Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

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Jagad Guru Srila Prabhupada

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O Dever do Governo: Ensinar a Consciência de Krsna - The Government’s Duty: To Teach Krsna Consciousness




O Dever do Governo: Ensinar a Consciência de Krsna
The Government’s Duty: To Teach Krsna Consciousness

Por Chandrashekhara Acharya Dasa

Em setembro de 2005, a revista diplomata francesa Label France publicou um artigo intitulado, “Cem Anos de Secularismo, A la Française”. O título se refere à celebração do centenário da lei de 1905 que oficialmente separa a Igreja do Estado. O autor do artigo escreve, “O Secularismo facilitou a co-existência pacífica de todas as convicções espirituais”. Mas em seguida, de forma suficientemente irônica, ele menciona a lei de março de 2004 que determina que “em escolas do ensino primário, escolas de ensino médio e em faculdades, o uso de símbolos ou roupas por parte dos estudantes que expressem qualquer relação deles com suas respectivas religiões é estritamente proibido”.

Pela onda de manifestos violentos que afetou e embaraçou a França em Novembro de 2004, talvez se possa questionar a eficiência da educação secular. Não seria o principal dever do governo incentivar o cumprimento de princípios religiosos e guiar seus cidadãos em direção à auto-realização? A não ser que o governo implemente a educação consciente de Krsna, a sociedade nunca será pacífica.

Como Gaudiya Vaisnavas, nós aceitamos a premissa ontológica de que não somos nossos corpos. Aceitamos a idéia de que somos almas espirituais eternas que têm apenas uma função, sendo esta prestar eterno serviço ao Senhor Supremo Sri Krsna. A meta da vida humana é se desgarrar da ilusão e redespertar seu original amor por Krsna, para que, assim, como almas espirituais, possamos retornar ao Seu reino após a morte. Essa meta de redespertarmos nossa consciência de Krsna é árdua porque cultivamos profunda ignorância por vidas e vidas, desde tempos imemoriais.

É, então, compreensível que não consigamos nos tornar conscientes de Krsna unicamente por nosso esforço isolado. Senão que precisamos de incentivo e instrução, tanto individual quanto coletivamente.

Assim, portanto, o dever primeiro do governo é guiar seus dependentes, os cidadãos, de forma que seja redespertado o amor por Krsna que está adormecido em cada um deles. De outra forma, os cidadãos serão desviados para a gratificação sensorial e se tornarão cada vez mais emaranhados no ciclo de nascimentos e mortes.
No Srimad-Bhagavatam (4.14.18), afirma-se:
yasya rashtre pure caiva bhagavan yajna-purushahijyate svena dharmena janair varnashramanvitaih
“O rei deve ser piedoso para com aquele estado e cidade em que a população observa estritamente o sistema de oito ordens sociais de varna e ashrama, e no qual todos os cidadãos se ocupam na adoração à Suprema Personalidade de Deus em suas respectivas ocupações”.
Em março de 1976 em Mayapur, os devotos da revista Volta ao Supremo perguntaram sobre o dever do governo.
“Entender qual o desejo de Deus”, ele respondeu, “e fazer com que a sociedade trabalhe neste sentido. Assim as pessoas serão felizes”.
Durante seus ensinamentos acerca deste tema, Srila Prabhupada repete esse ponto várias vezes, insistindo que o único dever do governo e dos educadores é ensinar e guiar os cidadãos em direção à Consciência de Krsna.
Reis Conscientes de Krsna do Passado
Da história Védica, aprendemos sobre grandes reinos conscientes de Krsna, como foi o de Parikshit Maharaja. Parikshit foi um rei consciente de Krsna tão glorioso que em seu reino, Kali, a personificação do mal desta era, não pôde encontrar sequer um único pedaço de terra para existir. Isto porque, no reino de Parikishit, não havia em local alguns o consumo de carne, de drogas, jogos de azar ou sexo ilícito. Parikshit Maharaja se organizou de tal forma que, independente do status social ou nível de avanço espiritual, todos eram gradualmente encaminhados rumo à auto-realização.
De forma contrastante, o atual governo secular impele seus cidadãos a cometerem as atividades pecaminosas mais grosseiras. Desesperados, esses cidadãos às vezes protestam e fazem rebeliões. O Srimad-Bhagavatam (12.2.8) compara os líderes políticos modernos a “ditadores avarentos e sem misericórdia”. É dito que com o passar de Kali-yuga, a atual era, esses líderes políticos irão “saquear as esposas e propriedades dos homens” com tanta freqüência que eles terão de “fugir para as montanhas ou florestas”.
Secularistas talvez clamem, “Ao menos, o currículo da educação secular não favorece nenhum grupo; ele é neutro”. Uma investigação, no entendo, revelaria que a educação secular favorece, sim, um grupo em particular. Ela favorece os ateístas. O preconceito intocável – que é permitido a todos, e que está presente na fundação do secularismo – é a convicção de que o ateísmo é conhecimento e que teísmo é apenas uma crença subjetiva. Certo, virou moda agora entre as instituições seculares ensinar cursos como “Religiões do Mundo” ou “Educação Religiosa”, mas esses cursos são ensinados do ponto de vista reducionista do ateísmo. Uma outra tendência quase que absoluta das instituições acadêmicas é ensinar aos estudantes que o Big Bang e a teoria da evolução de Darvin são a única realidade. Parafraseando Srila Prabhupada, a educação moderna tem apenas um afazer em sua agenda: tornar o mundo destituído de Deus.
O artigo 1 da lei francesa de 1905 mencionada anteriormente, declara, “A República assegura liberdade de pensamento. A República assegura a prática irrestrita de todos os cultos”. Isso soa promissor, mas na prática observamos exatamente o contrário. Como se pode falar de “prática irrestrita de todos os cultos” se crianças na França não podem ir para a escola usando uma cruz de Jesus, uma estrela de Davi, um turbante sique, uma tilaka Vaisnava ou qualquer outra insígnia religiosa? Embora os secularistas iludam as massas com requintadas e sofisticas pretensas filosofias, não passam de enganadores. Mais uma vez, o Bhagavatam prediz que, em Kali-yuga, a hipocrisia é tomada por virtude e qualquer um que for bom com malabarismo verbal será considerado erudito. Assim, a afirmação do princípio da República Francesa, que supostamente garante a liberdade para praticar a religião escolhida, é apenas um blefe.
A Religião Eterna
Se os políticos de todo o mundo estivessem ensinando a consciência Krsna, guiados pelos livros de Srila Prabhupada, o teísmo prevaleceria. Mesmo assim, alguns Muçulmanos, Judeus, Budistas, Cristãos, e outros poderiam protestar sentindo-se discriminados por não serem plenos adeptos da teologia Gaudiya Vaisnava. Como devotos de Krsna, todavia, nós somos certos de que a consciência de Krsna inclui a tudo; ela não discrimina ninguém. De fato, vai além de rótulos religiosos. Ela lida diretamente com todas as almas espirituais, independente de suas designações externas. Ser um Muçulmano, Cristão, Judeu ou Hindu não tem nenhuma relevância quando se falando de sanatana-dharma. Sanatana-dharma se refere a todas as entidades vivas em todas as existências.
Por exemplo, os dois seguintes versos são do Bhagavad-gita, aparentemente um escritura Hindu. Mas se educadores ensinarem esses versos para seus estudantes, onde está a questão de parcialidade para uma religião ou outra?
“Saiba que aquilo que penetra o corpo inteiro é indestrutível. Ninguém é capaz de destruir a alma imperecível”. (2.17)
“Aquele que vê que a Superalma acompanha a alma individual em todos os corpos, e que compreende que nem a alma nem a Superalma dentro do corpo destrutível são destruídas, vê de verdade”. (13.28)
De acordo com esses dois famosos versos, cada um de nós, independente de afiliações religiosas, é um ser espiritual subordinado a Deus. Onde, então, há parcialidade? Todavia, pode ainda haver teístas que, embora aceitem esses versos, não estejam prontos para aceitarem toda a teologia Gaudiya Vaisnava. Alguns poderiam protestar: “Nós não acreditamos em reencarnação, nós não aceitamos que Deus é uma pessoa, e, portanto, não aceitamos que Krsna seja a Suprema Personalidade de Deus”.
Neste caso, líderes políticos e educadores conscientes de Krsna devem ser tolerantes e compassivos. Por exemplo, um líder consciente de Krsna deveria incentivar os Muçulmanos a serem melhores Muçulmanos e Cristãos a serem melhores Cristãos, entendendo que diferentes almas espirituais influenciadas por diferentes combinações dos modos da natureza podem levar tempos diferentes até alcançarem a plataforma do serviço devocional puro, a verdadeira religião da alma. Como explica Srila Prabhupada, nós devemos encorajar cada pessoa em sua fé particular, ajudando-o, ao menos, a seguir os princípios estabelecidos por seus respectivos profetas. Isto certamente traria uma atmosfera de paz para o mundo. Por outro lado, é-nos fácil perceber que a educação secular nos leva unicamente em direção à frustração e ao sofrimento. Os manifestos violentos em novembro de 2004 na França é um de vários casos que testemunham este fato, do qual Prabhupada estava convencido: “Hoje em dia o valor é – como eles chamam isso? – governo secular, ‘Não falemos de Deus’. Esta é a situação atual do mundo. Aulas ateístas. ‘Não falemos de Deus’. Mas eles não sabem que não fazem nenhum avanço por não falarem de Deus. A situação está se tornando cada vez pior. Mas eles não têm olhos para ver. Eles não têm olhos para ver. Essa civilização sem Deus não os fará felizes. Isso é um fato”. (Aula do Srimad-Bhagavatam 7.6.1, Hong Kong, 18 de Abril de 1972).



Tradução por Bhagavan dasa (DvS

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