Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami
Jagad Guru Srila Prabhupada

sábado, 11 de outubro de 2008

O ABRIGO DE PANCA TATTVA





O ABRIGO DE PANCA TATTVA




"De acordo com o Kadaca de Svarupa Damodara, cada membro do Panca Tattva corporifica uma forma particular de abrigo. Devotos sinceros irão aproximar-se humildemente de cada um dos membros do Panca Tattva para pedir sua misericórdia e abrigo de forma a progredir em Bhakti e alcançar o último abrigo de Rasaraja Mahabhava, Sri Krsna Caitanya Mahaprabhu.

Suddha Nama Asraya

Srila Svarupa Damodara diz que Srivasa Thakura é o Suddha Nama Asraya, o abrigo do puro Santo Nome de Krsna. Em outras palavras, por lembrar-se, por orar e por cantar o nome de Srivasa Thakura, o qual não é diferente de Narada Muni, uma pessoa alcança sua misericórdia e a habilidade de cantar Suddha Nama, o puro Santo Nome de Krsna.

Pancaratrika Viddhi Asraya

Sri Advaita Acarya é o Pancaratrika Viddhi Asraya, é o abrigo do processo Pancaratrika Viddhi, o qual incluí o Gayatri Diksa, Arcana (Adoração à Deidade), e as estritas regras de Vaiddhi Bhakti. O Caitanya Bhagavata diz que Advaita Acarya Prabhu adora Mahaprabhu de acordo com as regras de Pancaratrika encontradas em escrituras como o Narada Pancaratra.
No entanto, Jiva Goswami e outros Acaryas Gaudiya Vaisnavas seguem o caminho de Bhava, o qual é baseado na filosofia do Srimad Bhagavatam e é conhecido como Bhagvata Viddhi, ao invés do caminho de Pancaratrika Arcana. Qual a conexão entre estes dois caminhos? Pancaratrika Viddhi corre paralelamente com Bhagavata Viddhi. Em Bhagavata Viddhi pregar as glórias de Krsna e cantar o Maha Mantra Hare Krsna predominam. Quando o Seva Ruci e o Nama Ruci (Gosto e atracção pelo serviço e pelo cantar de Hare Krsna) despertam, seu entendimento das regras de Pancaratrika Viddhi amadurecem. Então, embora ele siga a plataforma de Raganuga Bhakti (Raga Marga), continuará a a seguir as regras de Pancaratrika Viddhi na adoração pública no Templo. No significado do Srimad Bhagavatam 4.24.45, Srila Prabhupada diz:
Adorar de acordo com Pancaratrika Viddhi é chamado Viddhi Marga, e adorar de acordo com Bhagavad Viddhi é chamado raga Marga." A conclusão é que uma pessoa deve lembrar-se, orar para, e cantar o nome de Sri Advaita Acarya, o Pancaratrika Viddhi Asraya, de forma a avançar no caminho de Vaidhi Bhakti e entrar no caminho de Raga, Raga Marga. Sem a misericórdia de Sri Advaita Acarya, ninguém será capaz de aperfeiçoar seu cantar de Hare Krsna, ou passar do estágio de Sadhana Bhakti para o estágio de Bhava Bhakti.

Bhava Asraya

Sri Gadadhara Pandita é o Bhava Asraya, o abrigo de Bhava, o estágio inicial de perfeição do amor à Deus, Krsna Prema. De forma a cantar puramente Hare Krsna e alcançar a plataforma de Bhava Bhakti, uma pessoa deve sempre lembrar-se, orar para e cantar o nome de Gadadhara Pandita.

Prema Asraya

Sri Nityananda Prabhu é o Prema Asraya, o abrigo do amor puro à Deus, Krsna Prema.
Chorando por Nitai, implorando a misericórdia de Nitai, e cantando "Nitai Gauranga! Nitai Gauranga ! Nitai Gauranga !" irá ajudar uma pessoa a rapidamente chegar ao estágio de cantar Prema Nama.

Rasa Asraya

Sri Gauranga Mahaprabhu é o Rasa Asraya, o abrigo de de muitas doçuras saborosas de êxtase experimentadas no amor puro à Deus., Krsna Prema. Rasaraja Sri Krsna aparece como o Senhor Gauranga para saborear os êxtases amorosos da Sua muito amada e querida Srimati Radhika, a personificação de Maha Bhava. Para alcançar o estágio perfeito de devoção aonde alguém nada no oceano de Prema Rasa, uma pessoa deve sempre lembrar-se, orar para, e cantar o santo nome de Gauranga, Sri Krsna Caitanya.

Cante o Mantra do Panca Tattva, mergulhe no oceano da sua misericórdia sem causa, e então experimente o doce sabor do Prema Nama Sankirtana.

Prem se kaho sri krsna caitanya prabhu nityananda sri advaita,
gadadhara, srivasadi gaura bhakta vrnda ki jaya !

"Chame com amor os nomes de Sri Krsna Caitanya, Prabhu Nityananda, Sri Advaita, Sri Gadadhara, Srivasadi e todos os devotos do Senhor Caitanya."


Retirado do livro "A Arte de Cantar Hare Krsna " de Mahanidhi Swami.

Tilaka - Ornamento do espírito


Tilaka - Ornamento do espírito



A Tilaka é também chamada de ornamenação do espírito. Quando o devoto marca sua testa, ele está indicando a intenção de se transformar em um servo de Krishna; as linhas ascendentes de tilaka representam a pegada do Senhor, e a do nariz representa Tulasi, a folha sagrada que sempre aparece nos pés do Senhor nos templos. A decoração feita aplicando uma mistura molhada de argila e juntamente às outras marcas ao redor do corpo, o transformam em um templo de Vishnu, o Deus Supremo.O devoto vaishnava marca seu corpo em diferentes doze lugares, afim de obter purificação e proteção, e aquele que a estiver usando é identificado como um devoto do Senhor.
Como aquele que pode compreender a força de um governo atrás do uniforme de uma polícia, este mesmo pode compreender a força de Deus que está por tás do devoto sinalizado com a tilaka. No Padma Purana, o Senhor Shiva diz para Parvati que no centro da tilaka há um espaço , dentro daquele espaço em que reside Laskshimi e Narayana. Desta forma, o corpo que estiver sinalizado com uma tilaka será considerado como sendo um templo do Senhor Vishnu.

Quando estiver preparando a tilaka o mantra abaixo, da seção Uttara Khanda do Padma Purana deverá ser recitado:lalate kesavam dhyayennarayanam athodarevaksah-sthale madhavam tugovindam kantha-kupakevisnum ca daksine kuksaubahau ca madhusudanamtrivikramam kandhare tuvamanam vama-parsvakestridharam vama-bahau tuhrsikesam ca kandhareprsthe tu padma-nabham cakatyam damodaram nyasettat praksalana-toyam tuvasudeveti mrdhani

De acordo com o mantra acima mencionado, deve-se aplicar a tilaka com a esfera da ponta do dedo, para fazer as marcas de tilaka nas doze partes do corpo. Quando a tilaka for aplicada os seguintes mantras devem ser recitados: * Na testa: om kesavaya namah * No ventre: om narayanaya namah * No peito: om madhavaya namah * Na garganta: om govindaya namah * No lado direito do ventre: om visnave namah * No braço direito: om madhusudanaya namah * No ombro direito: om trivikramaya namah * No lado esquerdo do ventre: om vamanaya namah * No braço esquerdo: om sridharaya namah * No ombro esquerdo: om hrsikesaya namah * Na parte superior das costas: om padmanabhaya namah * Na parte inferior das costas: om damodaraya namah Por fim, após lavar às mãos, a água restante deve ser espalhada no topo da cabeça enquanto se recita o seguinte mantra: om vasudevaya namah


p/ Avyakta Rupa das
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"Possam as vacas estar a minha frente, possam as vacas estar atrás de mim, possam as vacas estar em todos os meus lados. Que eu possa residir sempre entre as vacas."


(Sri Hari Bhakti Vilasa 16.52)

Entrevista concedida por Raghunatha Das (Rogério Duarte






Entrevista concedida por Raghunatha Das (Rogério Duarte) ao Jornal A Tarde (Salvador/Ba), no dia 21/09/08


ATarde O senhor é considerado um excelente designer, mas não tem formação nessa área. Como foi sua educação formal?

Rogério Duarte Meu estudo formal foi informal (risos). E eu sou atípico, como meus estudos. Eu tive a formação chamada formal aqui na Bahia. Fiz o primário no Colégio Dona Afrísia, depois fui expulso do Antonio Vieira, aí fui para o Severino Vieira e depois para o Colégio Central, onde minha vida mudou completamente. Foi lá que conheci todo mundo: Glauber, Calasans Neto, a turma de Fernando da Rocha Peres. Aí, virei artista intelectual. Mas eu era um aluno meio relapso, repeti três vezes a segunda série ginasial porque preferia jogar futebol e ler meus livros. E, por conta dessas crises, não sei como, aos 20 anos, consegui uma bolsa de estudos do Ministério da Educação para ir para o Rio de Janeiro. Lá, fui fazer arte e educação.

AT E como o senhor começou no design?

RD Não havia formação de design. No Rio, fiz um teste vocacional e dava que eu era bom para design. Fui estagiar com Aloísio Magalhães [designer pernambucano]. Ele estava nos Estados Unidos, voltando para o Brasil, e ia montar um escritório. Do estágio, me tornei membro da equipe e muitos cursos pioneiros de design surgiam nessa época. Um desses cursos que fiz foi o do Museu de Arte Moderna, onde fui aluno de Alexandre Wollner. Misteriosamente, acabei sucedendo Alexandre Wollner como professor do Museu. Nessa época, eu era professor, mas já era dissidente, devido à minha visão tropicalista. Isso era mais ou menos 1964, quando eu era militante da UNE. Aí, surgem os baianos no Rio de Janeiro, os tropicalistas, então eu já encaro a revolução tropicalista como designer, mas eu era um adversário da universidade, era crítico. Eu brincava, chamava universitário de universotários. Mas minha vida profissional foi seguindo. Fui editor da
Editora Vozes, da esquerda católica, o que foi motivo de perseguição.

AT Como foi a vida do senhor durante a ditadura militar?

RDUm dos textos mais importantes de meu livro é A grande porta do medo, que trata sobretudo deste assunto. Eu procuro narrar tudo isso. É um fato notório, tanto que hoje eu sou anistiado político por causa disso e eu perdi tudo, meu emprego, minha vida, passei anos internado em hospício, fui jurado de morte pelos militares... Fui preso na passeata manifestando contra a morte de um estudante, em abril de 68, quando eu tinha 29 anos. Aí, foi um baque total no tropicalismo. As torturas eram terríveis. Eu namorava uma mulher belíssima , extraordinária, chamada Ruth Casoy. Mas, no meio de uma dessas sessões de tortura, eu quase entrego ela aos militares. Eu gritava ´Foi Ruth, foi Ruth´. Aí, eles paravam de me torturar e eu desistia de delatar.

AT Quanto tempo o senhor passou na prisão?

RDEsta primeira foram dez dias, em vários lugares. Nós nunca ficávamos no mesmo lugar. Ficávamos o tempo inteiro de olhos tampados. Eu esqueci como era meu rosto e em todo o tempo não permanecia no mesmo lugar. Viajava horas de carro sem saber sequer se estava no Brasil. Não via nada, nada, nada. Às vezes, eu ficava sozinho numa sala, tirava rapidamente o tampão. Meu irmão, que é engenheiro, conseguiu fazer o mapa do quartel. Eu fiz um retrato de um dos torturadores. Foi isso que resultou na descoberta de quem era o torturador. Esse foi, inclusive, um dos mais belos trabalhos jornalísticos brasileiros contra a ditadura.

AT Qual foi o comportamento da imprensa em relação a sua prisão?

RDA grita da imprensa foi muito grande, houve manifestos de intelectuais, virei primeira página de todos jornais porque a gente [Rogério foi preso junto com o irmão, Ronaldo] era muito conhecido no meio artístico. Então, o meio artístico saiu em defesa. Tom Jobim, Chico Buarque, Baden Powell, todo mundo assinava "libertem os irmãos Duarte". A prisão foi como um seqüestro. Nós já fomos dados como mortos. Durante a prisão, não tínhamos contato com ninguém, a ponto de eu chamar esse período de "desprogramação".

AT O senhor achou que ia morrer?

RDAchei, claro. Inclusive, os militares disseram que iam fuzilar a gente. E a gente ia morrer mesmo se não fosse a grita geral. Não estou exagerando não, mas a gente foi preso para ser morto mesmo. Era para ser um exemplo, era coisa para assustar a classe média. Mas a grita da imprensa foi muito, muito, muito, muito [fala com ênfase] forte mesmo. E a gente tinha relações importantes, como Josaphat Marinho, que era senador na época. Muita gente importante dizia: "Se vocês matarem esses caras, a barra vai pesar". Foi averiguado que os militares tinham planos de nos matar e jogar nossos corpos no Rio Guandu, no Rio de Janeiro.

AT Esse plano era mesmo concreto?

RDO plano era de exterminar a gente, não há a menor dúvida. Isso é historicamente comprovado. Mas numa conversa dos militares sobre a navegabilidade dos corpos, sobre se os corpos iam boiar logo ou tal, eles desistiram. Eu fiz aniversário na prisão. Nesse dia, eles destamparam meu olho e me deixaram comemorar de forma muito gentil. Fizeram bolo, ofereceram refrigerante e disseram: "É muito bom tomar uma Pepsi antes de morrer". Eu disse: "Tudo bem, você está certo, eu vou morrer de qualquer jeito". Um oficial que usava o nome de guerra Artigas, com quem fiz amizade, disse: "Vocês são muito legais, mas aqui seguimos uma rígida disciplina e se tivermos a decisão de matá-los terá que ser feita". Aí, eu pensei: "Cada macaco no seu galho, né?". Lembro de uma viagem de carro em que disseram: "Vocês não vão morrer. vou dar instrução de sobrevivência".

AT O senhor foi preso sozinho ou junto com amigos?

RDOlha, eu antes era mais modesto, mas agora eu digo, e não é para me gabar não: todo mundo voltou quando a barra pesou cercada pelo exército. O pessoal levava rolha para derrubar cavalo e colírio para enfrentar gás lacrimogêneo. Só quando eu fui cercado pela cavalaria, com muita bomba e tudo, é que tentei fugir. Mas aí fizeram uma armadilha e, quando eu estava chegando em meu carro, um cidadão me aponta um revólver e diz, baixinho: "Me siga sem falar ou então vai morrer agora". Quando chegamos a um lugar, acho que era uma delegacia, dispensaram nossas namoradas, Ruth e Silvia Escorel, que namorava meu irmão. Aí, o cara disse : "Vocês vão ficar".

AT O senhor passou também um tempo em hospícios?

RD Depois da prisão, resolvi fazer a parte mais radical do tropicalismo, a base do movimento, que chamei de marginália e que rendeu um poema: "No mapa da Guanabara é que leio a nossa sorte / azul a zona sul / morte na zona norte. Esse poema é um épico sobre o Rio de Janeiro. No Rio, viramos barra pesada. As portas foram sendo fechadas para a gente numa espécie de cerco. Acho que na casa do Oiticica um cara que eu não lembro bem quem era me disse: "Você só tem duas opções: ou polícia militar ou o Pinel (hospício do Rio)". Eu havia tido uma experiência louca num filme que fiz com Luiz Gonzaga, em Exu, e durante a viagem houve um acidente terrível, o carro virou, as latas abriram, então, na volta da viagem eu já estava desgovernado. Eu não tinha alternativa, então fui para o hospício. Foram três internações: Pinel, Engenho de Dentro (com cabeça raspada)... tudo isso está no livro. Entre 68 e 70 foi esse período. O último hospício
já foi uma coisa mais legal, no Hospital das Clínicas de São Paulo, recebi alta coincidindo com a volta de Caetano de Londres. Ele disse que queria me ver e tal...

AT Foi durante a prisão que o senhor se aproximou da religião?

RDNa prisão, eu tive meu primeiro contato com o lado místico. Enquanto meu irmão lia livros de engenharia, eu lia a Bíblia. Aí, tive umas visões. Quando eu estava louco, fiz um Cristo de braços abertos com as mãos cortadas. Em vez do 'INRI' do crucifixo, no meu desenho estava inscrito 'INRIO', como se eu fosse o Jesus dessa época. Esse foi meu primeiro surto religioso. Foi aí que notei que a razão não me dava resistência para enfrentar aquele sofrimento. Porque quando você se vê numa situação dessas, você tem que compreender sua verdade suprema. Quando saí da prisão, me considerava bem místico.

AT Antes de ser preso, o senhor era ateu?

RDNão. Eu era anticlerical. Mas não tenho uma religião, eu me defini como alguém que acredita em Deus, estou numa fase crítica, porque fui diagnosticado com neoplasia maligna, metástase, e tive que mudar todos os valores que eu tinha. Um certo ateísmo voltou muito forte, uma idéia de que as religiões às vezes são muito impuras.

AT Quando o senhor soube que estava doente?

RDNeste ano, que me revoltei contra a medicina. Mas eu descobri que o ateísmo que apareceu em mim é uma espécie de religião muito forte. Se a morte tiver que vir, que venha, mas eu vou lutar pela vida muito fortemente. Então, mudei tudo: faço ginástica todo dia de manhã, de tarde, de noite, uso uma alimentação especial e nada da medicina tradicional. Nada, nada, nada. Descobri que a doença é fruto de más ações: você maltratou seu corpo e ficou doente. Maltratou o corpo usando drogas, comendo carne, uma série de coisas que faz mal, uma alimentação doentia, muito tóxica, que cria problemas no intestino e aparece como o que eles chamam de câncer.

AT O senhor se arrepende de ter lutado contra a ditadura?

RD Como eu vou me arrepender se já passou? Não é mais hora de arrependimento. Eu não sei se me arrependo, mas essa idéia de se arrepender é estranha. Ninguém se arrepende por algo que nós acreditamos ter sido digno. A gente se arrepende de algo indigno. Foi um ato temerário, mas não indigno. Me arrependo de maldades, mas disso não.