
Vandanam
A Arte de Oferecer Orações e Reverências ao Senhor
Por Bir Krishna Prabhu (DVS), Facilitador do Instituto Bhaktivedanta para Auto-Realização – IBAR.
A Arte de Oferecer Orações e Reverências ao Senhor
Por Bir Krishna Prabhu (DVS), Facilitador do Instituto Bhaktivedanta para Auto-Realização – IBAR.
Uberaba, MG. 30/03/2007.
Lembrou-me quando criança, toda noite, ao pedir as bênçãos de mamãe antes de ir para cama, ela, devido à sua natureza muito piedosa, freqüentemente dizia: “Dorme com Deus meu filho e que Ele lhe proteja. Mas, antes, ore, agradecendo pelo dia”. Creio que esse sagrado cuidado materno não foi apenas privilegio meu, mas ainda é e continua sendo oferecido a muitas crianças ao redor deste mundão de Deus.
Mas, certa vez, parei e perguntei à minha protetora: “Como posso agradecer a Deus, acaso, ele vai me ouvir, se Ele está lá longe no céu?”. Esboçando um sorriso muito generoso e compassivo em seu semblante angelical, mamãe respondeu-me carinhosamente: “Sim, com toda certeza, vai-lhe ouvir, meu filho. Ele fica muito satisfeito, por exemplo, quando recitamos o PAI NOSSO, isso faz com que compareça onde quer que estejamos, e como um pai muito amoroso nos escute atentamente e derrame sobre nós um mar de bem-aventurança”.

No Srimad-bhagavatam, existem um número expressivo dessas orações-padrão, entre elas, por exemplo, aquelas proferidas por mãe Kunti, são uma fonte de inesgotável inspiração. As orações de mãe Kunti nos permitem comungar de sua devoção imaculada pelo Senhor Supremo, Krishna. De modo que como mencionado no Néctar da Devoção, um devoto deve escolher algumas destas orações-padrão para recitar. E o Skanda Purana declara o seguinte acerca das glorias de semelhantes orações: “Até as eminentes pessoas santas e os sábios sempre oferecem respeitos aos devotos cujas línguas estão sempre decoradas com orações ao Senhor Krishna, e na realidade tais devotos são dignos de ser adorados até mesmo pelos semideuses”.
No presente artigo colhi para nossa apreciação no Bhagavad-gita, onde há muitas dessas orações autorizadas especialmente no Décimo Primeiro Capítulo, uma que chamou especialmente a minha atenção, ali Arjuna ora a forma universal do Senhor dizendo:
tvam adi-devah purusah puranas
tvam asya visvasya param nidhanam
vettasi vedyam ca param ca dhama
tvaya tatam visvam ananta-rupa
vayur yamo gnir varunah sasankah
prajapatis tvam prapitamahas ca
namo namas te stu sahasra-krtvah
punas ca bhuyo pi namo namas te
namah purastad atha prsthatas te
namo stu te sarvata eva sarva
ananta-viryamita-vikramas tvam
sarvam samapnosi tato si sarvah
(Bg. 11.38-40).
“Ó meu Senhor Krishna, és a Personalidade de Deus original, o mais antigo, o santuário definitivo deste mundo cósmico manifestado. És o conhecedor de tudo e és tudo o que é cognoscível. És o refugio supremo, situado acima dos modos materiais. Ó forma ilimitada! Penetras toda esta manifestação cósmica! És o ar e és o controlador supremo! És o fogo, a água e a lua! És Brahma, a primeira criatura viva, e és o bisavó. Portanto, faço questão de oferecer-Te mil vezes minhas respeitosas reverências, e volto a oferecê-las vezes e mais vezes. Ofereço-te reverências de frente, de trás e de todos os lados! Ó poder incomensurável, és o Senhor cujo poder não conhece limites! És onipenetrante e, portanto, és tudo”.
Após oferecer essas orações ao Senhor, Arjuna mergulhado num profundo êxtase amoroso por ter visto a opulência do Senhor por intermédio de Sua forma universal, desculpa-se da familiaridade que a relação de amizade gera e conseqüentemente as ofensas decorrente de desse trato amistoso, nas seguintes palavras: “Colocando-Te na posição de amigo, sem sequer conhecer Tuas glorias, dirigi-me a Ti com as seguintes palavras imprudentes: “Ó Krishna”, “ó Yadava, “ó meu amigo”. Por favor, perdoa tudo o que eu possa ter feito por loucura ou por amor. Quantas vezes Te desonrei, gracejando enquanto nos descontraiamos, deitávamos na mesma cama, sentávamos ou comíamos juntos, às vezes a sós e outras vezes diante de muitos amigos. Ó infalível, por favor, perdoa todas essas minhas ofensas!”.

HARE KRISHNA
Nenhum comentário:
Postar um comentário