Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami
Jagad Guru Srila Prabhupada

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Memórias de Um Momento de Associação Com Uma Pessoa Santa e Amável


Memórias de Um Momento de Associação Com Uma Pessoa Santa e Amável


Por Bir Krishna Prabhu (DVS), Facilitador do Instituto Bhaktivedanta para Auto-Realização - IBAR. Uberaba, MG. 11/09/2007.


Quando falamos em memórias, isto significa geralmente escrever um testemunho presencial de fatos vividos num passado distante que deixaram impressões muito fortes em nosso ser. No meu caso, o que desejo compartilhar com você neste artigo, é algo ocorrido num passado muitíssimo recente, e que deixou meu coração repleto de uma saudade do mundo espiritual. Pois bem, neste último fim de semana de um feriado prolongado em que se comemorou a independência do Brasil (este país maravilhoso que me adotou, há exatamente vinte e três anos), tive a grande fortuna de estar na companhia de Maharaj Param Gati Swami (foto acima) e de uma agradável turma de devotos e amigos de Krishna. Isto, no deslumbrante cenário do HYPERLINK "http://www.pandavas.org.br/"Paraíso dos Pandavas, situado a umas duas horas de Brasília, uma pequena comunidade de uns poucos devotos residentes liderados por Giridhari Prabhu, a competente gerente Maharani Vrinda Devi DD (PGS), o experiente Sri Nrsimha Das, o jovem e prestativo Pablito, agora Pandava Arjuna Das (PGS), a carinhosa bhaktin Mônica, membros da congregação de Brasília como os casais Hari Das e Miriam, Suvasa e Janaína, sem esquecer o sóbrio Sadhu Sanga, entre outros, que me desculpem, pois, os nomes me escapam neste momento, todos de grande mérito por apoiarem um projeto cuja contribuição para o Yatra Brasileiro é bastante significativa e promissora. Nosso anfitrião Giridhari Prabhu se encarregou de nos fazer descobrir, a todos os participantes deste retiro espiritual, a beleza peculiar do Cerrado, um entre os muitos ecossistemas existentes no Brasil, através de agradáveis caminhadas entrecortadas por alguns banhos refrescantes em cachoeiras e piscinas naturais. Tudo isso foi maravilhoso, regado durante os desjejuns por uma deliciosa prashada feita por Prabhu Mahavana com o auxilio luxuoso de sua esmerada equipe de ajudantes, o que contribui um tanto para desligar o grupo do sufocante ambiente urbano das grandes cidades deixado para trás por uns três dias. Mas, o ponto alto, foi a mensagem concisa e singela que nos trouxe Maharaj Param Gati Swami, sintetizada num verso do Bhagavad-gita, apontado por Srila Prabhupada, como a palavra final deste grande livro da ciência teista. na hi jnanena sadrsam pavitram iha vidyate tat svayam yoga-samsiddhah kalenatmani vindati (Bg. 4.38). "Neste mundo, não há nada tão sublime e puro como o conhecimento transcendental. Esse conhecimento é o fruto maduro de todo o misticismo. E aquele que se familiarizou com a pratica do serviço devocional desfruta este conhecimento dentro de si no devido curso do tempo". Maharaj Param Gati Swami iniciou sua aula dizendo que quando se fala em conhecimento, pensamos logo num cúmulo de informações cujo objetivo é especializarmo-nos em certa área de estudo e pesquisa da atividade humana, levando-nos a uma erudição que pode nos tornar uma pessoa apreciada pela comunidade científica, acadêmica, etc. No entanto, neste momento histórico bem peculiar da humanidade, onde é vinculada uma enorme quantidade de informações pelas mais diversas mídias (rádio, televisão, internet, imprensa escrita, etc.), visando deixar as pessoas em geral mais a par de todos os avanços da ciência para uma melhor qualidade de vida, é notável o desconforto que pode ser sentido no corpo social que se manifesta das mais diversas formas (fome, miséria, guerras, instabilidade econômica, política, etc.). Mas, o conhecimento a que se refere este verso em particular, diz respeito à identidade espiritual do ser vivo e de sua relação com a Divindade Suprema. Tal conhecimento, como diz Srila Prabhupada, exime a pessoa de procurar em outras fontes a paz pela qual tanto anseia, pois, este conhecimento dá-lhe a oportunidade de gozar a paz dentro de si mesmo. Pontuando ainda mais a sua fala, Maharaj Param Gati Swami ressaltou que a ignorância era a causa do cativeiro da entidade viva a roda de samsara (o que ele qualificou como as inconveniências de sucessivos nascimentos e mortes, da velhice bem como a exposição as dores de diversas doenças). No entanto, o conhecimento a qual alude o verso acima podia libertar o homem, promovendo a sua emancipação espiritual, de volta ao Supremo, de volta a Krishna. Neste sentido, Maharaj Param Gati Swami salientou que a grande contribuição dos Vedas, através de livros como o Srimad Bhagavatam e o Bhagavad-gita, é provocar uma revolução na vida das pessoas, entendendo-se que esta revolução seria no mundo interno de cada um. Muito econômico, mas preciso nas palavras, Maharaj Param Gati Swami concluiria sua aula dizendo que os Vedas tinham como peculiaridade a grande capacidade de oferecer ao ser vivo o discernimento na aferição da realidade -pramana-, para que pudesse nortear sua vida numa perspectiva de auto-realização. Aliás, eu pude verificar no Yoga Sutra de Patanjali - Uma Abordagem Prática, de Giridhari Prabhu, pramana é definido como "aquilo pelo qual algo é medido" e é normalmente traduzido como "evidência" ou "prova". Assim, como processo, salienta o autor, pramana descreve o ato de julgar ou discernir, que é determinado pelo conhecimento que aceitamos, criando bases para nossas metas, avaliações e escolhas. Esse ponto crucial seria reiterado por Maharaj Param Gati Swami durante os três dias do retiro, para nos capacitar a reconhecer o que era favorável ao nosso avanço espiritual e poder descartar as demais coisas, que seriam obstáculos em nossa caminhada rumo a krishna prema - amor puro a Krishna. Além de nos situar filosoficamente de maneira criteriosa e precisa, Maharaj Param Gati Swami naturalmente mostrou-se uma liderança servil e aprendiz, servindo-nos prashada, recolhendo utensílios após as refeições, liderando animados kirtanas e dançando num humor descontraído. Ele foi um companheiro alegre nas caminhadas, querendo saber algo de cada um. A mim, como profissional de arquitetura, me mostrou sua inquietação com o dever das grandes cidades, citou grandes nomes da vanguarda arquitetônica européia cujas obras ele pôde visitar pessoalmente, etc. O testemunho deste comportamento santo e amável me levou a meditar sobre uma pergunta de Arjuna ao Senhor Krishna: "Ó Krishna, quais são os sintomas daquele cuja consciência está absorta nessa transcendência? Como fala, e qual é sua linguagem? Como se senta e como caminha?" (Bg. 2.55). Creio que todas essas memórias transcritas aqui dão resposta a esta indagação. Srila Param Gati Swami! Ki jay! HARE KRISHNA

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