Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami
Jagad Guru Srila Prabhupada

terça-feira, 31 de julho de 2007

Trinta razões para aceitar um Mestre Espiritual


Trinta razões para aceitar um Mestre Espiritual

01. Porque nossos sentidos são imperfeitos, e o mestre espiritual nos liga à realidade eterna.02. Porque temos a tendência de enganar aos outros, e o mestre espiritual sabe como chegar ao nosso coração e eliminar nossos defeitos, iluminando-nos sobre nosso verdadeiro interesse.03. Porque sem a misericórdia de um genuíno representante de Deus, estaríamos totalmente perdidos sob a influência da paixão e da ignorância.04. Porque Sri Krishna, a autoridade máxima dos Vedas, diz, no Bhagavad Gita (4.34): "Trata tão somente de aprender a verdade, socorrendo-te de um mestre espiritual. Faz-lhe perguntas de um modo submisso e presta-lhe serviço. As almas auto-realizadas podem te proporcionar conhecimento, porque conheceram a verdade.
05. Porque temos o defeito de errar e o mestre espiritual nos pode corrigir e proteger.06. Porque estamos sujeitos à ilusão de identificar o corpo e a mente como sendo o verdadeiro "Eu".07. Porque o mestre espiritual pode liberar-nos do karma (das reações de nossas ações no passado), o qual nos impede de progredir e impossibilita uma verdadeira vida espiritual.08. Porque através da rendição a um mestre espiritual genuíno, encontramos nosso verdadeiro Pai, amigo fraterno, guardião e exemplo a seguir.09. Porque o mestre espiritual pode responder a todas suas perguntas e esclarecer todas as suas dúvidas.10. Porque o mestre espiritual é dotado por Deus de poder para decidir qual é a vontade de Deus para você.11. Porque somente o mestre espiritual pode semear a semente do amor e o mantra em nosso coração.12. Porque refugiar-se sob a proteção de um mestre espiritual, implica em conquistar uma pessoa apta a velar por nosso bem. O mestre espiritual é comparado ao capitão de um navio (nosso corpo humano), que ele guia para cruzar o perigoso oceano da era do ferro.13. Porque um mestre espiritual autêntico nos liga com a Suprema Personalidade de Deus Sri Srishna, através de uma sucessão discipular (guru parampara); em outras palavras: um guru é sempre um discípulo de seu guru e o guru original é o próprio Deus.14. Porque sob a direção do mestre espiritual se pode estudar as escrituras reveladas e conhecer-lhes o significado, oculto para os leitores exclusivamente intelectuais.15. Porque o mestre espiritual nos instrui sobre como participar na adoração da divindade do Senhor Supremo, assim como na execução de sacrifícios e cerimônias védicas.16. Porque o mestre espiritual nos inicia como brahmanas. Pela misericórida do mestre espiritual, até uma pessoa de nascimento muito inferior pode receber a grande honra de ingressar no grupo daqueles que se dedicam desinteressadamente a ajudar aos demais.17. Porque, aceitando ao mestre espiritual, também nos tornamos parte de uma família espiritual cheia de amigos íntimos, festas extraordinárias, centros espirituais (ashrams) e divindades que são definidas pelo mestre espiritual.18. Porque o mestre espiritual entrega ao seu discípulo o mahamantra Hare Krishna-Hare Krishna- Krishna-Krishna-Hare-Hare-Hare Rama-Hare Rama Rama Rama Hare Hare. Ademais, o mestre espiritual ensina como entoar o mantra sem cometer ofensas, e qual é a atitude interior correta para obter êxito nas práticas do Bhakti yoga.19. Porque o adepto oferece sua comida a Deus através do mestre espiritual e também inicia todas as cerimônias sempre pedindo permissão ao mestre espiritual.20. Porque o mestre espiritual é um servidor confidencial do Senhor Supremo, e o serviço dos servidores dos servidores do Senhor é a perfeição em nossa escola transcendental.21. Porque o mestre espiritual ajuda a nos formarmos na vida como estudantes (Brahmacaris), como homens casados (Grhastas) e como renunciantes (Sannyasis).22. Porque, através da misericórdia de um meste espiritual genuíno, um mudo pode tornar-se um grande orador, um coxo pode transpor montanhas e um pecador pode tornar-se um servidor de Deus.23. Porque o mestre espiritual nos instrui sobre como nos liberarmos dos repetidos nascimentos e mortes. Ele nos mostra como pensar em Deus a cada momento. Quem pensa em Deus no momento da morte, é liberado da próxima reencarnação e alcança o mundo espiritual.24. Porque o mestre espiritual é um iniciado na ciência do Bhakti yoga e da meditação. Ele revela esta ciência a seus discípulos sinceros.25. Porque o mestre espiritual nos salva do materialismo, inspirando-nos a viver uma vida simples com pensamentos elevados.26. Porque o mestre espiritual nos ajuda a vencer os três caminhos do inferno: a luxúria, a ira e a cobiça.27. Porque um mestre espiritual não especula. Ele mostra a verdade evidenciada nas escrituras sagradas, com base no que lhe ensinou seu próprio Guru e também na confirmação de almas avançadas no processo.28. Porque o mestre espiritual não impõe a verdade. Ele expõe suas instruções e somente quando desperte em nossos corações o agradecimento e o desejo de servir a Deus, através do serviço a este mestre espiritual, estaremos aptos a lhe pedir a iniciação.29. Porque o mestre espiritual introduz pureza em nossa vida. Ele nos instrui a seguir estritamente as seguintes normas:a) Tornarmo-nos vegetarianos. Não comer mais carne, frango, ovos, nem peixe; não comer alho nem cebola e evitar em nossa vida todos os produtos vinculados com a matança de animais.b) Deixar todo tipo de estimulantes, como: drogas, álcool, cigarros, café, chá, etc.c) Não participar de jogos de azar, nem de jogos que fazem perder o valioso tempo da vida humana.d) Não manter relações sexuais fora do matrimônio, inclusive dentro do mesmo sexo. O sexo deve ser empregado unicamente para a procriação sagrada, como Krishna indicou no Bhagavad Gita.e) Não ganhar dinheiro para fins egoístas.f) Atuar sempre sob conselhos de um devoto avançado.g) Comer somente comida oferecida em seu altar.h) Cantar cuidadosamente os mantras que recebemos do mestre espiritual.i) Estudar os livros sagrados diariamente.j) Associar-se somente a pessoas que buscam a verdade.30. Porque um mestre espiritual é como um pai, que nos perdoa, o qual roga a Deus por nós. Ele é mais misericordioso que o próprio Deus, pois ele é enviado por Deus para cuidar de cada um de seus discípulos.
Apegar-se fortemente ao mestre espiritual e aos devotos do Senhor, ajuda-nos a ser entusiastas, determinados e pacientes na vida espiritual. Este apego nos protege das muitas tentações do mundo material. Quando existe amor, não se quer que a pessoa amada sinta-se mal. Assim, o apego espiritual faz com que seja impossível cair de volta às ilusões pecaminosas.
Sripada Swamiji Bhakti Raghava Muni Maharaja

Trinta razões para aceitar um Mestre Espiritual

quinta-feira, 26 de julho de 2007

A Origem do Movimento Hare Krisna


A Origem do Movimento Hare Krishna


Baseado na Introdução do Srimad-Bhagavatam escrita por सृला Prabhupada


Ο Senhor Sri Caitanya Mahaprabhu, ο grande apóstolo do amor a Deus e ο pai do canto congregacional do santo nome do Senhor, apareceu em Sridhama Mayapura, um recanto da cidade de Navadvipa na Bengala, na noite de Phalguni Purnima do ano de 1407 Sakabda (correspondente a fevereiro de 1486 pelo calendário cristão).
Pela vontade do Senhor que houve um eclipse lunar naquela noite. Durante as horas do eclipse, ο público hindu costumava tomar banho no Ganges ou em qualquer outro rio sagrado e cantar os mantras védicos de purificação. Quando ο Senhor Caitanya nasceu, durante ο eclipse lunar, toda a Índia estrugia com ο som sagrado de Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare. Estes dezesseis nomes do Senhor são mencionados em muitos Puranas e Upanisads, e são descritos como ο Taraka-brahma nama desta era. É recomendado nos sastras que ο cantar inofensivo destes santos nomes do Senhor pode libertar uma alma caída do cativeiro material. Há inumeráveis nomes do Senhor tanto na Índia quanto fora da Índia, e todos eles são igualmente bons porque todos eles indicam a Suprema Personalidade de Deus. Mas, por estes dezesseis nomes serem recomendados especialmente para esta era, as pessoas devem tirar proveito deles e trilhar ο caminho dos grandes acaryas que alcançaram ο sucesso praticando as regras dos sastras (escrituras reveladas).
Esta ocorrência simultânea do aparecimento do Senhor e do eclipse lunar indicava a missão distintiva do Senhor. Esta missão consistia em pregar a importância de cantar os santos nomes do Senhor nesta era de Κali (desavença). Na era atual, briga-se até por ninharias, e por isso os sastras recomendam para esta era uma plataforma comum de auto-realização, a saber, ο canto dos santos nomes do Senhor. As pessoas poderão promover encontros para glorificar ο Senhor em suas respectivas línguas e com canções melodiosas, e, se tais encontros forem feitos de maneira inofensiva, é certo que gradualmente os participantes alcançarão a perfeição espiritual sem ter que se submeter a métodos mais rigorosos. Em tais encontros, todos — os intelectuais e os ignorantes, os ricos e os pobres, os hindus e os muçulmanos, os ingleses e os indianos e os candalas e os brahmanas — poderao ouvir os sons transcendentais e, assim, limpar ο espelho do coração da poeira contaminante da matéria. Para confirmar a missão do Senhor, todas as pessoas do mundo aceitarão ο santo nome do Senhor como a plataforma comum para a religião universal da humanidade. Em outras palavras, ο advento do santo nome ocorreu juntamente com ο advento do Senhor Sri Caitanya Mahaprabhu.
Quando ο Senhor era ainda um neném de colo, Ele parava imediatamente de chorar assim que as senhoras à Sua volta cantavam os santos nomes e batiam palmas. Este incidente peculiar foi observado pelos vizinhos com respeito e veneração. Às vezes, as mocinhas sentiam prazer em fazer ο Senhor chorar para então fazê-lO parar, cantando ο santo nome. Destarte, desde Sua infância, ο Senhor começou a pregar a importância do santo nome.
Aos dezesseis anos ele ficou conhecido como o maior erudito de toda Índia, e era chamado de Nimai Pandita. Depois, então, ο Senhor casou-Se com grande pompa e alegria, e, por esta época, Ele começou a pregar ο canto congregacional do santo nome do Senhor em Navadvipa. Alguns dos brahmanas ficaram com inveja de Sua popularidade, e puseram muitos obstáculos em Seu caminho. Eram tão invejosos que por fim levaram a questão perante ο magistrado muçulmano de Navadvipa. Naquela época a Bengala era governada por Patanes, e ο governador da província era ο Nawab Hussain Shah. Ο magistrado muçulmano de Navadvipa levou a sério as queixas dos brahmanas, e a princípio advertiu os seguidores de Nimai Pandita a que nãο cantassem em voz alta ο nome de Ηari. Mas, ο Senhor Caitanya mandou que Seus seguidores desobedecessem às ordens do Kazi, e, como de costume, eles continuaram com seu grupo de sankirtana (canto).
Ο magistrado, então, mandou policiais que interromperam ο sankirtana e quebraram algumas das mridangas (tambores). Quando Nimai Pandita ouviu falar deste incidente, Ele organizou um partido de desobediência civil. Ele é ο pioneiro do movimento de desobediência civil na Índia em prol de causas justas. Organizou uma procissão de cem mil homens com milhares de mridangas e karatalas (címbalos de mão), e esta procissão passou pelas ruas de Navadvipa em desafio ao Kazi que havia baixado a proibição. Finalmente a procissão chegou à casa do Kazi, ο qual subiu as escadas com medo da massa popular. A grande multidão reunida em frente à casa do Kazi revelava uma disposição agressiva, mas ο Senhor mandou que eles ficassem pacíficos. Nessa altura, ο Kazi desceu da casa e tentou apaziguar ο Senhor, chamando-Ο de sobrinho. Ele assinalou que Nilambara Cakravarti chamava-o de tio, e, conseqüentemente, Srimati Sacidevi, a mãe de Nimai Pandita, era sua irmã. Ele perguntou ao Senhor se ο filho de sua irmã poderia ficar zangado com Seu tio materno, e ο Senhor respondeu que, uma vez que ο Kazi era Seu tio materno, ele devia receber seu sobrinho bem em casa. Dessa maneira, os dois sábios eruditos chegaram a um acordo, e em seguida começaram uma longa discussão sobre ο Alcorão e os sastras hindus. Ο Senhor levantou a questão da matança de vacas, e ο Kazi respondeu-Lhe devidamente, referindo-se ao Alcorão. Por sua vez, ο Kazi também questionou ο Senhor acerca do sacrifício de vacas nos Vedas, e ο Senhor respondeu que este sacrifício que é mencionado nos Vedas não é realmente matança de vacas. Neste sacrifício, um touro ou uma vaca velha era sacrificado para receber nova vida através do poder de mantras védicos. Mas, na Κali-yuga, esses sacrifícios de vacas são proibidos porque não há brahmanas qualificados capazes de conduzir tal sacrifício. De fato, na ΚaΙi-yuga todos os yajnas (sacrifίcios) são proibidos porque são tentativas inúteis feitas por homens ignorantes. Na Kali-yuga, somente ο sankirtana yajna é recomendado para todos os propósitos práticos. Falando assim, ο Senhor finalmente convenceu ο Kazi, que se tornou seguidor do Senhor. A partir desse dia, ο Kazi declarou que ninguém deveria impedir ο movimento sankirtana inaugurado pelo Senhor, e deixou esta ordem em seu testamento para ο conhecimento de seus descendentes. Ο túmulo do Kazi ainda existe na área de Navadvipa, e os peregrinos hindus vão ali prestar-lhe seus respeitos. Os descendentes do Kazi ainda moram nesta região, e nunca se opuseram ao sankirtana, mesmo durante os dias de tumulto entre hindus e muçulmanos.
Após este incidente, ο Senhor começou a pregar e propagar Seu Bhagavata-dharma, ou movimento sankirtana, mais vigorosamente. Ele costumava mandar diariamente todos os Seus seguidores, incluindo Srila Nityananda Prabhu e Thakura Haridasa, dois membros principais de Seu grupo, de porta em porta para pregar ο Srimad-Bhagavatam, essa ciência espiritual da consciência de Krishna.
Certa vez, Nityananda Prabhu e Srila Haridasa Thakura estavam andando por uma rua principal, e, no caminho, depararam com uma multidão em tumulto. Indagando de transeuntes, ficaram sabendo que dois irmãos, chamados Jagai e Madhai, estavam provocando distúrbio público em estado de embriaguez. Ficaram informados, também, que estes dois irmãos haviam nascido em uma respeitável família de brahmaŠas, mas, por causa de más companhias, tinham se transformado em libertinos da pior espécie. Eles não eram apenas beberrões, mas também comedores de carne, caçadores de mulheres, ladrões e pecadores da pior espécie. Srila Nityananda Prabhu inteirou-Se de todas essas histórias e decidiu que estas duas almas caídas teriam de ser as primeiras a serem salvas. Com efeito, se fossem libertados de sua vida pecaminosa, redundaria daí maior glória do bom nome do Senhor Caitanya. Pensando dessa maneira, Nityananda Prabhu e Haridasa abriram caminho no meio da multidão e pediram aos dois irmãos que cantassem os santos nomes do Senhor Hari. Os dois bêbados enfureceram-se com este pedido e atacaram Nityananda Prabhu, dizendo palavrões. Ambos os irmãos perseguiram-nos por uma distância considerável. À noite, foi apresentado ao Senhor ο relatório do trabalho de pregação, e Ele ficou contente ao saber que Nityananda e Haridasa tinham tentado salvar dois sujeitos tão estúpidos.
No dia seguinte, Nityananda Prabhu foi ver os irmãos, e assim que Se aproximou deles, um deles atirou-Lhe um caco de pote de barro. Este caco de barro feriu-Ο na testa, e imediatamente começou a jorrar sangue. Nityananda Prabhu, bondoso como era, em vez de protestar contra este ato abominável, disse: “Não Me importa que tenhais atirado esta pedra em Mim. Ainda assim, peço-vos que canteis ο santo nome do Senhor Hari."
Um dos irmãos, Jagai, surpreendeu-se ao ver esta atitude de Nityananda Prabhu, e caiu imediatamente a Seus pés, pedindo-Lhe que perdoasse a seu irmão pecaminoso. Quando Madhai tentou novamente agredir Nityananda Prabhu, Jagai impediu-o e implorou-lhe que se lançasse a Seus pés. Enquanto isso, a notícia do ferimento de Nityananda chegava aos ouvidos do Senhor, que correu imediatamente para ο local, em atitude impetuosa e iracunda. Ο Senhor invocou imediatamente a Sua sudarsana cakra (a arma final do Senhor, que tem a forma de uma roda) para matar os pecadores, mas Nityananda Prabhu recordou-Lhe Sua missão. A missão do Senhor é salvar as almas desamparadamente caídas de Kali-yuga, e os irmãos Jagai e Madhai eram exemplos típicos de tais almas caídas. Noventa por cento da população desta era assemelha-se a estes irmãos, a despeito de bom nascimento e respeitabilidade mundana.
Certa vez, o grande sannyasi Mayavadi Prakasananda perguntou ao Senhor qual era ο motivo de Ele preferir ο movimento sankirtana a estudar ο Vedanta-sūtra. Prakasananda disse que é dever de um sannyasi ler ο Vedanta-sūtra. Que fez com que ο Senhor Se entregasse ao sankirtana?
Após esta pergunta, ο Senhor respondeu humildemente: —Eu aceitei ο movimento sankirtana ao em vez do estudo do Vedanta porque sou um grande tolo." Ο Senhor, assim, fez-Se passar por um dos inumeráveis tolos desta era que são absolutamente incapazes de estudar a filosofia Vedanta. A dedicação dos tolos ao estudo do Vedanta tem feito muitos estragos na sociedade. Ο Senhor continuou então: “Ε, por Eu ser um grande tolo, Meu mestre espiritual proibiu-Me de tocar na filosofia Vedanta. Ele disse que é melhor Eu cantar ο santo nome do Senhor, pois este canto Me libertará do cativeiro material.
"Nesta era de Kali, não há outra religião além da glorificação do Senhor proferindo Seu santo nome, e este é ο preceito de todas as escrituras reveladas. Ε Meu mestre espiritual ensinou-Me um sloka (do Brihan-naradiya Purana):
harer nama harer nama harer namaiva kevalamkalau nasty eva nasty eva nasty eva gatir anyatha
"De modo que por ordem de Meu mestre espiritual, Eu canto o santo nome de Ηari, e agora estou louco por este santo nome. Sempre que profiro ο santo nome Me esqueço de Mim Mesmo completamente, e às vezes dou gargalhadas, choro e danço como um louco. Eu achava que tinha realmente enlouquecido por este processo de cantar, e por isso perguntei a Meu mestre espiritual a respeito disto. Ele Me informou que este era ο verdadeiro efeito produzido por se cantar ο santo nome: uma emoção transcendental que é uma manifestação rara. Esta manifestação é ο sinal do amor a Deus, que é a meta última da vida. Ο amor a Deus é transcendental à liberação [mukti], e por conseguinte é chamado ο quinto estágio de compreensão espiritual, acima do estágio da liberação. Cantando-se ο santo nome de Krishna, atinge-se ο estágio de amor a Deus, e foi bom que por felicidade fui favorecido com esta bênção."
O Senhor Chaitanya é o próprio Krishna, Deus, e, portanto, nunca um tolo. Mas nós podemos seguir o exemplo misericordioso dEle e adotar com firme determinação o cantar dos santos nomes de Deus para atingir o objetivo último da vida: amor puro por Deus. Tudo está incluso no cantar de Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare / Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare. Precisamos apenas aceitar essa intemporal tradição que chega a nós através da linha de sucessão discipular vinda de Krishna e do Senhor Chaitanya.

Buscando o Nosso Verdadeiro Interesse



Buscando o Nosso Verdadeiro Interesse

É com muita satisfação que iniciamos o Instituto Bhaktivedanta de Estudos Vaishnavas. Para aqueles que ainda não estão familiarizados com as palavras sânscritas "bhaktivedanta" e "vaishnava", gostaríamos de apresentar os seus significados básicos. Podemos dividir a palavra "bhaktivedanta" em três: "bhakti", "veda" e "antah". "Antah" significa meta, finalidade ou objetivo, e a palavra "veda" significa "conhecimento verdadeiro". De modo que a palavra "vedanta" significa o conhecimento que nos leva a uma verdadeira conclusão, um conhecimento que tem um objetivo claro. E qual seria este objetivo? Isto é respondido no Srimad-Bhagavatam (7.5.31), o mais importante Purana, da seguinte maneira: svartha-gatim hi vishnum, a verdadeira meta da vida, ou nosso verdadeiro interesse é alcançar Vishnu, a Pessoa Suprema.
Além de ser de menor importância, qualquer interesse diferente de Vishnu é automaticamente satisfeito quando O alcançamos e harmonizamos nossa vida com Ele. Este é também o significado da palavra "vaishnava". Vaishnava é, portanto, a denominação dos seguidores de Vishnu, ou Krishna. Eles devotam suas atividades seguindo as instruções encontradas na Bhagavad-gita e, assim, agem com o propósito de alcançá-lO. "Bhakti" é a palavra que define esta devoção. Portanto, bhakti-yoga é o processo através do qual se purificam os sentidos, mente e inteligência através de práticas espirituais objetivas e se estabelece uma conexão direta com a Pessoa Suprema. Da palavra Vaishnava surge o Vaishnavismo, com sua teologia simultaneamente monista e dualista, conforme apresentado por Sri Chaitanya Mahaprabhu através da filosofia achintya-bhedabheda.
O Vaishnavismo defende que a Verdade Absoluta é Achintya, paradoxalmente pessoal e impessoal. Ou seja, Vishnu, Quem tudo permeia, é onipresente, e a energia cósmica é Sua manifestação divina. Entretanto, além deste aspecto impessoal, em última análise, Ele é a pessoa suprema e original. Acompanhado de Sri Lakshmi, a deusa da fortuna, Vishnu reside além das coberturas materiais do Universo e visita o mundo material a intervalos, quando aparece como um avatar, ou encarnação divina (Bhagavad-gita 4.7-8). O Vaishnavismo centraliza sua adoração não exclusivamente a Vishnu, mas também aos avataras, dos quais Krishna e Rama são os mais conhecidos.
O Vaishnavismo possui uma história antiqüíssima e recentemente foi propagado em especial pelos dois grandes acharyas, ou mestres, Ramanuja (1017 d.C.) e Madhva (1200 d.C.). Filosoficamente, o Vaishnavismo estende-se do dualismo (dvaita) de Madhva, passa pelo não-dualismo qualificado (vishistadvaita) de Ramanuja e encontra seu grande equilíbrio e síntese com Chaitanya Mahaprabhu (1486 d.C.). Além de demonstrar de forma prática Seus ensinamentos (que nada diferem dos ensinamentos de Sri Krishna na Bhagavad-gita), Mahaprabhu propaga que, apesar de qualitativamente iguais, Deus e as almas são por natureza distintos, e o verdadeiro destino das almas individuais é desenvolver bhakti pura por Deus, Vishnu, ou Krishna. Com isto, se alcança a morada eterna e transcendental.
O Senhor Chaitanya predisse que o Vaishnavismo assumiria proporções gigantescas e se espalharia por toda a Terra. De fato, nos meados dos anos sessenta, depois da chegada de Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami na América, o Vaishnavismo gradativamente ganhou o mundo todo. Devido ao seu esforço devocional, o acesso à Consciência de Krishna se tornou plenamente possível em praticamente todas as principais cidades. Agora, portanto, podemos encontrar Vaishnavas, ou devotos de Krishna, não apenas cantando alegremente nas ruas, mas interagindo com a sociedade em universidades, empresas, comércio etc.
Aos mais interessados na filosofia, queremos convidá-los para visitar o nosso menu principal e, no item FILOSOFIA, desfrutar dos textos que ajudarão na compreensão da Teologia Vaishnava, ou Consciência de Krishna como é mais conhecida. Estudando-a, a partir de perspectivas abrangentes, uma pessoa pode facilmente aplicá-la e, assim, aperfeiçoar diferentes aspectos externos e internos de sua vida. Na realidade, ao formarmos o IBEV e trabalharmos para disseminar uma filosofia espiritual autorizada, ambicionamos despertar nos nossos alunos a capacidade de analisar, interpretar e avaliar suas vidas, sempre levando em consideração a aplicação prática do conhecimento Vaishnava.

Essas Histórias revigoram nosso ânimo de viver!


Essas Histórias revigoram nosso ânimo de viver!Às vezes convivemos tantos anos com nossos irmãos espirituais, irmãs, sobrinhos, sobrinhas, etc... e pouco sabemos deles। Essas histórias nos aproximam e nos unem। Neste momento estou recebendo Drutakarma Prabhu em Campina Grande। Ele é um devoto muito humilde e sábio que tem feito uma excelente pregação para a missão de Prabhupada। Aqui ele está falando em inglês, mas, já está lendo em português com boa pronúncia e tudo। Hoje eu traduzi sua aula do Bhagavatam do Inglês para o português mas, ele leu o texto diretamente de nosso livro editado pela BBT Brasil। No começo do Movimento tive oportunidade de traduzir para o português muitos palestrantes em Inglês। O primeiro devoto que conheci era Americano, seu nome era Dhruvananda e, como eu era um estudante universitário engajado no movimento estudantil, consegui muitas palestras em faculdades, escolas de yoga e restaurantes macrobióticos। Depois que fui para NG eu praticamente não fiz mais nenhum serviço de tradução porque havia muitos devotos melhores que eu nesse serviço। Hoje, tive a oportunidade de prestar esse tipo de serviço de novo e me lembrei de uma coisa interessante, praticamente uma piada। Era fevereiro de 1978, um dia antes de Nityananda Mahotsava। Hridayananda Maharaja estava visitando o pequeno templo de Salvador e eu o recepcionava na melhor de minha condição como um devoto externo e dentista. Ele já sabia falar bom português, mas, sempre que tinha dúvida durante suas palestras, olhava para mim para confirmar e eu confirmava ou o corrigia. Fiquei mal acostumado... Um dado momento, Phanindra Prabhu, o presidente do templo pediu que eu fosse comprar as oferendas para a cerimônia de fogo de minha segunda iniciação bem como da primeira iniciação de Bhakta Sérgio. Enquanto eu me preparava para sair, Hridayananda Maharaja apareceu e me perguntou para onde eu ia. Um pouco tímido de revelar para que seriam as compras, eu lhe disse que eram para a primeira iniciação de Bhakta Sérgio, (hoje Sahadeva das). O momento histórico é relevante. Prabhupada havia deixado o planeta em novembro de 77 e os novos gurus ainda não estavam iniciando porque ainda não tinha acontecido a reunião do GBC que anualmente é realizada em Mayapur durante o festival de gaura purnima, onde o assunto da sucessão discipular de Prabhupada seria discutido. Eu havia recebido primeira iniciação em agosto de 77, dois meses antes de Prabhupada deixar o planeta. Então, para receber a segunda, havia uma situação inusitada. O presidente organizou tudo e também organizou a primeira iniciação de Sérgio, mas, não tinha consultado o Maharaja. Então HDG, falou em português: "- Iniciação? Não, eu não posso dar iniciação porque sou um patifo" Como eu estava mal acostumado em corrigir seus erros de português, disse, ali na frente de todo mundo: "- Patifo não Maharaja, patife." Então, com seu humor, muito familiar para nós brasileiros, Ele virou-se para todos e disse: "- Viram, ele concorda que eu seja um patife॥" Passei vergonha ali na frente de todo mundo, não sabendo o que falar ou fazer. Afinal, eu não tinha intimidade alguma com o Maharaja e não queria, obviamente, constrangê-lo. Já que eu disse que o momento histórico era relevante vou continuar o relato só para contribuir com meu testemunho. Phanindra, o presidente, interferiu e disse: "- Então pelo menos o senhor pode dar a segunda iniciação de Dhanvantari." Aí ele respondeu: " Ah, tudo bem. Segunda iniciação eu posso dar porque antes de Prabhupada deixar este mundo eu já estava iniciando discípulos para ele." Foi então que recebi a segunda iniciação no dia de Nityananda, um mês antes do gaura purnima de 1978 e ouvi o gayatri de Srila Prabhupada. Seu servo,


Dhanvantari Swami



quarta-feira, 18 de julho de 2007

Seguindo às instruções de Krsna


Todas às glórias a Sri Sri Guru e Gauranga!
Todas às glórias aos devotos e devotas reunidos!
Todas às glórias a Srila Prabhupada!


Seguindo às instruções de Krsna


Srila Prabhupada diz: “Às pessoas conscientes de Krsna nunca perderão nada por seguir as instruções de Krsna”. Seguindo assim estas instruções, viverão confortavelmente, sem nenhuma necessidade material, e tyaktva deham punar janma naiti (Bhagavad-Gita 4.9): depois de abandonar este corpo, irão diretamente a Deus, Krsna. “Esta é nossa forma de vida”.

Na Bhagavad-Gita, 3:21 Krsna diz:

Yad yad acarati shresthas
Tat tad evetaro janah
Sa yat pramanam kurute
Lokas tad anuvartate

“Os homens comuns seguem os passos de um grande homem, qualquer que seja a ação que este execute. E quaisquer que sejam as normas por ele estabelecidas por seus atos exemplares, são seguidas por todo o mundo”.

Srila Prabhupada nos informa no seu significado que: As pessoas em geral sempre requerem um líder que possa ensinar o público através do comportamento prático. E mais, o Senhr Caitanya disse que um mestre deve se comportar corretamente mesmo antes de começar a ensinar. O propósito da vida humana, conforme descrito nas escrituras, destina-se a compreender a causa última, ou seja, compreender Krsna. Srila Prabhupada complementa ainda dizendo que “os devotos aceitam que a causa última é realmente Krsna, porque esta conclusão é apoiada por toda a literatura védica e também pelo próprio Krsna, o qual afirma que aham sarvasya prabhavah:“Eu sou a fonte de tudo”.

Friedrich Nietzsche, no livro “Assim falou Zaratustra”, afirma que Deus está morto. Ele nos diz: Deus morreu: agora nós queremos que viva o Super-homem. Porém, este homem superado ou homem superior de Nietzsche, com todas às qualidades que lhe foi dada, apenas será um homem superior ou aryan, se ele estiver conectado com Deus. Caso contrário será como Srila Prabhupada diz: São todos uns néscios e sem-vergonhas preguiçosos vestidos como cavalheiros. Srila Prabhupada vai mais longe dizendo, “Krsna está no coração de todos, e Ele nos dar ordens. Assim sendo, Krsna pode ordenar paz e harmonia aos animais, às serpentes e a todo mundo”.

Sem Deus, creio ser impossível qualquer elevação ou superioridade do homem. Este homem proposto por Nietzsche, não chegou a realizar-se, haja vista que por si só, o homem sem Sraddha (fé), auto-intitulado, está fadado ao fracasso. Srila Hridayananda Maharaja, nos diz que Sraddha significa literalmente pôr o coração. E pôr o coração, significa entregar-se com total confiança.

Mas, como compreender tudo isso? Como podemos nos tornar homens superiores?
- Krsna Prema e Prema Bhakti, amor puro em serviço devocional, estes são o remédio. No significado do Srimad-Bhagavatam, 6º canto, cap. 04 verso 32, Prabhupada comenta que: “ Alguns dizem que o Absoluto não tem forma (nirakara), e outros afirmam que o Absoluto tem forma (sakara). Portanto, a palavra forma é o fator comum, embora alguns aceitem-na (asti ou astika), ao passo que outros tentem negá-la (nasti ou nastika). Já que considera a palavra “forma” (akara) o fator comum, o devoto oferece suas respeitosas reverências à forma, embora outros possam continuar duvidando se o Absoluto tem uma forma ou não.”
Srila Prabhupada diz que é muito difícil que uma pessoa afetada materialmente compreenda a natureza pessoal da Suprema Verdade Absoluta. As pessoas que estão apegadas à concepção corpórea de vida estão, tão absortas no materialismo, que lhes é quase impossível compreender que existe um corpo transcendental o qual é imperecível.

O próprio Krsna diz que vartmanuvartante manushyah partha sarvashah, todos os homens seguem Meu caminho em todos os aspectos, ó filho de Prtha. Jamais poderemos ser homens superados sem a presença de Deus. Temos todos que nos refugiar em bhakti marga, o caminho da devoção. Srila Prabhupada afirma que assim tudo ficará claro. Srila Madhvacarya diz que “os não-devotos, que são menos inteligentes, pensam que sua conclusão é definitiva, mas porque são inteiramente eruditos, os devotos podem entender que a Suprema Personalidade de Deus é a meta última.”


Seu servo humilde,

Suvasa Dasa

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BG Cap. 5:18 Vidya-vinaya Sampane, Brahmane Gavi Hastini, Shuni Caiva Shvapake ca, Panditah sama-Darshinah

quinta-feira, 12 de julho de 2007

A ARTE DE PREGAR


A ARTE DE PREGAR
Purushatraya Swami

Um tema que sempre surge nas conversas entre devotos é o comentário de que o crescimento de nosso movimento é muitíssimo lento, se compararmos com certos grupos religiosos de apelo mais popular ou outras correntes espiritualistas de moda. Todos, em geral, gostariam de ver os templos cheios de brahmacaris, congregações fortes e ativas e templos por toda parte. Nossa realidade é, no entanto, outra. As novas adesões ocorrem em doses homeopáticas. Entra ano, sai ano, estamos sempre vendo as mesmas caras. E, por falta de apoio maior, todo final de mês, os responsáveis de manter em dia os alugueis dos simples imóveis dos nossos templos chegam, às vezes, ao limite da capacidade de suportar as tremendas pressões psicológicas de se viver sempre no vermelho.
A consciência de Krishna é, sem dúvida, bem diferente das religiões convencionais. Estamos sempre buscando atingir pessoas normais e sãs, que, hoje em dia, são cada vez mais raras. Muitas dessas pessoas já têm suas “religiões” seculares, como vegetarianismo, ecologia, new age, hatta-yoga, etc. Outros são praticantes fanáticos dos prazeres sensuais e desdenham a espiritualidade. Vemos que as religiões que se especializaram em resgatar os desesperados, que estão no fundo do poço, estão com suas casa cheias e transformam-se em verdadeiros negócios empresariais.
Uma razão que afeta tremendamente a nossa pregação é o despreparo dos devotos em passar a mensagem da consciência de Krishna de uma maneira clara, sensata, inteligente e adequada ao tempo, lugar e circunstância.
Qualquer devoto deve estar sempre preparado para responder as perguntas. Ele deve individualmente pensar e meditar nos temas mais comuns que normalmente aparecem como perguntas de pessoas curiosas. Perguntas como: Quem é Krishna? O que o levou a tornar-se um devoto? etc., devem sempre estar “na ponta da língua”. A impressão que me dá ao ver a inaptidão dos devotos em responderem perguntas ao vivo na TV é que eles nunca pensaram sobre o assunto que estão sendo indagados publicamente. Esses segundos na TV são momentos preciosíssimos que não podem ser desperdiçados. Por outro lado, se a resposta do devoto for clara e natural, isso causa um impacto muito forte na audiência.
Essa inaptidão em se expressar parece ser uma característica bem brasileira. Nossa informalidade é interessante e simpática, mas tem certos momentos que não funciona e seu efeito é, em muitas ocasiões, contraproducente. É absolutamente necessário que aprendamos a nos dirigir corretamente ao público, com segurança e clareza. Uma vez, em Bombaim, no templo de Chowpati, eu dei uma palestra para um público de mais de mil pessoas. Minutos antes da palestra, um devoto veio até mim e me pediu que lhe desse alguns dados pessoais, no que ele anotou num papelzinho. Na hora da apresentação ao público, constatei que não era a mesma pessoa a quem tinha falado, mas um outro jovem brahmacari, que tinha o tal papelzinho nas mãos. Sua apresentação me surpreendeu. Ele nem sequer me conhecia, mas fez uma apresentação impecável em todos os sentidos. Outra ocasião, na África do Sul, fiquei impressionadíssimo com a apresentação pública de um devoto local. Era uma cerimônia depois do Ratha-yatra, com a presença de dois políticos importantes, membros do parlamento, e vários sannyasis. A maneira com que ele apresentou não ficou nada a desejar ao mais experiente apresentador do Jornal Nacional da TV Globo. Temos que nos aperfeiçoar nessa arte. O que tenho visto mesmo entre líderes e devotos seniores, com raras e louváveis exceções, são apresentações ao público pobres, cheias de trejeitos e cacoetes. Um devoto contou-me um fato que acontecera com ele. Depois de uma fala em público, um estrangeiro, que estava ainda aprendendo nosso idioma, chegou para ele e perguntou: O que é esse tal de “né” que você tanto fala?...
As horas que antecedem uma apresentação pública devem ser dedicadas à profunda concentração e preparação psicológica. O ser humano tem uma capacidade única de antever os acontecimentos. Ele pode “viver” em sua mente momentos que não aconteceram na realidade, mas tem toda a probabilidade de acontecerem no futuro próximo. Todo conferencista, por mais experiente que seja, projeta em sua mente a situação que ele vai viver. Ele condiciona sua fala às condições do local e características do público a que ele vai se dirigir. Ele está perfeitamente preparado para o que vai acontecer e então ficará bem à vontade e seguro. Dessa forma ele poderá expressar-se com toda naturalidade e passará sua mensagem com precisão e clareza.
Por outro lado, sem essa preparação, qualquer fala ao público poderá ser um fiasco— “Dá um branco” e, na hora H, a pessoa esquece das coisas mais obvias. Uma vez, acompanhando um grupo de devotos para uma apresentação em um programa de TV, fui testemunha de que houve, durante a longa viagem até ao local do programa, muita prajalpa, tama-guna e comilança entre esses devotos. Depois do programa, quando comentávamos que as perguntas feitas não foram bem respondidas pelos devotos, um comentário surgiu: “Fui pego de surpresa...” Uma desculpa esfarrapada, inaceitável...
Outra coisa importantíssima que deve prevalecer em nossa pregação ao público em geral é que devemos ter a habilidade de tratar certos temas que têm a tendência de causar certa comoção e desconforto nos ouvintes. Um tema que, se não for bem apresentado, pode causar certas suscetibilidades é a questão dos quatro princípios. O devoto deve ter a sensibilidade e a habilidade de apresentar esse importante ponto da consciência de Krishna sem chocar a platéia. Muitas vezes, ao invés de dizer: “Não comer carne, nem peixes e ovos”, podemos simplesmente dizer: “Tornar-se vegetariano”. Ao invés de algo negativo, damos uma afirmativa positiva. Às vezes para enfatizar o fato de que abolimos toda e qualquer intoxicação, damos muita ênfase ao consumo de café, que é consumido pelas pessoas em geral de forma inocente. Esse detalhe pode ser importante para aqueles que querem galgar níveis mais e mais elevados de consciência, mas para uma pessoa sem nenhuma noção prévia sobre as sutilezas espirituais, isso poderá soar como algo fanático. Muitas vezes, certos devotos evitam o café mas consomem outros alimentos industrializados que contém substâncias tão nocivas quanto a cafeína para a consciência. Quer dizer, essas coisas podem virar meramente um tabu, falado da boca para fora. Isso, muitas vezes, torna-se contraproducente na pregação, pois sugere um tipo de purismo e puritanismo artificial, que afasta pessoas inteligentes e sensíveis. Outros devotos, a despeito de seguirem os quatro princípios, têm princípios morais duvidosos. Questionamos aqui sua potencia espiritual na pregação sobre os princípios reguladores.
Devemos evitar na pregação pública, para um público que não teve nenhum, ou muito pouco, contato com os devotos, tópicos que sejam excludentes, isto é, que enfatizam uma grande distancia entre os karmis e devotos. Muito melhor é buscar temas que nos unem, e não que nos afastem. Se uma pessoa toma uma atitude defensiva no primeiro contato com os devotos, dificilmente mudará sua posição. Como se diz: “A primeira impressão é a que fica”.
Participei, a um par de anos atrás, de um congresso inter-religioso a nível mundial. Nesse congresso tomei parte de um workshop sob o tema “Construindo a Paz”. O facilitador era uma pessoa com muita experiência em conflitos e guerras por todo o planeta. Em certa altura de nosso workshop ele propôs que escrevêssemos uma lista de coisas que existem dentro de nossa religião que excluem as pessoas de fora. Nosso grupo era muito eclético: tinha pessoas de umas dez nacionalidades diferentes— asiáticos, europeus, africanos, etc.— cada um praticamente de uma religião diferente. Depois disso reunimo-nos em pequenos grupos para discutir nossas diferenças e achar pontos em comum. A conclusão que se chega é que ao enfatizar as diferenças, o germe da discórdia e da desconfiança estará sempre presente.
Espero que os devotos que estão lendo essas linhas compreendam exatamente o que quero me referir. Obviamente não queremos comprometer os princípios que seguimos e devemos ser cada vez mais estritos em nosso sadhana pessoal, mas temos que ter a sensibilidade e a habilidade para fazer com que mais e mais pessoas fiquem atraídas por Krishna, adotem o serviço devocional como prática espiritual de vida e adquirem força interior para vencer as energias animalescas que convivem em nós e puxam a consciência para baixo.
Constatamos que, infelizmente, a maioria dos devotos são despreparados filosoficamente. Sem o cultivo de anos e anos lendo e relendo os livros de Srila Prabhupada, a possibilidade de maestria no conhecimento da consciência de Krishna fica muito reduzida. Muitos devotos se contentam somente com o conhecimento básico e acham que já é suficiente. Muitos até não têm interesse nas aulas, pois irá escutar coisas que eles já conhecem. O fato é que para que possamos pregar, temos que interiorizar e vivenciar todo esse conhecimento que já sabemos intelectualmente. Isso requer muita prática e muitas horas lendo e ouvindo. Mesmo já conhecendo bem os temas expostos numa classe de Bhagavad-gita ou Srimad-Bhagavatam, temos que ficar muito atentos para aprendermos diversas maneiras de apresentar o mesmo tema. Quando escutamos vários oradores diferentes, muitas idéias naturalmente aparecerão em nossa mente que irão enriquecer a nossa própria pregação.
Para finalizar contarei três episódios significativos na pregação no Brasil, que vêm à minha mente nesse momento. Certamente existem muitos outros exemplos, mas por ora vamos nos contentar com esses três. O primeiro foi no início dos anos oitenta. Os devotos costumavam participar do encontro anual de comunidades rurais, onde se reuniam todas as “tribos” alternativas, muito em voga naquela época. O zelo de pregação de alguns devotos, forçando muito nos kirtanas e tentando com insistência “fazer a cabeça do pessoal” causou uma certa irritação geral e muitos tornaram-se antagônicos em relação aos devotos. Paramgati Maharaj era muito influente junto aos alternativos e, compreendendo bem a situação, promoveu uma reunião dos devotos antes do encontro do seguinte ano. Nessa reunião ficou estabelecido que a nossa estratégica de pregação para os encontros que se seguissem seria simplesmente essa: “Fica proibido qualquer tipo de pregação proselitista. Vamos participar dos encontros somente para servir.” A coisa funcionou e causou uma revolução nessa pregação. As pessoas ficaram totalmente surpresas com a mudança radical no comportamento dos devotos e passaram a apreciar os devotos de coração. Quer dizer, a melhor pregação naquele momento foi, simplesmente, “não pregar”. Dois anos depois, Nova Gokula foi escolhida para sediar esse Encontro Nacional das Comunidades Alternativas e foi o maior e mais bem sucedido encontro que já aconteceu. (Lembra-se Lilananda?...)
Houve uma celebração ecumênica pela paz promovida pelo então cardeal de São Paulo Dom Evaristo Arns. Ele convidou representantes de todas as religiões e entidades espiritualistas. A cerimônia aconteceu numa grande catedral da cidade. Lokasakshi Prabhu, experiente em encontros inter-religiosos, compreendeu bem aquela situação particular e no ato de inscrever-se, ao invés de se colocar como representante do movimento Hare Krishna, ele afirmou ser o representante do Hinduismo. O resultado foi que, na primeira fila, ficavam as cadeiras dos representantes das religiões oficiais do mundo: Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Hinduismo, Budismo. E atrás deles estavam os demais, designados pela igreja católica como “Seitas”. Normalmente estaríamos juntos com o pessoal detrás, como estavam muitas pessoas qualificadas que não representavam essas linhas religiosas principais. Só os representantes das religiões formais tiveram o privilegio de discursar nesse mega evento e, entre eles, o nosso representante Hare Krishna, o que deixou muita gente atônita.
Durante o Encontro para Nova Consciência, que acontece todo ano durante o carnaval, em Campina Grande, Candra-mukha Swami estava participando de um painel em que participavam também outras personalidades, entre eles o conhecido escritor católico Leonardo Boff. Na hora das perguntas, alguém colocou para Maharaj uma questão envolvendo o tema “reencarnação”, o que deixou o escritor católico visivelmente embaraçado e incomodado, visto que os católicos rejeitam esse princípio. Essa “deixa” poderia ter sido aproveitada por um pregador inexperiente e ávido para desbancar qualquer posição em contrário à doutrina reencarnacionista. Maharaj tinha “a faca e o queijo na mão”, mas, vendo o desconforto que isso causaria à pessoa que estava a seu lado, preferiu não responder essa pergunta e passar assim para a seguinte pergunta. O teatro inteiro lotado percebeu essa atitude do devoto e somente essa atitude foi milhões de vezes mais convincente do que inúmeros argumentos racionais.

Srila Prabhupada ki jay!

Simultaneidade de Lilas 3


Parte 1

No seu Tika no Manah-siksa,Thakura Bhaktivinoda diz:"Sem primeiro lembrar-se e adorar o Mestre Espiritual e o Senhor Gauranga,um devoto não pode oferecer serviço devocional amoroso puro ao divino casal Radha e Krsna.Qualquer desvio deste processo restringirá todo o avanço espiritual."
Outro texto do Bhakti Ratnakara:"Em meditação(manasi seva) Srinivasa Acarya certa vez ofereceu uma fragrante guirlanda de flores ao Senhor Gauranga,o qual estava sentado numa Simhasana repleta de jóias,rodeado pelos Seus queridos devotos,na floresta de Navadvipa.
Dominado por emoções transcendentais,Srinivasa Acarya começou a chorar profusamente.Em reciprocidade amorosa, o Senhor Gauranga ofereceu a mesma guirlanda de volta a Srinivasa.Isto interrompeu a meditação de Srinivasa.Retornando a consciência externa,Srinivasa ficou surpreendido ao constatar que a guirlanda adornava seu pescoço, e difundia um aroma imcomparável.
Então Srinivasa começou a meditar no Holi Lila(Passatempo de atirar cores)de Radha Govinda em Vrndavana.Na sua forma espiritual concebida mentalmente como Mani-manjari,Srinivasa Acarya ofertou pó colorido a Srimati Radhika.Desta vez, quando quebrou sua meditação,tinha todo o corpo coberto com pó colorido divinamente perfumado."

Podemos perceber que Srinivasa Acarya deu o exemplo perfeito do princípio de primeiro adorar Gauranga Lila e depois Radha-Madhava Lila.
No entanto,no Gaudiya Vaisnavismo ocorre a simultaniedade na adoração de Lilas.
A seguir a explicação de Bhaktivinoda Thakur no Jaiva Dharma:
"Gauranga Lila e Govinda Lila devem ser adoradas simultaneamente,porque ao alcançar a perfeição,os sadhakas Gaudiya Vaisnavas obtém dois corpos espirituais.
Geralmente, ao alcançar a perfeição espiritual,uma entidade viva tem somente um svarupa(corpo transcedental).

Porém, em muitos casos,o destino último dos seguidores de Srila
Rupa Goswami é obter duas forma espirituais:

1) Uma forma majestosamente bela de Kaisori (Uma jovem) Manjari-gopi, para servir Radha-Govinda na associação de outra sakhis e manjaris de Vraja.

2) Uma forma masculina maravilhosamente dourada de Kaisora (Um jovem) para servir o Senhor Gaurasundara e Seus associados em Navadvipa-Dhama.

O mais afortunado devoto participará simultaneamente nestas Lilas para eternamente servir o Senhor."

Aprecio muito o seguinte verso do Sri Caitanya-Caritamrta (Madhya-Lila,25-277):

caitanya-lila-amrta-pura krsna-lila-sukarpura
duhe mili'haya sumadhurya
sadhu-guru-prasade taha yei asvade
sei jane madhurya-pracurya

Caitanya-lila-amrta-pura: os passatempos do Senhor Caitanya Mahaprabhu são plenos de néctar.
Krsna-lila-sukarpura: os passatempos do Senhor Krsna são tão qual a cânfora.
Duhe mili:os dois encontrando-se.
Haya:tornam-se.
Su-madhurya:muitíssimo saborosos.
Sadhu-guru-prasade: pela misericórdia de pessoas santas e devotos na posição transcedental.
Taha: isto.
Yei: qualquer pessoa que.
Asvade: prove este néctar delicioso.
Sei jane: pode compreender.
Madhurya-pracurya: a imensa quantidade de doçura no serviço devocional.

"Os passatempos de Sri Caitanya Mahaprabhu são plenos de néctar e os passatempos do Senhor Krsna são como a cânfora. Quando se misturam estes ingredientes,resulta um sabor muito doce.Pela misericórdia dos devotos puros,todos que saboreiam isto podem compreender a extensão desta doçura."

No Sri Caitanya Candrodaya, Srila Kavi Karnapura explica como Sri Caitanya abençoou Sri Advaita Acarya:"Oh! Acarya, estou sempre absorto nos Meus passatempos, residindo em Vrndavana, e darei a vocês todos os corpos (espirituais) adequados para juntarem-se a Mim nos passatempos de Vrndavana."Sri Advaita Acarya respondeu:"Pelo Seu desejo nós poderemos alcançar o que quer que o Senhor deseje, numa outra morada ou outro corpo. Iremos sempre lembrar nossa origem nos Seus passatempos maravilhosos."

Parte 2

Existem dois tipos de passatempos do Senhor:

Nitya (Regular)

Naimittika (Lilas ocasionais)

Os passatempos de Nrsimhadeva com Prahlada Maharaja são Naimittika Lila. Começam e terminam e depois começam e terminam em outro Universo.

Prahlada Maharaja certamente ocupa uma posição especial.

"Meu querido Prahlada, enquanto estiveres neste mundo material, irás terminar com as reacções de todas as actividades piedosas por sentir felicidade, e por actuar piedosamente irás neutralizar as actividades impiedosas.
Devido ao factor tempo, irás deixar este corpo, mas as glórias das tuas actividades serão cantadas nos sistemas planetários superiores, e estando livre de todos os condicionamentos, irás retornar ao Lar, ao Supremo."

Srila Prabhupada explica:
"Prahlada Maharaja é um Siddha misto, ou seja, ele é perfeito porque em parte executou serviço devocional e em parte por causa da sua perfeição eterna. Ele é comparado a devotos como Narada." Srimad Bhagavatam 7.10.13

Portanto, a forma de Prahlada Maharaj não é Siddha Deha, mas Sadhaka Deha, visto que não há descrições do fim dos passatempos de Prahlada Maharaja e como alcançou Siddha.

Ou seja, não existe uma descrição pormenorizada do Siddha Svarupa de Prahlada Maharaja.

Seu servo
Prahladesh Dasa

Vivendo no Gita e em Srila Prabhupada

Bloco de texto
Todas as glórias a Srila Prabhupada!!
Lembrando para viver Do Srimad Bhagavad-Gita Como Ele É: "É muito melhor cumprir os deveres prescritos próprios, embora com defeitos, do que executar com perfeição os deveres alheios। A destruição durante o cumprimento do próprio dever é melhor do que ocupar-se no deveres alheios, pois seguir o caminho dos outros é perigoso।" BG 3।35 SIGNIFICADO: Devemos, portanto, executar em plena consciência de Krsna nossos deveres prescritos em vez daqueles prescritos para outros। Materialmente, os deveres prescritos são impostos segundo a condição psicofísica da pessoa, sob o encanto dos modos da natureza material। Os deveres espirituais são aqueles que o mestre espiritual decreta para o serviço transcendental a Krsna। Mas quer materiais quer espirituais, a pessoa deve ater-se a seus deveres prescritos mesmo confrontado a morte, ao invés de imitar os deveres prescritos alheios। Os deveres na plataforma espiritual e os deveres na plataforma material talvez sejam diferentes, mas aqueles que os executa sempre faz bem em seguir a instrução autorizada. (...) Srila Prabhupada ki jay!!

terça-feira, 10 de julho de 2007

O Coxo e o Cego


O Coxo e o Cego


Recentemente, uma professora de Filosofia em Portugal, chamou a atenção para o facto de que actualmente a Filosofia está restrita ao meio Acadêmico.

Numa de suas aulas SS Hrdayananda Das Goswami adverte que vivemos um período de grave crise no pensamento filosófico.

A História da Filosofia passou por diferentes fases. Até a queda do Comunismo, ainda havia uma certa participação geral.

Hoje em dia as pessoas só pensam em como manterem-se e em aumentar seus bens.

No entanto, sempre vão surgindo declarações interessantes, como por exemplo, a seguinte citação do editorial do repórter português Pedro Pinto:

"Uma sociedade sem qualquer interesse por filosofia, sociologia ou curso de letras em geral nunca será bem sucedida.

Incapaz de olhar para si mesma e reflectir sobre seu trajecto, será impotente para apreender as mudanças em curso e adivinhar tendências.

Mas uma sociedade sem matemática, sem pessoal qualificado na área das ciências, em computação, engenharia, análise numérica, economia, etc., também nunca será rica.
O desenvolvimento da tecnologia, a especialização internacional e a emergência da globalização tornaram imperativo ter pessoal qualificado nas vertentes mais abstractas da ciência."

Aqui o repórter Pedro Pinto não menciona o interesse pela vida espiritual como um ponto essencial para que uma sociedade seja bem sucedida.

Mas ao referir a filosofia, sociologia e outras já é um bom começo.

Esta citação também faz lembrar a analogia que Srila Prabhupada fazia do coxo e do cego:


"No momento atual, a Índia pode ser comparada ao coxo e os países ocidentais, ao cego. Nos últimos dois mil anos, a Índia foi subjugada por governos estrangeiros, e as pernas do progresso foram quebradas. Nos países ocidentais, os olhos da população tornaram se cegos, devido ao ofuscante fulgor da opulência material."
"O cego dos países ocidentais e o coxo da Índia devem unir-se neste movimento da consciência de Krsna. Então, o aleijado da Índia poderá caminhar com a ajuda do ocidental, e o ocidental cego poderá ver com a ajuda do aleijado.
Em suma, o avanço material dos países ocidentais e os bens espirituais da Índia devem combinar-se para a elevação de toda a sociedade humana." (Srimad Bhagavatam 4.25.13)

Vosso servo
Prahladesh Dasa

Sva Jati Asaya - Inclinação Similar

segunda-feira, 9 de julho de 2007


Jagad Guru Patita Pavana Srila A.C.Bhaktivedanta Swami Prabhupada Ki Jaya!!!

Braja Bihari Prabhu - responsável pelo Ministério de Mediação da ISKCON -adverte-nos acerca de um ponto muito importante: "Além disto se aceitarmos a estatística popular que 10% de toda comunicaçãose baseia no que falamos, 30% em como falamos, e que os 60% finais sãorevelados pela nossa linguagem corporal, então o e-mail claramente não é umaferramenta eficiente para debater tópicos que possuem componentes emocionais efilosóficos. O e-mail é muito útil para sabermos quando buscar alguém noaeroporto ou para outros afazeres inócuos, mas não é um meio adequado paralidar com desacordos de longa data." Ele dá o seguinte exemplo: "Recentemente o Comitê Executivo do Corpo Governamental da ISKCON (GBC) foiconvocado para dar seu juízo a respeito de uma polemica que envolvia a alegaçãode má conduta de um lider regional. Mais de 1000 e-mails foram trocados sobre oassunto com pouco progresso mas com muita comunicação malinterpretada e algunssentimentos de mágoa. Percebendo que o e-mail não estava trazendo o problema para mais próximo deuma solução, o Dirigente do Comitê Executivo convocou uma reunião dos gruposenvolvidos. Dentro de pouco tempo os problemas foram solucionados para asatisfação de todos. Enquanto que é verdade que a reunião foi muito mais custosa em termos detempo e despesas de viagem e que os e-mails em quase nada haviam onerado asociedade, ainda assim, a reunião face a face se mostrou muito mais eficientepara alcançar uma solução. Também parece claro no entanto que o e-mail vaicontinuar a alimentar os conflitos da ISKCON, apesar de seus efeitos geralmentenegativos." Levando em conta as afirmações de Braja Bihari Prabhu, um bom exercício aolermos uma mensagem, é considerar que estamos a ter uma conversa muitoagradável, educada e simpática com o outro devoto ou devota, apesar de estarmosa falar sobre temas controversos e polêmicos. Não só como exercício, esta atitude deve ser cultivada. Mesmo entre o relacionamento Vaisnava sempre vão existir diferentesinclinações e afinidades. Srila Prabhupada salienta: sva jati asaya snigdha sadhu sanga sato bare (Vaisnava Verse Book,BBT,1990,página 76) "A amizade deve ser alicerçada entre aqueles que compartilham entendimentos einteresses mútuos." A este respeito, Srila Prabhupada enfatizou a "unidade na diversidade".

Vosso servo Prahladesh Dasa


Simultaneidade de Lilas 2
Patita Pavana Srila Prabhupada Ki Jaya !!!


Logo ao nascer, Prahlada Maharaja disse Jaya Sri Hari !!!, Jaya Sri Hari !!!.




Isto deixou Narada Muni muito impressionado.Srila Prabhupada afirma muitas vezes que Prahlada Maharaja cantava Hare Krsna.Embora fosse um Visnu Bhakta, Prahlada Maharaja muitas vezes citou Krsna.(Srimad Bhagavatam 7.5.30)Obviamente Prahlada Maharaja não foi um Suddha Vrajavasi e sua Bhakti era Aisvarya Jnana Misra.No entanto, Prahlada Maharaja é um dos Mahajanas (Autoridades) no serviço devocional, sem necessariamente estar em Madhurya Rasa.Por exemplo, um outro Mahajana, Bhisma, via Krsna como Partha Sarathi (o quadrigário).O termo "Prema Bhakti" não se refere somente ao amor extático que sentem os devotos situados eternamente em Madhurya Rasa, mas também pelos devotos das outras quatro Rasas.Prema Bhakti geralmente refere-se ao amor perfeito à Deus tanto em Aisvarya (Amor reverencial) ou Madhurya (Amor íntimo).Este Prema Bhakti involve uma extrema intensificação de Bhava que resulta na suavização do coração e num apego muito grande à Deus.Prema que manifesta-se de Vaidhi Bhakti chama-se Vaidha Bhavottha Prema Bhakti e Prema que manifesta-se de Raganuga chama-se Raganugya Bhavottha Prema Bhakti.Obviamente, uma vez que um devoto alcance um Svarupa particular, este Svarupa nunca irá ser perdido, mas o relacionamento com o Senhor não está limitado por isto.Existem muitos exemplos de vários devotos que participam nos passatempos do Senhor em mais que uma Rasa ao mesmo tempo.Srila Kavi Karnapura explica:"Ninguém em Gaura Lila está preso pelo seu Svarupa.Dhananjaya Pandita, é o vaqueirinho Vasudhama de acordo com o Gaura Ganoddesa Dipika. No entanto pela graça de Mahaprabhu ele também está situado em Manjari Bhava.Srivasa Thakura é comumente conhecido como Narada Muni, mas também possui um Manjari Svarupa.Vrakesvara está identificado como Aniruddha no Catur Vyuha no Gaura Ganoddesa Dipika, mas também é conhecido como Tungavidya Sakhi.Quem pode perceber a multidimensão destas personalidades divinas?"Fica claro que ninguém está situado somente num Svarupa.Na verdade, a maioria dos Gaudiyas Vaisnavas têem dois Svarupas tanto no estágio inicial como no de perfeição - um para Gaura Lila e outro para Krsna Lila.Outro exemplo é do Senhor Siva,Ele foi proibido de entrar na dança da Rasa porque tinha um corpo masculino (embora espiritual) e mais tarde recebeu um corpo de Gopi como Gopiswara Mahadeva para poder presenciar a Rasa Lila.Também existe o caso de Narada Muni que executou Tapasya sob as ordens de Vrnda Devi e recebeu um Gopi Svarupa para que ele (ela) pudesse presenciar Radha Krsna Lila perto de Govardhana.No Sri Caitanya Candrodaya, Srila Kavi Karnapura explica como Sri Caitanya abençoou Sri Advaita Acarya:"Oh! Acarya, estou sempre absorto nos Meus passatempos, residindo em Vrndavana, e darei a vocês todos os corpos (espirituais) adequados para juntarem-se a Mim nos passatempos de Vrndavana."Sri Advaita Acarya respondeu:"Pelo Seu desejo nós poderemos alcançar o que quer que o Senhor deseje, numa outra morada ou outro corpo. Iremos sempre lembrar nossa origem nos Seus passatempos maravilhosos."Portanto, se o Senhor desejar, ou pela misericórdia dos Seus associados eternos, é possível obter simultaneamente outro Svarupa para servir os passatempos do Senhor.O exemplo de Shyamananda é muito famoso a este respeito.Existem também muitos exemplos de devotos que não tem suas identidades elaboradamente descritas no Caitanya Caritamrta e Caitanya Bhagavata, como Srila Haridas Thakur (Prahlada Maharaja e Brahma) e Sri Advaita Acarya (Sada Siva e Maha Visnu).Mas isto não quer dizer que não possuam suas identidades espirituais em Vraja.Ou seja, por exemplo, certamente Srila Haridas é Brahma em Brhamaloka e certamente Srila Haridas é Prahlada Maharaja em Rasatala.Estas actividades ocorrem simultaneamente.Também Srimati Radharani expande-se Ela mesma como as Vraja Gopis para acompanhar Krsna, expande-se como as rainhas de Dwarka para acompanhar Dwarkadish, como Laksmi com Narayana.Muitos outros associados eternos do Senhor possuem diversas identidades tanto em Vaikhunta como em Vraja bem como no Srishti Lila (passatempo da criação).Como no caso de Advaita Acarya, tanto Maha Visnu como Sada Siva não deixam de existir quando Advaita Acarya assume Sua Vraja Svarupa.caitanyavatare krsna-preme lubdha hanabrahma-siva-sanakadi prthivite janmiya"Durante a encarnação do Senhor Caitanya para inaugurar o movimento da consciência de Krsna, mesmo personalidades como o Senhor Brahma, o Senhor Siva e os quatro Kumaras aparecem neste planeta, ansiosos pelo amor extático ao Senhor Krsna."krsna-nama lana nace, prema-vanyaya bhasenarada-prahladadi ase manusya-prakaseTodos eles, incluindo o grande sábio Narada e devotos como Prahlada, aparecem como seres humanos, cantando os Santos Nomes de Krsna juntos, dançando e flutuando na inundação do amor à Deus."laksmi-adi kari krsna-preme lubdha hananama prema asvadila manusye janmiya"A deusa da fortuna e outros, ansiosos pelo amor à Krsna, também aparecem na forma humana e saboreiam amorosamente o Santo Nome do Senhor."Cc Antya 3.262-263-264Também as Asta Sakhis possuem diversas identidades em Gaura Lila.Por exemplo:Tungavidya aparece como Prabodhananda e Vakresvara.Lalita aparece como Svarupa Damodara , Dhruvananda Brahmacari e Gadadhara Pandit.Citra Sakhi como Vanamali e Govindanandana Thakur.Campakalata como Sivananda Sena e Raghava Pandita.Podemos afirmar que Krsna na forma de Narayana era o Istadeva de Prahlada maharaja que apareceu como Nrsimhadeva para protegê-lo.Além disto, assim como o Senhor Brahma, Prahlada Maharaja é uma posição ocupada por Jivas qualificadas.Desta forma, a grande alma Srila Haridas Thakur que havia aparecido simultaneamente como o Senhor Brahma e Prahlada Maharaja tornou-se pela misericórdia de Sri Caitanya Mahaprabhu o Acarya do Santo Nome.Existem pontos bastante esotéricos na Consciência de Krsna, o que a torna ainda mais bela.




Vosso servoPrahladesh Dasa