Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami

Dedicado a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedenta Swami Prabhupada e Gurudeva Srila Dhanvantari Swami
Jagad Guru Srila Prabhupada

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Uma Guirlanda de Doze Versos-flores



Uma Guirlanda de Doze Versos-flores
http://vraja.net/fixo/bhaja.htm


Há aproximadamente 2500 anos nasceu numa aldeia chamada Kalady, um menino de um casal de brahmanas eruditos e védicos, Shivaguru e Aryamba, e esta criança iria se tornar nos anos vindouros, o maior filósofo que o mundo jamais viu. Era Shankara, conhecido como Adi Shankara, pelo mundo inteiro.
Durante Sua breve residência temporária, Ele viajou através de toda Bharatha a pé, pregando Sua filosofia de Advaita e aceitando discípulos dos quatro cantos do país, sendo quatro dentre eles, os principais.
Ele reestruturou todas 72 formas de práticas religiosas irregulares, superficiais, em normas aceitáveis e enfatizou as seis maneiras de adoração baseadas nos Vedas. Ele discutiu com muitos eruditos durante Suas longas viagens no país e foi a causa de muitos tratados filosóficos estabelecendo o conceito de Advaita, com comentários sobre os Brahma Sutras, Srimad Bhagavad-gita, Dez Principais Upanishads e mais algumas obras e poemas em louvor a várias deidades védicas.
Sri Shankara compôs uma série de hinos para fomentar o sentimento da devoção nos corações das pessoas e este é Seu maior serviço. Bhaja Govindam é uma dentre Suas muitas obras e nesta breve guirlanda de poemas em louvor do Senhor Govinda (Krishna), Ele enfatiza a natureza êfemera da vida, a grandeza de Guru, Bhakti, etc.. Alguns críticos imaturos da filosofia indiana acreditam e asseveram que a senda da devoção é diferente do caminho do conhecimento. Os sábios empregam esta distinção para enfatizar determinada tese sobre a qual discursam em diferentes conVersoos. Não devemos ficar confusos por isso e falhar em compreender a verdade. Quando a inteligência amadurece e se aloja seguramente no coração, torna-se sabedoria. Quando essa sabedoria é integrada à vida e emana em ação, torna-se devoção. Conhecimento que se tornou maduro, é chamado de devoção.
Caso não se transforme em devoção, tal conhecimento é inútil e como uma bugiganga vistosa mas sem valor. Falar e manter que jñana e bhakti, conhecimento e devoção, são tão diferentes entre si quanto o ouro e metais inferiores é expor nossa ignorância. A não ser que os sentidos sejam controlados, o conhecimento não irá conseguir posição segura no coração. A sabedoria não advirá. Como se haverá de restringir os impulsos inatos dos sentidos? O coração não pode ser purificado se desejos e apegos não forem evitados. Seu apego deve ser completamente extinguido e para que a mente seja libertada dele, a mente deve se voltar para Deus. Deve-se realizar que exceto através da devoção por Deus, não há outra maneira efetiva de restringir os sentidos. Sri Shankara condensou na canção Bhaja Govindam, a substância de todas obras vedantistas que escreveu e colocou em música melodiosa que deleita o ouvido e nossa alma, a verdade da união da devoção e conhecimento.
Há uma história ligada à composição do presente hino. Acharya Shankara, dizem, estava andando por uma rua em Varanasi certo dia, acompanhado de seus discípulos. Ele ouviu o som de regras gramáticas sendo recitadas por um velho erudito. Tomando-se de piedade pelo erudito, foi até ele e aconselhou-o a não desperdiçar seu tempo com gramática na idade dele, mas voltar sua mente para Deus em adoração e louvor.
O Hino a Govinda foi composto nessa ocasião. Além do refrão da canção começando com as palavras Bhaja Govindam, dizem que Shankara fez doze versos, daí o hino ter o nome de Dvadasamanjarika-Stotra (um hino que é um ramalhete de doze versos-flores). Os quatorze discípulos que estavam com o Mestre acredita-se que então adicionaram cada um, um verso. Estes quatorze versos juntos chamam-se Chaturdasa-manjarika-Stotra (um hino que é um ramalhete de quatorze versos-flores).
Verso 1
bhajagovindam bhajagovindam govindam bhajamuudhamate sampraapte sannihite kaale nahi nahi rakshati dukrijnkarane
Adore Govinda, adore Govinda, adore Govinda. Oh tolo! Regras de Gramática não irão salvá-lo na hora da sua morte.
Verso 2
mudha jahiihi dhanaagamatrishhnaam kuru sadbuddhim manasi vitrishhnaam yallabhase nijakarmopaattam vittam tena vinodaya chittam
Oh tolo! Abandone sua sede de acumular bens, devote sua mente a pensamentos sobre o Real. Esteja contente com o que vem através das ações já realizadas no passado.
Verso 3
naariistanabhara naabhiidesham drishhtvaa maagaamohaavesham etanmaamsaavasaadi vikaaram manasi vichintaya vaaram vaaram
Não se afogue na ilusão, enlouquecendo com paixões e luxúria ao ver o umbigo e peito de uma mulher. Corpos são carne, gordura e sangue. Não deixe de lembrar disso repetidamente na sua mente.
Verso 4
naliniidalagata jalamatitaralam tadvajjiivitamatishayachapalam viddhi vyaadhyabhimaanagrastam lokam shokahatam cha samastam
Incerta é a vida de um homem, tal como gotas de chuva sobre uma folha de lótus. Saiba que o mundo inteiro permanece sujeito à doença, ego e sofrimento.
Verso 5
yaavadvittopaarjana saktah staavannija parivaaro raktah pashchaajjiivati jarjara dehe vaartaam koapi na prichchhati gehe
Enquanto o homem é capaz de sustentar sua família, vejam a afeição que todos ao seu redor demonstram. Mas ninguém em casa se importa em ter um dedo de prosa com ele quando seu corpo cambaleia devido à velhice.
Verso 6
yaavatpavano nivasati dehe taavatprichchhati kushalam gehe gatavati vaayau dehaapaaye bhaaryaa bibhyati tasminkaaye
Quando se está vivo, os membros da família indagam caridosamente sobre seu bem-estar. Porém quando a alma parte do corpo, mesmo a esposa corre embora de medo do cadáver.
Verso 7
baalastaavatkriidaasaktah tarunastaavattaruniisaktah vriddhastaavachchintaasaktah pare brahmani koapi na saktah
A infância é perdida em brincadeiras. A juventude se perde no apego a mulher. A velhice transcorre pensando em muitas coisas passadas. Ai que pena, quase não há quem almeje perder-se no Parabrahman.
Verso 8
kaate kaantaa kaste putrah samsaaro.ayamatiiva vichitrah kasya tvam kah kuta aayaatah tattvam chintaya tadiha bhraatah
Quem é sua esposa? Quem é tsu filho? É estranho o samsara. De quem é você? De onde veio? Irmão, pondere sobre estas verdades.
Verso 9
satsangatve nissngatvam nissangatve nirmohatvam nirmohatve nishchalatattvam nishcalatattve jiivanmuktih
De Satsanga vem não-apego, do não-apego vem a liberdade da ilusão, que leva a situar-se em si mesmo (auto-realização). Da autorealização vem Jivan Mukti.
Verso 10
vayasigate kah kaamavikaarah shushhke niire kah kaasaarah kshiinevitte kah parivaarah gyaate tattve kah samsaarah
De que serve a luxúria quando a juventude se foi? Que utilidade tem um lago sem água? Onde estão os parentes quando se foram os bens? Onde está samsara quando a Verdade for conhecida?
Verso 11
maa kuru dhana jana yauvana garvam harati nimeshhaatkaalah sarvam maayaamayamidamakhilaM hitvaa brahmapadam tvam pravisha viditvaa
Não se vanglorie dos bens, amigos e juventude. Cada um destes é destruído num minuto. Livre-se da ilusão do mundo de Maya e alcançe a Verdade intemporal.
Verso 12
dinayaaminyau saayam praatah shishiravasantau punaraayaatah kaalah kriidati gachchhatyaayuh tadapi na mujncatyaashaavaayuh
Luz do dia e escuridão, anoitecer e alvorecer, inverno e primavera, vão e vem. O tempo brinca e a vida se extingue. Mas a tempestade do desejo nunca se vai.


Traduzido por Indumukhi Dasi

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