Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

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Jagad Guru Srila Prabhupada

sábado, 6 de outubro de 2007

É Hora de Dirigir-se Aquele que Sabe



É Hora de Dirigir-se Aquele que Sabe


Por Bir Krishna Prabhu (DVS), Facilitador do Instituto Bhaktivedanta para Auto-Realização – IBAR. Uberaba, MG. 30/09/2007.


A busca pela emancipação espiritual é sem duvida uma tarefa que requer maestria, perícia e acima de tudo um vasto conhecimento. Muitos enveredam por este caminho, uns tentando criar um processo pessoal de auto-realização, outros optam pela especulação filosófica, há também os que se submetem a grandes austeridades, etc. Embora todas essas pessoas sejam almas sinceras em seus esforços, elas na sua grande maioria acabam malogrados e frustradas, retornando a plataforma do gozo sensorial ou concluindo que Deus não existe, engrossando assim a legião de ateístas convictos. Na realidade a quase totalidade destas pessoas iludidas se esquecem que o caminho do dharma (dos princípios que nos restituem a nossa consciência divina) são enunciados diretamente pelo Senhor (dharmam tu saksad bhagavat-pranitam, SB 6.3.19). Uma coisa é certa, há um princípio que segue sempre valido e atual: se desejarmos ter êxito em qualquer campo da atividade humana, é preciso dirigirmo-nos a autoridade competente e obter dele o conhecimento necessário que nos capacite devidamente para seremos bem sucedidos em nossa empreitada. Às vezes, infelizmente, chegamos tardiamente a esta conclusão, quando vemos todos nossos esforços de muitos anos caírem por terra, e então somos forçados a admitir que é hora de dirigir-se aquele que sabe. No Bhagavad-gita, Arjuna se vê diante de um dilema insolúvel para suas limitadas capacidades intelectuais, e apresenta um vasto repertorio de sólidos argumentos diante do Senhor Krishna para desistir do seu dever de ter de travar uma batalha contra seus próprios entes queridos. Porém, finalmente ele percebe que a única alternativa que lhe resta é aceitar o Senhor como mestre espiritual, para que este lhe dê uma solução definitiva que alivie o seu sofrimento. E assim, Arjuna admite:

karpanya-dosapahata-svabhavah
prcchami tvam dharma-sammudha-cetah
yac chreyah syan niscitam bruhi tam me
sisyas te ham sadhi mam tvam prapanam
(Bg. 2.7).

“Agora, estou confuso e sinto meu coração afligido por sintomas de fraqueza que se apoderam de uma pessoa avarenta. Nesta condição, estou Te pedindo que me digas com certeza o que é melhor para mim. Eis que sou Teu discípulo e uma alma rendida a Ti. Por favor, instrui-me”. Me permiti neste artigo alterar a tradução original da primeira sentença deste verso para mostrar efetivamente o drama emocional vivido por Arjuna neste exato momento, pois, sabe-se que a pessoa avarenta mesmo dispondo de fartos recursos financeiros, se recusa em utilizá-los mesmo diante de uma emergência por recear desfazer-se dos seus bens. Srila Prabhupada traduz a primeira sentença de modo um pouco diferente e deixa para retomar esta linha de raciocínio que empreguei na mesma sentença em seu significado para o mesmo verso quando nos oferece uma definição do krpana, ou avaro, que consta do texto do Brhad-aranyaka Upanishad (3.8.10): “Avaro é aquele que, estando na plataforma de vida humana, não resolve os problemas da vida e então deixa este mundo com uma consciência rudimentar, sem compreender a ciência da auto-realização”. Uma pessoa com consciência rudimentar se preocupa somente com as necessidades atávicas, isto é, comer, dormir, abrigar-se, acasalar-se, defender-se e temer. Nesta visão rasteira da existência, ela nem sequer tem um vislumbre do que o propósito da vida vai além desta limitada e árdua luta pela sobrevivência.

Neste sentido, os textos védicos preconizam que uma vez que nos encontramos na plataforma de vida humana é hora de indagar acerca de Deus e para tanto devemos buscar o auxilio de um mestre espiritual que integra a corrente de sucessão discipular para alcançarmos o propósito de vida. Arjuna reconheceu sua limitação e conseqüentemente se rendeu ao Senhor Krishna de quem ouviu o Bhagavad-gita e assim superou o equivoco que o paralisava no cumprimento do seu dever como guerreiro. O que o leva a declarar: “Meu querido Krishna, ó pessoa infalível, agora minha ilusão se foi. Por Tua misericórdia, recuperei minha memória. Agora me sinto firme e não tenho dúvidas e estou preparado para agir segundo Tuas instruções”(Bg. 18.73). Semelhantemente no momento em que reconhecermos sinceramente a nossa incapacidade em superar sozinho as coercivas leis da natureza material que nos mergulham no esquecimento de nossa posição constitucional, como almas eternas e servas do Senhor Krishna, esta é a hora de nos dirigirmos aquele que sabe. Como conclui Srila Prabhupada de modo sucinto e conciso: “Ninguém deve, portanto, permanecer nas perplexidades materiais, mas a todos convém aproximar-se de um mestre espiritual”.



HARE KRISHNA

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