Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami
Jagad Guru Srila Prabhupada

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

AS CINCO ANGAS



Irmãos e irmãs,
Com muita humildade, amor, submissão e sem relutância, glorifiquemos e sirvamos o Srimad Bhagavatam.
Em todas as direcções vamos proferir:

Srimad Bhagavatam Ki Jaya !!!
Grantha Raja Srimad Bhagavatam Ki Jaya !!!

A encarnação literária, que é o proprio Krsna, ficará muito satisfeita.

Com muita humildade, amor, submissão e sem relutância, glorifiquemos e sirvamos o Maha Mantra Hare Krsna.
Em todas as direcções vamos proferir:

Harinama Sankirtana Yajna Ki Jaya !!!
Hare Krsna Hare Krsna Krsna Krsna Hare Hare
Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare

A encarnação sonora, que é o próprio Krsna, ficará muito satisfeita.

Com muita humildade, amor, submissão e sem relutância, glorifiquemos e sirvamos a Arca Vigraha de Krsna.
Em todas as direcções vamos proferir:

Sri Sri Gaura Nitai Ki Jaya !!!

Sri Sri Krsna Balarama Ki Jaya !!!

Sri Sri Radha Gokulananda Ki Jaya !!!
Sri Sri Radha Syamasundara Ki jaya !!!
Sri Sri Radha Ramana Ki Jaya !!!
Sri Sri Radha Madana Mohana Ki Jaya !!!
Sri Sri Radha Gopinatha Ki Jaya !!!
Sri Sri Radha Govinda Ki Jaya !!!

A Arca Vigraha, que é o próprio Krsna, ficará muito satisfeita.

Com muita humildade, amor, submissão e sem relutância, glorifiquemos e sirvamos os Vaisnavas.
Em todas as direcções vamos proferir:

Srila Rupa Goswami Ki Jaya !!!
Srila Sanatana Goswami Ki Jaya !!!
Srila Gopala Bhatta Goswami Ki Jaya !!!
Srila Raghunatha Dasa Goswami Ki Jaya !!!
Srila Raguhnatha Bhatta Goswami Ki Jaya !!!
Srila Jiva Goswami Ki Jaya !!!

Srila Prabhupada Ki Jaya !!!
Srila Gurudeva Ki Jaya !!!
Ananta Koti Vaisnava Vrnda Ki Jaya !!!

O Senhor Krsna que é muito afectuoso para com Seus devotos puros ficará muito satisfeito.

Com muita humildade, amor, submissão e sem relutância, glorifiquemos e sirvamos o Dhama sagrado.
Em todas as direcções vamos proferir:

Sri Vrndavana Dhama Ki Jaya !!!
Sri Navadvipa Mayapur Dhama Ki Jaya !!!
Sri Jagannatha Puri Dhama Ki Jaya !!!

O Senhor Krsna que executa eternamente Seus passatempos no Dhama ficará muito satisfeito.


"...Mesmo sem fé nestes princípios, uma pessoa que não é ofensiva pode experimentar o amor adormecido por Krsna simplesmente por conectar-se um pouco com eles."Cc Madhya 22.133 citando o Bhakti Rasamrta Sindhu)

Vosso servo
Prahladesh Dasa

http://www.bhakti.tattva.blogspot.com/

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Sri Balarama



Todas as glórias a Śrīla Prabhupāda!
Sri Balarama Mahotsava ki jaya!
Texto extraído do blog : http://rasadasa.blogspot.com/


Sri Balarama

Sri Balarama, embranquecido como a brancura do leite. Com Seus cabelos ondulados e enegrecidos, e uma bola na mão, Ele dá prazer a minha visão.Tudo em seu esplendor produz satisfação para nosso mais profundo ser. Ele é o manancial da felicidade e bem aventurança. Ele sempre dá prazer a Govinda, aquele que dá prazer a todas entidades vivas. Ele se embebe com amor a Sri Krishna, e este amor é insondável. Companheiro constante do Senhor, Ele Se manifesta como Nityananda, Laksmana e Ananta Sesa. Para realçar os passatempos de Sri Krishna Ele manifesta tudo que é desejável para o desfrute da Suprema Personalidade de Deus. Sua beleza esta além de descrição. Compará-lo com ilimitadas luas cheias com brilho radiante e balsâmico só me colocará em ridículo. Meu coração chora pela distância deste ser amado, e ora para que possa obter Seus pés de lótus.Ele é conhecido como Rohininandana, o amado filho de Rohini.Ele é conhecido como Bala, a fonte de todo poder espiritual.Ele é conhecido como Rama, do qual será possível alcançar a mais alta felicidade da vida.nayam atma bala-hitena labhyaNão se pode alcançar a suprema plataforma da auto-realização sem ser favorecido suficientemente por Balarama.Ele é o mestre espiritual supremo e todos mestres espirituais sentam-se a Seus pés de lótus. Eu caio a Seus pés de lótus e oro pela minha proteção.


Postado por Rasananda Dasa Swami

A Origem do Sectarismo


A Origem do Sectarismo
(Extraído do Krsna-samhita de Srila Bhaktivinoda Thakura)

O sectarismo é um subproduto natural da Verdade Absoluta. Quando inicialmente os acaryas determinam e instruem a Verdade, ela não está poluída com o sectarismo. Mas as regras e regulações recebidas através da sucessão discipular, no que diz respeito à meta e ao método de alcançá-la, podem mudar no decorrer do tempo de acordo com a mentalidade e localização das pessoas(*).

Uma regra que é seguida por uma sociedade não é aceita necessariamente em outra comunidade. É por isso que uma comunidade é diferente da outra. Assim que uma comunidade gradativamente vai desenvolvendo os seus padrões, ela vai desenvolvendo aversão pelas outras comunidades e considera os padrões dos outros inferiores. Estes sintomas sectários são vistos em todos os países desde tempos imemoriais.

Isso é muito evidente nos neófitos e também ocorre em certa medida entre os madhyama-adhikaris. No entanto, nos uttama-adhikaris não há indício de sectarismo. A adesão a determinados padrões é o sintoma proeminente de uma sociedade.

Existem três tipos de padrões alocakagata, alocanagata e alocacyagata. nlocakagata é quando os sectaristas adotam alguns sinais exteriores. Os exemplos de alocakagata são a tilaka, os colares, vestes açafroadas e o batismo que é amplamente praticado. As diferentes atividades praticadas no processo de adoração são chamadas alocanagata. Exemplos de alocanagata são os sacrifícios, austeridades, cerimônias de fogo, votos, estudo das escrituras, adoração de deidades, construção de templos, respeitar o pureza de diversas árvores e rios, vestir-se como sannyasis, agir como acaryas, vestir-se como brahmacaris ou grihasthas, fechar os olhos, respeitar determinados tipos de livros, regras e regulações para comer e respeitar a pureza de determinadas ocasiões e locais.

Os exemplos de alocyagata são a atribuição de personalismo e impersonalismo ao Senhor Supremo, instalar deidades, exibir o humor de uma determinada encarnação do Senhor, especular sobre céu e inferno e descrever o destino futuro da alma. As diferentes formas destas atividades espirituais criam divisões de sectarismo. As diferenças que surgem de locais, épocas, línguas, comportamento, alimentos, vestimentas e naturezas das diversas comunidades estão incorporados nas práticas espirituais das pessoas e vão fazendo que gradualmente uma comunidade se torne completamente diferente da outra. Esta diferença é tão acentuada que até mesmo a consideração de que todos são seres humanos pode deixar de existir. Devido a estas diferenças há desacordo, deixam de haver relacionamentos sociais e acabam ocorrendo as lutas, que chegam ao ponto da matança mútua.

Quando uma mentalidade semelhante à dos asnos predomina entre os kanistha-adhikaris, eles fatalmente acabam assumindo este tipo de conduta. Mas se eles desenvolvem uma mentalidade semelhande à dos cisnes, então eles não tomam parte de disputas; ou seja, eles assumem um comportamento mais elevado. Os madhyama-adhikaris não discutem tanto sobre os padrões exteriores, mas vivem apegado aos desacordos filosóficos. Às vezes eles condenam os padrões dos neófitos e estabelecem os seus próprios padrões como sendo superiores. Eles condenam a adoração à deidade dos neófitos para estabelecerem a adoração do Senhor sem atributos ou forma(**).

Nestes casos, eles também são considerados como possuidores de mentalidade semelhante à dos asnos. Por outro lado, se apresentarem uma mentalidade semelhante à dos cisnes e o desejo de alcançarem um nível mais elevado, eles devem respeitar as práticas dos outros e inquerir sobre temas mais elevados. Na verdade as contradições só ocorrem devido à mentalidade semelhante à dos asnos. As pessoas de mentalidade semelhante à dos cisnes consideram a necessidade de diferentes práticas de acordo com a qualificação das pessoas, e portanto estão naturalmente desapegadas das disputas sectárias(***).

Quanto a isso deve ficar claro que tanto as pessoas semelhantes a asnos quanto aquelas semelhantes a cisnes podem ser encontradas entre kanisthas e madhyama-adhikaris. Eu não espero que pessoas de mentalidade assinina aceitem este livro com o devido respeito. Se os neófitos e madhyama-adhikaris se tornarem complemente indiferentes em relação às contradições encontradas nas várias práticas e tentarem avançar mais, daí então eles se tornaram pessoas semelhantes a cisnes. Então serão nossos amigos queridos e respeitáveis amigos.

Apesar de personalidades de comportamento semelhante aos cisnes poderem aceitar uma prática em particular do nascimento até a infância de acordo com as instruções que receberam, alas ainda assim permanecem indiferentes e não-sectárias.

(*) Portanto, devido às diferentes características das entidades vivas dentro do Universo, existe uma grande variedade de rituais védicos, mantras e recompensas. Devido à grande variedade de desejos e naturezas dos seres humanos, existem inúmeras filosofias de vida teístas, que são mantidas pela tradição, costumes e sucessão discipular. Existem outros mestres que mantêm diretamente pontos de vista ateístas. (Bh. 11.14.7-8)

(**) Ó melhor entre os homens, a inteligência dos seres humanos está confundida pela Minha potência ilusória, e desta maneira, de acordo com as suas atividades e desejos, eles falam de inúmeras maneiras sobre o que é realmente bom para as pessoas. (Bh. 11.14.9)

(***) Quem não deseja nada neste mundo, quem já obteve a paz por controlar os sentidos, cuja consciência está equilibrada em todas as circunstâncias e cuja mente está completamente satisfeita em Mim, só encontra felicidade onde quer que vá. (Bh. 11.14.13)

Os princípios religiosos que serão explicados e estabelecidos neste livro são muito difíceis de serem classificados. Se dermos a estes princípios um determinado nome sectário, então outras seitas irão se opor a eles. Por este motivo, o Srimad Bhagavatam estabeleceu sanatana-dharma como satvata-dharma, ou os princípios religiosos relacionados com a Verdade Absoluta(*).

Outro nome para estes princípios religiosos é vaisnava-dharma. Os vaisnavas de comportamento semelhante aos asnos caem na categoria dos Saktas (seguidores de Durga), Sauras (seguidores do deus do sol), GaNapatyas (seguidores de Ganesa), Saivitas (seguidores de Siva) e vaisnavas (seguidores de VisNu). Mas os vaisnavas com comportamento semelhante ao dos cisnes são não-sectários e portanto raros.

Estes cinco tipos de espiritualistas são encontrados na Índia, e classificados de acordo com as suas respectivas qualificações. Os seres humanos têm dois tipos de tendências - arthica, ou material; e paramarthica, ou espiritual. As tendências materiais incluem a manutenção do corpo, construção de uma casa, casamento, ter filhos, estudar, ganhar dinheiro, ciência material, trabalho nas fábricas, adquirir e manter o erário e acumular mérito piedoso.

Apesar de haverem algumas semelhanças entre as atividades dos seres humanos e dos animais, os esforços materiais humanos devem ser considerados superiores às tendências naturais dos animais. Se depois de executarem as suas atividades materiais os seres humanos não se abrigarem em suas atividades constitucionais, então eles passarão a ser chamados animais de duas pernas. As atividades naturais de uma alma pura são chamadas sva-dharma, ou atividades prescritas. A sva-dharma de uma entidade viva é predominantemente manifesta no seu estado de existência pura.

No estado de existência pura esta sva-dharma está presente na forma de atividades espirituais. Todas as tendências materiais mencionadas tornam-se bem sucedidas quando relacionadas com as atividades espirituais, de outra maneira isoladamente elas não podem ajudar a se alcançar a meta mais elevada ( As atividades ocupacionais que um homem realiza de acordo com a sua própria posição nada mais são do que muito trabalho inútil se elas não provocam atração pela mensagem da Suprema Personalidade de Deus. Bh. 1.2.8).

O estágio que vai da dedicação a atividades materiais até o despertar das atividades espirituais é chamado de estágio preliminar da consciência de Deus. Deste estágio preliminar até o estágio de uttama-adhikari existem vários níveis ( As cinco qualidades, tama, rajas-tama, raja, raja-sattva e sattva são geradas das cinco propensões grosseiras das pessoas. Os eruditos têm considerado estes cinco níveis de propensões e qualidades do mais baixo até o mais elevado. Datta-kaustuba). Indagar sobre a verdade do mundo material é chamado Sakta-dharma, porque a deidade predominante no mundo material é a semideusa Durga.

Todo comportamento e práticas em Sakta-dharma são úteis apenas no estágio preliminar. Este comportamento e estas práticas se destinam a fazer com que a pessoa se aproxime da vida espiritual, e as pessoas materialistas podem ficar atraídas por isso apenas até o momento em que começarem a indagar sobre a Suprema Verdade Absoluta. Sakta-dharma é o início do esforço que as entidades vivas fazem para iniciarem a vida espiritual e ele é extremamente necessário para as pessoas neste nível.

Quando o estágio preliminar avança um pouco mais, alcança-se o nível seguinte. Então passa-se a considerar a energia do trabalho e a superioridade do calor sobre a matéria inerte, e portanto passa-se a aceitar o deus do sol, que é a fonte do calor, como a deidade adorável. Neste momento é despertada o Saura-dharma. Mais tarde, quando se considera calor como matéria inerte e a consciência animal como sendo superior, alcança-se o terceiro estágio, GaNapatya-dharma. No quarto estágio grosseiro, o Senhor Siva é adorado como a consciência pura das entidades vivas e se manifesta o Saiva-dharma. No quinto estágio a entidade viva adora a consciência suprema e então o Vaisnava-dharma se manifesta. Por natureza, há cinco tipos de dharmas paramarthicos, ou deveres espirituais, que são conhecidos no mundo inteiro com diferentes nomes em épocas diferentes.

Se considerarmos todos os diferentes dharmas que existem na Índia e pelo mundo, poderemos verificar que fatalmente eles caem numa destas cinco categorias. Os princípios religiosos ensinados por Maomé e por Jesus Cristo são similares aos princípios religiosos ensinados pelas seitas vaisnavas. Budismo e jainismo são similares ao Saiva-dharma. Esta é uma consideração científica sobre as verdades relativas aos princípios religiosos. Aqueles que consideram os seus princípios religiosos como o verdadeiro dharma e os outros princípios religiosos como irreligião ou sub-religião são incapazes de apurar a verdade por estarem sendo influenciados pelo preconceito.

Na verdade todos os princípios religiosos seguidos pelas pessoas em geral são diferentes unicamente devido às diferentes qualificações dos praticantes, mas os princípios religiosos constitucionais de todas as entidades vivas são apenas um. Não é apropriado que as pessoas de comportamento semelhante aos cisnes rejeitem os princípios religiosos que as pessoas em geral seguem de acordo com a situação delas. Portanto, com o devido respeito aos princípios religiosos seguidos pelas pessoas em geral, é que iremos discutir os princípios religiosos constitucionais das entidades vivas.

(*) Rejeitando completamente todas as atividades religiosas materialmente motivadas, este Bhagavata PuraNa porpõe a verdade mais elevada, que é compreensível para os devotos que são completamente puros de coração... (Bh. 1.1.2)

O Satvata-dharma, ou o Vaisnava-dharma não-sectário, é o princípio religioso constitucional, ou eterno, das entidades vivas.

Os princípios vaisnavas que são encontrados na sampradaya Mayavada são apenas imitações indiretas destes princípios. Quando estes princípios vaisnavas sectários se tornam transcendentais; isto é, quando eles se livram do impersonalismo, então eles se tornam Satvata-dharma, ou princípios religiosos relacionados com a Verdade Absoluta. As diferentes sampradayas, denominadas dvaita (dualismo), dvaitadvaita (simultânea unidade e diferença), suddhadvaita (unidade purificada) e vaisisÜadvaita (monismo específico) que são encontradas em satvata-dharma não são nada além do que as maravilhosas variedades de sentimentos dentro da ciência vaisnava.

Na verdade as várias sampradayas não são o resultado das diferenças sobre a verdade básica. O impersonalismo é diametralmente oposto à ciência de bhakti. Os vaisnavas que aceitam o impersonalismo não são vaisnavas puros.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

O Brahmana e o Vaishnava





O Brahmana e o Vaishnava




Todas as glórias a Srila Prabhupada!




Atendendo a pedidos, vamos comentar mais sobre a iniciação e sobre o processo através do qual uma pessoa se torna um Dvija, ou Brahmana duas vezes nascido. A iniciação é conhecida tecnicamente como Diksha e se refere ao processo de obtenção do conhecimento divino, Divya-jñana. De fato, a característica Divya-jñana de um Brahmana livra-o da tendência a executar atividades pecaminosas, as quais são a verdadeira causa do sofrimento. Srila Prabhupada explica que, depois de se tornar um Dvija, duas-vezes-nascido, com a guia de seu Guru, o candidato se torna bem versado nos Vedas e alcança um estágio mais elevado, tornando-se um Vipra, ou um Brahmana qualificado. Todo o processo consiste no estudante se render a um Guru e iniciar seus estudos védicos até alcançar a realização de Brahman, a realização do aspecto absoluto de Deus. Depois, ele continua avançando na vida espiritual até se tornar um verdadeiro Vaishnava - o estágio em que ele se torna consciente do aspecto mais elevado da Verdade Absoluta, Bhagavan ou a Suprema Personalidade de Deus. Tal estágio se chama consciência de Krishna.Sabe-se que muitos Brahmanas não atingem a realização de Bhagavan, o aspecto pessoal de Deus. Por outro lado, pode haver Shudras, Vaishyas ou Kshatriyas que alcançam este estágio elevado tornando-se um verdadeiro Vaishnava. Por isso, no caminho de Bhakti, a verdadeira meta da iniciação Diksha é promover o estudante à posição de Vaishnava porque, no sentido estrito de verdadeiro conhecimento (e não de mera erudição), o estágio Vaishnava é o status pós-graduado de um Brahmana.Certas vezes percebemos que uma pessoa aceita e compreende Krishna como a Pessoa Suprema. Mesmo que isto ocorra de forma simples, sem muita erudição ou características intelectuais, ainda assim esta pessoa já se tornou um Vaishnava. Talvez ela tenha se tornado um Vaishnava misto, ainda sob a influência de maus-hábitos e sem uma conexão tão profunda com Krishna, mas se for sincera Krishna irá iluminá-la internamente. Na Bhagavad-gita Krishna menciona que existem quatro classes de pessoas que se aproximam dele: o curioso, o aflito, o que busca riqueza e o sábio. Mas, dentre eles, o sábio (ou aquele com características latentes de um Brahmana) é considerado superior.Na escritura védica Sara Samgraha existe um verso que afirma que, assim como o rei aceita os pecados de seus ministros ou o marido aceita os defeitos de sua esposa, de forma semelhante o mestre espiritual deve aceitar as reações pecaminosas de seus discípulos. Depois de se render à idéia de receber a guia qualificada do Guru, é importante que, no momento certo, o discípulo receba formalmente a iniciação do Guru, para limpar seu coração e para purificar-se das tendências pecaminosas. Além disso, a iniciação livra gradualmente o discípulo dos comprometimentos com o Karma criado pelas atividades pecaminosas anteriores e se conecta não somente com seu Guru, mas com o Guru do seu Guru e assim por diante.Ao receber a iluminação básica de seu Guru, um novo campo de atividades transcendentais se descortina diante do discípulo, levando-o, objetivamente, ao início de um novo tipo de vida. Então, ele deverá continuar recebendo instruções do Guru, enquanto não pára de se esforçar para avançar espiritualmente. Na verdade, o papel do Guru é iluminar constantemente o discípulo com o sol do conhecimento transcendental. O filho é sempre o filho e o pai sempre o pai. Ou seja, o filho é sempre subordinado ao pai e isto nunca vai mudar. Pode até ser que o filho tenha conseguido mais sucesso do que seu pai, mas ele continua sendo filho e deve ser sempre agradecido e rendido ao pai. Na verdade, qualquer avanço obtido pelo discípulo se deve à graça e ajuda do Guru.Nas escrituras encontramos diversas afirmações que dizem que ninguém poderá chegar à perfeição da vida espiritual e alcançar Krishna-prema, amor por Deus, sem se manter subordinado ao Guru. É o Guru que gradativamente vai ajudando o discípulo a se tornar pleno de consciência de Krishna e vai dissipando a escuridão da ignorância e a ilusão de Maya. É somente através do Guru que o discípulo consegue despertar seu eterno relacionamento com Sri Krishna, a Suprema Personalidade de Deus, coroando sua vida de bem-aventurança e júbilo.


Este texto encontra-se no link http://diariocmsw.blog.uol.com.br/index.html . Dê uma "passadinha" por lá. Obrigado.




-Todas as glórias a Srila Prabhupada!




Texto: Chandramukha Swami

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O Melhor Entre os Mahatmas



Por Bir Krishna Prabhu (DVS), Facilitador do Instituto Bhaktivedanta para Auto-Realização – IBAR. Uberaba, MG. 20/08/2007.

Eu pessoalmente, e direi em boa gíria carioca: “e toda torcida do flamengo”, isto é, a grande maioria da humanidade, paira nas duas primeiras categorias, artha e artha-arthi. Talvez não seu caso e você possa ter uma motivação mais nobre. Mas não se aflija se ainda sua e a minha motivação são pequenas e mesquinhas, pois o Senhor mesmo assim nos aceita como mahatmas. Isso não é maravilhoso? Recebemos esse mérito porque nos dirigimos à pessoa certa, o Senhor é o amigo, protetor, e proprietário de todas as coisas neste mundo. Para elevar nossas pequenas motivações e impulsionar-nos ao auto-aperfeiçoamento, o Senhor orienta:

artha – o aflito, isto é, aquele que devido à árdua luta pela sobrevivência encontra-se pressionado por algum motivo qualquer e encontra-se em apuros;

artha-arthi – aquele que deseja ganho material, amealhar riquezas;

jijnasuh – o inquisitivo, aquele que quer saber de onde veio, qual deva ser sua ocupação mais urgente neste mundo e por fim para onde vai após a morte;

jnani – o que conhece as coisas como elas são, isto é busca conhecer o Senhor Krishna e Suas potências, bem como qual a sua relação com o Senhor.

Eu pessoalmente, e direi em boa gíria carioca: “e toda torcida do flamengo”, isto é, a grande maioria da humanidade, paira nas duas primeiras categorias, artha e artha-arthi. Talvez não seja verdade, e você tem uma motivação mais nobre. Mas não se aflija se ainda sua e a minha motivação sejam pequenas e mesquinhas, pois o Senhor nos aceita como mahatmas. Isso não é maravilhoso? Recebemos esse mérito porque nos dirigimos à pessoa certa, o Senhor é o amigo, protetor, e proprietário de todas as coisas neste mundo. Para elevar nossas pequenas motivações e impulsionar-nos ao auto-aperfeiçoamento, o Senhor orienta:

tesam jnani nitya-yukta
eka-bhaktir visisyate
priyo hi jnanino tyartham
aham sa ca mama priyah

udarah sarva evaite
jnani tv atmaiva me matam
asthitah sa hi yuktatma
mam evanuttamam gatim
(Bg. 7. 17-18)

“Destes, aquele que tem conhecimento pleno e está sempre ocupado em serviço devocional puro é o melhor. Pois Eu lhe sou muito querido, e ele Me é muito querido. Todos esses devotos são sem duvida almas magnânimas, mas aquele que cultiva conhecimento acerca de Mim, Eu o considero como sendo tal qual Eu mesmo. Ocupando-se em Me prestar serviço transcendental, ele com certeza Me alcançará, e esta é a meta mais elevada e perfeita”.

Para concluir, vejamos porque o cultivo do conhecimento é tão crucial e importante. Srila Prabhupada explica isso da seguinte forma: “Ao buscar conhecimento, a pessoa passa a entender que o eu é diferente do corpo material e, ao continuar seu avanço, ela chega ao conhecimento acerco do Brahmam impessoal (o aspecto do Senhor como eternidade), e do Paramatma (o aspecto localizado do Senhor no coração de cada entidade viva). Ao purificar-se por completo, ela compreende que em sua posição constitucional, é um servo eterno de Deus. Assim, pela associação com os devotos puros, o inquisitivo, o aflito, o buscador de melhoria material e o homem em conhecimento todos se purificam”. Querido leitor, portanto, recorra ao Bhagavad-gita e o conhecimento lhe será dado. Krishna é conhecimento. Não há diferença entre o Senhor e o Bhagavad-gita.



HARE KRISHNA

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Como apresentar Krsna sem ser agressivo?


Todas às glórias a Sri Sri Guru e Gauranga!
Todas às glórias aos devotos e devotas reunidos!
Todas às glórias a Srila Prabhupada!

Queridos vaisnavas e vaisnavis, por favor, aceitem minhas reverências.

Hoje (01/08/07), presenciei um fato curioso, interessante e ao mesmo tempo lamentável. Digo lamentável pela forma como se desenvolveu.
Estava em um ônibus na rodoviária em Brasília, e de repente surgiu um senhor já de cabelos brancos, como várias folhas de papel com algo impresso. Quanto este adentrou ao ônibus, havia uma senhora com um terço na mão fazendo suas orações. O senhor indignou-se com a cena e de pronto começou a gritar que o “mal do planeta eram os católicos apostólicos romanos”. Ele encheu-se de ira de tal maneira que ele literalmente babava sobre a senhora assustada.
Ele então começou a gritar mais alto dizendo: - Vocês mataram Jesus! Vocês mataram! Vocês o mataram, agora estão entregando a humanidade nas mãos dos muçulmanos. Os muçulmanos estão cada dia mais tomando conta do planeta acompanhados pelo espiritismo.
Eu pensei comigo mesmo: - Krsna! Como ele pode agredir assim às pessoas, ofendendo a religião de outrem. No momento, lembrei-me de uma aula de Srila Hridayananda Maharaja, sobre o cristianismo, onde ele diz que chegou a hora de desafiarmos e desmascararmos alguns pontos falhos do cristianismo. Porém, ele diz: -“ Sem ofendermos a religião das pessoas. Tudo isso, de uma forma filosófica, porque o que o mundo não precisa é de mais uma religião hipócrita”.
Lembrei-me também, que Gurudeva, em uma aula dada no Rio de Janeiro, conta um passatempo que ChandraMukha Swmi havia lhe contado sobre um devoto que distribuía livros sem autorização dentro de um auditório, onde havia uma conferência.
Fiquei ali conjecturando, ponderei bastante sobre o que se passava naquele momento. Eu disse: - Meu DEUS! Esse senhor acaba de ofender três correntes religiosas para afirmar a sua religião (teoria religiosa).
Então, como poderemos nós vaisnavas, apresentarmos KRSNA sem sermos ofensores ou ofensivos?
Como faremos? Devemos seguir um modelo padrão? Devemos seguir um modelo, e cada um adaptar às suas necessidades?
Vejo que temos de ser um exemplo de conduta. E para sermos convincentes, retemos de praticar. E prática, significa seguir os acharyas anteriores.
Srila Prabhupada sempre dizia o que tinha de ser dito. Mesmo quando algum devoto interferia usando a eufemia, Srila Prabhupada ratificava dizendo que era aquilo mesmo que ele queria dizer.
Srila Prabhupada, no significado do verso 44, cap. 11 do BG, diz que Krsna tolera nossos abusos. Todavia, às pessoas em geral, não estão preparadas para tolerar nossos “abusos” e nem os próprios abusos. No significado dos versos 8-12 do cap. 13, Srila Prabhupada diz: - “Tolerância significa que a pessoa deve praticar a suportar o insulto e a desonra da parte de outras pessoas. E mais, simplicidade significa que, sem diplomacia, deve-se ser tão direto que se possa expor a verdade real até para um inimigo”.
No que tange a religião de um modo geral, vários fatores devem ser analisados. Por exemplo, cultura de um povo, sua formação e seus anseios.
Há poucos meses atrás, a Índia expulsou e fechou templos da IURD, por desrespeito a cultura e ofensas às crenças populares do país. Os pastores chamavam os deuses hindus de demônios e queriam promover à força a cultura cristã num país de cultura milenar. Foi a gota. Da mesma forma, nós devemos respeitar a cultura de um povo na hora de apresentarmos KRSNA. Isso, não significa que estamos empurrando goela abaixo a filosofia védica. A Srila Prabhupada nos diz que às pessoas estão muito ansiosas por serem famosas por sua religião. Se devemos evitar cometer este erro, devemos ser humildes. Ser humilde, segundo Srila Prabhupada, é tolerar.


Seu servo humilde,


Suvasa Dasa


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BG Cap. 5:18 Vidya-vinaya Sampane, Brahmane Gavi Hastini, Shuni Caiva Shvapake ca, Panditah sama-Darshinah

Felicidade e Sofrimento, de quem é a culpa?




  • Artigo excelente enviado por Krishna Mayi Devi Dasi

    Embora presente, junto com a laboriosa mente, dentro do corpo material, a Superalma não se ocupa em empreendimento algum, porque Ele já é dotado de iluminação transcendental. Agindo como amigo, Ele, de Sua posição transcendental, permanece apenas como testemunha. Eu, a alma espiritual infinitesimal, por outro lado, abracei esta mente, que é o espelho que reflete a imagem do mundo material. Dessa maneira, fiquei ocupado em desfrutar os objetos do desejo e estou enredado devido ao contato com os modos da natureza.


    Caridade, deveres prescritos, observância de princípio reguladores maiores e menores, ouvir as escrituras, obras piedosas e votos purificadores têm todos como objetivo final a sujeição da mente. De fato, a concentração da mente no Supremo é a yoga mais elevada.


    Se a mente está perfeitamente fixa e pacífica, dize-me então qual é a necessidade de se praticar caridade ritualística e outros rituais piedosos? E se a mente permanece descontrolada, perdida em ignorância, então de que lhe servem essas ocupações?


    Todos os sentidos têm estado sob o controle da mente desde tempos imemoriais, e a própria mente nunca fica sob o domínio de nada mais. Ela é mais forte que o mais forte, e seu poder quase divino é assombroso. Logo, qualquer um que puder pôr a mente sob controle tornar-se o senhor de todos os sentidos.


    Sem conseguir dominar este inimido irreprimível, a mente, cujos impulosos são intoleráveis e que atormenta o coração, muitas pessoas estão completamente confusas e criam desavença inútil com os demais. Dessa forma, eles concluem que os outros são seus amigos, ou seus inimigos, ou pessoas indiferentes a eles.


    Pessoas que se identificam com este corpo, que é apenas o produto da mente material, estão cegas em sua inteligência, pensando em termos de "eu" e "meu". Devido a sua consideração ilusória de que "este sou eu, mas aqueles são os outros", eles vagueiam na escuridão perpétua.


    Caso digas que essas pessoas são a causa de minha felicidade e sofrimento, então onde se encaixa a alma nesta concepção? Esta felicidade e sofrimento não pertencem à alma, mas às interações dos corpos materiais. Se alguém morde a língua com os próprios dentes, com quem ele pode se irar em seu sofrimento?


    Se dizes que os semideuses que controlam os sentidos físicos causam sofrimento, ainda assim, como se pode aplicar tal sofrimento à alma espiritual? Este ato de agir e sofrer ação são meras interações dos sentidos mutáveis e de suas deidades governantes. Quando um membro do corpo ataca outro, com quem pode o indivíduo que está neste corpo ficar zangado?


    Se a própria alma fosse causa de felicidade e sofrimento, então não poderíamos culpar os outros, já que felicidade e sofrimento seriam simplesmente a natureza da alma. De acordo com essa teoria, nada exceto a alma existe de fato, e se percebêssemos algo além da alma, isso seria ilusão. Portanto, visto que felicidade e sofrimento não existem de fato nessa concepção, porque se zangar consigo ou com outros?


    E se examinarmos a hipótese de que os planetas são a causa imediata do sofrimento e felicidade, então também onde está arelação com a alma, que é eterna? Afinal, o efeito dos planetas aplica-se apenas a coisas que nasceram. Além disso, astrólogos peritos explicaram que os planetas só causam dor uns aos outros. Portanto, visto que a entidade viva é distinta desses planetas e do corpo material, contra quem deve ela dasabafar sua ira?


    Se aceitamos como hipótese que o trabalho fruitivo é a causa de felicidade e sofrimento, ainda assim não estamos lidando com a alma. A idéia de trabalho material surge quando há um agente espiritual que é consciente e um corpo material que sofre a transformação de felicidade e sofrimento como reação a tal trabalho. Visto que não tem vida, o corpo não pode ser o verdadeiro receptor de felicidade e sofrimento, nem pode a alma, que em última análise é completamente espiritual e à parte do corpo material. Porque o karma não tem, então, nenhum fundamento último nem no corpo nem na alma, com quem a pessoa pode se zangar?


    Se aceitamos o tempo como causa de felicidade e sofrimento, esta experiência ainda não pode se aplicar à alma espiritual, pois o tempo é uma manifestação da potência espiritual do Senhor e as entidades vivas também são expansões da potência espiritual do Senhor manifestas através do tempo. Decerto fogo não queima suas próprias chamas ou centelhas, nem o frio danifica seus próprios flocos de neve ou granizo. De fato, a alma espiritual é transcendental e está além da experiência da felicidade e sofrimento materiais. Com quem pois a pessoa deve se zangar?


    O falso ego dá forma à existência material ilusória e assim experimenta felicidade e sofrimento materiais. A alma espiritual, todavia, é transcendental à natureza material; ela jamais pode ser de fato afetada pela felicidade e sofrimento materiais em qualquer lugar, sob quaisquer circunstâncias ou por intermédio de qualquer pessoa. Quem compreende isso não tem absolutamente nada a temer da criação material.


    Cruzarei o intransponível oceano de ignorância, fixando-me firmemente no serviço aos pés de lótus de Krishna. Isto foi aprovado pelos acaryas anteriores, que estavam fixos em firme devoção pelo Senhor, Paramatma, a Suprema Personalidade de Deus.


    Srimad Bhagavatam 11. 23 (44 a 57)

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

A Doutrina de Sri Chaitanya


Todas as glórias a Śrīla Prabhupāda!
Todas as glórias a Śrī Śrī Guru e Gaurānga!
Extraído do livro "Bhaja Govindam"por Chandramukha Swami
“O Conhecimento Védico é realmente volumoso e contém uma variedade de obras védicas, que abarcam tanto o conhecimento material como o espiritual. Certamente, a essência do conhecimento védico é a auto-realização e a realização de Deus e, conforme a doutrina de Sri Chaitanya Mahaprabhu, estas duas realizações são simultaneamente uma e diferentes.
A essência do Vedanta é apresentada por Sri Chaitanya em Sua doutrina conhecida como achintya-bhedabheda-tattva : a Verdade Absoluta é simultaneamente igual e diferente da Sua criação.
Toda criação é simultaneamente Deus e também não é Deus. Sob a forma de Sua expansão energética, ela é Deus, mas porque a Personalidade de Deus situa-se à parte de Sua criação, ela não é Deus. Em outras palavras, tudo não passa de uma emanação de Deus e de Sua energia.
Basicamente existem três tipos de energias do Senhor: a energia material (constituída de terra, água, fogo, ar, éter, mente, inteligência e ego falso); a energia marginal (ou os seres vivos que se tornaram encobertos por esta energia material); e a energia espiritual ou interna de Deus (que manifesta o céu espiritual muito além de nossa visão).
Por carregar o calor e luminosidade do sol, a luz do sol é uma extensão do sol e, num sentido, é também considerada como sendo o próprio Sol. De modo semelhante, todas as energias são extensões de Deus. Isto significa que, como Sua extensão, elas são Deus também, mas simultaneamente não são Deus, por que Ele existe à parte de Suas energias. Como o próprio Senhor declara no Bhagavad-gita (9.4):
maya tatam idam sarvam, jagad avyakta murtina mat sthani sarva bhutani, na caham tesv avasthitah.
"Em Minha forma imanifesta (paramatma) Eu penetro todo este universo. Todos os seres estão em Mim (brahmajyoti), mas Eu (bhagavan) não estou neles".- Bhagavad-gita 9.4
Desse modo, as entidades vivas são unas com Deus em qualidade espiritual, mas são diferentes d'Ele. Ele é o Todo Completo, e a entidade viva é Sua parte e parcela, minúscula em quantidade. A Verdade Absoluta é compreendida em três estágios como Brahman, Paramatma, e Bhagavan. É bem conhecido que as escrituras védicas pregam que Brahman é a grande Verdade. Mas não é tão conhecido (especialmente no ocidente) que Brahman é somente o estágio inicial de auto-realização. Realização do Brahman significa compreender que nosso eu é uma partícula minúscula de energia transcendental do Senhor, que está existindo dentro de um corpo material.
O corpo material é feito de energias grosseiras; terra, água, fogo, ar e éter; e de energias sutis: mente, inteligência e ego falso. O eu (que é consciente) na verdade nada tem haver com estas coberturas grosseiras e sutis. O corpo material é cheio de designações, tais como, "Sou negro", "Sou branco", "Sou chinês", "Sou americano", "Sou rico", "Sou triste", "Sou um ser humano", "Sou um cachorro", "Sou um anjo", etc. Isso tudo não passa de fachada externa. Todas as entidades vivas estão iludidas por maya (ou ilusão) levando-as a pensar que "Eu sou este corpo". Na verdade, o eu é a alma consciente dentro do corpo. O eu é Brahman, espírito eterno. De uma maneira ou de outra, a alma caiu no mundo material e está passando pelas dores do corpo e da mente.
Ela está falsamente se identificando com o corpo e a mente, pensando que está sofrendo as dores do nascimento, velhice, doença e morte. A alma, portanto, está reencarnando de um corpo para outro, criando uma civilização iludida voltada para satisfazer os sentidos materiais temporários, enquanto que o eu real está adormecido lá dentro. Pela prática do desapego, pela meditação filosófica e por mantermo-nos indiferentes à energia material, podemos chegar a realizar Brahman e compreender nossa identidade espiritual eterna, à parte da cobertura do corpo e da mente. Assim situado transcendentalmente, nosso eu pode progredir ao próximo estágio de auto-realização, a compreensão de Paramatma.
Uma alma auto-realizada deve pensar: "Qual a natureza, o dever ou a atividade do verdadeiro eu espiritual?" Segundo a literatura Védica, o eu é uma partícula minúscula do Eu Supremo, o Todo Completo; portanto, sua função é cooperar com o Todo Completo. Quando a alma auto-realizada entra dentro de si e aproxima-se da Alma Suprema, a Alma Suprema pode manifestar-se dentro do coração do eu individual.
A expansão de Deus que está dentro do coração de todos seres vivos e, ao mesmo tempo, dentro de cada átomo da criação, é conhecida como Paramatma, ou Vishnu. Conforme declarado no Bhagavad-gita (18.61), isvarah sarva-bhutanam, hrid-deshe'rjuna tisthati : "O Senhor Supremo está sentado dentro do coração de todos os seres vivos e está dirigindo suas andanças pelo universo". Também se afirma nos Upanishads: dva suparna sayujya sakhaya : o Senhor acompanha os seres vivos em sua jornada pelo mundo material, encorajando-os a olhar para dentro e buscar Deus. Desse modo, d hyanavasthita tad gatena, manasa pasyati yam yoginah : a forma Vishnu do Senhor dentro do coração é a meta verdadeira da meditação.
Primeiramente, auto-realização significa compreender nossa natureza eterna, espiritual, divina. No próximo estágio, realizamos que o eu é uma parte e parcela minúscula do Senhor Supremo. Assim como a alma individual tem forma e personalidade, semelhantemente o Todo Completo, a Verdade Absoluta, também tem forma e personalidade. É um conceito errôneo pensar que a auto-realização consista em abandonar nossa identidade.
Possuímos uma identidade espiritual eterna. Precisamos simplesmente aprender a deixar esta identidade temporária, designada corporalmente. Por apreciar nossa identidade espiritual e também a grandeza da Identidade Suprema e realizá-lO dentro de nosso coração, podemos avançar ao estágio mais elevado de realização.
Este estágio mais elevado de realização é a realização da forma suprema do Senhor Supremo, a fonte de todas energias. D'Ele emanam todas as energias materiais e espirituais e é dEle que nos expandimos, d'Ele Se expandem as formas Vishnu do Senhor e dEle Se expandem todas encarnações do Senhor que agraciaram este planeta através da história. O Senhor Brahma explica no Brahma-samhita:
isvarah paramah krishnah, sac-cid-ananda vigrahah anadir adir govinda, sarva karana karanam
"A Suprema Personalidade de Deus é Krishna. Ele possui uma forma eterna de êxtase e conhecimento. Ele não possui origem, mas é a origem de tudo, a causa de todas causas".
O Senhor Brahma continua explicando o Senhor Supremo assim, venum kvanantam aravinda-dalayataksham : "Ele é de uma cor espiritual azul, estando de pé no céu espiritual na Sua forma curvada em três pontos, tocando Sua flauta, atraindo a todos por Sua beleza, poder, misericórdia, etc.". Esta forma pessoal do Senhor é conhecida como Krishna ou Govinda, que é a Pessoa Suprema de quem todas as religiões autênticas estão direta ou indiretamente se aproximando. Compreendê-lO e aproximar-se dEle numa relação devocional, num estado rendido, é a meta mais elevada da vida.
Compreender a Personalidade de Deus só é possível pela prática de bhakti-yoga, ou serviço devocional, conforme declarado no Bhagavad-gita (18.55), bhaktya mam abhijananti yavan yas chasmi tattvatah : "Somente pelo serviço devocional exclusivo Eu posso ser conhecido como sou".
Desapego, conhecimento e pensamento puro poderão ajudar-nos a compreender Brahman e a meditação pode-nos elevar até realizarmos Paramatma. Mas, somente o serviço devocional rendido pode elevar-nos à realização plenamente satisfatória e completa de nossa relação eterna com Deus.
A prática do serviço devocional é descrita especialmente no Srimad-Bhagavatam como sravanam-kirtanam vishnu smaranam, etc.: "Devemos nos ocupar em ouvir, cantar, meditar e adorar Vishnu ou Krishna". São práticas essenciais o estudo da literatura védica conforme dada pelos devotos puros de Krishna (não por especuladores mentais), adoração do Senhor na forma de Sua Deidade e glorificação do Senhor pelo canto de Seu Santo Nome. O melhor mantra para cantar, conforme ensinado nos Puranas e exemplificado por Sri Chaitanya Mahaprabhu, é o maha-mantra, o grande cantar da liberação:
Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare
Portanto, aqueles que desejam compreender a realidade a respeito de si próprios e a verdade sobre a vida devem ser justos e verazes, viver uma vida interna e externamente limpa e ocupar-se na verdadeira atividade da vida, a auto-realização espiritual. Auto-realização é plenamente manifestada na compreensão de que jivera svarupa haya, krishnera nitya dasa: "A entidade viva é a serva eterna de Krishna". Dedicando todas as atividades espirituais e materiais ao serviço de Krishna, servindo-O diretamente e cantando Seus nomes, chegaremos à perfeição da vida.”


Publicado por Anadi Devi

Lakshmi a eterna consorte de Krsna


Lakshmi a eterna consorte de Krsna


Vemos hoje que muitos estão se interessando pela adoração dos semideuses da antiga cultura védica. Entre os mais populares, estão o Senhor Shiva e o Senhor Ganesh, seu filho. Muitos também sentem-se atraídos pela adoração a Sri Lakshmi Devi, a Deusa da Fortuna. Todos essas pessoas, porém, sem dúvida muito bem intencionadas, estão agindo de forma incorreta, devido a um pobre fundo de conhecimento no assunto.O que precisamos entender é que os semideuses e Sri Lakshmi - que não é uma semideusa, mas sim a eterna consorte de Deus - não existem num vácuo e nem são figuras mitológicas. É preciso buscar nas escrituras reveladas védicas, em especial o Bhagavad-gita* e o Srimad Bhagavatam, o verdadeiro conhecimento que permitirá compreender não só quem são os semideuses, quem é Sri Lakshmi, como também quem é Deus, o que é esse universo, quem somos nós e qual o propósito da vida. Essas são perguntas fundamentais que todo ser inteligente, todo ser humano tem obrigação de se fazer.Ao estudarmos essas literaturas védicas, poderemos compreender que existe uma Suprema Personalidade de Deus, a Verdade Absoluta, a fonte de tudo e causa de todas as causas, o Senhor Sri Krishna. Deus tem um aspecto impessoal, tecnicamente conhecido como brahmajyoti, que permeia toda existência, mas Seu aspecto mais elevado é pessoal. Sendo assim, vemos através das escrituras e do mestre espiritual autêntico que Ele tem nomes, passatempos, esposas, amigos, servos, família, etc. De fato, toda essa criação material onde vivemos não passa de uma reflexão pervertida da real existência espiritual eterna e cheia de bem-aventurança e conhecimento, que existe no mundo espiritual. A diferença é que no mundo material falsamente nos achamos o centro das atividades, quando, na verdade, o centro de tudo é Deus, é Krishna.

A INSTRUÇÃO SUPREMA


Pérola 105. A INSTRUÇÃO SUPREMA (versos 63 a 65) de Chandra Mukha Swami


63. Assim, Eu lhe expliquei o conhecimento bem mais confidencial. Delibere sobre isto detidamente, e então faça o que você deseja fazer. 64. Porque você é Meu queridíssimo amigo, estou falando para você Minha instrução suprema, o mais confidencial de todos os conhecimentos. Ouça enquanto falo isto, pois é para seu benefício. 65. Pense sempre em Mim e converta-se em Meu devoto. Adore-Me e ofereça-Me suas homenagens. Assim, você virá a Mim impreterivelmente. Eu lhe prometo isto porque você é Meu amigo muito querido.O Senhor acabara de transmitir para Arjuna o conhecimento mais confidencial: simplesmente renda-se ao Senhor Supremo e alivie-se de todas as misérias causadas pela vida material. Na verdade, render-se ao Senhor é o interesse supremo de todo ser vivo, pois somente nesta posição de servo rendido ao Senhor, o ser vivo pode se situar numa condição de felicidade plena.Quem não está em consciência de Krishna está sempre ansioso na luta pela existência material. Tal pessoa é sempre arrastada pelo ego falso e, mesmo estando presa às leis materiais, julga-se independente e livre para tomar suas próprias decisões. Isto é ilusão. Mas, quando age em consciência de Krishna, o ser vivo se volta para seu melhor e verdadeiro amigo. Desse modo, o próprio Senhor Krishna atua diretamente como seu benquerente e toma conta de seu conforto em todos os aspectos. Como foi falado no final do Capítulo Seis, o devoto imaculado está sempre pensando em seu amo, o Senhor Krishna, dentro do coração. Por isso, ele mantém-se intimamente ligado ao Senhor. Este estágio no qual o devoto está sempre absorto em pensamentos sobre o Senhor de uma forma espontânea é a plataforma devocional mais elevada.

Suvasa Dasa

Sobre: Três Fases da Verdade AbsolutaSobre



Três Fases da Verdade Absoluta"


A Verdade Absoluta é percebida em três fases de entendimento, a saber, Brahman, ou o espírito onipenetrante impessoal; Paramatma, ou o aspecto do Supremo localizado dentro do coração de todas as entidades vivas; e Bhagavan, ou a Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Krishna. No Shrimad-Bhagavatam (1.2.11), esta concepção acerca da Verdade Absoluta recebe a seguinte explicação:"A Verdade Absoluta é percebida em três fases de entendimento pelo conhecedor da Verdade Absoluta, e todas elas são idênticas. Estas fases da Verdade Absoluta são expressas com Brahman, Paramatma e Bhagavan."Estes três aspectos divinos podem ser explicados pelo exemplo do Sol, que também tem três aspectos diferentes, a saber, o brilho do sol, a superfície do sol e o próprio planeta Sol. Quem estuda apenas o brilho do sol é um principiante. Quem entende a superfície do sol está mais adiantado. E aquele que pode entrar no planeta Sol é o mais elevado. Os estudantes comuns que se satisfazem com a simples compreensão do brilho do sol - sua penetração universal e a refulgência deslumbrante de sua natureza impessoal - podem ser comparados àqueles que podem entender apenas o aspecto Brahman da Verdade Absoluta. O estudante que obteve maior avanço pode conhecer o disco solar, e isto, comparativamente, equivale ao conhecimento do aspecto Paramatma da Verdade Absoluta. E o estudante que pode entrar no coração do planeta Sol é comparado àqueles que entendem as características pessoais da Suprema Verdade Absoluta. Portanto, os bhaktas, ou os transcendentalistas que compreenderam o aspecto Bhagavan da Verdade Absoluta, são os transcendentalistas mais elevados, embora todos os estudantes que se dediquem ao estudo da Verdade Absoluta estejam ocupados na mesma matéria. O brilho sol, o disco do sol e os assuntos internos do planeta Sol não podem ser separados um do outro, e, no entanto os estudantes das três diferentes fases não estão na mesma categoria." Bhagavad-gita 2.2
Suvasa Dasa

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Primeira Festa Sankirtana


Queridos devotos e amigos,
por favor, aceitem minhas humildes reverências!
Todas as glórias a Srila Prabhupada!

Gostaríamos de compartilhar com vocês também um pouco dos resultados auspiciosos que inundaram os corações de muitos devotos na semana passada. Para aumentar a curiosidade acesse nosso http://vrajablog.blogspot.com/ e veja as imagens adicionadas ao texto que se segue.

Para o prazer de Srila Prabhupada tivemos a:

Primeira Festa de Sankirtana

“Os livros são a base.”

Se compreendermos apropriadamente o aforismo de Srila Prabhupada "os livros são a base," então compreenderemos o significado da pregação. Pregação significa distribuição de livros, por que sem livros, ou sem pregação, não há fundamentos ou bases para se estabelecer a consciência de Krishna. Todas as atividades e programas devem visar primeiramente isto.


“My ambition is to spread these books far and wide all over the world so that everyone shall read at least one of our books and that will change his life. If only 1% become devotees, that will change the world.”
(Srila Prabhupada: Letter to Karandhara - 72-05-02)

Por este motivo é que estamos passando por um momento histórico dentro do movimento de Srila Prabhupada no Brasil. Depois de vários anos com poucos devotos pelas ruas distribuindo livros tivemos, graças a iniciativa de Chandramukha Swami que, juntamente com Chaitanya Gosai, Nitya Kishor Dasi e mais de quarenta devotos, o retorno deste grande sacrifício da era: sankirtana yajna, a transcendental distribuição dos livros de Srila Prabhupada. Foi a ‘Primeira Festa de Sankirtana’ que ocorreu de 21 a 29 de julho, tendo como abrigo o Ashram Vrajabhumi.

“Sometime in the year 1935 when His Divine Grace was staying at Radha- kunda, I went to see him from Bombay. At that time, he gave me many important instructions in regard to constructing temples and publishing books. He personally told me that publishing books is more important than constructing temples.”
(Srila Prabhupada)

Para os devotos que viram há anos o movimento incendiando o mundo com a revolução de sankirtana poder ver pessoas novas desejando jogar ghee no fogo do sacrifício foi muito inspirador. Foram mais de quarenta jovens de belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro que estiveram pelas ruas distribuindo a misericórdia do Senhor Caitanya através dos livros de Srila Prabhupada. Muitos deles estiveram pela primeira vez em sankirtana e adoraram poder sentir o néctar da distribuição de livros.


“The book sales are very encouraging, increasing, increasing. It is very good news. Thank you, I want this. Record selling is temporary. Even George Harrison's record sales do not continue for a long time. But, a book sold becomes a permanent matter for enjoyment. We read the scriptures again and again and it is still fresh. When there is time I go on reading my own books.”

(Srila Prabhupada: Letter to Hamsaduta das - 74-10-01)


Esta grande misericórdia foi derramada na última semana para muitas pessoas em Teresópolis, Petrópolis, Friburgo, Além Paraíba e demais cidades da região.


“You may organize your traveling party on the lines of a festival which moves from city to city, and if there is good field, a camp may be set up and you may carry on with our Hare Krishna Festival as long as there is good response. In this way, you may move from country to country as the weather permits. And you can equip yourselves to be completely self-sufficient sleeping, cooking, everything. This program is very very pleasing to me.”

(Srila Prabhupada: Letter to: Krishna das - 71-11-30)


É incrível poder ver o movimento de Srila Prabhupada se mostrando cada vez mais vivo. Sentimos que há cada vez mais vida fluindo na missão de Srila Prabhupada de salvar o mundo. E é exatamente isto que presenciamos pelas ruas de kali-yuga, centenas de pessoas se beneficiando pelo simples fato de levarem um exemplar da Bhagavad-gita ou outro livro. É muito místico e somente os devotos fieis de Srila Prabhupada podem entender e apreciar o significado desta transcendental atividade.

“Regarding your contemplating opening new centers, I have felt the pulse of your country and that is, that wherever we open a small branch it will develop. So now you have to train our men so that the possibility for such opening centers will be good. As soon as you have the qualified men then you can open a small branch. But the traveling part is most important, even more so than the new centers. The traveling sankirtana party must go on.”

(Srila Prabhupada: Letter to Jagadisa - 73-07-23)

Oramos a Sri Caitanya Mahaprabhbu para que este fogo continue incessantemente para o beneficio de todas as almas condicionadas.

Seu servo em consciência de Krishna,
Jayadvaita Das