Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami
Jagad Guru Srila Prabhupada

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Louco de Amor por Sri Chaitanya






Todas as glórias a Sri Sri Guru e Gauranga!
Todas as glórias a Srila Prabhupada!
Todas as glórias aos devotos e devotas reunidos!




Louco de Amor por Sri Chaitanya




Depois de regressar de Shantipur, Raghunatha Das não era mais o mesmo. Seu apego amoroso pelos pés de lótus de Chaitanya Mahaprabhu se tornou tão intenso que ele passou a manifestar diferentes sinais de loucura espiritual. Seu coração e a alma estavam atados pelas algemas de chaitanya-prema. Ele vivia absorto em pensar na maravilhosa face de Lua de seu Senhor, nos intercâmbios amorosos que tivera com Mahaprabhu e não conseguia tirar de sua mente a visão de Seu olhar especialmente carinhoso. Estando sempre aflito enquanto imaginava como poderia se encontrar novamente com Mahaprabhu, Raghunatha Das comentou com o pai e com o tio: “Vocês são os meus guardiões, os meus benquerentes. Se realmente desejam a minha felicidade, tenham a bondade de permitir que eu vá a Nilachala e que me renda aos pés de lótus de Mahaprabhu. Caso contrário, minha alma ficará pairando em Nilachala, e só o meu corpo ficará por aqui”.


As palavras de Raghunatha os atingiram como raio. Eles perguntaram a uma só voz: “Que você está dizendo? Que loucura! Nunca mais diga uma coisa dessas”.


Raghunatha estava mesmo louco. Apesar de sempre permanecer obediente aos seus pais, devido a chaitanya-prema era impossível que ele continuasse a obedecer-lhes. Deste modo, ele tentou fugir de casa inúmeras vezes, mas em todas as tentativas ele era capturado e trazido de volta. A mãe de Raghunatha vivia ansiosa, chegando a perder todo o apetite e sono. Hiranya e Govardhana também viviam sempre preocupados, imaginando que um dia Raghunatha acabaria escapando. Eles designaram vários guardas para tomarem conta dele, dando-lhes ordens estritas para que nunca permitissem que o menino saísse de Saptagram. A prisão mais forte que prende um homem a este mundo é a mulher. Como Raghunatha já estava como dezessete anos, os seus pais imaginaram que um casamento o faria mudar de idéia. Então eles o casaram com uma jovem maravilhosa. Mas os grilhões do casamento mostraram-se inúteis.


Depois de algum tempo, chegou a Saptagram a notícia de que Mahaprabhu estava indo para Vrindavana. No caminho, Ele Se encontrou com Rupa e Sanatana em Ramakeli e, seguindo o conselho dos dois irmãos, Sri Chaitanya acabou adiando Sua visita a Vrindavana, preferindo regressar a Nilachala, onde ficou mais uma semana na casa de Advaita Acharya. As pessoas começaram a se aglomerar em Shantipur e o local tomou um aspecto festivo, com kirtana e dança em todo canto. Desse modo, Raghunatha Das também ficou inquieto e decidiu ter novamente um darshana de Seu Senhor adorável. Sua sede de contemplar a beleza de Mahaprabhu e de desfrutar de Sua companhia se tornou ainda mais intensa. De modo que Raghunatha Das não poderia deixar de correr em direção ao grande rio de néctar que estava fluindo em Shantipur. Ele decidiu ter uma conversa muito franca com seu pai e com o seu tio, revelando que já não conseguia viver sem Mahaprabhu. Isso criou novamente um problema para os pais que, por um lado, não desejavam fazê-lo sofrer por não ter um darshana de Mahaprabhu, mas, por outro lado, não desejavam perdê-lo. Deste modo, eles decidiram enviá-lo para Shantipur com uma grande escolta de seguranças, servos e brahmanas. Eles também o enviaram com inúmeros presentes para o serviço a Mahaprabhu.


Desde o primeiro e único encontro que tivera com Mahaprabhu, haviam se passado quatro ou cinco anos, os quais Raghunatha Das permanecia chorando constantemente devido a dor da separação de Mhaprabhu. O seu gaura-prema havia ficado cada vez mais intenso. Portanto, ao se aproximar de Shantipur e comtemplar uma multidão dançando e cantando as glórias de Mhaprabhu, ele se juntou a ela. Assim que viu Mhaprabhu, Raghunatha Das caiu aos Seus pés de lótus e de seus olhos lágrimas caíam incessantemente. Embora se esforçasse para parar de chorar, Raghunatha Das não conseguia. Deste modo, mentalmente, Ele começou a orar para Mhaprabhu: “Prabhu! Por favor, libere-me das mãos destes guardas e seguranças e me leves para Nilachala. Agora não é mais possível que eu viva separado de Ti. Já venho bebendo o veneno dos desfrutes mundanos por tempo. Por quanto tempo ainda me obrigarás a bebê-lo? Encarnaste para liberar as almas caídas. Por quanto tempo ficarás indiferente a uma alma caída como eu?


Mahaprabhu podia saber o que se passava em seu coração. Ele ouviu a sua prece, nas naquele momento não disse nada. Advaita Acharya fez um arranjo para acomodar Raghunatha da melhor maneira para ele desfrutar ao máximo da companhia de Mhaprabhu. Ele também lhe dava a maha-prashada de Mahaprabhu diariamente. Mahaprabhu sabia que Raghunatha era Seu associado eterno e que tinha vindo a este mundo para assiti-Lo NA Sua lila. Mas, por alguma razão, que só Ele conhecia, desejava que Raghunatha Das permanecesse nas atividades mundanas por mais algum tempo.


Ceto dia, Mahaprabhu disse a Raghunatha Das: “Querido Raghunatha! Não sejas louco. Fica calmo e volta para casa. Não podes atravessar o oceano da exist~encia mundana com um salto. Deves nadae lentamente. Deves voltar e realizar tuas atividades mundanas sem te apegares por elas e deves sempre manter Krishna em tua mente. Krishna logo te mostrará a Sua misericórdia” (C.c. madhya, 16.237-239).


Então, Mhaprabhu o trouxe para junto de Si e sussurrou em seu ouvido: “ Raghunatha! Não precisa te preocupar. Logo irás para Vrindavana. Quando Eu voltar de lá, arruma algum artifício para ires a Nilachala. O artifício que usarás, te será inspirado pelo próprio Senhor Krishna. Quem pode reter uma pessoa que tem a misericórdia de Krishna? (C.c. madhya 16-240-1).


Raghunatha ficou muito feliz e aliviado com esta afirmativa de Mahaprabhu. Ao regressar para casa, os seus pais ficaram surpresos ao ver que ele havia mudado e participava das atividades familiares com muita alegria, conversava animadamente com os seus pais e servos e até agradava a sua esposa com conversas amenas. O s seus pais ficaram muito felizes ao verificar esta mudança. Hiranya e Govardhana então resolveram fazê-lo se ocupar completamente nas atividades mundanas para que ele não tivesse tempo de pensar em mais nada. Eles lhe confiaram a responsabilidade de administrar o Estado, coletar as taxas e de depositar a parte do sultão na tesouraria. Raghunatha Das, então, começou a cuidar dos assuntos do Estado com grande interesse e perícia.


Os precavidos Hiranya e Govardhana fizeram mais uma coisa. Eles fizeram com que Raghunatha fosse iniciado pelo guru da família, Yadunandana Acharya, para que ele também pudesse realizar puja e se manter satisfeito espiritualmente (Chaitanya-chandrodya, 10.3). Yadunandana era discípulo de Advaita Acharya e a iniciação de Raghunatha foi o primeiro passo para receber a misericórida de Krishna, o que na verdade Mahaprabhupa já lhe havia concedido.


No ano de 1.516 caiu uma calamidade sobre a família de Raghunatha Das. O coletor de impostor do governador de Saptagram era muçulmano, e, por ter um comportamento muito agressivo com os habitantes, não conseguia coletar os impostos de Saptagram. Ele sobretaxava os impostos, usurpava o lucro e só dava uma pequena parte ao sultão, Hussain Shah, sempre alegando que o povo não pagava as taxas.


Hiranya e Govardhana foram assegurar ao sultão que se caso eles administrassem a cidade, depositariam um milhão e duzentos mil rúpias por ano no tesouro real, independentemente de quanto eles coletassem. O sultão sabia que eles eram ricos e nobres e que eram muito respeitados pelas pessoas de Saptagram e que não teriam dificuldades. Por serem generosos como os habitantes da cidade, os dois irmãos não sentiram nenhum transtorno em coletar dois milhões em rúpias em taxas, tendo, portanto um lucro de oitocentas mil rúpias. Em pouco tempo eles trataram de incrementar o seu lucro com inúmeras outras fontes de renda. Obviamente, o ex-coletor de impostos retinha uma animosidade contra os dois, e foi difamá-los ante o sultão. Ele disse que os dois coletavam muito mais do que um milhão e duzentas mil rúpias por ano, e, além disso, o poder que eles estavam conquistando poderia causar problemas ao estado.


Influenciado pelo que ouvira, Hussain Shah mandou que os seus soldados fossem prendê-los. Mas, Hiranya e Govardhana tinham muitos amigos na capital e, assim, logo foram informados de toda a trama. A notícia chegou antes de os soldados virem prendê-los. Eles trataram de fugir e de se esconder, mas o chefe da escolta conseguiu prender Raghunatha Das e o manteve preso por ordem de Hussain Shah.


Raghunatha era convocado a comparecer na corte, onde mandavam que ele revelasse o funcionamento dos negócios da família, ameaçando agredi-lo caso não contasse tudo. Raghunatha Das não revelava nada e, embora tentassem puni-lo fisicamente, ele não conseguiam fazê-lo, pois, cada vez que olhavam para o rosto de Raghunatha Das, eles mudavam de idéia (C.c. Antya, 6.22). Um dia Raghunatha Das criou coragem e pediu ao sultão: “Tens tratado o meu pai e o meu tio como se fossem os tues irmãos. Às vezes os irmãos podem apresentar alguma falha. Sou teu sobrinho, como sou sobrinho do meu tio. És meu tutor, sou o teu protegido. Não é bom que o tutor fique aterrorizando o seu protegido, que não cometeu nenhuma falta. Não preciso dizer mais nada, pois sei que é muito versado nos shastras e que és considerado como uma pessoa santa (C.c. antya, 6.24-28).


As palavras de Raghunatha fizeram derreter o coração de Hussain Shah. As lágrimas caíram por sua longa barba e ele disse para o rapaz: “Meu filho! De hoje em diante és o meu afilhado. Estás solto. Mas vai para casa e manda o teu tio devolver as oitocentos mil rúpias que ele usurpou. Ele deve me compensar de alguma maneira. Vou deixar tudo por tua conta. Procede como julgares mais conveniente (C.c. antrya, 6.29-33).


Raghunatha Das voltou para casa e relatou tudo ao seu pai e ao seu tio. Deste modo, eles foram ter como o sultão e resolveram a demanda.




Seu servo humilde,



Suvasa Dasa






BG Cap. 5:18 Vidya-vinaya Sampane, Brahmane Gavi Hastini, Shuni Caiva Shvapake ca, Panditah sama-Darshinah.