Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

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Jagad Guru Srila Prabhupada

sábado, 20 de dezembro de 2008

INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO - KARMA

www.romapadaswami.com

INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO

Inquiries into the Absolute

Uma coleção de respostas intrigantes e motivadoras para o intelecto apresentadas por Sua Santidade Romapada Svami às questões levantadas por devotos acerca de variados tópicos espirituais.

9. Karma

9.2 Perguntas Gerais: Karma

9.2.19) O desapego dos Valores Morais é uma Maneira do Demônio Burlar Dharma e Karma?

Se a mesma perspectiva de “desapego” dos valores morais pode ser usada tanto por um demônio, como Kamsa justificando o matar dos filhos de Devaki, quanto por um avatara divino, é difícil aceitar que tal abordagem represente um princípio moral verdadeiro. O desapego é uma maneira do demônio burlar dharma e karma?

Não, um demônio não burla o karma por meio de desapego. Uma pessoa de natureza demoníaca possui a tendência de utilizar mal até mesmo a melhor filosofia. O comportamento de Kamsa é o exemplo típico de como o conhecimento pode ser perigoso nas mãos de um demônio. Entretanto, o abuso de um princípio não invalida o valor do princípio em si.

Arjuna também foi solicitado a se desapegar no matar de seu avô e de seu professor, mas isso a fim de servir à causa superior de cumprir à missão do Senhor Supremo. Uma vez que Deus é absoluto e igualmente misericordioso com todos, o que quer que Ele faça beneficia a todos. Deste modo, Ele está além de toda moralidade e de todas as regras, e o Seu ato de matar resulta na liberação daquela alma. A justificativa dada por Kamsa não é como o caso de Arjuna e Krsna.. Diferente do que acredita Kamsa, o verdadeiro princípio de moralidade para todos nós é aceitarmos as leis de Deus e, seguindo este princípio, podemos ser justos para com todos. Nós certamente temos de cultivar desapego, não para usarmos como uma desculpa na justificativa de nossos caprichos, mas para nos desapegarmos de nossas idéias independentes para que possamos, assim, ser instrumento do todo-benevolente Senhor Supremo, livres da intervenção de nossos autocentrados “gosto e não gosto”.

9.2.21) Acumulo de Punya por Meio da Adoração aos Semideuses

A pessoa pode obter mais do que ela está destinada a ter, especialmente através da adoração a semideuses? Prahlada Maharaja disse que felicidade e infelicidade materiais são fixas. Então, por que as pessoas obtêm imediatamente resultados quando começam a adorar semideuses? Esses resultados são extras em relação ao que elas estavam destinadas a receber? O que é destino, então? (Digest 25.4)

Pela execução de qualquer categoria de punya, a pessoa aumenta o seu direito de colher os frutos de sua própria piedade. A afirmação de Prahlada Maharaja não é contraditória ao fato dos adoradores de semideuses desfrutarem dos resultados advindos de sua adoração. Como escrito por você, sim, “esses resultados são extras em relação ao que eles estavam destinados a receber”. O “saldo de punya” anterior do adorador acabou de ser ampliado por meio de um “depósito”, e suas orações a fim de obter o benefício acabaram de reduzir o “saldo de punya” em virtude de seu considerável “saque bancário”.


Tradução de Bhagavan dasa (DvS)

INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO




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INDAGAÇÕES ACERCA DO ABSOLUTO
Inquiries into the Absolute
Uma coleção de respostas intrigantes e motivadoras para o intelecto apresentadas por Sua Santidade Romapada Svami às questões levantadas por devotos acerca de variados tópicos espirituais.
9. Karma
9.3. Por que coisas ruins acontecem a pessoas boas?
9.3.1) Por que Coisas Ruins Acontecem a Pessoas Boas?
Neste exato momento, eu não sei se acredito ou não em Deus. Tenho este sentimento por causa das recentes devastações do Tsunami. Eu não consigo entender bem como Deus/natureza pode destruir tantas vidas inocentes quando as pessoas não fizeram nenhum mau karma, mesmo que houvesse algumas poucas que tivessem feito mau karma. Também não consigo entender como tantas pessoas estavam destinadas a morrer no mesmo momento embora elas não tivessem nada em comum. (Digest 117.1)
As leis do karma são muito intrincadas. Com nossa percepção limitada, nós talvez não sejamos capazes de discernir a exata relação de causa e efeito em toda situação. Tanto escritural como logicamente, contudo, podemos concluir que toda reação pressupõe ações passadas. Nada nos trabalhos da natureza é acidental ou produto do acaso; se isso fosse aceito como a explicação alternativa a Deus, não explicaria muito de qualquer maneira.
De fato, muitos confrontaram essa dificuldade na tentativa de compreender ou explicar a dor e o sofrimento no mundo material – como um Deus onipotente e todo-amoroso pode permitir tamanho sofrimento? Mas as escrituras Védicas apresentam uma explicação muito consistente, que, quando compreendida apropriadamente, não permite que a pessoa se confunda ou tenha sua fé abalada em Deus diante de uma tragédia.
Embora a entidade vida seja verdadeiramente dependente de Deus tanto para a felicidade quanto para a aflição, Deus não é responsável por nenhuma das duas situações; nós somos. Sob a Sua sanção, nossas vidas são orquestradas por seres superiores, os semideuses, e cada um de nós recebe os frutos de nossas próprias ações pretéritas.
O karma pode ser individual ou pode ser coletivo, ou seja, reações experimentadas por toda uma comunidade ou por um grande segmento da sociedade. Atividades pecaminosas de grande escala realizadas pela sociedade, como matadouros organizados ou excessiva exploração da natureza, podem levar toda a sociedade a experimentar reações kármicas em massa na forma de guerras, epidemias e desastres naturais.
Superficialmente, parece que as centenas de vítimas do tsunami não tinham nada em comum; em virtude da complexidade do karma e do invisível orquestrar superior, todavia, eles tiveram de experimentar a mesma calamidade. Mas isso não é o fim; o destino futuro dessas almas é provavelmente diversificado: os mais piedosos entre eles irão alcançar destinações melhores, e, ainda melhor, aqueles que se refugiaram em Deus naquela calamitosa hora de teste certamente receberam Sua proteção pessoal.
Uma lição superior que podemos aprender desta experiência é que a natureza inerente a este mundo material que habitamos é caracterizada por calamidades inevitáveis. Krsna descreve este fato como “duhkhalayam asasvatam”, um lugar temporário repleto de misérias (Bg. 8.15); e o Srimad-Bhagavatam declara que este mundo é “um lugar onde há perigo a cada passo” (10.14.58). Existe, entretanto, um lugar além deste reino material, livre de toda ansiedade, e que é o nosso verdadeiro lar; e nossa meta deve ser retornar para tal morada.
Atente, por favor, ao fato de que o que dissemos aqui NÃO tem o fim de “deixar explicado” e friamente ignorar o sofrimento trágico de tantos sob o rótulo de “simplesmente o que mereciam”. Muito pelo contrário, aquele que compreende plenamente as leis do karma e a natureza espiritual do eu e é fiel a Deus sentirá naturalmente profunda compaixão pela grandeza do sofrimento em massa; e, provando deste sentimento, ele sentirá a necessidade de abrigar-se seriamente no Senhor e de encorajar outros a também fazê-lo, ciente de que essa é a única solução verdadeira.
Tradução de Bhagavan dasa (DvS)