar às mãos, a água restante deve ser espalhada no topo da cabeça enquanto se recita o seguinte mantra: om vasudevaya namah


p/ Avyakta Rupa das
at 20:13 0 comments


"Possam as vacas estar a minha frente, possam as vacas estar atrás de mim, possam as vacas estar em todos os meus lados. Que eu possa residir sempre entre as vacas."


(Sri Hari Bhakti Vilasa 16.52)

Entrevista concedida por Raghunatha Das (Rogério Duarte






Entrevista concedida por Raghunatha Das (Rogério Duarte) ao Jornal A Tarde (Salvador/Ba), no dia 21/09/08


ATarde O senhor é considerado um excelente designer, mas não tem formação nessa área. Como foi sua educação formal?

Rogério Duarte Meu estudo formal foi informal (risos). E eu sou atípico, como meus estudos. Eu tive a formação chamada formal aqui na Bahia. Fiz o primário no Colégio Dona Afrísia, depois fui expulso do Antonio Vieira, aí fui para o Severino Vieira e depois para o Colégio Central, onde minha vida mudou completamente. Foi lá que conheci todo mundo: Glauber, Calasans Neto, a turma de Fernando da Rocha Peres. Aí, virei artista intelectual. Mas eu era um aluno meio relapso, repeti três vezes a segunda série ginasial porque preferia jogar futebol e ler meus livros. E, por conta dessas crises, não sei como, aos 20 anos, consegui uma bolsa de estudos do Ministério da Educação para ir para o Rio de Janeiro. Lá, fui fazer arte e educação.

AT E como o senhor começou no design?

RD Não havia formação de design. No Rio, fiz um teste vocacional e dava que eu era bom para design. Fui estagiar com Aloísio Magalhães [designer pernambucano]. Ele estava nos Estados Unidos, voltando para o Brasil, e ia montar um escritório. Do estágio, me tornei membro da equipe e muitos cursos pioneiros de design surgiam nessa época. Um desses cursos que fiz foi o do Museu de Arte Moderna, onde fui aluno de Alexandre Wollner. Misteriosamente, acabei sucedendo Alexandre Wollner como professor do Museu. Nessa época, eu era professor, mas já era dissidente, devido à minha visão tropicalista. Isso era mais ou menos 1964, quando eu era militante da UNE. Aí, surgem os baianos no Rio de Janeiro, os tropicalistas, então eu já encaro a revolução tropicalista como designer, mas eu era um adversário da universidade, era crítico. Eu brincava, chamava universitário de universotários. Mas minha vida profissional foi seguindo. Fui editor da
Editora Vozes, da esquerda católica, o que foi motivo de perseguição.

AT Como foi a vida do senhor durante a ditadura militar?

RDUm dos textos mais importantes de meu livro é A grande porta do medo, que trata sobretudo deste assunto. Eu procuro narrar tudo isso. É um fato notório, tanto que hoje eu sou anistiado político por causa disso e eu perdi tudo, meu emprego, minha vida, passei anos internado em hospício, fui jurado de morte pelos militares... Fui preso na passeata manifestando contra a morte de um estudante, em abril de 68, quando eu tinha 29 anos. Aí, foi um baque total no tropicalismo. As torturas eram terríveis. Eu namorava uma mulher belíssima , extraordinária, chamada Ruth Casoy. Mas, no meio de uma dessas sessões de tortura, eu quase entrego ela aos militares. Eu gritava ´Foi Ruth, foi Ruth´. Aí, eles paravam de me torturar e eu desistia de delatar.

AT Quanto tempo o senhor passou na prisão?

RDEsta primeira foram dez dias, em vários lugares. Nós nunca ficávamos no mesmo lugar. Ficávamos o tempo inteiro de olhos tampados. Eu esqueci como era meu rosto e em todo o tempo não permanecia no mesmo lugar. Viajava horas de carro sem saber sequer se estava no Brasil. Não via nada, nada, nada. Às vezes, eu ficava sozinho numa sala, tirava rapidamente o tampão. Meu irmão, que é engenheiro, conseguiu fazer o mapa do quartel. Eu fiz um retrato de um dos torturadores. Foi isso que resultou na descoberta de quem era o torturador. Esse foi, inclusive, um dos mais belos trabalhos jornalísticos brasileiros contra a ditadura.

AT Qual foi o comportamento da imprensa em relação a sua prisão?

RDA grita da imprensa foi muito grande, houve manifestos de intelectuais, virei primeira página de todos jornais porque a gente [Rogério foi preso junto com o irmão, Ronaldo] era muito conhecido no meio artístico. Então, o meio artístico saiu em defesa. Tom Jobim, Chico Buarque, Baden Powell, todo mundo assinava "libertem os irmãos Duarte". A prisão foi como um seqüestro. Nós já fomos dados como mortos. Durante a prisão, não tínhamos contato com ninguém, a ponto de eu chamar esse período de "desprogramação".

AT O senhor achou que ia morrer?

RDAchei, claro. Inclusive, os militares disseram que iam fuzilar a gente. E a gente ia morrer mesmo se não fosse a grita geral. Não estou exagerando não, mas a gente foi preso para ser morto mesmo. Era para ser um exemplo, era coisa para assustar a classe média. Mas a grita da imprensa foi muito, muito, muito, muito [fala com ênfase] forte mesmo. E a gente tinha relações importantes, como Josaphat Marinho, que era senador na época. Muita gente importante dizia: "Se vocês matarem esses caras, a barra vai pesar". Foi averiguado que os militares tinham planos de nos matar e jogar nossos corpos no Rio Guandu, no Rio de Janeiro.

AT Esse plano era mesmo concreto?

RDO plano era de exterminar a gente, não há a menor dúvida. Isso é historicamente comprovado. Mas numa conversa dos militares sobre a navegabilidade dos corpos, sobre se os corpos iam boiar logo ou tal, eles desistiram. Eu fiz aniversário na prisão. Nesse dia, eles destamparam meu olho e me deixaram comemorar de forma muito gentil. Fizeram bolo, ofereceram refrigerante e disseram: "É muito bom tomar uma Pepsi antes de morrer". Eu disse: "Tudo bem, você está certo, eu vou morrer de qualquer jeito". Um oficial que usava o nome de guerra Artigas, com quem fiz amizade, disse: "Vocês são muito legais, mas aqui seguimos uma rígida disciplina e se tivermos a decisão de matá-los terá que ser feita". Aí, eu pensei: "Cada macaco no seu galho, né?". Lembro de uma viagem de carro em que disseram: "Vocês não vão morrer. vou dar instrução de sobrevivência".

AT O senhor foi preso sozinho ou junto com amigos?

RDOlha, eu antes era mais modesto, mas agora eu digo, e não é para me gabar não: todo mundo voltou quando a barra pesou cercada pelo exército. O pessoal levava rolha para derrubar cavalo e colírio para enfrentar gás lacrimogêneo. Só quando eu fui cercado pela cavalaria, com muita bomba e tudo, é que tentei fugir. Mas aí fizeram uma armadilha e, quando eu estava chegando em meu carro, um cidadão me aponta um revólver e diz, baixinho: "Me siga sem falar ou então vai morrer agora". Quando chegamos a um lugar, acho que era uma delegacia, dispensaram nossas namoradas, Ruth e Silvia Escorel, que namorava meu irmão. Aí, o cara disse : "Vocês vão ficar".

AT O senhor passou também um tempo em hospícios?

RD Depois da prisão, resolvi fazer a parte mais radical do tropicalismo, a base do movimento, que chamei de marginália e que rendeu um poema: "No mapa da Guanabara é que leio a nossa sorte / azul a zona sul / morte na zona norte. Esse poema é um épico sobre o Rio de Janeiro. No Rio, viramos barra pesada. As portas foram sendo fechadas para a gente numa espécie de cerco. Acho que na casa do Oiticica um cara que eu não lembro bem quem era me disse: "Você só tem duas opções: ou polícia militar ou o Pinel (hospício do Rio)". Eu havia tido uma experiência louca num filme que fiz com Luiz Gonzaga, em Exu, e durante a viagem houve um acidente terrível, o carro virou, as latas abriram, então, na volta da viagem eu já estava desgovernado. Eu não tinha alternativa, então fui para o hospício. Foram três internações: Pinel, Engenho de Dentro (com cabeça raspada)... tudo isso está no livro. Entre 68 e 70 foi esse período. O último hospício
já foi uma coisa mais legal, no Hospital das Clínicas de São Paulo, recebi alta coincidindo com a volta de Caetano de Londres. Ele disse que queria me ver e tal...

AT Foi durante a prisão que o senhor se aproximou da religião?

RDNa prisão, eu tive meu primeiro contato com o lado místico. Enquanto meu irmão lia livros de engenharia, eu lia a Bíblia. Aí, tive umas visões. Quando eu estava louco, fiz um Cristo de braços abertos com as mãos cortadas. Em vez do 'INRI' do crucifixo, no meu desenho estava inscrito 'INRIO', como se eu fosse o Jesus dessa época. Esse foi meu primeiro surto religioso. Foi aí que notei que a razão não me dava resistência para enfrentar aquele sofrimento. Porque quando você se vê numa situação dessas, você tem que compreender sua verdade suprema. Quando saí da prisão, me considerava bem místico.

AT Antes de ser preso, o senhor era ateu?

RDNão. Eu era anticlerical. Mas não tenho uma religião, eu me defini como alguém que acredita em Deus, estou numa fase crítica, porque fui diagnosticado com neoplasia maligna, metástase, e tive que mudar todos os valores que eu tinha. Um certo ateísmo voltou muito forte, uma idéia de que as religiões às vezes são muito impuras.

AT Quando o senhor soube que estava doente?

RDNeste ano, que me revoltei contra a medicina. Mas eu descobri que o ateísmo que apareceu em mim é uma espécie de religião muito forte. Se a morte tiver que vir, que venha, mas eu vou lutar pela vida muito fortemente. Então, mudei tudo: faço ginástica todo dia de manhã, de tarde, de noite, uso uma alimentação especial e nada da medicina tradicional. Nada, nada, nada. Descobri que a doença é fruto de más ações: você maltratou seu corpo e ficou doente. Maltratou o corpo usando drogas, comendo carne, uma série de coisas que faz mal, uma alimentação doentia, muito tóxica, que cria problemas no intestino e aparece como o que eles chamam de câncer.

AT O senhor se arrepende de ter lutado contra a ditadura?

RD Como eu vou me arrepender se já passou? Não é mais hora de arrependimento. Eu não sei se me arrependo, mas essa idéia de se arrepender é estranha. Ninguém se arrepende por algo que nós acreditamos ter sido digno. A gente se arrepende de algo indigno. Foi um ato temerário, mas não indigno. Me arrependo de maldades, mas disso não.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Diário de um Pregador Itinerante - Diary of a Traveling Preacher




http://www.traveling-preacher.com/

Diário de um Pregador Itinerante

Diary of a Traveling Preacher

Acompanhe S. S. Indradyumna Svami em suas centenas de aventuras ao redor do mundo. “Pregue destemidamente e tenha fé nos santos nomes” foi a instrução pessoal recebida por Indradyumna de seu mestre espiritual, Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Svami Prabhupada, em 1972; instrução esta que carrega no íntimo de seu coração e se esforça por cumprir. Nesta obra, Indradyumna Svami compartilha suas experiências e realizações enquanto segue com a missão de propagar o Movimento de Sankirtana do Senhor Caitanya, dando-nos a oportunidade de deslumbrarmos o êxtase da pregação destemida.

Volume Oito - Capítulo Dez

Oferenda de Vyasa-puja

5 de setembro de 2007

Meu queridíssimo Srila Prabhupada,

Por favor, aceite minhas mais humildes reverências à poeira de seus pés de lótus. Todas as glórias ao senhor.

Hoje, sento-me para compor minha oferenda de Vyasa-puja para o senhor, a poucos minutos de ser chamado para palestrar. É comum que um discípulo escreve sua oferenda dias, semanas ou mesmo meses antes do dia do aparecimento do mestre espiritual, mas, este ano, o serviço a seus pés de lótus foi incessante, dia após dia e noite após noite. É sua misericórdia que me mantém tão prestativo. Por favor, aceite tal serviço prestado vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana e nos doze meses do ano como minha verdadeira oferenda ao senhor.

Tenho muito a compartilhar com o senhor desde a última vez que me dirigi ao senhor em seu Vyasa-puja.

O que está mais proeminente em minha mente agora é o desfile de Ratha-yatra que organizamos ontem em Belfast. Naquele lugar desafortunado, onde impera a violência sectária, eu entendi suas palavras no Srimad-Bhagavatam de que, neste planeta, pode-se ver tanto o céu quanto o inferno bem diante dos próprios olhos.

Ontem, vi uma cidade inteira coberta com a mentalidade infernal de ódio e vingança, pessoas com o desejo de matar. Embora um processo político esteja em andamento há anos e um frágil acordo tenha sido estabelecido recentemente, a atmosfera ainda é densa, repleta de medos e incertezas – tudo devido a um conceito de vida corpórea. O senhor escreveu um verso sobre esse fenômeno em uma oferenda de Vyasa-puja ao seu mestre espiritual alguns anos atrás:

“Lutando pela existência, a raça humana; Sua Divina Graça, a única esperança”.

Quão verdadeiras também são estas palavras em relação ao senhor, meu glorioso mestre! Assim como seu próprio Guru-maharaja, o senhor tem o elixir para todos os problemas do mundo. Enquanto as pessoas se debatem na escuridão da ignorância em lugares como Belfast, o senhor traz a luz do conhecimento transcendental, liberando-os da identificação corpórea. E, mais ainda, revela-lhes a herança que carregam como bem-aventurados servos do Senhor Supremo.

Por sua graça, as pessoas de Belfast puderam contemplar a verdadeira felicidade quando o carro do Senhor Jagannatha desfilou pelas ruas daquela cidade sem cores. Eu pude ver isso em algumas de suas faces. Essa é a glória do Senhor Supremo, Srila Prabhupada, e também a sua, porque o senhor é Seu representante e instrumento em Sua missão neste mundo material. Mesmo os prazeres celestiais aos quais o senhor se referiu são infernais sem o néctar do serviço devocional, que tão bondosamente nos deu.

Cada movimento que o senhor conduz nesta missão do Senhor Caitanya, meu querido mestre, são grandes momentos históricos. São, em essência, os passatempos modernos de Mahaprabhu. Quão afortunado me sinto em poder servi-lo de alguma forma. Quem sou eu para fazer parte de tão sagrado movimento, repleto de santos e sábios vivendo vidas puras e proclamando as mais elevadas verdades? Há não muito tempo, eu também estava pelas ruas, repleto de tristeza e desespero, sofrendo os resultados de meus erros que, de tão numerosos, não me havia esperança de libertação por milhares de nascimentos.

Então, de repente, sem avisar, o senhor entrou em minha vida. Eu não sabia que o senhor estava vindo. Eu não sabia quem o senhor era – mas, com o tempo, pude entender sua exaltadíssima posição como um devoto puro do Senhor, um servo íntimo de Radha e Krsna. Por inconcebível misericórdia, sou um de seus servos. Se alguém estivesse para perguntar quem eu sou, “Com licença, por favor, diga-me quem é você”, eu diria com grande orgulho: “Eu sou o humilde servo de Sua Divina Graça Srila A. C. Bhaktivedanta Svami Prabhupada”.

É claro que sei que não se pode ter o título de “seu servo” sem agir e se comportar apropriadamente. Mantendo meus sagrados votos de cantar dezesseis voltas diárias e seguindo os princípios reguladores, espero poder demonstrar sempre meu respeito e amor por tudo o que o senhor me deu.

Srila Prabhupada, por favor, permita-me servir o senhor da mesma forma que o senhor serve seu Guru-maharaja – pregando as glórias dos santos nomes em todas as direções, por todo o mundo e por todo o universo. Embora seja freqüentemente um serviço árduo – pregar em locais afastados, muitas vezes sem as condições apropriadas, muitas vezes com oposições deliberadas –, tal serviço é minha vida e alma. Através desse serviço, eu posso demonstrar meu amor pelo senhor. Oro para que depois de uma vida de tal serviço, eu volte para o senhor e o senhor diga: “Muito bem, meu filho!”. Só então considerarei minha vida perfeita.

Ó Srila Prabhupada, são dias felizes estes que uso minha energia e força em seu serviço. No começo, dei-lhe minha juventude. Na meia-idade, trabalhei duramente para seu prazer. Agora, nos poucos anos que me restam de vida, dedicarei tudo o que me resta ao senhor. Eu faria tudo de novo e de novo, nascimento após nascimento; tal é o prazer e satisfação de que um discípulo desfruta por se render à missão do mestre espiritual.

Mas tenho de admitir, Srila Prabhupada, eu temo a velhice que esta lentamente tomando meu corpo – não pelo fato dele se tornar inútil e feio, mas porque isso significa que logo me tornarei inativo, estacionário, apenas ficarei esperando a morte. Talvez eu seja afortunado o suficiente para sair deste mundo antes desse momento, plenamente ocupado em seu serviço no campo de batalha da pregação, como se diz. Eu consideraria esse um final apropriado para uma vida de serviço ativo. O senhor estabeleceu tal glorioso exemplo, e é meu dever seguir eternamente seus passos.

Seu servo,
Indradyumna Svami


Tradução de Bhagavan dasa (DvS) e revisão de Bhaktin Flávia Reis (DvS) – disponível, em breve, em http://www.devocionais..xpg.com.br/

domingo, 28 de setembro de 2008

Kali Yuga - Um Oceano de Controvérsias



Kali Yuga - Um Oceano de Controvérsias
Caros Vaisnavas e Vaisnavis, por favor aceitem minhas reverências.
Srila Prabhupada Ki Jaya!!!

Antes de mais, gostaria de agradecer o depoimento de todos os devotos.
O grupo Krishna Katha está a cumprir muito bem a sua função, que é discutir profundamente os tópicos da Filosofia da Consciência de Krsna.
Parabéns a todos.

Numa carta a Sumati Morarji em 7 de Agosto de 1976, Srila Prabhupada da algumas diretrizes:

"Os devotos sempre oferecem respeito a todos, mas quando existe a discussão de um ponto do Sastra, eles não observam a etiqueta usual, satyam bruyat priyam bruyat. Eles falam somente Satyam, embora possa não ser necessariamente priyam (agradável)."

1) Elogiar e glorificar os devotos é um aspecto importantíssimo do Serviço Devocional. O próprio Senhor Caitanya mostrou-nos isto.
"A medida que descrevia os atributos transcendentais de Haridasa Thakur, Sri Caitanya parecia ter cinco bocas (panca mukha). Quanto mais Ele descrevia, mais Sua felicidade aumentava." Antya 11.51

No Padma Purana, o Senhor Siva diz a Parvati:
"De todos os tipos de adoração, a adoração ao Senhor Visnu é a melhor, e melhor do que adorar o Senhor Visnu é adorar o Seu devoto, o Vaisnava."

2) Srila Gaurakisora Das Babaji diz:
"Se você realmente deseja prestar serviço devocional apropriadamente, então você deve aceitar as palavras ásperas de um sadhu como o remédio que pode afastar maya."

Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakur diz:
"Se o Sadhu começa a me adular e não me recrimina, ele se torna meu inimigo.Se ele nos adula, então seremos conduzidos pela estrada que leva ao desfrute, mas não ao verdadeiro bem-estar."

No Gaudiya Vedanta esta descrito:
"Pralambasura representa o desejo por Puja, Labha e Pratistha.
Mesmo devotos avançados são atacados por desejos subtis de adoração, ganho e posição, os quais envolvem-os.
Publicado por Prahladesh Das Adhikari em
bhakti-tattva.blogspot.com/2007/02/kali-yuga-um-oceano-de-controvrsias.html - 33k -

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A História da Música Govindam


A História da Música Govindam

por Harivilasa Dasa
enviado por Lilananda Dasa


Harivilasa Dasa compartilha suas lembranças da gravação das preces Govinda, que posteriormente se tornou a música que tocamos para receber as Deidades.

Foi em 1969. Eu era um devoto novo, tinha chegado recentemente em Londres, vindo de Paris. Este foi praticamente meu primeiro contato com a consciência de Krsna. Eu havia encontrado os devotos em Paris, mas Londres foi o primeiro templo que eu visitei. Srila Prabhupada havia instalado Sri-Sri Radha-London-Isvara recentemente e depois partiu. Eu fui ao templo e Yamuna devi foi a primeira devota que eu encontrei. A atmosfera do templo estava saturada com a presença de Srila Prabhupada. Durante o meu primeiro e segundo dia eu fui privilegiado com o serviço de limpar a sua Vyasasana. O meu corpo inteiro estava vibrando com o sentimento da presença de Srila Prabhupada e eu também podia ver isto nos devotos, os quais estavam realmente elevados e inspirados. Eu podia ver a presença do devoto puro nas palavras, ações e dedicação daqueles devotos. Eu era um músico e tocava o lute Árabe [um tipo de violão] e tinha o instrumento comigo. Os devotos estavam dizendo que iriam gravar um disco com George Harrison. Eles já haviam gravado um disco nos Estados Unidos e agora iriam gravar outro.

Um dia George Harrison apareceu no templo para o almoço e os devotos me convidaram a participar. Depois de um ou dois dias que eu estava no templo eu encontro com George Harrison dos Beatles, que na época era uma pessoa famosa com uma carreira musical. Na verdade, meu primeiro encontro com os devotos em Paris foi de alguma forma relacionado com George Harrison. Eu era o gerente de um pequeno espaço microbiótico no Centro Americano de Paris. Um dia eu recebi um pequeno bilhete e a capa do primeiro disco Hare Krsna. Na capa havia uma explicação de Srila Prabhupada sobre a natureza transcendental do maha-mantra, que basicamente ele tirou, quasi que palavra por palavra, de seu mestre espiritual, Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura. Então, alguém me deu esta capa e disse, "Esse pessoal quer alugar o seu espaço para um programa nos domingos de noite." Eu li o bilhete e me explodiu a cabeça completamente. Eu disse, "Oh meu Deus, o que é que os Beatles estão fazendo?" Eu pensei que George Harrison tinha escrito aquilo. Eu não sabia nada de Prabhupada.

Eu pensei que os Beatles haviam escrito esta explicação, e eu não pudia acreditar. Eu pensei que isto era a coisa mais esotérica que eu tinha lido em minha vida. Eles estavam falando sobre algum mantra transcendental, etc. Eu pensei que eles tinham tomado um LSD imensamente potente e agora estavam nos liderando nesta viagem. Mais tarde eu descobri que Srila Prabhupada foi quem escreveu o texto e que havia um movimento chamado Hare Krsna e que George Harrison estava ligado a ele. Então encontrei George Harrison.

Para mim este era um sinal de Deus que eu estava no caminho certo. Como podia ser que eu, uma pessoa realmente insignificante, encontrasse George Harrison, uma estrela internacional? Na minha mente as coisas ainda não estavam claras. Eu tinha alguma idéia que talvez ele fosse o guru de toda esta organização.

Então George veio para o templo em Bury Place e ele trouxe consigo sua guitarra. Yamuna devi, Mukunda, Gurudasa, Syamasundara, Malati e eu, estávamos todos sentados numa pequena sala com um arranjo humilde. Nós estávamos tomando prasadam e conversando. Eu estava realmente fascinado, "Isto é inacreditável!"

De repente, George terminou de comer, pegou sua guitarra, sentou do lado de Yamuna devi e começou a tocar uma combinação de acordes musicais. Ele disse, "Eu estava pensando sobre a sua música Govinda." E enquanto tocava uma combinação de acordes musicais, perguntou, "O que você acha disto?" Os devotos deram suas opiniões. Foi assim que ele começou a compor a música Govinda, o primeiro passo na criação da apresentação comercial desta música transcendental.

No dia seguinte um grupo de dez ou onze devotos foram para os Estúdios da Apple. Ali estavam Yogesvara Prabhu, eu, Mukunda, Yamuna, e vários outros devotos.
Nós passamos o dia inteiro no estúdio. Foi ali que realmente vimos o gênio de George Harrison da maneira pela qual ele trabalhava num estúdio de gravação. Ele estava construindo uma música pedaço a pedaço. Ele pedia para Yamuna cantar novamente e novamente e ele continuava gravando."Govindam adi purusam" e no coro estavam Yogesvara, eu e Jayahari.



Também haviam outros cantando, mas eu não me lembro de todos os nomes, não me lembro de todo mundo. Se não me falha a memória, haviam seis pessoas de pé cantando.
[Nota de Lilananda dasa: Segundo Yogesvara Prabhu, Tamal Krishna Goswami também estava presente. Anexo segue uma foto deles nos Estúdios da Apple. Tamal Krishna esta atrás de Malati e Yogesvara atrás de Syamasundar que está detrás de George Harisson]

George Harrison trouxe uma orquestra de seis ou oito pessoas para tocar instrumentos de cordas e ele tocou a guitarra. Ele estava fazendo a mixagem e o balanço e tinha trinta e três pistas para mixar. Foi muito, muito excitante. Nós vimos que ele era um homem criativo, um artista. O seu pincel de pintor era a sua mente criativa e a tela eram as suas trinta e três pistas e a própria mixagem. Eu me lembro que ele tinha contratado músicos. Num certo momento ele olhou para mim e disse, "Vem aqui, traga seu instrumento, traga seu instrumento." Nós sentamos um do lado do outro. Ele pegou a minha lute Árabe [um tipo de violão], olhou para ele um pouco e me devolveu. Então ele pegou a sua guitarra e começou a tocar algo. Então ele perguntou:

"Você pode tocar isto?" E eu toquei. Ele tocou outro arranjo e perguntou, "Você pode tocar isto?" Funcionou muito bem porque meu instrumento era feito para tocar estes tipos de som. Ele notou que estes sons eram perfeitos para este instrumento. Então ele decidiu me gravar tocando. Antes ele havia gravado Syamasundara tocando o esraj, o violino Indiano. E então ele me fez tocar o lute. Eu toquei duas ou três vezes.

Eu estava fascinado pela coisa toda, George Harrison sentado comigo me pedindo para tocar algo! O que realmente me impressionou é que ele era realmente um cavalheiro, muito polido da maneira que ele falava com as pessoas. Ele não tinha que extrair coisas das pessoas ou fazê-las sentir-se impostas de alguma maneira. Num certo momento todos sentamos para comer sanduíches vegetarianos. Neste momento sua esposa chegou. Foi realmente um dia agradável. No dia seguinte nós voltamos para ouvir o que ele tinha feito. Nós ficamos muito impressionados com o seu trabalho. Depois ele refinou a música mais e mais antes de lança-la.

A gravação das preces Govinda foi um esforço sincero dos devotos para glorificar Krsna e Prabhupada. Foi uma experiência muito transcendental. Este evento me convenceu que a consciência de Krsna estava realmente conquistando o mundo. George Harrison teve um tremendo impacto na juventude do mundo, pelo menos nos jovens que eu conhecia.

Pouco tempo depois, em Los Angeles, Srila Prabhupada ouviu a gravação pela primeira vez. Os devotos disseram que ele chorou e disse: "Toque esta música todas as vezes que recebemos as Deidades."

Veja aqui um video da música: http://www.youtube.com/watch?v=5GIQTuUJwwA&feature=related.

Compre aqui o CD Goddess of Fortune com a música.