Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami
Jagad Guru Srila Prabhupada

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A misericórdia do Senhor é maior que Sua lei


A misericórdia do Senhor é maior que Sua lei


As leis que governam nossas vidas são materiais, metafísicas e espirituais. Quando nós agimos seguindo tais leis, há muita auspiciosidade, mas quando transgredimos qualquer tipo de lei, podem haver sérias conseqüências – especialmente no que tange a espiritualidade. Certamente, leis são necessárias para informar as pessoas e guiá-las com relação ao quanto elas são passíveis de prestar contas em seu status como seres humanos. No entanto, apesar do fato de haver uma lei, uma autoridade judicial pode eventualmente introduzir o fator misericórdia. Esse fator misericórdia não nega a lei, mas permite a uma pessoa escapar ou não ser condenada pela execução a rigor da lei. O fator misericórdia é uma constante no paradigma espiritual, especialmente em nossa era atual de "Kali Yuga", ou a era de desavenças e hipocrisia. Normalmente, há três categorias de pessoas que conseguem voltar ao Supremo. Uma dessas categorias é o "nitya-siddha": personalidades que são eternamente liberadas. Essas grandes almas nunca são condicionadas; elas escolhem entrar no mundo material vindas do mundo espiritual, disfarçadas de pessoas comuns. Sendo eternamente liberadas, e devido a isso extremamente compassivas, as "nitya-siddhas" estão em uma missão para recuperar as almas de volta ao Supremo. Quando terminam seu trabalho, elas podem voltar a seu lar no mundo espiritual, ou podem ir em outra missão para o Supremo. A segunda categoria de pessoas que estão indo para o mundo espiritual são os "sadhana-siddhas". Essas são pessoas as que se tornaram materialmente condicionadas, mas que gradualmente obtiveram pureza devido às suas sérias práticas espirituais. A terceira categoria de pessoas que pode retornar ao lar é conhecida como os "kripa-siddhas". São pessoas que receberam bênçãos e misericórdia especiais, ou do Senhor, ou de um dos agentes do Senhor. Em todas essas três categorias, é claro, o fator misericórdia está presente. Mas esse fator misericórdia é especialmente dominante no caso do "kripa-siddha". Neste caso, a misericórdia é muito mais proeminente que a regulação da lei.


Nesta era de Kali, as pessoas são azaradas, brigonas e confusas, e estão propensas à vida pecaminosa e é muito necessária uma misericórdia especial. Nós, portanto, somos todos extremamente afortunados por, nesta era, a misericórdia do Senhor freqüentemente superar Sua lei. No Bhagavad-gita (9.30-31), nós vemos que mesmo que alguém tenha uma queda acidental, apesar dele ou dela ter desonrado totalmente um princípio espiritual, ele ou ela deve ser considerado santo(a), e merece o respeito de todos. Tal pessoa jamais deve continuar com seu comportamento errado, mas enquanto puder se retificar e se purificar, deve ser considerada na plataforma da santidade. O Senhor Supremo sabe que o devoto neófito pode aceitar como verdadeiros alguns testes e aliciamentos de Maya, e pode, portanto ser temporariamente pego com a guarda baixa. Mas, ainda que os hábitos ilícitos de um neófito sejam certamente objetos de repercussão, a misericórdia que o Senhor outorga irá certamente predominar sobre Sua lei. Em essência, nós somos todos semelhantes ao Senhor por sermos feitos à imagem de Deus, e sermos da mesma qualidade divina. Portanto, nós somos dotados de livre arbítrio e temos algum grau mínimo de independência. As leis do Senhor nunca interferem em nosso livre arbítrio. Contudo, por Sua graça, o Senhor freqüentemente Se expande e vai bem além de Sua lei para ajudar um devoto em dificuldade. Isso pode ser chamado de um caso de intervenção divina. Um exemplo clássico é o de Kala Krishnadas. Demonstrando a potência de Maya, esse devoto abandonou a associação do Senhor para buscar gratificação dos sentidos com um grupo de ciganos. Para salvar Kala Krishnadas, o Senhor interveio pessoalmente, literalmente arrastando Krishnadas para longe daquela comunidade pecaminosa. O resgate de Kala Krishnadas pelo Senhor é prova de que sua misericórdia é maior que Sua lei. Normalmente, pela lei espiritual, um monge renunciado não anseia por se associar com pessoas envolvidas em hábitos mundanos. Ainda assim, apesar do fato de estar na ordem renunciada, o Senhor Caitanya deu Sua misericórdia aos três reis, Patraparudra, Ramananda Roy e Pundarika. Apesar de essas três personalidades serem governantes na cultura material, eles também eram grandes devotos, repletos de amor pelo Senhor. Por causa disso, o Senhor pôs de lado toda noção de lei e etiqueta para receber o serviço amoroso e afetuoso de Seus devotos, e Ele avidamente retribuiu esse amor de acordo com o desejo deles. Quão maravilhoso é novamente ver que a misericórdia do Senhor é bem maior que sua lei. Vendo o quão degradada a era de Kali havia se tornado e continuaria a se tornar, os devotos puros Narada Muni e Advaita Acarya pediram ao Senhor que fizesse algo especial. Eles sugeriram que, ao invés de o Senhor enviar um representante dotado de poder para retificar as almas caídas, Ele deveria quebrar a lei espiritual e a etiqueta tradicionais, e descer Ele próprio para distribuir misericórdia especial, devido à severidade dos problemas de Kali. Aceitando seu conselho, Krishna desceu como o Senhor Caitanya Mahaprabhu e então organizou as coisas de tal maneira que todas as entidades vivas fossem expostas ao potente amor e misericórdia do Senhor, tendo ou não qualificação. O Senhor Caitanya deixou de lado a lei para salvar Gopinatha Pattanayaka, após Seu devoto fazer um apelo. O Senhor também converteu os terríveis pecadores Jagai e Madhai, que regularmente transgrediam todo o tipo de lei. Apesar daqueles irmãos pecaminosos ignorarem todo o tipo de lei material, espiritual e metafísica, Caitanya Mahaprabhu pôs de lado a lei do Karma e os liberou, dando a eles Sua mais elevada misericórdia sem causa. Mahaprabhu chegou a quebrar a etiqueta e deu sua misericórdia a um jovem e austero brahmana, um costureiro maometano, e até mesmo a um cão na casa de Srivasa Thakura. Quão afortunadas são as entidades vivas, devido à misericórdia do Senhor ser ainda maior que Suas leis. Apesar do brahmana caído Ajamila ter cometido tantos pecados contra pessoas inocentes, porque ele chamou o santo nome do Senhor inofensivamente no momento da morte, ele recebeu a liberação. Putana é outro exemplo de um demônio que veio para atacar Krishna, e mesmo assim foi avaliada por sua ação perturbadora e recebeu a liberação. Pela lei, Putana e todos os outros demônios que vieram para matar Krishna deveriam ser condenados a longos períodos nos planetas infernais, mas, apesar de sua intenção demoníaca, a misericórdia do Senhor foi muito maior que Sua lei. Jesus quebrou a etiqueta por lavar os pés de seus discípulos. O Senhor Krishna também lavou os pés de muitos devotos em um sacrifício Rajasurya. Krishna também lavou os pés de Sudama Vipra, e, em um ato extremo de humildade e quebra da ordem natural, o Senhor Supremo tornou-se conhecido como Parta Sarathi, quando dirigiu a quadriga de Arjuna na batalha de Kuruksetra. Todas essas leis espirituais ortodoxas foram postas de lado pelo Senhor para demonstrar um princípio mais importante: que Krishna irá com boa vontade fazer o que quer que seja necessário para proteger e favorecer Seus devotos puros – até mesmo tornar-se servo de Seus devotos. Como é maravilhoso que a misericórdia do Senhor seja maior que Sua lei. O mestre espiritual e qualquer um dos representantes puros do Senhor são eles mesmos "corretores" espirituais, ou intermediários. Freqüentemente essas almas compassivas imploram para que o Senhor estenda Sua misericórdia muito acima do limite de Suas leis. Nós encontramos exemplos disto na vida de Jesus. Jesus Cristo converteu a prostituta Maria Madalena e a transformou em uma serva de primeira classe do Senhor. Ele também defendeu os criminosos que morreram na cruz com ele, para que eles pudessem entrar com ele no paraíso. O profeta Maomé implorou para que o Senhor concedesse misericórdia especial e perdão para aqueles que estavam fazendo sexo com suas mães, e aqueles que estavam matando suas filhas recém-nascidas. O profeta chegou a argumentar com o Senhor em favor dos escravos e órfãos, para que eles também recebessem a instrução e misericórdia adequadas. O Senhor Buddha interveio para trazer misericórdia àqueles que se desviaram devido à sacrifícios doentios de animais . Ele chegou a por de lado algumas leis Védicas que estavam provocando confusão e abusos. Quão maravilhoso é ver como a misericórdia do Senhor e de Seus servos é muito maior que Sua lei. Normalmente, de acordo com a lei espiritual, assim que uma pessoa nasce ela está em dívida com todos seus ancestrais, os semideuses, o sol, a lua, e muitos outros superiores. Para cumprir com essas obrigações, há vários tipos de orações e rituais que uma pessoa deve realizar para apaziguar seus vários credores. Mas uma pessoa que toma refúgio no serviço devocional puro é aliviada de todas essas obrigações, e não fica mais endividada com tais superiores. Porque Bhakti (devoção) rega a raiz da trepadeira devocional e satisfaz o Senhor Supremo, a satisfação de todas as partes integrantes doSenhor é conquistada automaticamente. Bhakti é tão forte que chega a ser tão grande ou até maior que o Senhor! Isso é porque o Senhor permite o intercâmbio de relacionamentos amorosos puros para transcender todas as formalidades. O devoto em um relacionamento amoroso puro pode se conectar com o Supremo eaté mesmo capturá-Lo, pois Deus, sentado no coração desse devoto, realiza seu desejo de prestar serviço puro e amoroso a seu amado. Enquanto pensava com gratidão sobre a misericórdia sem causado Senhor, eu pensei no meu Guru e em tudo o que ele fez no passado para destruir as ilusões do meu falso ego. Então, bem no momento em que eu pensava em meu Guru, a sua voz irrompeu em meus pensamentos. "Esta, amado," disse meu mestre espiritual, "é a natureza do mundo espiritual. As leis são transcendidas porque na verdade não há violadores delas, não há barreiras para dar e receber amor, e porque a misericórdia é compartilhada e estendida até seu grau máximo em uma expressão contínua pelo Casal Divino." "Meu querido, apesar de às vezes parecer quase impossível fazer isso, domine os delírios do seu falso ego e continue honrando todas as leis espirituais. Dessa forma, você em breve será capaz de viver eternamente na terra sem leis, aonde o amor puro e a misericórdia são tudo o que conhecemos e com o que convivemos."Todas essas leis espirituais ortodoxas foram postas de lado pelo Senhor para demonstrar um princípio mais importante: que Krishna irá com boa vontade fazer o que quer que seja necessário para proteger e favorecer Seus devotos puros – até mesmo tornar-se servo de Seus devotos.


The Beggar III/ Bhakti Tirtha Swami

Gaura, o belo filho de mãe Saci


Gaura, o belo filho de mãe Saci


Ofereço minhas reverências a Gaura, o belo filho de mãe Saci, que sempre salva a humanidade do sofrimento da existência material, que é a meta da vida para aqueles que são dedicados a seu supremo interesse, que inspira os materialistas a aceitar novas qualidades transcendentais e tornar-se como abelhas (ansiosas por beber o néctar do krishna-katha) e que remove a febre do mundo.


Sempre absorto em devoção a Sri Hari, Ele mantém o canto dos nomes de Hari e sempre conserva-Os em Sua mente. Ao cantar os nomes de Hari em meditação, Ele conta-Os em Suas mãos; é inclinado aos nomes de Hari e sempre há lágrimas de amor por Krishna em Seus olhos. Ofereço minhas reverências a Gaura, o belo filho de mão Saci.


Srila Sarvabhauma Bhattacarya

Publicado por Rasananda Swami em

O que as pessoas falam sobre Prabhupada


O que as pessoas falam sobre Prabhupada

O Brahma-vaivarta Purana, uma antiga escritura, descreve uma conversa que aconteceu em Dwaraka entre o Senhor Sri Krishna e Ganga devi. Falando em nome de todos os rios sagrados, Ganga devi expressou todo o seu temor com a chegada da Kali yuga (a Era das desavenças) e a eminente partida do Senhor de volta ao mundo espiritual. Ela disse: “Ó Senhor, podemos ver que Seus passatempos estão para terminar e que as pessoas estão ficando cada vez mais e mais materialistas. O Senhor tem sido muito misericordioso para conosco, no entanto, após Sua partida, todos os pecadores de Kali yuga virão se banhar em nossas águas e secaremos, tomadas pelas reações pecaminosas”.Sorrindo, o Senhor Krishna respondeu: “Tenha paciência...daqui a cinco mil anos o Meu mantra upasaka (adorador do santo nome) vai aparecer neste mundo e difundir o canto do Meu santo nome em toda parte. Não apenas em Bharata-varsa (Índia), mas em todo o mundo as pessoas cantarão HARE KRISHNA HARE KRISHNA KRISHNA KRISHNA HARE HARE / HARE RAMA HARE RAMA RAMA RAMA HARE HARE. Através desse canto o mundo inteiro vai se tornar Hari-bhakta, devoto do Senhor Hari. E porque os devotos do Senhor Hari são muito puros, todos aqueles que tiverem contato com esses devotos irão se purificar das reações pecaminosas. Esses devotos puros irão visitar Bharata-varsa e purificá-la de todas as reações pecaminosas ao se banharem em suas águas sagradas. Esse período de se cantar HARE KRISHNA no mundo inteiro vai durar dez mil anos”.




Esse mantra-upasaka é Srila Prabhupada. Ele próprio dizia frequentemente que haveria um período de dez mil anos, uma era dourada, dentro de Kali-yuga, quando todo o mundo seria consciente de Krishna.




Os shastras (escrituras sagradas) revelam a posição extraordinária de Srila Prabhupada como o acharya (aquele que ensina através do próprio exemplo) para a era dourada. Durante milhares de anos foram feitos preparativos para a chegada de Srila Prabhupada. O próprio Senhor Chaitanya teve um papel importante, arrumando e ajustando tudo, e os acharyas anteriores estiveram todos muito ocupados à medida que se aproximava a chegada de Srila Prabhupada. Há uma analogia que explica, resumidamente, a posição de Srila Prabhupada, usando-se o exemplo do arco e flexa: as quatro curvaturas do arco representam as quatro sampradayas vaishnavas e Sri Chaitanya Mahaprabhu é corda que as une. Sem a corda o arco fica inútil. O Senhor Chaitanya veio e esticou a corda. Por fim, era necessária uma flecha, junto com a mira apropriada para atirá-la. De um modo geral, uma flecha tem penas em suas extremidades, que ajudam a direcioná-la. Neste caso, os seis Goswamis representam as penas. A haste da flecha é a Gaudya Matha, com seus 64 templos estabelecidos por Srila Bhaktisidhanta Sarasvati Maharaja. O último elemento é a ponta afiada. Essa ponta é Om Vishnupada Paramahamsa Parivrajakacharya Asttotara-sata Sri Srimad Abhay Charanaravindam Bhaktivedanta Swami Prabhupada. Essa é parte da flecha que perfura o alvo e alcança a meta. Essa meta são todas as vilas e cidades. Srila Prabhupada fundou a ISKCON (International Society for Krishna Counciousness).




Ele fez o trabalho de base, é o fundador-acharya e devemos compreender essa sua posição. Alguns ou talvez todos os problemas que surgiram em nosso movimento depois que Srila Prabhupada partiu têm sua origem em não compreendermos corretamente essa posição do fundador-acharya. Uma escritura da Sri-sampradaya chamada Prapannamata Tapana explica que um fundador-acharya é conhecido por cinco sintomas.




Primeiro, ele é udarikah, que quer dizer que ele é o salvador de todos. O Prapannamata Tapana continua e explica que aqueles que aparecerem após o fundador-acharya na sucessão discipular, que agem como mestres espirituais, são uparika, seus ajudadantes. Eles nunca devem ser igualados ao fundador-acharya, mesmo após centenas de gerações.




Segundo, ele é dinabhayah. Dinah quer dizer “muito caído”, e abhaya quer dizer “destemido”. O fundador-acharya remove o medo de todas as almas caídas através de seus ensinamentos, cuja natureza é fazer com que todos, em toda a parte, que se abrigarem nele serão destemidos.




Terceiro, ele dá significado às escrituras realçando o sidhanta vaishnava, tais como o Bhagavad-gita e o Srimad Bhagavatam, e os torna disponíveis no mundo na forma de maha-granta, ou grandes livros.Quarto, ele também dá significados às canções dos acharyas vaishnavas. Quinto, seu nome fica identificado com a filosofia do próprio Senhor Vishnu.




A posição de Srila Prabhupada como fundador-acharya da ISKCON corresponde exatamente à essa antiga definição de fundador-acharya. Estabelecer uma relação com um mestre espiritual na linha de Srila Prabhupada significa, antes de mais nada, estabelecer uma relação com Prabhupada como fundador-acharya. No mundo de hoje, especialmente na Índia, o título de yuga-acharya é disputado por muitos. Yuga-acharya quer dizer o “acharya para esta era”. Naturalmente, parece que se aplica bem a Srila Prabhupada. No entanto, se considerarmos o futuro brilhante que espera o movimento para a consciência de Krishna, de acordo com as predições das escrituras, devemos ver o título de fundador-acharya da ISKCON como o mais apropriado para Srila Prabhupada. A era atual é apenas o começo para a ISKCON. A sociedade tem apenas 30 anos de idade, e o nosso universo da ISKCON não é tão vasto, mas à medida que a ISKCON continuar crescendo nas próximas centenas e milhares de anos e o movimento de sankirtana alcançar todas as vilas e cidades, a fama de Srila Prabhupada como fundador-acharya da ISKCON vai prevalecer por todo o mundo. Os vaishnavas são famosos como para-duhkha-duhkhi. À medida que a pregação aumentar, a fama de Srila Prabhupada vai aumentar ilimitadamente.




Por Sua Santidade Lokanatha Swami


publicado por Rasananda Swami em


quinta-feira, 17 de abril de 2008

64 Voltas




64 Voltas
Srila Haridas Thakur cantava (64x3) 192 voltas de Japa diariamente (300.000 Santos Nomes).Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakur declarou que quem cantasse menos que 64 voltas por dia era um caído.No Caitanya Bhagavata, o Senhor Caitantya afirma que só aceita Prasadam daqueles que são Lakeshvaras (aqueles que cantam 64 voltas).Quando Srila Prabhupada pediu para seus seguidores cantarem 64 voltas, todos ficaram em silêncio."32 voltas", disse ele.Novamente silêncio.Então misericordiosamente, como Patita Pavana (aquele que liberta os caídos), disse:"16 voltas no mínimo".Todos concordaram.Somente a sugestão de cantar 64 voltas assusta.Talvez alguém consiga cantar 1 ou 2 dias, ou então em dias de festivais.Não mais do que isto.Mas o processo da Consciência de Krsna tem como objectivo fazer com que fiquemos "conscientes amorosamente de Deus", de Krsna, 24 horas por dia.Então, o Acarya do Santo Nome, Srila Haridas Thakur cantava 64 voltas (8 horas) na sua mente, 64 voltas (8 horas) murmurando, 64 voltas (8 horas) em voz alta.Total = 24 horas.Falando por mim mesmo, com muita, muita dificuldade conseguimos cantar 16 voltas.Mas a meta é: "Sempre lembrar de Krsna e nunca esquecer de Krsna".Ora, levamos em torno de 2 horas para cantar 16 voltas de Japa.E as restantes 22 horas?Alguém pode responder que o Yuga Dharma de Kali Yuga é cantar os Santos Nomes.Portanto a resposta é:Cante mais.Perfeito. Mas já ficou demonstrado que nós não cantamos.A mente é muito irriqueta e inconstante.A mente diz:"Já cantamos 16 voltas. E agora?"A inteligência espiritual responde:"Desta vez com amor e devoção cante mais."A mente diz:"Não, já cantamos 16 voltas."A inteligência espiritual afirma:"Então vamos nos ocupar numa actividade devocional tão boa como cantar Hare Krsna.Vamos ouvir com amor e devoção o Srimad Bhagavatam, que está repleto de glorificação do Santo Nome.Não esqueça querida mente, ofender o Srimad Bhagavatam é ofender o Santo Nome."A mente diz:"Esta bem."Passado algum tempo, volta a dizer:"E agora, que faremos?"A inteligência espiritual responde:"Com amor e devoção à Krsna vamos cantar os Santos Nomes."A mente diz:"Já cantamos 16 voltas !!!"A inteligência transcedental diz:"Vamos então com amor e devoção ocuparmo-nos em actividades tão boas como cantar Hare Krsna e ouvir o Srimad Bhagavatam.Vamos servir os Vaisnavas, vamos servir o Dhama sagrado e vamos adorar a Deidade.Pois é com os Vainavas que cantamos o Santo Nome, é no Dhama sagrado (Templo ou nossa própria casa) que cantamos Hare Krsna e a adoração às Deidades esta repleta dos Santos Nomes.Não esqueça querida mente, ofender os Vaisnavas, ofender o Dhama sagrado e ofender a Deidade é ofender o Santo Nome.Então a mente diz:"Esta bem."E assim passa mais um dia plenamente consciente de Krsna.SS Mahanidhi Swami explica:"O Maha Mantra Hare Krsna é perfeito, independente e completamente puro.Não requer nenhum Samskara ou iniciação para ser efetivo.Qualquer pessoa pode cantar este Mantra sendo qualificada ou não.Existe um poder ilimitado no Maha Mantra Hare Krsna.Mesmo sem um Guru, iniciação, Sadhu Sanga ou qualquer outra coisa pode-se alcançar Krsna Prema por cantar Hare Krsna.Por ter fé em Deus, Sadhu Sanga e pureza no coração que foram adquiridos em vidas prévias, uma pessoa pode alcançar Krsna Prema simplesmente por sentar-se e cantar Hare Krsna.No entanto, tal pessoa pode ser uma em milhões.Geralmente, devido a ignorância, Aparadhas, Anarthas, impureza mental e uma severa falta de fé é preciso receber treinamento, encorajamento e a associação..."Também:"Pode-se perguntar qual a necessidade de iniciação ou outras actividades espirituais em serviço devocional para alguém que ocupa-se em cantar o Santo Nome do Senhor."Cc Adi 7.77Srila Prabhupada responde:"A resposta é que embora seja correto que uma pessoa plenamente ocupada em cantar o Santo Nome não dependa de iniciação, geralmente o devoto é apegado a muitos hábitos materiais abomináveis devido a contaminação material de vidas passadas."Cc Adi 7.77"As vezes devotos neófitos pensam que podem continuar com o processo de Sravana Kirtana sem adorar a Deidade, mas a execução de Sravana Kirtana está destinada para devotos muito desenvolvidos como Haridas Thakur, o qual ocupava-se em Sravana Kirtana sem adorar a Deidade.No entanto, não devemos falsamente imitar Haridas Thakur e abandonar a adoração a Deidade para simplesmente ocupar-se em Sravana Kirtana." Cc Madhya 19.152O Maha Mantra Hare Krsna, os Diksa Mantras, Mathura Vasa, Sadhu Sanga, Sri Murti Seva e Bhagavat Sravana (Srimad Bhagavatam) trabalham todos juntos para ajudar o devoto a rapidamente alcançar a perfeição."O poder destes cinco princípios é maravilhoso e difícil de reconciliar.Mesmo sem fé nestes princípios, uma pessoa que não é ofensiva pode experimentar o amor adormecido por Krsna simplesmente por conectar-se um pouco com eles."Cc Madhya 22.133Nenhum destes processos é inferior ou superior ao outro.Todos despertam o nosso amor à Deus.No entanto em Kali Yuga, Srila Prabhupada salienta:"...mesmo que alguém seja capaz de executar outros processos do serviço devocional, uma pessoa deve adoptar o cantar do Santo Nome como o principal método para avançar na vida espiritual."Harinama Sankirtana Yajna Ki Jaya !!!24 horas de Kirtana e Japa Ki Jaya !!!Hare Krsna Hare Krsna Krsna Krsna Hare HareHare Rama Hare Rama Rama Rama Hare HareSS Hanumat Presaka Swami salienta:"Canta Hare Krsna e dança e quando estiveres cansado toma Prasadam. não é necessário mais nada, alcançaras a perfeição, mas se queres acelerar o processo então leia os livros de Srila Prabhupada."No Cc Madhya Lila, o capítulo 22 intitula-se "O Processo do Serviço Devocional".São as instrucções de Sri Caitanya Mahaprabhu dadas à Srila Sanatana Goswami:106 "As actividades espirituais de ouvir, cantar, lembrar e as demais actividades devocionais, são características naturais do serviço devocional. A característica marginal é aquela que desperta o amor puro por Krsna."121 - SB 7.5.23-24"1 - Sravanam - Ouvir.2 - Kirtanam - Cantar.3 - Smaranam - Lembrar.4 - Pada Sevanam - Servir os pés de lótus do Senhor.5 - Arcanam - Adoração à Deidade.6 - Vandanam - Ofercer orações.7 - Dasyam - Servir.8 - Sakhyam - Amizade.9 - Atma Nivedana - Entregar tudo ao Senhor."Srila Prabhupada explica:"...se um devoto(a) executa somente um destes nove processos sem desviar-se, pode alcançar a misericordia da Suprema Personalidade de Deus. As vezes, quando alguém executa um destes processos, outros processos estão misturados com este. Isto não é impróprio para um devoto(a). Quando um devoto(a) executa qualquer um dos nove processos, isto é suficiente, os outros oito processos estão incluídos..."135 "Existem muitos devotos que executam somente um destes nove processos de serviço devocional.Ainda assim, eles alcançam o objectivo último.Devotos como Ambarisa Maharaja executou todos os nove items e também alcançou o sucesso último."




Vosso servo,


Prahladesh Dasa

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Visuddha Sattva - O Estado de Vasudeva



Visuddha Sattva - O Estado de Vasudeva
1 - Visuddha Sattva ou o estado de Vasudeva é o modo transcedental ou puro.
Quando alguém atinge devoção pura, actua constantemente em bondade pura, ou seja, é transcedental à bondade material, paixão e ignorância.Somente neste caso pode-se dizer que um devoto é de uma forma constante e ininterrupta, transcedental aos modos.2 - Quando alguém ainda não atingiu a bondade pura, as vezes é influenciado pela bondade material, as vezes pela paixão e as vezes pela ignorância."...Dessa maneira, há sempre competição pela supremacia." (Bhagavad Gita 14.10)3 - Sattva Guna = Regulação = Sadhana BhaktiTudo o que se segue é modo da bondade:Qualidades da BondadeAusteridades do corpoAdorar o Senhor SupremoAdorar os BrahmanasAdorar o Mestre EspiritualRespeitar os superioresLimpezaSimplicidadeNão violênciaCelibatoAusteridade do FalarFalar palavras verdadeirasFalar aprazivelmenteFalar palavras benéficasPalavras que não agitam os outrosRecitar regularmente os VedasAusteridade da MenteSatisfaçãoSimplicidadeGravidadeAuto controlePurificação da existênciaAlguém em bondade é BrahminicoÉ pacíficoAuto controladoAusteroPuroToleranteHonestoAgradecidoSábioReligiosoAlguém em bondade dá caridadeNo tempo certoPara a pessoa certaNo local certoAlguém em bondade tem uma determinação inquebrantável quecontrola as actividades da mentecontrola as actividades da vidacontrola as actividades dos sentidosAlguém em bondade discrimina o que deve e o que não deve ser feito.Alguém em bondade executa seu deverSem falso egocom grande determinaçãocom entusiasmosem preocupar-se com sucesso ou fracassoporque deve ser feitosem temer os resultadospor uma questão de dever vai ao Templo para oferecer respeito às DeidadesAlguém em bondade é atraído por alimentos queincrementam a duração da vidapurificam a mentedão força ao corpoAlguém em bondade sente felicidadeporque não é afetado pelas miséria materialsabe que esta livre da reação materialpor derivar-se da auto-realizaçãoAlguém em bondade esta livre da ilusão.Alguém em bondade tem conhecimento de que a alma esta além do corpo.Alguém em bondadenão detesta o que causa problemas ao corponão detesta trabalhos inauspiciososnão está apegado a trabalhos auspiciososAlguém em bondade não tem dúvidas em relação ao trabalho.Alguém em bondade renunciatoda a associação materialo apego aos frutos do seu trabalhoAlguém em bondade sacrificade acordo com as escriturascomo uma questão de deversem desejo de recompensaAlguém em bondade entende as coisas na perspectiva correta.4 - Relação entre Sattva Guna e Visuddha SattvaSrila Prabhupada explica:"O problema é que, quando se situa no modo da bondade, o ser vivo fica induzido a sentir que é avançado em conhecimento e que é melhor do que os outros. Dessa maneira, ele se condiciona. Os melhores exemplos são o cientista e o filósofo. Cada qual tem muito orgulho de seu conhecimento, e porque em geral melhoram suas condições de vida, eles sentem uma espécie de felicidade material."(BG 14.6)"Embora existam estes três modos da natureza material, se o homem for determinado, poderá ser abençoado com o modo da bondade, e, transcendendo o modo da bondade, poderá situar-se em bondade pura, que se chama o estado Vasudeva, um estado em que se pode compreender a ciência de Deus."(BG 14.10)Então como Sattva Guna esta relacionada com Visuddha Sattva?Em todos os ítens descritos anteriormente, a Consciência de Krsna deve ser acrescentada.Exemplo:Alguém é vegetariano, porque simplesmente quer ter uma vida mais sudável. Isto é bondade material.Um devoto oferece alimento vegetariano à Krsna. Se for feito com a mentalidade e atitude corretos é Visuddha Sattva.Se não for feito com mentalidade e atitudes corretos é simplesmente alimento no modo da bondade.Krsna somente aceita a nossa devoção e humildade.E isto pode ser aplicado em todos os ítens anteriores.Ou seja, para aqueles que praticam Bhakti Yoga, o fator determinante no cultivo da bondade é a mentalidade e atitude corretos.Ambos, os cientistas, filósofos, poetas, etc, e o devotos de Krsna cultivam a bondade.Mas a diferença é que os devotos de Krsna fazem-no como um serviço amoroso à Deus, transcendendo desta forma a bondade material.5 - ConclusãoQuando diz-se que os devotos devem cultivar o modo da bondade (Sattva Guna), isto significa cultivar o modo da bondade material objetivando um estado puro.Isto deve ser feito por seguir-se um Sadhana Bhakti estrito, com uma atitude humilde, submissa e de completa dependência de Krsna e do Guru.Sem esta atitude não passa de bondade material.Vosso servoPrahladesh Dasa

http://www.bhakti-tattva.blogspot.com/

A Arte de Oferecer Orações e Reverências ao Senhor






Vandanam
A Arte de Oferecer Orações e Reverências ao Senhor
Por Bir Krishna Prabhu (DVS), Facilitador do Instituto Bhaktivedanta para Auto-Realização – IBAR.



Uberaba, MG. 30/03/2007.

Lembrou-me quando criança, toda noite, ao pedir as bênçãos de mamãe antes de ir para cama, ela, devido à sua natureza muito piedosa, freqüentemente dizia: “Dorme com Deus meu filho e que Ele lhe proteja. Mas, antes, ore, agradecendo pelo dia”. Creio que esse sagrado cuidado materno não foi apenas privilegio meu, mas ainda é e continua sendo oferecido a muitas crianças ao redor deste mundão de Deus.
Mas, certa vez, parei e perguntei à minha protetora: “Como posso agradecer a Deus, acaso, ele vai me ouvir, se Ele está lá longe no céu?”. Esboçando um sorriso muito generoso e compassivo em seu semblante angelical, mamãe respondeu-me carinhosamente: “Sim, com toda certeza, vai-lhe ouvir, meu filho. Ele fica muito satisfeito, por exemplo, quando recitamos o PAI NOSSO, isso faz com que compareça onde quer que estejamos, e como um pai muito amoroso nos escute atentamente e derrame sobre nós um mar de bem-aventurança”.

Hoje entendo o valor intrínseco das orações-padrão que mamãe me recomendava, pois, me foi dado compreender que elas foram compostas por almas auto-realizadas, num momento de profunda comunhão com Deus – a Pessoa Suprema, Sri Krishna, mantenedora de todas as entidades vivas. E percebo o quanto é importante nos apropriarmos das mesmas em nosso estágio de almas condicionadas às estritas e coercivas leis da natureza material, de modo a estreitar e reviver nosso vínculo de amor e devoção com Deus.




No Srimad-bhagavatam, existem um número expressivo dessas orações-padrão, entre elas, por exemplo, aquelas proferidas por mãe Kunti, são uma fonte de inesgotável inspiração. As orações de mãe Kunti nos permitem comungar de sua devoção imaculada pelo Senhor Supremo, Krishna. De modo que como mencionado no Néctar da Devoção, um devoto deve escolher algumas destas orações-padrão para recitar. E o Skanda Purana declara o seguinte acerca das glorias de semelhantes orações: “Até as eminentes pessoas santas e os sábios sempre oferecem respeitos aos devotos cujas línguas estão sempre decoradas com orações ao Senhor Krishna, e na realidade tais devotos são dignos de ser adorados até mesmo pelos semideuses”.
No presente artigo colhi para nossa apreciação no Bhagavad-gita, onde há muitas dessas orações autorizadas especialmente no Décimo Primeiro Capítulo, uma que chamou especialmente a minha atenção, ali Arjuna ora a forma universal do Senhor dizendo:
tvam adi-devah purusah puranas
tvam asya visvasya param nidhanam
vettasi vedyam ca param ca dhama
tvaya tatam visvam ananta-rupa
vayur yamo gnir varunah sasankah
prajapatis tvam prapitamahas ca
namo namas te stu sahasra-krtvah
punas ca bhuyo pi namo namas te
namah purastad atha prsthatas te
namo stu te sarvata eva sarva
ananta-viryamita-vikramas tvam
sarvam samapnosi tato si sarvah
(Bg. 11.38-40).
“Ó meu Senhor Krishna, és a Personalidade de Deus original, o mais antigo, o santuário definitivo deste mundo cósmico manifestado. És o conhecedor de tudo e és tudo o que é cognoscível. És o refugio supremo, situado acima dos modos materiais. Ó forma ilimitada! Penetras toda esta manifestação cósmica! És o ar e és o controlador supremo! És o fogo, a água e a lua! És Brahma, a primeira criatura viva, e és o bisavó. Portanto, faço questão de oferecer-Te mil vezes minhas respeitosas reverências, e volto a oferecê-las vezes e mais vezes. Ofereço-te reverências de frente, de trás e de todos os lados! Ó poder incomensurável, és o Senhor cujo poder não conhece limites! És onipenetrante e, portanto, és tudo”.
Após oferecer essas orações ao Senhor, Arjuna mergulhado num profundo êxtase amoroso por ter visto a opulência do Senhor por intermédio de Sua forma universal, desculpa-se da familiaridade que a relação de amizade gera e conseqüentemente as ofensas decorrente de desse trato amistoso, nas seguintes palavras: “Colocando-Te na posição de amigo, sem sequer conhecer Tuas glorias, dirigi-me a Ti com as seguintes palavras imprudentes: “Ó Krishna”, “ó Yadava, “ó meu amigo”. Por favor, perdoa tudo o que eu possa ter feito por loucura ou por amor. Quantas vezes Te desonrei, gracejando enquanto nos descontraiamos, deitávamos na mesma cama, sentávamos ou comíamos juntos, às vezes a sós e outras vezes diante de muitos amigos. Ó infalível, por favor, perdoa todas essas minhas ofensas!”.

Srila Prabhupada, ao comentar este pedido de desculpas de Arjuna, declara: “Krishna é tão bom e misericordioso que, apesar de Suas ilimitadas opulências, Ele tratou Arjuna como amigo. Eis como se dá a reciprocação transcendental amorosa entre o devoto e o Senhor. O relacionamento entre a entidade viva e Krishna é algo estabelecido eternamente. Não se pode esquecer a nossa relação com Senhor Krishna, como se vê pelo comportamento de Arjuna. Embora tenha visto a opulência da forma universal, Arjuna não pôde esquecer-se de sua relação amigável com Krishna”. Portanto, não tenho duvida alguma, de acordo com a autoridade de guru (mestre espiritual), sastras (escrituras reveladas) e sadhus (mestres anteriores), que aquele que recitar as orações acima do famoso arqueiro Arjuna, três vezes ao dia, alcançará a plataforma de serviço devocional puro à Pessoa Suprema, Sri Krishna, assim como Arjuna foi promovido pelo Senhor ao estágio de prema – amor puro a Deus.

HARE KRISHNA

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Louco de Amor por Sri Chaitanya






Todas as glórias a Sri Sri Guru e Gauranga!
Todas as glórias a Srila Prabhupada!
Todas as glórias aos devotos e devotas reunidos!




Louco de Amor por Sri Chaitanya




Depois de regressar de Shantipur, Raghunatha Das não era mais o mesmo. Seu apego amoroso pelos pés de lótus de Chaitanya Mahaprabhu se tornou tão intenso que ele passou a manifestar diferentes sinais de loucura espiritual. Seu coração e a alma estavam atados pelas algemas de chaitanya-prema. Ele vivia absorto em pensar na maravilhosa face de Lua de seu Senhor, nos intercâmbios amorosos que tivera com Mahaprabhu e não conseguia tirar de sua mente a visão de Seu olhar especialmente carinhoso. Estando sempre aflito enquanto imaginava como poderia se encontrar novamente com Mahaprabhu, Raghunatha Das comentou com o pai e com o tio: “Vocês são os meus guardiões, os meus benquerentes. Se realmente desejam a minha felicidade, tenham a bondade de permitir que eu vá a Nilachala e que me renda aos pés de lótus de Mahaprabhu. Caso contrário, minha alma ficará pairando em Nilachala, e só o meu corpo ficará por aqui”.


As palavras de Raghunatha os atingiram como raio. Eles perguntaram a uma só voz: “Que você está dizendo? Que loucura! Nunca mais diga uma coisa dessas”.


Raghunatha estava mesmo louco. Apesar de sempre permanecer obediente aos seus pais, devido a chaitanya-prema era impossível que ele continuasse a obedecer-lhes. Deste modo, ele tentou fugir de casa inúmeras vezes, mas em todas as tentativas ele era capturado e trazido de volta. A mãe de Raghunatha vivia ansiosa, chegando a perder todo o apetite e sono. Hiranya e Govardhana também viviam sempre preocupados, imaginando que um dia Raghunatha acabaria escapando. Eles designaram vários guardas para tomarem conta dele, dando-lhes ordens estritas para que nunca permitissem que o menino saísse de Saptagram. A prisão mais forte que prende um homem a este mundo é a mulher. Como Raghunatha já estava como dezessete anos, os seus pais imaginaram que um casamento o faria mudar de idéia. Então eles o casaram com uma jovem maravilhosa. Mas os grilhões do casamento mostraram-se inúteis.


Depois de algum tempo, chegou a Saptagram a notícia de que Mahaprabhu estava indo para Vrindavana. No caminho, Ele Se encontrou com Rupa e Sanatana em Ramakeli e, seguindo o conselho dos dois irmãos, Sri Chaitanya acabou adiando Sua visita a Vrindavana, preferindo regressar a Nilachala, onde ficou mais uma semana na casa de Advaita Acharya. As pessoas começaram a se aglomerar em Shantipur e o local tomou um aspecto festivo, com kirtana e dança em todo canto. Desse modo, Raghunatha Das também ficou inquieto e decidiu ter novamente um darshana de Seu Senhor adorável. Sua sede de contemplar a beleza de Mahaprabhu e de desfrutar de Sua companhia se tornou ainda mais intensa. De modo que Raghunatha Das não poderia deixar de correr em direção ao grande rio de néctar que estava fluindo em Shantipur. Ele decidiu ter uma conversa muito franca com seu pai e com o seu tio, revelando que já não conseguia viver sem Mahaprabhu. Isso criou novamente um problema para os pais que, por um lado, não desejavam fazê-lo sofrer por não ter um darshana de Mahaprabhu, mas, por outro lado, não desejavam perdê-lo. Deste modo, eles decidiram enviá-lo para Shantipur com uma grande escolta de seguranças, servos e brahmanas. Eles também o enviaram com inúmeros presentes para o serviço a Mahaprabhu.


Desde o primeiro e único encontro que tivera com Mahaprabhu, haviam se passado quatro ou cinco anos, os quais Raghunatha Das permanecia chorando constantemente devido a dor da separação de Mhaprabhu. O seu gaura-prema havia ficado cada vez mais intenso. Portanto, ao se aproximar de Shantipur e comtemplar uma multidão dançando e cantando as glórias de Mhaprabhu, ele se juntou a ela. Assim que viu Mhaprabhu, Raghunatha Das caiu aos Seus pés de lótus e de seus olhos lágrimas caíam incessantemente. Embora se esforçasse para parar de chorar, Raghunatha Das não conseguia. Deste modo, mentalmente, Ele começou a orar para Mhaprabhu: “Prabhu! Por favor, libere-me das mãos destes guardas e seguranças e me leves para Nilachala. Agora não é mais possível que eu viva separado de Ti. Já venho bebendo o veneno dos desfrutes mundanos por tempo. Por quanto tempo ainda me obrigarás a bebê-lo? Encarnaste para liberar as almas caídas. Por quanto tempo ficarás indiferente a uma alma caída como eu?


Mahaprabhu podia saber o que se passava em seu coração. Ele ouviu a sua prece, nas naquele momento não disse nada. Advaita Acharya fez um arranjo para acomodar Raghunatha da melhor maneira para ele desfrutar ao máximo da companhia de Mhaprabhu. Ele também lhe dava a maha-prashada de Mahaprabhu diariamente. Mahaprabhu sabia que Raghunatha era Seu associado eterno e que tinha vindo a este mundo para assiti-Lo NA Sua lila. Mas, por alguma razão, que só Ele conhecia, desejava que Raghunatha Das permanecesse nas atividades mundanas por mais algum tempo.


Ceto dia, Mahaprabhu disse a Raghunatha Das: “Querido Raghunatha! Não sejas louco. Fica calmo e volta para casa. Não podes atravessar o oceano da exist~encia mundana com um salto. Deves nadae lentamente. Deves voltar e realizar tuas atividades mundanas sem te apegares por elas e deves sempre manter Krishna em tua mente. Krishna logo te mostrará a Sua misericórdia” (C.c. madhya, 16.237-239).


Então, Mhaprabhu o trouxe para junto de Si e sussurrou em seu ouvido: “ Raghunatha! Não precisa te preocupar. Logo irás para Vrindavana. Quando Eu voltar de lá, arruma algum artifício para ires a Nilachala. O artifício que usarás, te será inspirado pelo próprio Senhor Krishna. Quem pode reter uma pessoa que tem a misericórdia de Krishna? (C.c. madhya 16-240-1).


Raghunatha ficou muito feliz e aliviado com esta afirmativa de Mahaprabhu. Ao regressar para casa, os seus pais ficaram surpresos ao ver que ele havia mudado e participava das atividades familiares com muita alegria, conversava animadamente com os seus pais e servos e até agradava a sua esposa com conversas amenas. O s seus pais ficaram muito felizes ao verificar esta mudança. Hiranya e Govardhana então resolveram fazê-lo se ocupar completamente nas atividades mundanas para que ele não tivesse tempo de pensar em mais nada. Eles lhe confiaram a responsabilidade de administrar o Estado, coletar as taxas e de depositar a parte do sultão na tesouraria. Raghunatha Das, então, começou a cuidar dos assuntos do Estado com grande interesse e perícia.


Os precavidos Hiranya e Govardhana fizeram mais uma coisa. Eles fizeram com que Raghunatha fosse iniciado pelo guru da família, Yadunandana Acharya, para que ele também pudesse realizar puja e se manter satisfeito espiritualmente (Chaitanya-chandrodya, 10.3). Yadunandana era discípulo de Advaita Acharya e a iniciação de Raghunatha foi o primeiro passo para receber a misericórida de Krishna, o que na verdade Mahaprabhupa já lhe havia concedido.


No ano de 1.516 caiu uma calamidade sobre a família de Raghunatha Das. O coletor de impostor do governador de Saptagram era muçulmano, e, por ter um comportamento muito agressivo com os habitantes, não conseguia coletar os impostos de Saptagram. Ele sobretaxava os impostos, usurpava o lucro e só dava uma pequena parte ao sultão, Hussain Shah, sempre alegando que o povo não pagava as taxas.


Hiranya e Govardhana foram assegurar ao sultão que se caso eles administrassem a cidade, depositariam um milhão e duzentos mil rúpias por ano no tesouro real, independentemente de quanto eles coletassem. O sultão sabia que eles eram ricos e nobres e que eram muito respeitados pelas pessoas de Saptagram e que não teriam dificuldades. Por serem generosos como os habitantes da cidade, os dois irmãos não sentiram nenhum transtorno em coletar dois milhões em rúpias em taxas, tendo, portanto um lucro de oitocentas mil rúpias. Em pouco tempo eles trataram de incrementar o seu lucro com inúmeras outras fontes de renda. Obviamente, o ex-coletor de impostos retinha uma animosidade contra os dois, e foi difamá-los ante o sultão. Ele disse que os dois coletavam muito mais do que um milhão e duzentas mil rúpias por ano, e, além disso, o poder que eles estavam conquistando poderia causar problemas ao estado.


Influenciado pelo que ouvira, Hussain Shah mandou que os seus soldados fossem prendê-los. Mas, Hiranya e Govardhana tinham muitos amigos na capital e, assim, logo foram informados de toda a trama. A notícia chegou antes de os soldados virem prendê-los. Eles trataram de fugir e de se esconder, mas o chefe da escolta conseguiu prender Raghunatha Das e o manteve preso por ordem de Hussain Shah.


Raghunatha era convocado a comparecer na corte, onde mandavam que ele revelasse o funcionamento dos negócios da família, ameaçando agredi-lo caso não contasse tudo. Raghunatha Das não revelava nada e, embora tentassem puni-lo fisicamente, ele não conseguiam fazê-lo, pois, cada vez que olhavam para o rosto de Raghunatha Das, eles mudavam de idéia (C.c. Antya, 6.22). Um dia Raghunatha Das criou coragem e pediu ao sultão: “Tens tratado o meu pai e o meu tio como se fossem os tues irmãos. Às vezes os irmãos podem apresentar alguma falha. Sou teu sobrinho, como sou sobrinho do meu tio. És meu tutor, sou o teu protegido. Não é bom que o tutor fique aterrorizando o seu protegido, que não cometeu nenhuma falta. Não preciso dizer mais nada, pois sei que é muito versado nos shastras e que és considerado como uma pessoa santa (C.c. antya, 6.24-28).


As palavras de Raghunatha fizeram derreter o coração de Hussain Shah. As lágrimas caíram por sua longa barba e ele disse para o rapaz: “Meu filho! De hoje em diante és o meu afilhado. Estás solto. Mas vai para casa e manda o teu tio devolver as oitocentos mil rúpias que ele usurpou. Ele deve me compensar de alguma maneira. Vou deixar tudo por tua conta. Procede como julgares mais conveniente (C.c. antrya, 6.29-33).


Raghunatha Das voltou para casa e relatou tudo ao seu pai e ao seu tio. Deste modo, eles foram ter como o sultão e resolveram a demanda.




Seu servo humilde,



Suvasa Dasa






BG Cap. 5:18 Vidya-vinaya Sampane, Brahmane Gavi Hastini, Shuni Caiva Shvapake ca, Panditah sama-Darshinah.

quarta-feira, 9 de abril de 2008



Todas as glórias a Sri Sri Guru e Gauranga!
Todas as glórias a Srila Prabhupada!
Todas as glórias aos devotos devotas reunidos!

As diferentes consortes do Senhor

Existem muitas encarnações e expansões do Senhor Krishna. Em outras palavras, a fonte original de todas as diferentes encarnações e expansões é Sri Krishna, a causa de todas as causas. Do mesmo modo, Srimati Radharani é a causa de todas as amadas consortes dEle, que são de três classes: (1) as deusas da fortuna, (2) as rainhas e (3) as gopis.

Dessas três classes, as gopis são consideradas as principais.

As deusas da fortuna são consideradas manifestações parciais de Srimati Radharani e não se relacionam diretamente com Krishna. Elas vivem nos diferentes planetas vaikuntha, onde servem os pés de lótus das diferentes expansões do Senhor, conhecidas como Narayana. As rainhas são reflexos da imagem de Radharani e se relacionam com a expansão do Senhor que manifesta Seus passatempos no humor de opulência e majestade. Mas as gopis, as companheiras pessoais de Radharani, as donzelas de Vrajabhumi, são expansões diretas de corpo dEla. Elas são agentes de diferentes reciprocidades de amor entre o Casal Divino. Sri Radha e Krishna, e agem sempre sob a orientação de Radharani.

Com o propósito divino de auxiliar o Senhor Krishna a saborear um prazer de variedades
plenas, especialmente no reino transcendental de Goloka, existe um grande número de personalidades semelhmentes à Srimati Radharani, conhecidas como gopis ou sakhis. O amor delas é impecável. Brilhante e puo como o ouro derretido. Elas conhecem profundamente o desejo de KRshan e sabem como prestar serviço amoroso perfeito para o prazer dEle. Quanto a isto, Srila Prabhupada explica:

“Avariedade de inúmeras senhoras é uma fonte de desfrute para Sri Krshna, e por isso estas expansões de Srmati Radharani necessárias para intensificar a potência de prazer de Sri Krishna. Suas trocas de amor transcendentais são as aventuras super-execelentes dos passatempos em Vrindavana. Através destas expansões do corpo pessoal de Srimati Radharani, Ela ajuda o Senhor Krishna a saborear a dança da rasa e outras atividades semelhates.” C.c. Adi 4.81.

O autor do Sri Chaitanya-charitamrta continua apresentando este tema confidencial explicando que, para Sri Krishna desfrutar de Seus passatempos amorosos, Srimati Radharani Se expande na forma de muitas e muitas gopis, pois sem muitas consortes, não há tanto júbilo da rasa. É por este motivo que existem muitas manifestações de Srimati Radharani como auxiliares nos passatempos do Senhor e, entre elas, existem diferentes grupos de consortes com diferentes variedades de sentimentos e doçuras. Assim, os diferentes grupos de gopis ou sakhis ajudam o Casal Divino Sri Radha e Krishna a saborearem a doçura transcendental da dança da rasa e de outros passatempos íntimos. No entanto, Srimati Radharani é a figura central entre todas as gopis.

Fonte: Quem é a mocinha que está com Krishna? - Chandramukha Swami

Seu servo humilde,


Suvasa Dasa




BG Cap. 5:18 Vidya-vinaya Sampane, Brahmane Gavi Hastini, Shuni Caiva Shvapake ca, Panditah sama-Darshinah